Israel cometeu um erro que custará muitas vidas de “inocentes de ambos os lados”

Tempo de leitura: 3 min

Líder militar do Hamas, Ahmed Jabari, foi assassinado em meio às conversações sobre uma trégua de longo prazo. Para o pacifista israelense Gershon Baskin, que ajudou na mediação com o Hamas para a libertação do soldado Gilad Shalit, Israel cometeu um erro que custará as vidas de “pessoas inocentes de ambos os lados”. Horas antes de ser assassinado, Jabari recebeu o rascunho de um acordo permanente de trégua com Israel, que incluía mecanismos para manter o cessar-fogo.

Nir Hasson, no Haaretz, via Carta Maior

Tel Aviv – Horas antes de o homem forte do Hamas, Ahmed Jabari, ser assassinado, ele recebeu o rascunho de um acordo permanente de trégua com Israel, que incluía mecanismos para manter o cessar-fogo, em caso de uma escalada entre Israel e as facções da Faixa de Gaza. Isso é o que diz o militante pacifista israelense Gershon Baskin, que ajudou a mediar o acordo entre Israel e o Hamas para a libertação de Gilad Shalit e, desde então, mantém relações com líderes do Hamas.

Baskin disse ao Haaretz nesta quinta-feira que altos oficiais de Israel sabiam de suas relações com o Hamas e com a inteligência egípcia com vistas à formulação de uma trégua permanente, mas mesmo assim aprovaram o assassinato.

“Eu penso que eles cometerem um erro estratégico”, disse Baskin, um erro “que custará a vida de um número considerável de pessoas inocentes em ambos os lados”.

“Esse sangue poderia ter sido poupado. Quem tomou essa decisão deve ser julgado pelos eleitores, mas para o meu lamento, eles terão mais votos por causa disso”, acrescentou.

Baskin conheceu Jabari quando serviu como mediador entre David Meidin, o representante israelense das negociações pela libertação de Shalit e Jabari. “Jabari era o encarregado todo poderoso. Ele sempre recebeu as mensagens via uma terceira parte, Razi Hamad, do Hamas, que o chamava de Senhor J.”.

Por meses, Baskin enviou mensagens antes da formulação do acordo. Ele manteve um canal de comunicação aberto com Gaza até mesmo após o acordo de libertação de Shalit estar completo.

De acordo com Baskin, durante os últimos dois anos, Jabari internalizou o entendimento de que a rodada de hostilidades com Israel não beneficiaria nem o Hamas nem os habitantes da Faixa de Gaza e só causaria sofrimento, e muitas vezes intercedeu para evitar ataques do Hamas contra Israel.

Ele disse que até mesmo quando o Hamas foi levado a participar do lançamento de foguetes, os seus foguetes eram sempre dirigidos a áreas abertas. “E isso era intencional”, esclareceu Baskin.

Nos últimos meses, Baskin esteve em contato permanente com representantes do Hamas, com membros da inteligência egípcia e também com oficiais de Israel, cujos nomes ele se recusa a divulgar. Há alguns meses Baskin apresentou ao ministro da defesa Ehud Barak um rascunho de um acordo preparado para constituir uma base para uma trégua permanente entre Israel e o Hamas, que evitaria as repetidas trocas de tiros.

“Em Israel”, disse Baskin, “eles decidiram não decidir, e nos meses recentes eu tomei a iniciativa de fazer pressão de novo”. Nas últimas semanas ele retomou os contatos com o Hamas e com o Egito e só nesta semana ele esteve no Egito e se encontrou com altos dirigentes do aparelho de inteligência e com um representante do Hamas. Ele disse que ficou com a impressão de que a pressão dos egípcios sobre os palestinos para pararem de lançar foguetes era séria e sincera.

“Ele estava na linha de tiro, não era um anjo nem um homem justo da paz”, disse Baskin sobre Jabari e de seus sentimentos no começo da matança, “mas seu assassinato também matou a possibilidade de se chegar a uma trégua e com a capacidade dos mediadores egípcios funcionarem. Depois do seu assassinato eu falei com as pessoas em Israel iradamente e eles me disseram: ‘nós escutamos você e estamos ligando para perguntar se você escutou alguma coisa dos egípcios ou de Gaza”.

