Leitora lembra que assessor de Marina é o homem do confisco

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O dele (de azul) está garantido

Tema sugerido pela Lenara Abreu, no Facebook

O dia em que Collor confiscou sua poupança

25 de junho de 2009, 09:02

Por Débora Pinho

16 de março de 1990. Um dia após a posse de Fernando Collor de Mello como primeiro presidente da República eleito pelo voto direto em mais de 25 anos, os brasileiros tiveram uma desagradável notícia. O governo resolveu botar a mão no dinheiro de poupadores com a justificativa de combate à inflação. Coube à economista Zélia Cardoso de Mello, primeira e única mulher a comandar o Ministério da Fazenda, anunciar o Plano Brasil Novo, que passou a história simplesmente como Plano Collor. Além de uma reforma administrativa ampla, da abertura da economia, de congelamento de preços e salários, a parte mais explosiva do plano consistia no bloqueio, por 18 meses, dos saldos superiores a NCz$ 50 mil nas contas correntes, de poupança e demais investimentos. Além do confisco, a ministra anunciou ainda o corte de três zeros no valor da moeda e a substituição do cruzado novo pelo cruzeiro.

Com a medida, calcula-se que foram congelados cerca de US$ 100 bilhões, equivalente a 30% do PIB. A inflação, que no último mês anterior ao anúncio fora de 81%, caiu para a média de 5% nos meses seguintes. Mas o tiro único desferido na inflação – como prometera o presidente eleito durante a campanha eleitoral – falhou e os preços voltaram a subir logo depois.

Economista formada na USP com passagens pela inicativa privada e pelo setor público, Zélia Cardoso de Mello era praticamente desconhecida do grande público. Mas por sua curta passagem pelo governo, foi considerada a mulher que mais poder teve na história republicana do país. Para montar o plano e o confisco, ela convocou uma equipe de economistas, com Antonio Kandir e Ibrahim Eris à frente.

O próprio Fernando Collor conta em seu livro de memórias que convenceu-se da necessidade de promover o confisco depois de uma reunião com um pequeno grupo de economistas. Faziam parte do grupo o professor Mário Henrique Simonsen, que já fora ministro da Fazenda e do Planejamento, e dois de seus mais brilhantes alunos: André Lara Rezende, uma das cabeças responsáveis pela elaboração do Plano Real, anos mais tarde; e o banqueiro Daniel Dantas, que ficaria mais conhecido não propriamente por seu conhecimento das ciências econômicas.Dantas, segundo Collor, foi radicalmente contra a medida.

O confisco criou um dilema para os seus ciadores: ou mantinha-se o arrocho monetário e corria-se o risco de uma forte recessão; ou afrouxava-se o aperto e corria-se o risco da volta da inflação. Aconteceram as duas coisas: no fim de 1990, a economia havia encolhido 4%. Em setembro do mesmo ano, a inflação já voltara a 20% e continuava em alta. O fracasso do plano foi reconhecido pelo sucessor de Zélia Cardoso. Marcílio Marques Moreira, que assumiu o Ministério da Fazenda em 1991 e ficou até o impeachment de Collor, considerou “exageradas” algumas medidas do plano. Tão exageradas que viraram casos de Justiça.

À época centenas de milhares de liminares foram concedidas pela Justiça para a liberação antecipada do bloqueio. Ainda hoje, tramitam na Justiça Estadual e Federal, 550 mil ações individuais e coletivas contra os planos Bresser e Verão, ambos editados durante o governo do presidente José Sarney, e os planos Collor I e II, do governo de Fernando Collor

O Supremo Tribunal Federal vai se manifestar sobre a constitucionalidade dos planos Bresser (87), Verão (89), Collor I (90) e Collor II (91) na ação movida pela Confederação Nacional do Sistema Financeiro (Consif). Os bancos defendem, no STF, que o estado tem o direito de definir a política monetária para zelar pela moeda nacional e combater a inflação. Eles argumentam que apenas implementaram os planos por determinações do Executivo.

