Jeffrey Sachs: Abrindo espaço para o Brasil na cabeceira da mesa

Tempo de leitura: 4 min

As economias emergentes são chave para o salvamento da Europa

por Jeffrey Sachs, no Financial Times, em 07.11.2011

O encontro do G20 na semana passada marcou o fim da tentativa de três anos da zona do euro para se salvar. A união monetária vai ser salva, mas não a partir de dentro. Sua sobrevivência virá pelas mãos do Fundo Monetário Internacional e das economias emergentes.

O encontro em si foi embaraçoso para a França em seu próprio território. Apesar dos pedidos do presidente Nicolas Sarkozy por uma cúpula de “Novo Mundo – Novas Ideias”, a reunião foi sobre o velho mundo e velhas disputas. Com a Alemanha, França, Grécia e Itália e outros vizinhos mal falando entre si, o resto do G20 ficou pasmo com as discordâncias intra-europeias.

A confusão da zona do euro explodiu, de uma crise regional contornável em 2009 tornou-se uma crise global hoje. A verdade simples é que a Europa foi incapaz de resolver seus problemas. Por três razões.

A primeira é que concordar em como dividir as perdas é sempre difícil, mas praticamente impossivel em um mundo com 17 estados, bancos poderosos, mais de uma instituição europeia com a mesma função, uma opinião pública ressentida e dúzias de partidos políticos, com alguns dos menores tendo a maior capacidade de barganha.

Como prevê a game theory, o parasitismo dos True Finns, dos eslocavos, do Banco Central Europeu, dos bancos credores e de outros tornou quase impossível chegar a um acordo sensato sobre qualquer coisa. Sem números claros e sem um garantidor de último recurso que tenha credibilidade [1], os mercados financeiros da Europa são dominados por ondas de pânico auto-realizáveis.

A segunda razão é o colapso dos processos técnicos, que tem relação com a primeira síndrome.

A Europa se pendura nas palavras da chanceler Angela Merkel, que são esporádicas e frequentemente divulgadas na véspera das cúpulas da zona do euro. Há pouca preparação técnica em questões altamente técnicas. A política da coalizão [governista] alemã predomina. Os próprios alemães falam com vozes múltiplas, inclusive as dos partidos políticos, da chancelaria, do ministério das Finanças, do Bundesbank e do Bundestag. Mesmo a França só fica sabendo as mais novas estratégias da Alemanha na véspera dos encontros Merkel-Sarkozy que precedem cada encontro de cúpula.

A terceira razão: os fracassos específicos da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu. Há muitas razões para isso, que vão da liderança desgastada de Jean-Claude Trichet à impraticabilidade do Tratado de Lisboa, ao desprezo da Alemanha e França em relação a Bruxelas [2]. A chegada de Mario Draghi ao comando do BCE será um tônico parcial.

As fraquezas da Europa ficaram claramente à mostra no encontro de Cannes. O sr. Sarkozy não hesitou em condenar seus colegas grego e italiano. O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, se afastou ainda mais da realidade. A sra. Merkel, como sempre, disse muito pouco. Os Estados Unidos disseram ainda menos. O declínio do poder econômico dos Estados Unidos ficou patente.

O resto do G20 demonstrou o desejo de ajudar, mas não de atirar dinheiro diretamente em tal confusão [3]. Nenhum país declarou interesse em investir num fundo de resgate europeu. A mensagem da China, do Brasil, da Rússia e de outros economias emergentes foi clara: a ajuda externa seria canalizada através do FMI, porque ele é global, tecnocrático e desligado da política europeia do dia-a-dia. Ajuda externa, em resumo, requer condicionalidades.

As próximas semanas são cruciais, durante as quais o FMI, o BCE e a comissão [europeia] tem a última chance de responder antes de um derretimento da zona do euro. A nova liderança do FMI tem de longe a maior responsabilidade, de primeiro entre iguais, na definição de um plano abrangente. Os políticos europeus e o resto do G20 fariam muito bem se encorajassem a Grécia a trabalhar com o FMI, a Comissão Europeia e o BCE para resolver as questões críticas ainda não resolvidas. O FMI, por sua vez, precisa ser especialmente sábio para desenhar programas socialmente aceitáveis e economicamente realistas.