Desde o assassinato de Jabari, Baskin tem estado em contato com os egípcios, mas não com os palestinos. De acordo com ele, os egípcios estão de cabeça fria. Eles disseram que é necessário deixar o sangue acalmar. “As pessoas da inteligência egípcia estão fazendo o que estão fazendo com a permissão e a autorização do regime e aparentemente acreditam muito no seu trabalho”, diz ele.

“Eu estou sobretudo triste. Isso é triste para mim. Eu estou vendo gente ser assassinada e é isso o que me entristece. “Eu digo a mim mesmo que com cada pessoa que é morta estamos engendrando a próxima geração de odiadores e terroristas”, acrescentou Baskin.

Tradução: Katarina Peixoto


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Comentários

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Ega

Se repente Israel ataca sem provocação o Hamas. Mata um dirigente do governo de Gaza e provoca a reação palestina, frágil frente ao poderio israelense. Israel convoca “oficialmente” 70 mil reservistas e mobliza suas poderosas forças armadas. Só os mais ingênuos não percebem que o que está ocorrendo é uma cortina de fumaça, uma “diversão” no jargão militar, com o objetivo de esconder a preparação israelense para um ataque ao Irã.

Jair de Souza

Estimado Luca K, gostei bastante de seu comentário que esclarece a questão da ilegalidade (mesmo formal) do Estado de Israel tal como ele foi criado. Lamentavelmente, e nós sabemos disto, as leis só são cumpridas quando os que detêm o poder de fato estão de acordo com elas. Por várias razões, muitas de caráter racista – era uma oportunidade de tirar da Europa o “problema judaico” e transladá-lo a outra região – outras por sentimento de culpa pelo monstruoso massacre em que milhões de judeus (assim como muitos milhões de seres humanos de outras etnias) foram trucidados em solo europeu, e até mesmo por interesses estratégicos – a constituição de um posto de avançada da “civilização” ocidental no Oriente Médio , os países europeus tinham interesse na criação do Estado de Israel. Portanto, nenhuma análise me parece acertada se a mesma não levar em conta a responsabilidade fundamental das potências europeias e suas forças políticas (de todas as espécies – direita, centro e esquerda) no surgimento do drama do povo palestino. Vou repetir alguns dos argumentos que expus em outras ocasiões acerca desta responsabilidade europeia.

A perseguição milenar da qual os judeus foram vítimas foi perpetrada quase sempre por Estados e outras forças políticas europeias, jamais pelos palestinos. É só relembrar: a expulsão de fins do primeiro centênio de nossa era teria sido ocasionada pelas tropas do Império Romano (isso no caso de que tivesse realmente acontecido e não fosse tão somente uma lenda). Qual a participação de proa que os palestinos, ou mesmos os árabes em geral, teriam tido nela? Nenhuma! Já as perseguições sérias a que os judeus foram comprovadamente submetidos se deram principalmente na Europa.

Hitler, só para citar um de seus grandes algozes, não era nenhum líder árabe ou muçulmano. Portanto, não há nenhuma razão moral que possa justificar que os judeus europeus (não alteraria em nada a questão, mas os judeus azkenazis nada têm de semitas, seu único ponto em comum com os antigos povos hebreus é a adesão ao judaísmo, ao qual chegaram por conversão) tenham recebido de seus constantes perseguidores o direito de ocupar uma terra pertencente a outros povos, os quais a habitavam harmoniosamente há milênios, inclusive com os judeus de origem semita que lá estavam e nunca tinham tido problemas sérios com os demais grupos étnicos.

As potências europeias resolveram pagar suas dívidas para com seus conterrâneos de religião judaica oferecendo-lhes como compensação as terras de outros povos. Ou seja, decidiram expiar seus pecados com o sangue alheio.

Também é preciso ressaltar que os milhões de judeus que foram barbaramente assassinados na Europa pelas forças nazi-fascistas eram em sua esmagadora maioria opostos aos planos dos dirigentes sionistas, os quais pretendiam retirá-los para algum outro local para que servissem como carne de canhão na criação e manutenção de um Estado que atendesse aos interesses da grande burguesia judaica.

Somente depois de a maioria dos judeus europeus ter sido trucidada pelo regime hitleriano (o qual era admirado pela cúpula sionista alemã, é bom lembrar) é que a adesão ao sionismo entre as comunidades judaicas cresceu.