Os bancos se defendem contra a pretensão dos correntistas e poupadores a respeito dos índices de correção da poupança aplicados por ocasião da decretação dos planos econômicos. Se os correntistas levarem a melhor, os bancos podem perder até R$ 100 bilhões, de acordo com dados da Febraban (Federação Brasileira de Banco). Se os bancos levarem a pior, a Consif já afirmou que a única alternativa será acionar o estado para tentar conseguir o ressarcimento da quantia.

Apesar do abalo provocado na economia do país e nas contas pessoais dos cidadãos, há quem considere o plano mirabolante de Zélia Cardoso como uma medida precursora que lançou as bases econômicas para o Plano Real, que cinco anos depois haveria de estabilizar de forma duradoura a economia brasileira.

PS do Viomundo: Lara Rezende, como se sabe, está de volta nas asas da socialista Marina Silva.

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Comentários

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Arnaldo

Pelo amor de DEUS… Marina Virgulina nããããããooooo!!!!

Izabel

Não encontrei em fontes confiáveis, alguma menção ao vínculo do economista com Marina.Por favor, cite o nome e matéria oficial.

edward

O plano Collor enfartou o meu saudoso pai.

Era um homem pobre e honesto, tinha crédito e comprava para revender em sua pequena loja. A poupança que fazia para pagar seus credores foi confiscada pelo plano Collor. Isto foi duro demais para ele, pois nunca deixou de pagar seus compromissos com os credores. E aconteceu. Não tinha dinheiro para pagá-los.

Ficou muito nervoso, pois no seu patrimônio era a honestidade, a honra, a retidão a sua riqueza, aquela que considerava. Ficou inadimplente e sofreu o enfarte. Nunca mais se recuperou totalmente, embora os filhos tenham-lhe socorrido. Tempos depois, veio a falecer.

Não desejo a ninguém o que meu pai passou. E queira Deus que não me venham com algum outro plano adoidado por aí.

João

O poder precisa ser renovado!

    Rita

    Mesmo quando é pra pior? Não creio…

Mário SF Alves

Caro Adriano Benayon,

Cada coisa a seu tempo. Agora é tempo de plantar. E como se está plantando, meu caro. Planta-se de tudo nos dias que correm.

O PSB saberá a hora certa de colher. Disso tenho [NENHUMA] certeza.

Abraços, e parabéns pela clareza e coragem. Valeu.

Mar difícil de atrassar este, heim? Verdadeiro mar de sargaços. Haja navegante, haja bússola. Ô, imperiozinho safado esse, sô.

Mário SF Alves

André Lara Rezende… ué, qual o problema, a foto por si só já não diz tudo? Não mostra um típico Lord inglês?

_______________________________
Esperar-se-ia o quê de um Lord de igual estirpe?

José Souza

Caso sejam eleitos a Blablarina ou o Aébrio é bom começar a retirar o dinheiro da poupança e/ou outras aplicações uns 20 dias antes da posse de um deles. É melhor perder os rendimentos que ficar duro. Observem quem são os economistas que vão fazer parte de um possível governos de um dos candidatos acima. Só falta a Zélia, os outros estão aguardando a tomada do poder. Eles estão de olho nas reservas de 400 bilhões de US$, essa de curto prazo. A de longo prazo, no valor de 8 trilhões de US$, é o pré-sal. Vai ser uma festa.

    Mário SF Alves

    Ih, entregou o jogo [deles].

Márcio Gaspar

Collor e Zélia ferrou ou no mínimo atrasou com a vida de muita gente. Á época tinha acabado de arranjar um emprego, coisa dificílima de se conseguir devido a crise e o desemprego, um emprego num banco de madrugada que aceitei na hora, durei dois meses no emprego. Consequência deste confisco estúpido. Mais estes economistas deles mesmos, que participaram do governo Collor e depois FHC e querem voltar com Marina. AH!!! Esses estão bem financeiramente. né!!! O que informações privilégiados não fazem, na verdade faz muita gente ficar empobrecida e poucos se enriquecerem e ficar milionários, quiçá bilionários, né não Dantas?

