Altamiro Borges: Temer frustra o covil midiático-golpista

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Nem o puxa-saquismo salva…

Temer frustra a otimista Míriam Leitão

Por Altamiro Borges, em seu blog

A jornalista Míriam Leitão, uma das porta-vozes da Rede Globo, teve papel de destaque no processo de deposição da presidenta Dilma.

Ela municiou a oposição derrotada nas urnas com os seus ácidos comentários sobre as tais pedaladas fiscais e ajudou a difundir o pessimismo na economia.

Tanto que ganhou o apelido de “urubóloga”.

Consumado o “golpe dos corruptos”, ela torceu muito pelo sucesso do usurpador Michel Temer. Passou a dar notícias positivas sobre o Brasil — parecia até que ele tinha saído do inferno para ingressar no paraíso.

Agora, porém, Miriam Leitão anda meio desnorteada.

A briga entre o mafioso Geddel Vieira e o franco-atirador Marcelo Calero, que resultou na queda dos dois ministros, frustrou a serviçal do jornal O Globo, da rádio CBN, da TV Globo e de GloboNews.

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Em sua coluna no jornalão neste sábado (26), ela até tentou manter as aparências, dando mais uma chance ao covil golpista.

“A queda do ex-ministro Geddel reduziu um pouco o clima de tensão que havia chegado ao auge na quinta-feira, mas o episódio mostrou uma sucessão de erros e desvios. Na hora de se defender, o governo se complicou e exibiu a inaceitável mistura entre privado e público. O país em crise, e o Planalto mobilizado por um prédio em Salvador”. Mesmo assim, ela não escondeu a frustração. “O governo ficou uma semana paralisado por uma crise criada por ele mesmo em torno de um empreendimento imobiliário. Na vida real, a economia que tinha ensaiado uma melhora voltou a piorar”.

Cinco dias antes, Miriam Leitão estava ainda mais desanimada.

Só faltou decretar o melancólico fim de Michel Temer. Em seu comentário no programa Bom dia Brasil, da TV Globo, ela bombardeou o homem de confiança do usurpador.

“O ministro Geddel Vieira se pergunta o que fez de errado. Ele parece não ter entendido o seu próprio ato. A pressão para liberar uma obra em Salvador foi tráfico de influência. O uso do cargo público para interesse pessoal, o compadrio e a corrupção são questões contra as quais o país está lutando. Mantê-lo no governo é um erro”.

Também na CBN — a rádio que toca mentira –, a jornalista se irritou com a demora na resolução da crise política, que colocaria em risco a votação da PEC do teto dos gastos públicos — uma das bandeiras da neoliberal da Rede Globo.

Os temores do “deus-mercado”

A conferir como Miriam Leitão vai se comportar nos próximos dias. Ele reflete bem os humores do chamado “deus-mercado”.

Além de serviçal da famiglia Marinho, ela até parece uma porta-voz da oligarquia financeira, dos rentistas.

Logo após o golpe do impeachment, a jornalista publicou várias notícias sobre a “melhora das expectativas na economia”, “o retorno dos investimentos” e a “volta da confiança no país”. Ela vibrou com a entrega do pré-sal, com a “PEC da Morte” e com as promessas das reformas trabalhista e previdenciária. Garantiu que o Judas Michel Temer “está no rumo certo”.

Mais recentemente, porém, a jornalista passou a manifestar temores sobre o êxito do seu governo.

Os vários índices de retração na indústria, de queda do PIB e até de crise no agronegócio evidenciaram que o paraíso prometido pelos golpistas é uma grande farsa.

A vitória do Donald Trump nos EUA e o agravamento da recessão mundial — que antes a jornalista menosprezava — serviram para justificar as dificuldades do covil golpista.

Agora, “com a sucessão de erros e desvios” na política, Miriam Leitão anda ainda mais preocupada.

Isto pode indicar o próprio aumento dos temores do “deus-mercado”, que não vacilaria em trair o Judas Judas Michel.

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