Primeiro, a Grécia precisa ter o peso do serviço da dívida cortado de forma decisiva e sustentável, com o corte dos juros, do valor de face dos papéis ou de alguma combinação dos dois. A redução da dívida precisa cobrir tanto a dívida pública quanto a dívida privada. O corte deveria ser suficientemente profundo para permitir uma redução gradual e confiável da relação dívida-PIB para níveis gerenciáveis dentro de uma década. Uma estratégia clara precisa tratar do problema dos credores, como os fundos “vulture”, que se negam a participar voluntariamente da reestruturação.

Os bancos gregos (e, de fato, muitos da Europa) precisam urgentemente de liquidez, porque a retirada dos depósitos e créditos dos bancos gregos está destruindo a economia e com isso a capacidade de arrecadar impostos. Garantir a liquidez deve ser mais urgente até que a recapitalização. O BCE precisa finalmente entrar em ação. Se os alemães continuarem a se opor a esta função vital do BCE, o FMI deveria enfatizar a importância do BCE na função de garantidor de último recurso.

Como parte de um ajuste, a Europa precisa de uma infusão de apoio financeiro que virá de fora da zona do euro, canalizada através do FMI. Estamos, portanto, no fim de uma era, não apenas na Europa, mas globalmente. Os poderes econômicos emergentes têm superávits financeiros, crescimento econômico e muito em jogo na estabilidade global. Eles têm os meios para fazer o papel de novas fortalezas do sistema multilateral. Os poderes tradicionais terão de abrir espaço para eles na cabeceira da mesa. Isso deveria acontecer de maneira cooperativa e ordeira, não através da crise ou do colapso econômico.

Tradução Luiz Carlos Azenha

Notas:

1. O autor se refere ao papel de emprestador-garantidor de último recurso, como o desempenhado pelo Tesouro dos Estados Unidos.

2. Bruxelas, sede das instituições multilaterais europeias, teria sido jogada para escanteio pelo eixo Paris-Berlim.

3. O autor fala em scrum que, como scrummage no futebol americano, refere-se à disputa coletiva pela bola no rugby. São dezesseis jogadores de dois times disputando a bola.

Leia também:

Dr. Doom, a Grécia e o euro: Divórcio doloroso, mas necessário


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Comentários

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rimavicar

Será que ele é do Sachs Bank?

augusto

Varios argumentaram que a divida italiana e melhor que do brasil.
quem achou que a divida da Italia é melhor e mais manejavel que a nossa, por causa dos juros -que ja subiram para o berlusbuffone- chame os bancos europeus e peça pra emprestarem Euro 5,0 bi pra eles e o mesmo pra nós.
Vai ver o resultado.
e pare de levar agencias de risco a serio… Entre essas agencias e o Tiririca eu sou o tiririca e dou dez de lambujem.

As economias emergentes são chave para o salvamento da Europa « Projeto Nacional

[…] por Jeffrey Sachs, no Financial Times, em 07.11.2011. Reproduzido do Vi o Mundo. […]

EUNAOSABIA

Estabilização monetária com o Plao Real, Lei de Responsabilidade Fiscal, Superávit Primário, Metas de Inflação, Câmbio Flutuante.

Esses são os pilares macro econômicos que sustantem o Brasil até hoje.

Será que ele teve a desfaçatez de registrar isso em cartório também?

VNEN.

eunice

Agora temos que nos cuidar, pois é política americana se aliar à América Latrina deles.Acabo de ler.

eunice

EUNAOSABIA é TROll?

    GilTeixeira

    Sim, é um dos Trolls de estimação do Viomundo!

    dukrai

    Richard Smity, desmascarado pelo Leider, tem vários codinomes, eunãosabia, suzana castro, carmen leporace, entre outros.

observadoro

Vejam só a tentativa descarada de O GLOBO em manipular a percepção de seus leitores em relação à situação política na Venezuela.

Leiam a matéria e veja como as estatísticas negativas para o governo não batem (somam bem mais de 100%), e as intenções de voto para os candidatos à oposição idem (91% para um, 82% para outro, etc.).
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2011/11/08/chav

O Globo = Assessoria de imprensa da Casa Branca!!