Notívago

PERGUNTAS QUE EU FARIA A MARINA SILVA NO DEBATE DA BAND DE HOJE

Hoje, às 22 horas, tem debate entre os presidenciáveis, na Rede Bandeirantes de televisão.

Perguntas que eu faria à Marina Silva no debate de hoje na Bandeirantes, a partir das 22 horas:

1- A senhora diz que não é política, que detesta a política e tem raiva a quem gosta. E eu lhe faço a seguinte pergunta: em outubro próximo teremos eleições para diversos cargos eletivos, incluindo presidência da república, governadores, senadores e deputados federais e estaduais. Muitos parlamentares se reelegerão pela segunda ou mais vezes, de tal maneira que a renovação do Congresso Nacional será muito inferior a 50%. Com quem a senhora pretende governar este país? Exclusivamente com os parlamentares das siglas que gravitam em torno do PSB, já que a Rede não foi aprovada, ou com todos os parlamentares que forem eleitos na eleição de outubro?

Ou será que a Senhora pretende fechar o Congresso?

2 – Qual é a explicação que tem o PSB, o partido mais importante que oficialmente lhe apoia, já que a Rede não existe, para o acidente envolvendo a aeronave que se pulverizou juntamente com o Eduardo Campos.

O tesoureiro do PSB publicou hoje uma nota oficial dizendo que não sabia quem era o dono da aeronave, pois os documentos da mesma, que estavam no porta-luvas da dita cuja, teriam sido carbonizados durante a tragédia. E o tesoureiro disse ainda que a única pessoa que conhecia o dono da aeronave era o Eduardo Campos.

Mas comenta-se a boca miúda que o dono da aeronave seria um usineiro pernambucano, muito amigo do Eduardo Campos, e dono de uma recauchutadora de pneus usados. O usineiro nega, porque provavelmente não quer pagar as indenizações pertinentes ao acidente. Então eu lhe pergunto: porque a Senhora não pede à cúpula financeira do PSB para dizer o nome do proprietário da aeronave. Não é possível que não tenha sobrado nenhum documento do avião sinistrada em uma gaveta qualquer da vida, não é verdade? Quem irá pagar a indenização aos familiares das vítimas do acidente se a aeronave não tinha/tem dono?

A Senhora não acha que estamos diante de mais um crime de caixa 2 , já que a aeronave NÃO pertencia a uma empresa de táxis aéreos?

Urbano

Quanto vale a moral humana do miserável de ontem, que hoje se une aos seus antigos algozes, no intuito de impor a sua antiga situação a milhões de brasileiros?

Luís Carlos

Lembro bem do episódio narrado. Era bancário à época, e trabalhava em um CPD (centro de processamento de dados) pois ainda não existia sistema “on line”. Viramos dias e noites, por meses, após o “Plano Zélia”.
Eu perguntava aos colegas de trabalho “Mas não era o Lula que acabaria com a propriedade privada? Que tiraria o dinheiro das famílias?”
Os banqueiros certamente não perderam. Com Marina, abutres desse tipo já fazem discursos nessa linha.
Marina é o cavalo de tróia. Dentro dela os soldados do neoliberalismo. A concentração de renda e exclusão social crescerão em eventual teocracia marinista.

    JOACIL DA SILVA CAMBUIM

    Eu também lembro muito bem, caro Luís Carlos. Aos 35 anos, acabara de ingressar no serviço público. Felizmente, estava apenas iniciando uma “poupancinha”.

Luís Carlos

Alguém já disse, e eu repito: Marina é o novo Collor.

    Mário SF Alves

    Ou, melhor ainda, um híbrido perfeito [ou seria um transgênico?] de Collor com Jânio Quadros.
    __________________________
    Não à transgenia política!

    Aproveitanto, diz aí, a cruza de cobra com porco-espinho dá quê?
    ________________________________________________
    Aliás, bem lembrado, TEO- me engana que eu não gosto- CRACIA tem tudo a ver. Mas, no frigir dos ovos [que não são os da serpente] a coisa vai mesmo é no rumo da oligarcoracia, essa difícil e demorada superação à já complicada, usada e pouco confiável plutocracia.

