Saiba o que tem na sua comida e sobreviva se for capaz

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Meio Ambiente| 02/10/2013 | Copyleft

Alimentação: a tecnologia mórbida

Henry Kissinger, figura famosa na política mundial, dizia que quem domina a comida domina as pessoas. Não incluíram no pacote as doenças crônicas resultantes do tipo de comida difundida pelo mundo como algo “moderno”, como o hambúrguer e o refrigerante cola – diabetes em adultos, cardiovasculares, câncer e hipertensão, apenas para citar as campeãs nas estatísticas. A OMS informa que 2,8 milhões de pessoas morrem em consequências de doenças associadas ao sobrepeso. E outras 2,2 milhões morrem por intoxicações alimentares.

Por Najar Tubino, na Carta Maior

Porto Alegre – A indústria da alimentação deverá faturar em 2014 US$5,9 trilhões, segundo estimativa da agência britânica dedicada à pesquisa sobre consumo e marcas – The Future Laboratory.

O mercado global de snacks (bolinhos, biscoitos, salgadinhos) deverá movimentar US$334 bilhões.

As vendas de chocolates e confeitos vão faturar US$170 bilhões.

O Brasil consumiu em 2012, 11,3 bilhões de litros de coca-cola, empresa que faturou US$48,02 bilhões, e lucrou US$ 9 bilhões.

Na pesquisa do IBGE comparando 2002-2003 com 2008-2009, o consumo anual de arroz das famílias caiu 40,5% — de 24,5kg para 14,6kg — e o de feijão caiu 26,4% — de 12,4 para 9,1kg.

Os refrigerantes do tipo cola cresceram 39,3% de 9,l litros para 12,7 litros.

No Brasil, 48,5% da população está acima do peso, são 94 milhões de pessoas.

Entre as crianças de 5 a 9 anos o aumento da obesidade multiplicou por quatro nos meninos (de 4,1% para 16,6%) e por cinco entra as meninas – de 2,4% para 11,8%.

Uma em cada 10 crianças abaixo dos seis anos já apresenta sobrepeso.

Nos Estados Unidos 35,7% da população, ou seja, mais de 135 milhões de pessoas são obesas, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) – 17% são jovens.

No mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde o número já atinge 1,5 bilhão de pessoas.

Na China, o índice de obesidade duplicou nos últimos 15 anos, na Índia subiu 20%.

No Brasil, segundo um estudo da Universidade de Brasília, o SUS paga R$488 milhões por ano para tratar doenças ligadas ao aumento do peso.

Moderno doentio



As causas citadas para explicar esta tragédia humana estão associadas à mudança tecnológica, ao estilo de vida das metrópoles, aos hábitos sedentários, a questão prática da vida atual, não deixa tempo para cozinhar, comer em casa, entre outras tantas.

É óbvio que a alimentação está no centro desse problema, que há muito tempo deixou de ter uma abordagem cultural, e precisa ser encarado como uma mudança social, política e econômica.

Henry Kissinger, figura famosa na política mundial, dizia que quem domina a comida domina as pessoas.

Não incluíram no pacote as doenças crônicas resultantes do tipo de comida difundida pelo mundo como algo “moderno”, como o hambúrguer e o refrigerante cola – diabetes em adultos, cardiovasculares, câncer e hipertensão, apenas para citar as campeãs nas estatísticas.

A OMS informa que 2,8 milhões de pessoas morrem em consequências de doenças associadas ao sobrepeso.

E outras 2,2 milhões morrem por intoxicações alimentares, resultante de contaminações de vírus, bactérias, micro-organismos patogênicos e resíduos químicos.

Neste capítulo específico a história é longa.

Um dossiê da Autoridade de Segurança Alimentar e Econômica, de Portugal, usando os dados da União Europeia, contabiliza 100 mil compostos químicos usados correntemente no mundo.

Na União Europeia eles registram 30 mil, produzidos a uma média de uma tonelada por ano, sendo que a metade tem potenciais efeitos adversos à saúde.

“Poucos foram estudados em profundidade suficiente de modo a permitir as estimativas de riscos potenciais de exposição, sobretudo aos seus efeitos de longo prazo, quanto à toxicidade ao nível da reprodução ou do sistema imunológico ou ação carcinogênica” [diz o relatório].

A contaminação pode ocorrer no solo, durante o plantio, no tratamento da planta, depois na colheita e armazenagem, também dos processos industriais, da queima de substâncias que se transformam e pela incorporação de contaminantes e aditivos em alimentos:

“- A prevalência de doenças ou a morte prematura causada por químicos presentes nos alimentos é difícil de demonstrar, devido ao período de tempo, geralmente longo, que decorre entre a exposição a estes agentes e o aparecimento dos efeitos”, registra o documento.

Mentira consistente


O problema é que a comida moderna, saborosa, suculenta, cheirosa vendida pela publicidade no mundo inteiro é uma mentira.

Todos os aspectos citados, incluindo ainda a cor, o tempo de vida na prateleira, a viscosidade, o brilho, o sabor adocicado, ou então o salgadinho bem sequinho, todos são resultado da aplicação de uma lista quase interminável de aditivos químicos.

Inclusive registrada internacionalmente por códigos numerados e divulgada pelo Codex Alimentarius, da ONU.

Por exemplo, o conservante nitrito de sódio é o E-250 e o adoçante artificial acessulfamo-K é o E-950.