José Ruiz

Não haverá despertar… quem caça "petralhas" não vai, de repente, acordar para essa nova realidade mundial.. vai é deixar de existir.. ser atropelado pela história.. a "atual" direita brasileira não vai mudar, ela vai deixar de existir.. seu lugar será ocupado pelos que hoje estão sendo "combatidos".. lá na outra ponta, a progressista, é que vão surgir novas lideranças.. a extinção de DEM/PSDB e coisas tais, que podem ser chamados de zumbis, depende do surgimento de outros partidos à esquerda do PT..

leandro

Itália em crise tem dívida pública mais barata que a do Brasil
08 de novembro de 2011 • 07h43 • atualizado 08h03

Apesar da crise europeia, os títulos da dívida da Itália ainda são, em tese, mais seguros e custam menos ao governo do país que os do Brasil. A aparente contradição fica explícita na rentabilidade dos papéis. Os títulos brasileiros com resgate de dez anos estão sendo negociados com juros anuais médios acima de 11%, quase o dobro dos 6,7% pagos pelos similares italianos. A taxa de juros é justamente definida pelo grau de confiança dos investidores na capacidade de pagamento do país que emite os títulos. Quanto maior o percentual de juros, menos confiáveis são os papeis.

    Aline C Pavia

    Manda um beijo pro Berlusconi. Pergunta se o Salvatore Cacciola vai bem. E de quebra pergunte a ele como é a sensação de fazer uma orgia com menores de idade. Se ele se consultou com algum terapeuta para ver essas fixações de poder, futebol, carros, e esses "passatempos de alcova". Quanto custa o Viagra na Itália? Um abraço!

    leandro

    Porque a revolta? São só números e números não mentem, pura realidade, a Itália tem um risco menor que o brasileiro, só isso. Vá se informar e constate a verdade.
    Apesar de rebaixada pelas três grandes, a Moodys, a Standard & Poors e a Fitch, a Itália mantem uma dívida com variações da nota A.

    "Já o Brasil, mesmo sendo uma das potências emergentes que podem participar de um eventual pacote de resgate à Europa, tem os títulos de sua dívida dentro das variações da nota B."

    Liguei para o Berlusconni, ele falou que queria o batisti nas orgias, mas….ele não pode sair do brasil para ir.

augusto

Cacilda,- que votaçao a sandinista agora! O contágio da libertaçao . E o país nao tem nem mesmo essa margem toda de manobra como tem por ex. o Peru e a argentina. Sinal dos tempos tambem na America central?
No dia em que os centro americanos sentirem que nao mais serão esmagados pelo imperio decadente, então aparece uma penca de sanMartins, bolivares e o´higgins por ali.
(E mais alguns periodistas pro zelaya assassinados em honduras, cadê a rede grobo?)

leandro

"Itália em crise tem dívida pública mais barata que a do Brasil

Apesar da crise europeia, os títulos da dívida da Itália ainda são, em tese, mais seguros e custam menos ao governo do país que os do Brasil. A aparente contradição fica explícita na rentabilidade dos papéis. Os títulos brasileiros com resgate de dez anos estão sendo negociados com juros anuais médios acima de 11%, quase o dobro dos 6,7% pagos pelos similares italianos. A taxa de juros é justamente definida pelo grau de confiança dos investidores na capacidade de pagamento do país que emite os títulos. Quanto maior o percentual de juros, menos confiáveis são os papeis."

Onde é a crise mesmo?

Roberto Locatelli

Urgente consolidarmos o Mercosul e a UnaSul para fortalecer o comércio entre nossos países, pois a Europa está entrando num período de forte recessão por aplicar a receita neoliberal do FMI.

Felizmente o Presidente Lula reforçou nossos laços políticos e comerciais com a Amérca do Sul, Oriente Médio, BRICS e África. E fez isso sofrendo críticas furiosas dos democutanos e sua mídia.

    Lu_Witovisk

    Nossa Roberto, muito bem dito! O bicho ta pegando e vai pegar muito ainda… Viva o Amorim, Viva Lula e viva Dilma que tá se colocando bem.

    Roberto Locatelli

    Pois é, Lu, a Europa está comendo o pão que o deus-mercado amassou.

flavio jose

Uma das opções para a Grecia seria: 1 – Declarar moratoria unilateral total por seis meses. 2 – Voltar a ter sua propria moeda Dracon. 3 – Sair da zona do Euro. Neste periodo de seis meses criaria um Banco Grego, aos moldes do Banco do Brasil e leis severas para combater as corrupção financeira, tornando-a crime hediondo e regulamentando o setor financeiro que atenda aos interesses do estado.

