Centrais sindicais: Todos a Brasília pressionar governo Dilma

Tempo de leitura: 3 min

Foto Agnaldo Azevedo, arquivo CUT

CUT e centrais convocam Marcha a Brasília no 6 de março

23/01/2013

Marcha pela Cidadania, Desenvolvimento e Valorização do trabalho vai cobrar redução da jornada, fim do fator previdenciário, retomada do investimento público e contrapartidas sociais

por Leonardo Wexell Severo, no site da CUT

CUT, CGTB, CTB, Força Sindical, NCST e UGT vão somar energia para mobilizar dezenas de milhares de pessoas até a Esplanada dos Ministérios em Brasília, no dia 6 de março, “Em defesa da cidadania, do desenvolvimento e da valorização do trabalho”.

Reunidos na sede nacional da Central Única dos Trabalhadores na tarde desta quarta-feira (23), na capital paulista, dirigentes das seis centrais reiteraram a importância do sindicalismo brasileiro estar unificado para que retome o seu protagonismo e exerça pressão sobre o governo e o Congresso pela retomada do investimento público e em defesa da indústria nacional, fortalecendo o mercado interno e garantindo contrapartidas sociais.

“Fizemos uma análise econômica do momento e isso nos levou a uma pauta que aponta para a retomada do crescimento, com mais e melhores salários e empregos, garantindo e ampliando direitos”, explicou o secretário geral da CUT, Sérgio Nobre, que coordenou a reunião.

Entre as bandeiras do movimento, ressaltou o líder cutista, estão a redução da jornada para 40 horas semanais, que segundo estudos do Dieese tem potencial para gerar mais de dois milhões de empregos; fim do Fator Previdenciário; Reforma agrária, com o assentamento de 200 mil famílias; 10% do PIB para a educação; 10% do PIB para a saúde; a regulamentação da Convenção 151 da OIT, que garante a negociação coletiva no serviço público; a ratificação da Convenção 158, que combate a demissão imotivada, e a valorização dos trabalhadores aposentados e pensionistas.

“É uma pauta social, com bandeiras amplas, que soma trabalhadores da cidade e do campo, estudantes e idosos pelo desenvolvimento com valorização do trabalho. Desde agora nós vamos mobilizar nossa militância para encher a Esplanada, para entupir o Planalto”, sublinhou Sérgio Nobre.

Frente à retração do PIB e ao agravamento da crise internacional, o cutista destacou a importância de que cada entidade jogue pesado, com a consciência do que está em jogo.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), que realizará seu Congresso na capital federal entre os dias 4 e 8 de março, também vai se somar à Marcha, fortalecendo a luta pela reforma agrária e em defesa da agricultura familiar.

Para o secretário geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves (Juruna), “esta retomada da unidade de ação, com reivindicações unitárias, amplia a pressão pelo atendimento da nossa pauta, que cobra mais atenção à produção, que quer mais investimento em políticas públicas”.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Miguel Torres, um dos problemas a serem resolvidos é o da desoneração, que acaba repercutindo negativamente na Previdência. “O fato é que quem mais demitiu foi, infelizmente, o mais beneficiado pela política de desoneração”, criticou.

O presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil, Ubiraci Dantas de Oliveira, lembrou da recente reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), onde foi debatido o baixo crescimento econômico do país e a necessidade de acabar com o superávit primário, “recursos que são drenados do Orçamento para a especulação”.

“A queda do PIB se deve à paralisia do investimento público, dos cortes nos recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), da queda dos investimentos do BNDES. O Brasil não pode seguir neste rumo”, ressaltou Bira, acreditando que “a Marcha vai dar grande contribuição à luta pelo desenvolvimento nacional”.

“É necessário exigir que o governo apresse o passo na luta contra a crise e para isso vai ser preciso fazer mudanças na política macroeconômica, que tem se revelado um grave obstáculo à valorização do trabalho”, defendeu o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, Wagner Gomes, para quem “é hora do país iniciar um novo rumo, em direção a um projeto de desenvolvimento duradouro, que privilegie a produção, a geração de empregos e não a especulação”.

“Estamos às vésperas de uma batalha política estratégica onde precisamos cobrar nossa fatia do bolo, daí a importância desta articulação mais ampla”, acrescentou o presidente da CTB Bahia, Adilson Araújo.

Para o presidente da União Geral dos Trabalhadores, Ricardo Patah, “a Marcha será fundamental para imprimir mudanças importantes, pautas comprometidas com o desenvolvimento mas que não foram cumpridas”. “Precisamos dar visibilidade às reivindicações dos trabalhadores. Queremos um Brasil de inclusão, com trabalho decente, com mais investimento em saúde e educação”, acrescentou.