Se as potências europeias tivessem decidido entregar aos sionistas uma parte da Alemanha (por exemplo, a Baviera) para que construíssem ali o seu Estado, a gente até poderia tragar a medida. Afinal, foram os dirigentes do Estado alemão e suas forças militares e políticas que comandaram a execução do bárbaro genocídio contra os cidadãos europeus de religião judaica. A penalização de ceder uma parte de seu território àqueles que foram perseguidos e massacrados por forças germânicas, embora injusta em relação aos alemães que não tinham participado do plano, poderia ser entendida como algo mais ou menos aceitável.

Mas, o que ocorreu foi que os perpetradores se safaram e deixaram o castigo para quem nada tinha a ver com o problema. É dái que vem o conflito israelense-palestino. Os europeus têm toda a responsabilidade em sua origem.

    Maria Augusta Bittencourt

    Muito bem esclarecido. Obrigada. Acho que essa questão é fundamental de ser dita e repetida, especialmente o aspecto de que a civilização ocidental judaico-cristã tinha todo o interesse num braço avançado sobre o Oriente. Os judeus faziam juz a uma compensação, sem dúvida, mas não a qualquer compensação, de quem não lhe devia nada. Foi um oportunismo compactuado por todas as partes e por isso compreendo que a Europa e os EUA dividem com o governo israelense a responsabilidade pela matança, pela desigualdade, pela brutalidade continuadas. Essa guerra hipócrita de Israel é uma concentração da política dos grupos dominantes genocidas ocidentais.

Urbano

O mundo já se encontra cansado de tantos ‘erros’ israelitas…

wendel

É como diz Ilan Pappe: “Ser sionista e ser bom são coisas que se contradizem”.

Regina Braga

Não houve erro nenhum.Foram ações deliberadas ao longo de décadas.Mas quem sempre leva, são mesmo os inocentes.Israel é arrogante,inconsequente e autoritário.

florival

Se por um lado é uma bestialidade achar que todo israelense concorda com a belicosidade, parece a mim uma bestialidade maior achar que os dirigentes israelenses fazem guerra sem o apoio da grande maioria do povo.

Não me parece razoável colocar o povo que elege os senhores da guerra como vítimas ansiosas por paz.

É tudo muito triste. Imagino que seja uma tristeza incomensurável para a parcela, ainda que menor, lúcida e humana, que vive em israel assistindo o massacre dos “gentios” dentro e fora do estado.

Em algum momento da história o arsenal atômico de israel não será suficiente para manter a guerra.
Não é diferente do que ocorre nos EUA.

Aguardo pela paz.

    Paulo Henrique Tavares

    Perfeito, assino embaixo.
    Essa guerra dos judeus (mais uma) é só para eleger mais dois ou três deputados nazistas no knesset

Jose Mario HRP

Olha, não estou recomendando esse link, mas é uma mostra do que Israel com sua vilania provoca.
Manter a Palestina sob seu tacão é a mais sórdida canalhice que um estado pode fazer contra um povo desorganizado!

http://www.guerrasionista.com/pt/

Gilberto

Seria um erro se Israel buscasse a paz… como Israel quer a guerra para financiar sua poderosa industria belica (assim como a americana), esse assassinato não foi um erro, foi uma forma de fomentar a guerra.

quanto a mortes de inocentes dos dois lados, só pode ser piada… vamos ver quantos palestinos vão morrer para cada Israelita morto… isso para quem fomenta a guerra são “perdas aceitáveis”…

lamentável… pior é que nem sei o que consumo deste pais (Israel) se soubesse, boicotaria imediatamente

Fabio Passos

Estarrecedor:

“Livro escrito por rabinos afirma que matar não judeus não é crime e justifica até o assassinato de bebês”

http://blogdobourdoukan.blogspot.com.br/2012/11/livro-escrito-por-rabinos-afirma-que.html

“Um livro que está fazendo sucesso em Israel diz que assassinar um não judeu não é crime.

O nome do livro é A Torah dos Reis.

Seus autores são dois rabinos, Yitzhak Shapira e Yosef Elitzur.

E o mais grave é que o tal livro teve apoio de dois dos principais rabinos de Israel: Dov Lior e Yacob Yousef.

Além de afirmar que matar não judeu não é crime, a obra( se assim podemos denominá-la) ensina que matar bebês não judeus também não é crime.

Mas atenção!

De acordo com o livro, os bebês só deverão ser assassinados se houver suspeitas de que elas poderão se tornar terroristas quando crescerem.