Polengo

Uia, mas não era o fhc que….

Deixa pra lá. Falar de defunto assim, é falta de educação.

Leonardo Câmara

Creio que o "game theory" ao qual ele se refere tem como tradução em matemática aplicada o literal: "Teoria dos jogos"

PS. Lembrem-se, não alimentem os trolls. Os ignorem que eles vão embora.

EUNAOSABIA

O que faltou a UE foi uma Lei de Responsabilidade Fiscal, desde a sua criação, só isso, faltou a UE e a esses países em crise uma Lei de Responsabilidade Fiscal.

Hoje Delfim Neto concordou com o eunãosabia, disse exatamente isso em seu comentário na rádio Bandeirantes, que o que faltou a UE foi uma LRF…. "aqui no Brasil graças a Deus nós temos uma Lei de Responsabilidade Fiscal, e estamos cumprindo… não espalha… não espalha….se não param de cumprir""…

Lembrando que Delfim Neto é amigo de infância de Lula, dividiam o mesmo pé de jabuticaba quando crianças.

Sobre a Grécia:

Em 1981, com a democracia restaurada, Andreas Papandreou foi eleito primeiro-ministro. A Grécia iria flertar com o socialismo total. Economista que estudou em Harvard, Papandreou rejeitava o modelo capitalista de livre mercado como meio para um futuro mais próspero. A Grécia se voltava com mais força para a esquerda em uma época em que a Inglaterra de Thatcher. Os salários foram aumentados de forma artificial, os sindicatos foram fortalecidos, e os bancos estatais foram usados para estimular indústrias que não eram competitivas. Em 1980 o governo controlava 30% do PIB, mas em 1990 esta parcela já era de 45%. A inflação saía de controle novamente, chegando a 25%. O dracma seria desvalorizado em 15%. A União Europeia ajudaria o país com um empréstimo de emergência. Conforme nota Lynn, a Grécia descobria um padrão: um novo governo entra, embarca em um programa de gastos extravagantes, a economia desaba, o governo anuncia um pacote de austeridade e recebe um resgate da União Europeia.

Mas, após verdadeiras “mágicas” que, de uma hora para outra, tornaram suas contas públicas mais saudáveis, a Grécia foi finalmente aceita em 2001. Um feriado nacional foi decretado logo depois. A Grécia fazia parte agora do clube dos países ricos, sem ter passado pelos necessários ajustes econômicos. Se Milton Friedman dizia que não existe almoço grátis, tal alerta não chegou aos gregos. A Grécia descobriu que poderia, como um alquimista, transformar chumbo em ouro. O país, de repente, era capaz de tomar empréstimos de bilhões de euros a um custo infinitamente menor. Na verdade, o “spread” em relação a rica Alemanha chegou a ridículos 0,5% ao ano. Era a convergência por magia, pela simples adoção da moeda comum.

Esta idéia fantástica iria conquistar muitos políticos, especialmente os de esquerda, que adoram sonhar com uma revolução mágica, que de uma só vez cria o paraíso terrestre. Este sonho permitiu que os gregos – e muitos outros – ignorassem a dura realidade, evitando perguntas incômodas. Um país sem competitividade, acostumado a viver além de suas posses, sem estabilidade econômica e política, passaria de um dia para o outro a adotar uma postura fiscal ortodoxa. Alguns argumentam, não sem razão, que o euro ao menos impõe reformas de austeridade que nenhum partido liberal seria capaz de realizar na Grécia. Mas devemos perguntar: a que custo? As revoltas violentas tomam as ruas de Atenas uma vez mais. Será que seu destino desta vez será diferente? Será que a simples adoção de uma moeda comum pode transformar o Maranhão europeu em uma Suíça, da noite para o dia?