Na avaliação do presidente da Nova Central Sindical dos Trabalhadores, José Calixto Ramos, o fundamental é convocar a sociedade para que participe da Marcha, “mostrando ao governo brasileiro que não estamos satisfeitos”.

“Nossas bandeiras são as da Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat), defendem o desenvolvimento do país com valorização do trabalho e distribuição de renda. Só não interessam aos que estão ganhando com a crise”, frisou.

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Comentários

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Eurico

Espero que esta marcha unificada seja o início de uma ação coordenada das Centrais dos trabalhadores e que se aproveite para realizar um Primeiro de Maio Unificado tão grande como este país jamais viu. Um Primeiro de Maio capaz de dar uma guinada na política nacional.

Maria Morais

TO ACHANDO QUE OS SINDICATOS E A CUT ESTAO COM SAUDADES DE FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, PQ NEGAR Q A PRESIDENTA NAO ESTA TRABALHANDO PARA O POVO TRABALHADOR E BRINCADEIRA DE MAL GOSTO.NAO ACREDITO MAIS NESSES SINDICATOS TODOS COMPRADO OU DOIDO PRA SER VENDIDO, VEJA O TAL PAULINHO DA FORCA DAR PRA ACRDITAR? NOSSA A SAUDADE DE FHC E GRANDE EM GENTE?!ainda tem um bocado de besta achando certo aposicao desses falsos presidente de sindicato.

Roberto Locatelli

Acho que uma das reivindicações deveria ser a de reestatizar empresas que foram vendidas a preço de fim de feira na privataria tucana.

Eurico

Parabéns às Centrais Sindicais. O governo Dilma é um governo que está sujeito às pressões da elite, o que até um certo ponto é normal. No entanto a elite, através da grande imprensa, vem tentando impor a defesa de seus interesses. É chegado o momento dos trablhadores mostrarem sua força e suas reivindicações. É chegado o momento dos trabalhadores dizerem à elite: vocês estão enganados se pensam que vão engessar o governo Dilma e transformá-lo em seu governo. Seu tempo passou. Agora é a vez do trabalho e dos trabalhadores.

Eurico

Parabéns às Centrais Sindicais. Até agora só a elite vem pressionando o governo para defender os seus direitos. Usam, de uma forma deslavada, a imprensa para atingir seus objetivos. É chegado o momento de os trabalhadores pressionarem pelo outro lado, sabendo que os governos PT foram eleitos pelo povo, mas isto não impede

ROSI SOUSA

Demandar, sim, mas sem esquecer que marchas de apoio também são bem vindas. Sempre

assalariado.

Ora, para retomar um bom nivel de desenvolvimento interno teremos que ter claro que o modo de produção capitalista mundial esta esgotado, e os investimentos a nivel de Estado, tem suas condicionantes e limites, impostos pelo donos do capital e seu modo de produção antissocial capitalista que, só investem segundo suas necessidade de lucros. Ou seja, quem determina o que produzir, como produzir e hora de produzir, são os donos do capital. O que fazer? Sim, vamos a luta, derrubaremos as muralhas que separam o egoismo mercadológicos das elites capitalistas, com relação as reais necessidades de sobrevivencia do planeta da sociedade e dos povos.

Por exemplo: os sindicalistas falam mercado interno, melhores salários e empregos de qualidade, 40 horas semanais, fim do fator previdenciario, 10% para saúde, 10% para educação, regulamentação da convenção OIT 151 e 158, entre tantos outros direitos já adquiridos que, muitas das vezes a burguesia patronal passam por cima é quando questionamos esse tipo de roubo, nos demitem. Só quem trabalha no mundo do trabalho, chão de fabrica/ escritório é quem sabe o que é a ditadura patronal, seja estatal ou privada.

É bom não esquecermos que vivemos numa sociedade que, quem planejada a economia, segundo as critérios e necessidades de sobrevivencia dos donos dos meios de produção, são os donos do capital e sua banca, que tem como fim único, acumulação de capital e riquezas. Esta é a função social, do “Estado Democratico da DireitA”, também connhecida como “Democracia” burguesa.

O Estado é onde se escondem os desejos ocultos de rapinagem do capital, que se manifesta através dos titulos publicos de R$ 200 BI anuais, para as mãos da banca especulativa, remessas de lucros das multinacionais, impostos maiores para os ricos e suas fortunas, que vão parar nos paraisos fiscais, impostos para heranças e tals. Tudo isso, vai mexer com quem mesmo? Uma coisa é certa, desse monte de reivindicações feitas, para ser atendidas e, adquirirmos um outro patamar de desenvolvimento teremos que nos organizarmos melhor nas portas do mundo do trabalho, junto aos assalariados que, em última instância, serão o porto seguro para impor nossa agenda politica e economica segunda os interesses do Brasil e do nosso povo, em caso de golpe de Estado. Sim, o bicho vai pegar.