    Jair de Souza

    Estimado Fábio Passos, recomendo a leitura do livro “História Judaica, Religião Judaica”, de Israel Shahak. Você pode obtê-lo através do seguinte link: http://archive.org/details/IsraelShahak-HistoriaJudaicaReligiaoJudaica . Vale a pena ler esta obra de um grande humanista judeu. Ao mesmo tempo que ele nos revela a que ponto de montruosidade os sionistas e os fanáticos religiosos podem chegar, também nos deixa a esperança de saber que nem todos os judeus compactuam com os crimes cometidos pela máquina de matar nazi-sionista. Há os envergonhados, que defendem o Estado assassino de Israel, mas não têm coragem de dizê-lo abertamente. E há também os que agem de acordo com os comandos de defesa incondicional de Israel. Eles sabem bem que em certos meios (como o nosso de Viomundo), não é possível conseguir nada apresentando-se como defensores dos crimes sionistas. Por isso, o que eles tentam fazer é equiparar os dois lados. Eles querem que aceitemos que ali há um confronto entre duas forças brutas equiparadas. Assim, a responsabilidade seria dos dois bandos. Ou seja, Israel não é bonzinho, mas o outro lado também não é. Sendo assim, a gente não teria por quê tomar partido por um ou outro lado. E, consequentemente, tudo continuará como está.

    Fabio Passos

    Não tenha dúvida.
    Tentar igualar opressor e oprimido é mais uma covardia dos sionistas declarados ou enrustidos.

    Toda a solidariedade ao Hamás: A resistência do gueto de Gaza.

    beto_w

    Ai ai… Sempre que ressurge o assunto do conflito no Oriente Médio, aparecem menções a esse livro, ou a um suposto conteúdo secreto do Talmud, ou algo assim. Parece que as pessoas querem provar que todos os judeus são preconceituosos e que o ódio a não-judeus faz parte da religião. E o nosso amigo Fabio Passos (aliás, nosso não, mas apenas do resto dos leitores e comentaristas, pois ele já deixou claro em outra ocasião que me considera um nazista mentiroso) deveria tirar seus óculos de “Devoto de São Bordoukan” e ler o artigo de 2011 que o próprio São Bordoukan usou como fonte, usando seus próprios óculos de “Bordoukanificação da notícia”.

    Vamos ao contexto. Como eu já disse em outras ocasiões, este livro foi escrito por ultra-religiosos da extrema direita que vivem em assentamentos judaicos na Cisjordânia, o que já os coloca como minoria fanática. A bem da verdade, há um trecho no artigo que o Bordoukan afirma ter lido que diz: “Embora os dois rabinos tenham forte apoio entre colonos de orientação ideológica mais acentuada na Cisjordânia ocupada, eles também foram defendidos por integrantes de setores mais amplos da comunidade religiosa.” Note que o que está sendo dito é “setores mais amplos da comunidade religiosa” (grifo meu), e não da sociedade israelensde em geral. E tampouco se diz que todos os religiosos defendam as idéias desse livro nefasto, mas que os rabinos que endossaram o livro foram defendidos por integrantes de outros setores do espectro religioso que não o ultra-ortodoxo de extrema direita. Existem várias correntes da religião judaica, algumas mais radicais, outras mais modernas, umas de direita, outras de esquerda.

    Um pouco mais abaixo, o artigo menciona depoimentos de algumas pessoas entrevistadas que se encontravam em uma manifestação de apoio aos rabinos Dov Lior e Yacob Yousef – dois proeminentes rabinos da ala ultra-ortodoxa de extrema direita, que haviam sido detidos pela polícia israelense após não comparecerem a uma intimação para inquérito. Um dos entrevistados sequer leu o livro, e disse apenas que estava protestando contra “a idéia de restringirem a Torá”. Os outros realmente me preocupam, por acharem que esse livro apresenta idéias teóricas que são absolutamente desconexas da vida real – o que não é bem verdade, dadas as ações violentas dos colonos nos últimos anos, destruindo plantações de palestinos, pichando ameaças em mesquitas e depredando instalações do exército de Israel que estavam tentando impôr um limite a suas ações.