RESUMO DA ÓPERA: Ao contrário do que muitos panfletam – a maioria de inocentes úteis que reverberam sem ter a menor noção do que dizem, chavões que lêem por aí – de que o problema da Grécia e de outros países da Europa têm causas na economia de modelo liberal, é justamente o contrário, eu sempre disse isso aqui, o problema da Europa e dos países com crises mais agudas foi causada não por políticas liberais, mas por excesso de estado e políticas de esquerda socialista e centralizadoras, queriam todos se dar bem, se apropriando da riqueza que "o outro" produz. Tivessem eles uma LRF e alguém para cumpri-la, não estariam nesta situação.

Quem sustenta a UE é a Alemanha, que não caiu na furada das políticas socialistas. O Bundesbank impôs normas rígidas, disciplina fiscal, controle da inflação e estabilidade econômica com endividamento contido.

Delfim Neto concorda comigo.

    ZePovinho

    ZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ…………………………………………………………….

    augusto

    … ma che ! acontece que o principio, a semente mesma da IRResponsabilidade é parte intrinseca e consequencia necessaria do ideario neo lib.

    Scan

    Ih! O cara, como Napoleão e César, já está falando de si na terceira pessoa.
    Num César ou num Napoleão a megalomania seria perturbadora: no presente caso é apenas embaraçosa.
    Parece que o Não-sei-que andou lendo algumas orelhas de livros de auto ajuda no final de semana, se aculturando em economia (de mecânica quântica ele já conhece a dualidade onda-partícula).
    Como certamente cansou-se demais para dar copy-paste em tudo isso aí, "esqueceu-se" de citar o autor.
    Na tentativa de ajudá-lo, posto um dos endereços onde se pode ler o original (do Milenium, bleurk!) com crédito ao autor:

    http://www.imil.org.br/artigos/o-maranho-da-europ

    Que babaca…

    edv

    Os EEUU também precisam, né?
    Como se fosse só isso…
    Vc nãosabenada mesmo!
    Só currupaquear bobagens neoliberais, que estão dizimando a sociedade mundial e enriquecendo a banca.

    dukrai

    copiou de quem?

    simas

    Por favor, vc q sabe tudo, poderia me dizer qual a razão de a Alemanha, tbm, dever tanta grana, assim?… Pq a perfeição alemã acumulou uma dívida, lindíssima, igual a de todo o mundo… Inclusive, a Inglaterra, o fez… Q eu saiba, a Alemanha conteve coisa, alguma… Deve coisa da ordem de 185% de seu PIB..

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edemilso

vincular a ajuda ao FMI tem o efeito equivalente de deixar o Papa nu…. o guardião do dogma neo-liberal terá que se desfazer do dogma fiscal aplicado ao terceiro mundo por décadas: é sinuca de bico!!! Grande tacada !

Lucas

Por que diabos as economias emergentes têm que salvar a Europa? A Europa nos salvou quando nós tivemos nossas crises? Não. Junto com os EUA mandou o FMI pra se aproveitar das vulnerabilidades dos países do terceiro mundo pra roubar e privatizar tudo em que botavam as mãos.

O que tem que acontecer pra resolver a crise é simplesmente a Grécia, a Espanha, a Itália e o resto deles dizer pros bancos "Eu estou falido, não vou pagar as dívidas." E deixar os bancos quebrarem. Depois, se necessário pra manter a economia funcionando, estatiza-se os bancos. Mas como sempre, a prioridade não é resolver a crise, mas socializar os prejuízos dos banqueiros.

O único trabalho que os banqueiros têm é emprestar dinheiro de forma responsável. Se nem isso sabem fazer por que então salvá-los da bancarrota? Por que o contribuinte brasileiro e chinês tem que pagar pra salvar os banqueiros europeus da bancarrota, enquanto o trabalhador europeu sofre cortes nos seus salários e benefícios sociais? É hora de começar a privatizar os prejuízos e socializar os lucros.

FrancoAtirador

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EUROPA: O ESTADO DO MAL-ESTAR SOCIAL

O enterro da Europa social percorre o noticiário econômico há anos, mas nas últimas horas os dobrados fúnebres ecoam decibéis cada vez mais elevados:
Grécia dobra a aposta na ortodoxia;
Itália vai às cordas na rendição aos mercados;
Sarkozy anuncia novos cortes de gastos e aumento na idade mínima da aposentadoria.

Não é pouco o que se perde nesse cortejo.

