Paulo Abrão: Há um vácuo para politizar o debate. Adversário morto é o amedrontado
Tempo de leitura: 2 minPaulo Abrão: Porto Alegre mostrou que existia espaço para atos pacíficos e organizados da resistência. Foto: Daniel Isaia/Agência Brasil
Algumas conclusões do dia:
1. As manifestações foram dentro do controle. Não afetam o transcurso da administração institucionalizada da crise.
2. Não houve adesão massiva dos pobres, mas sim da classe média e alta. Do contrário haveria milhões e milhões nas ruas. Toda manipulação tem limites.
3. Moro é um novo herói nacional. Aécio sai diminuído. PSDB não capitalizou. Se Moro admitir sair candidato em eleições desmoralizará a Lava Jato e ficará caracterizado o seu viés político-partidário para o resto da história.
4. Houve menos espaço para pedidos de intervenção militar. Por outro lado, há uma explícita expansão de um pensamento fascista agressivo (Bolsonaro e seguidores).
5. A crítica é à política, de forma generalizada. Significa que há um vácuo para politizar o debate. E a esquerda é melhor nesse jogo.
6. Porto Alegre mostrou que existia espaço para atos pacíficos e organizados da resistência hoje. Adversário morto é o amedrontado. A mensagem veio do Sul: “Sí, se puede! Yes, we can! Ainda Podemos Brasil!”. Em gauchês: “Não tá morto quem peleia”.
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7. Imprensa escolheu traduzir as manifestações como pedidos de saída de Dilma. A linha ficou revelada no editorial do Estadão.
8. A oposição esperava muito mais de hoje. Gastaram muita energia e dinheiro e muito tempo de TV. Se está difícil para a situação, está difícil para a oposição também.
9. O campo político da situação (e a Frente Brasil Popular) agora tem que ter serenidade e ser capaz também de demonstrar a sua força nos atos que convocaram para o dia 18. Que sejam pacíficos também.
10. Todos nós do campo democrático temos que seguir no rumo da busca de uma saída democrática para a crise, valorizando a luta social.
* Paulo Abrão é secretário-executivo do Instituto de Políticas Públicas do Mercosul e ex-Secretário Nacional de Justiça
Comentários
C.Paoliello
Santayana, brilhante como sempre, fala do domínio do atraso:
http://www.redebrasilatual.com…
LUIZ
Não podemos nos esquecer que um país desiludido com a política, costuma produzir monstros. O exemplo é a Alemanha em 1933. Naquele contexto surgiu Hitler e toda a humanidade conhece esse desfecho. Vamos cuidar da política. Já temos de plantão Bolsonaro, ou seja, a pior escória que poderia aparecer. A irresponsabilidade de Aécio e seus asseclas, estão nos levando a isso. Respeitem as urnas e disputem eleições limpas em 2018. Porém, esse é o grande problema. Essa turma não tem voto.
Lukas
“6. Porto Alegre mostrou que existia espaço para atos pacíficos e organizados da resistência hoje.”
Você tá falando do churrasquinho de ontem? O churrasco de fim de ano da firma teve mais gente.
Tales
Então o pessoal da firma votou na Dilma pq ela foi a que teve mais voto na eleição! Respeite o voto da maioria da firma heheheeh
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