    Ainda mais abaixo, o artigo menciona, em contrapartida, opiniões contrárias ao livro. A seção se inicia com a seguinte frase: “Uma enquete informal feita pela BBC no mercado Mahane Yehuda, em Jerusalém ocidental, ilustra a diferença entre a minoria religiosa e a maioria secular.” (novamente, grifo meu). Mas parece que São Bordoukan não precisou ir até o final do artigo para chegar a suas conclusões e colocar um resumo raivoso em seu blog.

    Pois bem, supondo que o livro tivesse o apoio de 50% da comunidade religiosa ortodoxa de Israel, e considerando que os ortodoxos são aproximadamente 20% da população judaica, e que aproximadamente 75% dos israelenses são judeus, teríamos numa continha básica que o tal livro é apoiado por 10% da comunidade judaica local, e por 7,5% da população israelense em geral. Portanto, cai por terra a afirmação de que os autores do livro “contam com o apoio de grande parcela da sociedade israelense”, como menciona São Bordoukan em sua última frase.

    Sendo assim, não sei daonde São Bordoukan tirou a conclusão de que o livro está “fazendo sucesso” em Israel. Aliás, pelo contrário. O livro é tratado em Israel pela mídia, pela polícia e pela população em geral como um caso de incitação à violência. Tampouco encontrei nenhuma menção no artigo original ao fato de Lior e Yousef serem “dois dos principais rabinos de Israel”.

    Informação sem contexto é uma coisa muito perniciosa, e não sei se Bordoukan e Fabio Passos o fazem pois desconhecem o contexto, ou se ignoram de propósito, cegados por seu ódio.

    Miguel A. de Matos

    Muito esclarecedor.

J Souza

E agora, “com vocês”, uma velha conhecida da humanidade… a guerra!
Mais mentiras, mais bombardeios covardes, mais inocentes mortos…

paulo roberto

Não houve erro estratégico algum, o governo de Israel quer a guerra. A eles não interessa a Paz. E, cá pra nós, já repararam que os mísseis palestinos sempre caem em área desabitada? Ou os caras são muito ruins de mira ou é o próprio Israel quem está lançando estes mísseis para justificar os ataques à Palestina. Para uma gente que ensina aos filhos que eles são o único povo escolhido por Deus, mentir faz parte da cultura…

Julio Silveira

Esse assassinato nada mais é para mim que uma provocação ao Irã. Para que os dirigentes desse país se arvorem e apressem algum ato hostil contra Israel, lhes dando os motivos e a seus parceiros Yankes, para um ataque tendo a justificiativa perfeita para um apoio dos seus alcoviteiros da Europa. Com certeza as coisas nesse nivel não acontecem por acaso, cada ato agressivo como esse é estritamente medido e pensado.

    beto_w

    Júlio, não acho que seja o caso. Esse assassinato foi uma resposta à pressão popular israelense por uma atitude contra as centenas de mísseis Qassam que foram lançadas de Gaza nos dias anteriores. O povo cobrou uma atitude, e os dirigentes, de olho nas próximas eleições, resolveram apelar para assassinato e bombardeios desmedidos. Aí a coisa degringolou de vez.

    Não acho que o Irã vá se envolver na atual conjuntura. Eles só irão reagir caso sejam diretamente atacados. Atualmente, estão em uma posição confortável, assistindo o desgaste do já ínfimo prestígio internacional de Israel, enquanto não são diretamente afetados, já que o Hamas não é de facto iraniano, apesar de boa parte de seu financiamento vir de lá.

    Luca K

    Bem Beto, acho q vc sabe a diferença entre os primitivos rojões usados pelos palestinos e mísseis, certo? E centenas? Exagero hein! Agora, o principal, é a sequencia de eventos, a timeline dos incidentes. Fica claro q os israelenses, como quase sempre, foram os INICIADORES do conflito. Veja aqui o professor e autor Norman Finkelstein, sobre o assunto.
    https://www.youtube.com/watch?v=bpsS3rC4mpo
    Eu dei risada mesmo na hora q ele disse q o Netanyahu era um ‘MANÍACO’, KKKK
    []S

    beto_w

    Respondendo ao Luca (aparentemente há um limite de 3 níveis de resposta no site, então respondo aqui):

    Em primeiro lugar, me perdoe, acho que não me fiz entender corretamente. Não era nem de longe minha intenção de justificar o assassinato do dirigente do Hamas nem os bombardeios em Gaza, eu bem sei que cada ciclo de violência na região começa com atritos e conflitos localizados, geralmente em postos de controle, onde soldados israelenses humilham e acabam ferindo ou matando um palestino inocente. Isso obviamente causa revolta na população palestina, que começa a apoiar o lançamento de foguetes, coisa que as milícias palestinas logo fazem por vingança, o que causa revolta na população israelense, que começa a apoiar ataques à faixa de Gaza para “impedir ataques terroristas”, e já temos uma nova escalada do conflito, com Israel bombardeando e matando a torto e a direito.