Com um pé na cova, o neoliberalismo arrasta consigo a região do mundo em que, sob o impulso das ruas e dos sindicatos, e sob a vigilância de um singular discernimento dos direitos civilizatórios, resistiu durante mais de quatro décadas à lógica bruta dos mercados impondo-lhe contrapesos contundentes de democracia política e social.

A Europa é o epicentro da crise do capitalismo nesse momento; num certo sentido ela é, também, uma crise da civilização em nosso tempo.

A reiteração doentia da lógica e das forças que originaram essa deriva e, sucessivamente, fizeram-na predominar desde a periferia até o coração rico do euro evidencia o ocaso de um projeto em que os interesses dominantes não tem mais nada a propor, exceto edulcorar a morte de uma época com a repetição catatônica da lógica do mal-estar social.

Novos atores e novos partidos terão que ocupar a cena para interromper esse cortejo de regressividade e violência econômica e retomar um processo civilizatório, do qual o Estado do Bem -Estar Social europeu já foi um dos pilares mais admirados.

(Carta Maior; 3ª feira, 08/11/ 2011)

    Morvan

    Bom dia.
    Caro FrancoAtirador, a Europa está a reboque dos Estados Sionistas Unidos desde a década de quarenta.
    Eles abdicaram de todo e qualquer arroubo libertário desde o pós-guerra. O que está acontecendo ora é só o desaguar de uma crônica anunciada.
    O que está a se desenhar, nesta "nova" Europa pós-unificação (sem dúvida, uma arrojada jogada político-administrativa, que parecia funcionar, se as coisas fossem imutáveis) é o bicho que todos tememos.
    Mas, que este modelo da Europa una faliu, é fato.
    E que cada país europeu vai precisar, doravante, respeitar a sua idiossincrasia, é patente, idem.

    :-)

    Morvan, Usuário Linux #433640.

    FrancoAtirador

    .
    .
    Caríssimo Morvan.

    O fato é que o neoliberalismo, sob às lideranças de Reagan e Thatcher, a partir dos anos 1980,

    através dos mecanismos das privatizações e da generalizada desregulamentação financeira,

    que permitiu, com o descontrole das relações interbancárias globalizadas, a fuga de capitais,

    sequestrou o Estado, tornando-o ingovernável, em qualquer país que o implementou.
    .
    .

    Lucas

    Espero que não. Espero que a União Europeia consiga se manter, abandonando o neoliberalismo. Ou, pelo menos, que acabe e das suas cinzas surja uma união mais igualitária do que a atual (que, sejamos honestos, é menos uma União Europeia e mais um Império Franco-Germânico). Não há futuro para a raça humana sem a derrubada das fronteiras e a união das nações.

    Mas agora é esperar pra ver.

    Morvan

    Boa noite.
    Mas, Lucas, o conceito de "União Europeia" remete contra o fortalecimento das nações, enquanto tais. As nações devem se unir, sim, mas sem passar por cima de suas idiossincrasias. Este modelo ruiria não é só por causa do cap[i|e]talismo! É porque as nações têm personalidades e não se pode remeter contra elas.
    Veja o caso do Mercosul; os países têm uma zona de baixa proteção aduaneira, mas não deixam de ter suas especificidades.
    A engenharia do / da Euro fica linda (no papel). No real, as coisas são diferentes…

    #Edit: retirada post sobre chacina.
    :-)

    Morvan, Usuário Linux #433640.

benevenuto nadal

Os EUA e Europa, bebem agora o veneno que eles sempre impuseram aos países pobres. Considerando que eles sempre fizeram isso conosco, nos tempos que éramos governados por neoliberais, e nós não tínhamos nem o direito de questionar, vamos ver como eles se saem… Deixemos eles aprendam a "assoviar e chupar cana" ao mesmo tempo, depois a gente dá uma colher de chá, através do FMI, é claro, como bem disse a nossa presidenta.

Francisco

Ensino história e gosto de dizer a meus alunos (desde que iniciei a ensinar, há mais de vinte anos): os dias mais decisivos do nosso planeta estão acontecendo hoje. Digo: no futuro tudo o que aconetce hoje e mês passado será chamado de "claro sinal dos tempos". Digo todos os dias pois todos os dias a história nos ronda, nos fuça.
A eleição de Kirschiner, de Lula, a ação do G20 em 2008, a eleição de Dilma. A frase de Dilma: "Se nem eles estão colocando dinheiro na Europa porque é que eu vou botar?", em retrospecto será um colosso!