    Neoliberalismo: a única ideologia [marineiramente negada] capaz de levar o Ocidente ao reino da plena oligarcocracia.

Lukas

Fico aqui imaginando se Lula eleito fosse em 1989 se ainda existiria o PT…

No íntimo, ele deve agradecer não ter vencido aquela eleição.

Wladimir

Olha com quem a Marina está se misturando….Neca…Kandir….
Ainda mais que o partido é nanico….To vendo o confisco vindo pela frente…

    Lukas

    você já viu com quem Lula e Dilma se misturaram nos últimos 12 anos?

    edir

    Comunicado aos co-filiados do PSB, amigos e leitores,

    Há alguns anos, sou filiado ao PSB, em que ingressei, tendo tido a honra de ter tido minha ficha assinada pelo competente e digno Carlos Siqueira.

    Sem solidariedade social e sem aspiração de independência nacional, socialismo é apenas uma palavra falsa.

    Assim, diante do fato de que o PSB adotou a candidatura da Sra. Marina Silva à presidência da República, declaro que não votarei na candidata do partido.

    Não estamos, senão formalmente, em regime democrático, haja vista a urna eletrônica absolutamente inconfiável, e a influência nas eleições do poder econômico concentrado e da desinformação em massa, a cargo da grande mídia, a serviço dos interesses imperiais. Meu voto, pois, tem peso ínfimo.

    Mas para mim é importante declará-lo.

    No 2º Turno, entre Dilma e Marina, sua provável concorrente, já que Aécio é fraco eleitoralmente e deverá ser preterido pelos imperiais, GAFE, PIG etc., penso que o PSB deveria apoiar a atual presidente, mediante compromissos de eliminação das políticas de juros altos, subsídios às montadoras estrangeiras e a outros concentradores, abandonar o tripé do FMI, intensificar as relações com os BRICS e com o MERCOSUL.

    Devo concitar outros membros do PSB a pedir às lideranças do partido não persistirem no grave erro de se terem associado a uma certa rede ou teia, comprometida com interesses contrários aos de nosso País.

    Errou o falecido Eduardo Campos ao entrar nessa associação, como erraram os que o acompanharam nesse passo.

    Pior ainda foi, após a morte dele, apoiar a candidatura da Sra. Marina, sob pressão dos elementos mais entreguistas da coligação, como os Srs. Roberto Freire, Jarbas Vasconcellos et alli.

    Mas o importante e recomendável é reconhecer os erros e fazer o possível para desfazê-los e/ou reduzir-lhes as consequências.

    A prioridade então é dissociar-se da Rede e de D. Marina, pois essa aliança significa o fim do PSB como partido e sua identificação como mais uma sigla de aluguel.

    Muitos estão ironizando, ao dizerem em relação a D. Marina: “Basta de intermediários. Neca Setúbal para presidente”.

    Esses estão alienados da dura realidade, que é pior, pois a oligarquia dos grandes bancos locais é apenas subalterna dos interesses imperiais, tal como seus economistas, da mesma laia que os dos tucanos e ligados ao mega-entreguista FHC. Os críticos, se mais inteirados dos fatos e mais corajosos, deveriam dizer:

    “Basta de intermediários. George Soros (ou o príncipe Charles, da família real britânica, Reino Unido) para Pró-Cônsul do império.”

    Saudações a todos e todas,

    Adriano Benayon*

    Mário SF Alves

    Agora entendo melhor o fato de um marineiro enredado destes, que por sinal já foi do PT, ter me oferecido uma pseudo-biografia do Zé Dirceu.

    Detalhe: a tal biografia foi escrita [ou psicografada, sei lá] por um integrante da inVeja e toda fundamentada em fontes não reveladas.

Gerson Carneiro

Marineiros, até por inocência talvez, brincam de enfiar a mão no cesto de víboras.

FrancoAtirador

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(https://andradetalis.wordpress.com/tag/andre-lara-resende)
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