    Minha intenção era responder ao Julio que o assassinato de Jabari, e os bombardeios que estão acontecendo em Gaza, não são “medidos e pensados” pela cúpula (ou seria crápula?) israelense para provocar o Irã a agir, mas sim uma busca por popularidade em período de eleições no parlamento, através de uma “reação” ao que os israelenses enxergam como uma agressão a seu país.

    Quanto aos foguetes Qassam utilizados, sim, eu sei que são primitivos e mal se comparam ao poderio bélico de Israel, tanto que as mortes de civis israelenses são bem mais baixas, já que esses rudimentares mísseis não dispõem de capacidade de teledirecionamento e raramente acertam algum alvo. Sei também que as crateras por eles deixadas são do tamanho de uma bola de basquete, e seu raio de ação é de apenas alguns metros, mais devido a estilhaços do que à explosão em si. E que cada uma das bombas que Israel joga em Gaza é capaz de arrasar um quarteirão inteiro.

    Mas por mais que apenas um Qassam tenha causado mortes, houve sim centenas de disparos nos dias que antecederam a ação israelense. A maioria deles não atinge nada, ou é interceptada pelos equipamentos anti-mísseis de Israel. Mas mesmo assim, soam os alarmes, e a população civil israelense corre para os abrigos, assustada. Isso causa um desgaste, e a população acaba demandando uma atitude do governo – que, em época de eleição, não se faz de rogado.

    Sei que nada disso se compara à dor e sofrimento dos palestinos, que além de não terem abrigos para se protegerem, ainda assistem impotentes à destruição de seus lares, de seus familiares e de suas vidas. Mas o que quero mostrar é que, como é da natureza humana, os israelenses, amedrontados, se julgam as vítimas, e exigem retaliação, não percebendo ou até relevando o preço que essa retaliação significa.

    Novamente, não pretendo justificar nada, nem defender ninguém, nem tentar equiparar o sofrimento das populações civis de ambos os lados, só quero expôr parte do mecanismo que levou a essa escalada, que na minha opinião não é planejada para atacar o Irã, mas sim para angariar votos para a ala de extrema direita em Israel.

FrancoAtirador

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Enquanto a questão religiosa

for posta acima da questão política,

não haverá paz no Oriente Médio.

E PAZ É O QUE OS EUA NÃO QUEREM.
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augusto2

Espero sinceramente que nao estejamos pedindo aqui que o Hamas em Gaza e o hesbollah no Libano parem de tentar obter armas, pçs de reposiçao e novos artefatos seja lá onde for.
Eu acho que eles tem seus motivos e suas compras sao bem modestas.
E proponho que uma ONG pacifista faça uma nova Flotilha para Gaza com suprimentos pacificos e ponha como participantes lá dentro, em seu navio, tres caras: Jimmy carter, Nelson Mandela e Lula da silva.
Ai vamos ver o que o IV Reich de tel aviv vai fazer.
a proposta está ai. Alguem mais bem relacionado se habilita?

Jose Mario HRP

Israel é arrogante e inclemente.
Gaza estava em recuperação economica mesmo que fraquinha, mas agora as condições de vida vão ficar mais difíceis.
Um novo massacre pode estar por vir.
Mais velhos, crianças e inocentes vão morrer!

FrancoAtirador

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OPERA MUNDI

Movimento brasileiro promove ato público em solidariedade à Palestina

Caminhada pela Avenida Paulista, em São Paulo, ocorrerá nesta sexta-feira (16/11)

Diante da recente intensificação dos ataques de Israel à Faixa de Gaza, o movimento brasileiro “Palestina para tod@s” decidiu organizar um ato público de solidariedade em São Paulo nesta sexta-feira (16/11).