Perdeu o carro da história quem ficou combatendo "petralhas" e "lulopetistas" entre outras miragens. A história é grande e é, principalmente, cotidiana.

    EUNAOSABIA

    Tenho pena dos seus alunos.

    Estou falando sério.

    Tenho pena de quem "aprende" o que o senhor "ensina".

    Rafael

    Tenho penda de vc que aprendeu um monte de bobagens.

    Dallas Green

    E Ele disse alguma mentira?
    Enquanto uns passam anos sem saber se abraçam ou não o legado liberal de FHC, enquanto uns ainda perdem tempo tentando justificar a ditadura, enquanto uns ainda acham que o brasil não tem futuro, enquanto uns ainda vivem na guerra fria combatendo petralhas.. o mundo mudou, é hora de pensar o futuro, é a grande Chance do Brasil.
    Enquanto uns batem o pé a roda da história gira.
    Quando vc acordar, se arrepender de não ter vivido plenamente esse momento de mudança, e de não ter podido contribuir com o futuro.
    De o braço a torcer mudar faz parte da vida

    Jorge Nunes

    A história está acontecendo e você dormindo.

    Luiz (o outro)

    Tenho pena de quem é obrigado a conviver com você.

    Morvan

    Bom dia.

    Isso mesmo, Francisco. Parabéns, a você a aos seus alunos, que têm um facilitador tão clarividente.
    Afinal, como dizia um certo Karl Marx, "Os homens fazem a sua própria história, mas não a fazem como querem, não a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado.".

    Estamos, assim, tecendo a trama que vai ser desenrolada pelas gerações vindoiras.

    :-)

    Morvan, Usuário Linux #433640.

    Scan

    Francisco, acho isso uma idiossincrasia que não deveria ser passada aos alunos.
    Quem viveu durante a Revolução Francesa, a Russa, a Primeira e Segunda Guerras, a Comuna, a Guerra dos 100 anos, Termópilas, etc. certamente teve a mesma sensação.
    Aqueles também foram dias decisivos.
    A História é sempre decisiva…
    []'s

    EUNAOSABIA

    Profundo, você não?

    Costuma ler o quê?

    Rimavicar

    O pensador da pós modernidade o polonês Zigmunt Bauman, concorda que estamos em um divisor de águas. As crises se sucederão porque, a cultura do consumo consequentemente, trará novas crises após outras. A maneira como medimos o nosso prazer é responsável pelos males que assolam e assolarão a humanidade. Especialmente os ególatras narcisistas que se veem como superiores. A população mundial aumenta e divide seus espaços com a agropecuária, com as florestas, com o lixo que produz; consome mais alimentos, mais água. Consequentemente, daqui a 100 anos… (pense um pouco).

@CasaTolerancia

Será que o Sachs lê o blog da Casa de Tolerância? Veja o texto postado em 04 de novembro:

G20 Personagens a Procura de um Autor http://casatolerancia.blogspot.com/2011/11/g20-pe

A Cúpula do G20 encerrou-se nesta sexta-feira, 04 de novembro, com um sentimento de decepção sendo apregoado pela imprensa brasileira. A cúpula teria sido realizada em um clima de tensão provocada pela situação grega e fracassado na tentativa de viabilizar o Fundo Europeu de Estabilização.

Sob a ótica dos BRICS, porém, não há como considerar frustrante o encontro. O provável desenrolar dos eventos poderá deixar mais claras as oportunidades do Brasil na nova ordem mundial.

Uncle Sam

Mas como? Esse imbecil do Jeffrey não lê os jornais e revistas brasileiros? Corrupção, drogas (agora é o crack…), Universitários baderneiros, inflação, Enem, saúde… Sempre achei esses gringos loucos; não levam mais à sério as Famiglias midiáticas brasileiras…

FrancoAtirador

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Ex-guerrilheiro sandinista Daniel Ortega se reelege na Nicarágua com 66% de apoio popular.
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    EUNAOSABIA

    Problema deles.

    Lula não é de esquerda e deu total continuidade a mesma política econômica de FHC, vou reclamar do quê?

    Por incrível que pareça quem quer fugir disso é a Dilma….

    Saudações.

