Francisco Luis: No 13 de março, sinais de preparação de terreno para um novo Collor

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moro, o diabo e bolsonaro

Os sinais do 13 de maço:os tucanos chamados de corruptos e preparação de terreno para um novo Collor.

por Francisco Luis, especial para o Viomundo

Os atos no Brasil de 13 de março de 2016 cresceram e voltaram ao patamar de março de 2015, e as pesquisas apontam  dois pontos importantes: os protestos são dos mais endinheirados e que o ato na Paulista, mais do que pelo impeachment, foi contra a  corrupção.

Isso fez com que a oposição não conseguisse alcançar os seus objetivos, especialmente quando vivemos uma situação econômica que se deteriora e aumentam os ataques a Lula, feitos  por meio de diversas ilegalidades.

Claro, o PT e Dilma  também são atingidos, mas convenhamos isso não é a novidade, visto que isso vem acontecendo.

A grande novidade são as vaias aos tucanos, que governam o Estado de São Paulo há mais de 20 anos. Isso mostra que s críticas nas redes sociais a Alckmin e Aécio surtiram efeito e desgastaram as respectivas imagens.

A própria pesquisa Datafolha mostra o PSDB perdendo espaço entre os mais ricos e deixando de ser referência neste setor da sociedade.

Parte das vaias se relaciona à percepção de que todos partidos estão envolvidos na Lava Jato e que os políticos querem parar a investigação a todo o custo.

A tática do PSDB, sendo compartilhada tanto por Aécio quanto Alckmin, era bater bumbo contra o PT para desviar o foco das denúncias contra eles, como os escândalos da merenda, a lista de furnas e outras delações que atingem o senador tucano por Minas Gerais. Isto parece que não cola mais. Dessa forma, se coloca em risco a sobrevivência do próprio PSDB.

Creio que se aprofunda entre os mais ricos o sentimento pelo fim da polarização PSDB e PT. Isso atinge profundamente o PSDB, que tem seus votos concentrados neste espectro da população. E aponta para a busca de outras opções. Provavelmente se expressará nas urnas nas eleições municipais com o crescimento do voto em pequenos partidos, crescimento do voto na pessoa e maior fragilidade dos partidos. Este quadro de maior pulverização partidária tornará mais difícil governar , e isso vai ocorrer em todos os níveis da federação.

Por outro lado, chamo a atenção para a um ponto da análise de  Paulo Abrão, publicada aqui no Viomundo.

Concordo com boa parte de suas considerações, entre as quais a sobre o crescimento do movimento mais fascista em torno de Bolsonaro.  Isso significa que aumenta o risco de surgir um novo Collor  e termos uma “ditadura branca” com perseguições contra a esquerda.

O juiz Sérgio Moro, por sua vez, publicou mensagem a jornalistas da Globo, agradecendo o apoio, o que levanta a possibilidade de se apresentar como candidato em 2018. Curiosamente,  já há pesquisa de instituto do Paraná que o aponta com 17%.

Devo lembrar que em sua manifestação disse que se deveria ouvir as vozes da rua, o que levanta uma dúvida: ele está sinalizando  que irá deixar de ser seletivo e avançará sobre os tucanos e companhia?

Monica Bergamo, reforçando Noblat, aponta hoje que os políticos em geral querem tirar Dilma para interromper a Lava Jato antes que esta os atinga.

Não nós enganemos: o ataque é contra toda a esquerda. Por exemplo, as pichações contra a sede da UNE, do PCdoB e à invasão do perfil do deputado federal Jean  Wyllis (PSOL-RJ). A história ensina que, ante à crise brutal do capitalismo, a ditadura e o fascismo são saídas perfeitamente viáveis para os conservadores.

Neste momento, é fundamental a presidente Dilma proteger a sua base social.  Para isso, deveria começar por engavetar a reforma da previdência e tomar medidas anticíclicas para garantir o emprego. Sem melhorar a economia e proteger os pobres, não há saída para o governo federal.

De outro lado, para o PT o caminho é voltar a ser PT, ou seja, um partido de lutas, ligado umbilicalmente aos movimentos sociais e e volte a denunciar os absurdos que a direita faz. Só assim poderá sobreviver.O tempo de conciliação entre capital e trabalho acabou. Agora é tempo da luta de classes na rua.

Devemos concentrar todos os esforços em defesa da democracia, de Lula.  Ao mesmo tempo, cobrar do governo que proteja a sua base social para ter condições políticas para debelar a crise.

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