A concentração ocorrerá no vão livre do Masp (Museu de Arte de São Paulo) e os manifestantes pretendem caminhar até a esquina da Rua Augusta com a Avenida Paulista.

http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/25455/movimento+brasileiro+promove+ato+publico+em+solidariedade+a+palestina.shtml

Antonio

A cada aproximação de eleições em Israel ocorre uma escalada de violência praticada pela cambada nazista que governa o país que pouco liga para a população judia ou árabe.
Têm a única intenção de se manter no poder porque são lacaios da industria de armamentos que fatura muito com o desenvolvimento de armamentos, cada vez mais sofisticados.
Estes governantes israelenses são verdadeiros nazistas, em nada diferem daquilo que dizem combater e que justicou a criação do estado israelense.
Uma vergonha para o povo judeu que tanto contribuiu para o desenvolvimento humano em todas as épocas.
Verdadeiros assassinos, poderiam usar a suatica sem nenhuma vergonha, aplicam a mesma cartilha!

    Roberto Weber

    Eu até já estou achando que comparar o que Israel está fazendo aos palestinos com o que sofreram nas mãos dos nazistas é um deboche…Por que? Porque Israel talvez seja o único povo do mundo que nunca, eu disse nunca! Nunca poderia fazer a outro povo, no caso o povo palestino, o que sofreu nas mãos dos nazistas, nos guetos e nos campos de concentração que, na prática, é o que acontece em Gaza. Cercada por todos os lados e sempre à mão de algum político F da P que esteja tentando a reeleição, é um alvo fixo, que não pode esconder-se, não pode sair de onde está. Infeliz povo palestino, que depende da “boa vontade” judaica/sionista/americana.
    E aproveito para fazer a pergunta final: para que serve mesmo a ONU?

ZePovinho

Nesse conflito,ao que parece,e como dito por aqui há vários anos,a paz não interessa para poderosos dos dois lados.Do lado judeu,o Pentágono fornece armas que ficam como dívida nas costas dos israelenses mais humildes.Do lado árabe,russos e chineses fazem a mesma coisa e a dívida fica nas costas dos árabes mais humildes.

    R Godinho

    Estas redondamente enganado. Israel, no que tange às armas usadas contra os palestinos, é grandemente independente dos EUA. Mísseis, tanques, canhões, drones, fragatas, submarinos, contratorpedeiros e corvetas, nisso tudo os israelenses não precisam de fornecedor externo. Mesmo em aviões, são capazes de produzir boa parte das peças e equipamentos. Do que Israel precisa é da grana americana, porque sustentar sua máquina de guerra custa muito mais do que o PIB deles suportaria.
    Já do lá dos palestinos, pobres coitados… compram velhos AK-47 no mercado negro, C4 e TNT, e fazem rojões (pois é, os foguetes deles podem ser feitos no quintal de casa.) com alguns quilometros de alcance, sem mira ou precisão. Mais ou menos como os Katiuscha russos da 2ª guerra mundial, que eram artilharia de saturação, lançados às centenas sobre o campo inimigo. Não são mísseis, e não podem carregar grandes cargas explosivas, talvez o equivalente a, no máximo, umas cinco granadas de mão. Seriam perigosos para infantaria ou para civis, se o Hamas tivesse a capacidade de lançar centenas deles de cada vez. Acontece que não têm nem um décimo dessa capacidade.
    Israel é um Estado bandoleiro. O povo judeu recebeu – merecidamente – uma parte da partilha da Palestina. Os sionistas – coisa muito diferente do povo judeu – promoveram uma guerra de independência (1948) e tomaram dos árabes boa parte das terras que cabiam a esse povo, e, segundo os registros, com muitas atrocidades e rapinagem. Aí começa o drama dos refugiados. A guerra de 1967 estabeleceu novas fronteiras, com mais expansão territorial, dividindo Jerusalém em duas e gerando a ocupação da Cisjordânia e Gaza. Hoje em dia os palestinos aceitam essas fronteiras mas não as colônias ilegalmente criadas por Israel na Cisjordânia. E querem Jerusalém compartilhada, capital comum dos dois Estados. Mas o estado bandoleiro não quer saber disso.
    E, estranhamente, os EUA põem os interesses dos sionistas acima dos do Povo Judeu e dos seus próprios, pois uma paz acordada nesses termos poria fim a um foco de tensão permanente e a uma fábrica de ‘terroristas’.