    Dallas Green

    Me desculpe, talvez no primeiro mandato sim, a politica de Lula foi semelhante a de FHC, afinal o pais estava refem de acordo com FMI, e não havia espaço pra mudanças bruscas.
    Já no segundo mandato, teve o PAC, teve as investidas das estatais, teve as politicas anti-ciclicas de 2008, ou seja uma guinada "Desenvolvimentista", se você lesse jornais saberia disso.
    A Guinada desenvolvimentista agora se acentua com a nova politica do BC, até o final do mandato de Dilma o Brasil estará completando sua mudança de trajetória.
    Abrs

    Mário SF Aives

    É isso mesmo, Dallas. Você disse tudo. Mas eu diria ainda algo mais: lembra aquele inesquecível "esqueçam tudo o que escrevi"? Pois aquilo era claro e, o pior, era isso mesmo o que se tinha a fazer. Desenvolvimentismo?!! Como, com que partido? Com o PSDB? Não, não seria nem de longe possível. O melhor a fazer seria mesmo fazer o que se fez, ou seja, adotar de vez a cartilha neoliberal ditada pelo Consenso de Washington. Pra platéia era o nhén-nhén-nhén petista!
    Pois é, é como diz o pessoal do condomínio fechado: quem não gosta de brincar não desce pro play!

    edv

    Igualzinha.
    Pena que a igualzinha de FHC deixou a nação de joelhos.
    E a de Lula, em pé, de cabeça erguida.
    E por quê vc não gosta dele?
    Porque ele não se "relacionou" assim assim com o Clinton?

    Rimavicar

    As coligações partidárias são necessárias para uma transição de governos neoliberais e viciados para governo de esquerda. A natureza não dá saltos e o progresso é inexorável.

    luiz pinheiro

    Frente Sandinista fez 59 dos 91 deputados.

    leandro

    General Otto Pérez vence eleições na Guatemala
    De acordo com o Supremo Tribunal Eleitoral do país, Otto Pérez obteve 53,74% dos votos no segundo turno das eleições

Pablo Castro

Não há saída sustentável, nem essa que o autor propõe, porquanto a crise do capital é terminal e advém de uma ausência de lucratividade na economia real, em última instância. É o jogo do perde-perde, um buraco sem fundo, que não foi casual ou circunstancial, ou fruto de problemas morais, não, é fruto necessário das contradições internas do sistema capitalista financeiro.

    Bonifa

    Não esqueça, segundo Lênin, não existe crise final do capitalismo, a não ser que haja uma (nítida) alternativa. O capitalismo se reinventará, mesmo que tenha de destruir metade do mundo. Ou, no limite, destruirá o mundo inteiro. Por esta razão, são muitas as esperanças que se depositam no movimento anti-capitalista americano, o único que verdadeiramente importa, já que o europeu é um poço de indignação desorientada. Mas ele, o movimento americano, ainda está longe de se mostrar como uma nítida alternativa.

    luiz pinheiro

    "O movimento anti-capitalista americano, o único que verdadeiramente importa"?
    Discordo total. Os movimentos do mundo inteiro importam também.

eunice

Esse Sacks é aquele deputado inglês que pegou 4 anos de cadeia por corrupção em 2001?

    Maurício

    Não, ele é professor da universidade de Columbia nos EUA:
    http://www.earth.columbia.edu/articles/view/1770

    edv

    Não Eunice, Sachs é um economista americano…
    Ou vc só tá querendo encher o Sacks?

    Morvan

    Bom dia.
    Edv, esta foi dila. Polegar para cima. Belo trocadilho.

    :-)

    Morvan, Usuário Linux #433640.

    eunice

    Não mesmo. Lembrei-me do nome. É Jefrey Archs o bandido. Bandido de lá é preso, às vezes.

    Tobias Reis O. LLory

    "Bandido de lá é preso, às vezes"

    aqui, acaba sendo eleito…

    edv

    Nos EEUU e Reino Unido também, como em geral no resto do mundo.
    A diferença é a dose…

    Daniel

    http://lmgtfy.com/?q=Jeffrey+Sachs+Wikip%C3%A9dia

    Difícil né?

    Geysa Guimarães

    Eunice:
    Este Sachs é economista, e americano. E sempre recomendou a taxação dos ricos no Brasil.

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