Teremos que enfrentar o capital em seus vários uniformes, como classe dominante. Isso mesmo, falei da luta de classes tempo inteiro, onde os interesse do capital não tem nada a haver com os interesses do social. Interesses opostos, o povo e o Brasil, entram com o pescoço e os capitalistas “nacional” e internacional, entram com a corda.

Saudações Socialistas.

lulipe

Por onde anda a UNE, ainda existe????

cezar

Podem revindicar jornada menor, mas dizer que DILMA não esté investindo por favor né

Leo V

É preciso pressionar Dilma para assinar decreto de desapropriação de forma que o assentamento Milton Santos se mantenha.

Fala de Paulo Arantes, professor aposentado da USP, em solidariedade a essa luta.

http://youtu.be/Negr5Hye-iY

MariaC

Elegemos Dilma – muito colada ao PT – e este muito colado a povo, apesar dos últimos acontecimentos. Só a massa, o povo pode mudar e melhorar o governo + Dilma + PT.

Julio Silveira

Falem sério pessoal, acho incrivel que seja preciso, num governo dito de trabalhadores que cresceu as custas sindicalismo, fazer pressão para que se tenha olhos para uma questão que é bandeira, desde sempre, de classes operárias.
Depois não querem criticas, atribuindo aos criticos a paranoia do Trolls.

    Narr

    Mas é quem é que disse que um governo só é popular quando não há contradições internas? Quem é que disse que só é governo de esquerda de verdade se os sindicatos estiverem sempre satisfeitos? Não pode haver discordância? Quem acha que protesto sindical é por si só a prova de que o governo não é popular está a um passo de achar que se o governo é de esquerda então protesto sindical só pode ser coisa da direita. Daí é um passo para organizar as linhas de produção dos Gulags.

    Carlos Cruz

    Um governo de demagogos que so aparecem nas eleiçoes e para pedir votos. Neles, nunca mais (já estou em campanha para votar em outro comprometido, ou voto NULO- viver com medo é viver pela metade!

    Roberto Locatelli

    O voto nulo é… nulo.

    Roberto Locatelli

    Governos de esquerda são democráticos e, sim, eles precisam ser pressionados para agir mais firmemente a favor dos trabalhadores.

    Já os governos de direita, esses mandam a tropa de choque para dispersar as manifestações.

Rodrigo Leme

Acho engraçaado que, sem nenhuma mudança em relação a Lula, Dilma esteja sofrendo tanta resistência dos “companheiros”. Daqui a pouco eu começo a brincar de teria da conspiração…

    Carlos Cruz

    D.Dilma está comendo pelas beiradas, destruindo todos direitos trabalhistas e sociais em busca de uma demagógica reeleiçaõ. Só falta entrar pra Cadademia Brasileira de Letras e tomar cafézinho com Sir.Ney & Cia.

Mardones Ferreira

Sem o fortalecimento dos sindicatos os trabalhadores perdem poder de mobilização, ficando sujeitos às piores situações de vulnerabilidade frente aos patrões e seus poderes enraizados nas mais diversas instâncias de poder.

O acirramento da crise na Europa e EUA mostra que o neoliberalismo falhou nas suas promessas de prosperidade com menor participação do Estado na economia, mas isso não significa que os líderes europeus e dos EUA estejam dispostos a mudarem os rumos das sociedades que deveriam comandar a favor de bem estar social.

A situação das economias mais frágeis da Europa e dos EUA mostram que os governos continuam decidindo a favor dos bancos, contrariando todas as regras de democracia que tanto dizem defender. Portanto, a ação conjunta dos sindicatos no Brasil deve ser defendida por todos aqueles que desejam mais justiça social, sabem que sem luta não há conquista e nem defesa de direitos conquistados a duras penas.

    zé eduardo

    Concordo plenamente e acho que Dilma também: estas manifestações dão munição às decisões do Governo. A mobilização social não é antagônica ao projeto petista, basta ver como o Coverno dialogo com os movimentos sociais diferentemente da era FHC e anteriores.

    Julio Silveira

    Hã,hã.

Fabio Passos

Acho ótima a iniciativa. É preciso arejar o debate com as demandas populares.
Parece-me que Dilma está mesmo muito distante dos interesses dos trabalhadores.

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