    Luca K

    Quando se conhece o nível de infiltraçao dos sionistas em todos os escalões da política estadunidense, seu poder na mídia, sistema financeiro, mundo acadêmico, seus poderosos lobbies, fica fácil ver pq, por vezes, os interesses sionistas são colocados acima dos interesses nacionais dos EUA. Vc está no entanto enganado sobre a criação do Estado sionista. Não houve NADA justo nisso. Para que as pessoas possam entender melhor o assunto, ofereço uma traduçao grosseira – mas suficiente – de parte de um texto do veterano jornalista e autor britanico Alan Hart, que cobriu durante muitos anos o conflito árabe-israelense, inclusive para o programa Panorama da BBC. Ele é autor de vários livros sobre o conflito na Palestina:
    “[…]
    Mas primeiro um pouco de luz sobre a questão do direito de Israel de existir ou não.

    De acordo com a primeira versão ainda existente do rascunho da história judaico-cristã ou ocidental, Israel recebeu a sua certidão de nascimento e portanto, legitimidade, através da Resolução de Partilha da ONU de 29 de novembro de 1947. Isto é uma BOBAGEM.

    * Em primeiro lugar, a ONU sem o consentimento da maioria do povo da Palestina NÃO TINHA o direito de decidir dividir a Palestina ou atribuir qualquer parte do seu território a uma minoria de imigrantes estrangeiros a fim de que estes estabelessem um estado próprio.
    * Apesar disso, pela mais estreita das margens, e só depois de uma VOTAÇÃO FRAUDADA, a Assembléia Geral da ONU passou uma resolução para dividir a Palestina e criar dois Estados, um árabe, um judeu, com Jerusalém não fazendo parte de nenhum dos dois. Mas a resolução da Assembleia Geral foi apenas uma proposta – o que significava que poderia NÃO ter qualquer efeito, não se tornaria política, A MENOS que aprovada pelo Conselho de Segurança.
    * A verdade é que a proposta da Assembléia Geral para partição NUNCA foi enviada para o Conselho de Segurança para apreciação. Por que não? Porque os EUA sabiam que, se aprovada, só poderia ser implementada pela força, e o presidente Truman não estava preparado para usar a força para dividir a Palestina.
    * Assim, o plano de partilha TORNOU-SE INVÁLIDO e a questão do que diabos fazer sobre a Palestina após a Grã-Bretanha ter feito uma bagunça e se afastado foi levado de volta à Assembléia Geral para mais discussão. A opção favorecida e proposta pelos EUA foi de tutela temporária da ONU. Foi enquanto a Assembléia Geral estava debatendo o que fazer que Israel unilateralmente declarou-se em existência – na verdade desafiando a vontade da comunidade internacional organizada, incluindo a administração Truman.

    A verdade da época era que o estado sionista que (como já mencionei anteriormente) surgiu principalmente como conseqüência do terrorismo sionista e limpeza étnica, NÃO tinha o direito de existir e, mais ao ponto, NÃO PODERIA TER O DIREITO DE EXISTIR a menos … A menos que fosse reconhecida e legitimada por aqueles que foram despojados de suas terras e seus direitos durante a criação do estado sionista.

    Sob a luz do direito internacional apenas os palestinos poderiam dar a Israel a legitimidade que ansiava. E ESTA LEGITIMIDADE foi a única coisa que os sionistas não puderam tirar à força dos palestinos.”

    beto_w

    É, ZePovinho, quem paga a conta é o povo. E com sangue.

    Jair de Souza

    Deixe este papo-furado de querer equiparar a monstruosa máquina de matar do Estado assassino de Israel com o povo mais desarmado do mundo. Que armas são essas que os chineses, os russos e não sei mais quem estão entregando para os palestinos? Você tem medo de condenar os verdadeiros responsáveis pelas desgraças que estão acontecendo naquela região? Não venha com esta história de ponderação, equilíbrio e outros papos furados. A menos que você seja um defensor envergonhado do sionismo. Se você for judeu (não dá para saber, pois você não se identifica), não significa que tenha de apoiar a monstruosidade do sionismo. Aprenda de Ilan Pappe e outros grandes humanistas de ascendência judaica e deixe de lado vínculos étnicos (se é que eles existem neste caso) e assuma o lado humanista que todos devemos ter. Não dá para querer ser “sionista bonzinho”. É como diz Ilan Pappe: “Ser sionista e ser bom são coisas que se condradizem”.

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