Antes de avançar no assunto, um alerta da ONU sobre o uso de componentes químicos na vida moderna:

“O sistema endócrino regula a liberação de certos hormônios que são essenciais para as funções como crescimento, metabolismo e desenvolvimento. Os CDAs, desreguladores endócrinos, podem alterar essas funções aumentando o risco de efeitos advesos à saúde. Os CDAs podem entrar no meio ambiente através de descargas industriais e urbanas, escoamento agrícola e da queima e liberação de resíduos. Alguns CDAs ocorrem naturalmente, enquanto as variedades sintéticas podem ser encontradas em agrotóxicos, produtos eletrônicos, produtos de higiene pessoal e cosméticos. Eles também podem ser encontrados como aditivos ou contaminantes em alimentos”.

O alerta das Nações Unidas é no sentido de realizar “urgentemente” novas pesquisas para avaliar o impacto dos também chamados disruptores endócrinos.

Ocorre que alguns químicos sintéticos espalhados mundialmente têm uma estrutura molecular parecida com os hormônios naturais, como o estrógeno e a testosterona.

Os hormônios funcionam como mensageiros da herança genética, e os químicos interferem nesse processo, alterando o conteúdo da mensagem.

Em 1996, um grupo de pesquisadores norte-americanos – Theo Colborn, Diane Dumanoski e John Peterson Myers – lançou o livro “O Futuro Roubado”, tratando dessa temática, com um apêndice na edição brasileira de José Lutzenberger.

No Brasil o livro foi lançado em 2002.

Prático e barato


O problema é que a indústria se interessa por custo/benefício. Os aditivos dão consistência aos alimentos, não deixam a mostarda e a maionese virar uma gororoba, a carne e os produtos curados, como salsichas, mortadela, salames, perderam a cor vermelho-rosada.

Os sorvetes não ficam com espuma, as sopas e caldos tem um cheiro maravilhoso.

Fiquei enjoado de tanto ler sobre aditivos químicos nos últimos tempos. O mais impressionante, dos mais de 40 trabalhos que repassei, é a declaração da supervisora de marketing, da Química Anastácio (SP), para a revista Química e Derivados:

“O nitrito de sódio é o principal aditivo usado em produtos cárneos, é o agente conservante de todos os produtos curados, promove a coloração vermelho-rosada nas curas e nos crus e o róseo avermelhado nos cozidos, além do sabor característico. Realmente esses produtos são considerados carcinogênicos, porém os grandes frigoríficos os utilizam pelo fato de não ter substituto no mercado. Mas devem ser usados com responsabilidade, respeitando os limites máximos de 0,015g por 100g e 0,03g por 100g, nos casos do nitrito e nitrato de sódio”, disse Alessandra Fernandes Guerra.

A Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (PROTESTE) tem trabalhos que mostram a capacidade dos nitritos e nitratos de sódio de reagir com certas substâncias presentes nos alimentos, que são as aminas, e se transformam em nitrosaminas, potencialmente cancerígenas.

Danos cerebrais

Uma pesquisa de Sandrine Estella Peeters, da COPPE-UFRJ aborda o tema de como os aditivos químicos afetam a saúde.

Hiperatividade em crianças, citado como consequência de corantes em alimentos, além de dor de cabeça crônica.

Urticária, erupção da pele, câncer em animais, além de riscos de longo prazo de causar danos cerebrais. Este é o caso do glutamato de sódio, muito conhecido nos temperos, mas é utilizado em mais de cinco mil produtos.

Considerado como um agente capaz de produzir efeito neurotóxico. Em outra pesquisa, da Universidade Cândido Mendes, Roseane Menezes Debatin, tese de mestrado, comenta o seguinte sobre o glutamato de sódio:

“É um sal composto de uma molécula de ácido glutâmico ligada ao sódio. Tem um sabor adocicado, é um grande estimulante do paladar, suprimindo os gostos desagradáveis, levando a uma maior consumo de produtos industrializados. Usado em caldos, biscoitos, snacks, miojos, batata frita. O ácido glutâmico está envolvido na ativação de uma série de sistemas cerebrais, concernentes à percepção sensorial, memória, habilidade motora e orientação no tempo e espaço. Existem vários trabalhos científicos comprovando a neurotoxicidade do glutamato, principalmente na região do hipotálamo e no sistema ventricular”.

Nos Estados Unidos, o glutamato foi retirado dos alimentos infantis em 1969. A Ajinomoto maior indústria do ramo — 107 fábricas em 23 países — que comercializa o produto informa que o consumo no mundo cresce 5% anualmente.

Lista interminável


Os antioxidantes, usados na conservação, interferem no metabolismo, produzem aumento de cálculos renais, ação tóxica sobre o fígado e reações alérgicas, conforme a pesquisa da COPPE.

Os conservantes, como o ácido benzoico, um dos mais usados, produzem irritação da mucosa digestiva, outros produzem irritações nas células que revestem a bexiga, podendo atuar na formação de tumores vesicais.

As gorduras hidrogenadas provocam o risco de doenças cardiovasculares e obesidades. E os adoçantes artificiais, substitutos do açúcar, estão relacionados com a diabete, obesidade e o aumento de triglicerídeos (gordura na corrente sanguínea).

Sobre os adoçantes, o professor e doutor em ciência de alimentos da Unicamp, Edson Creddio, comenta o seguinte:

“Os adoçantes são medicamentos que devem ser usados por pessoas com diabetes e hipoglicemia e não por todas as pessoas, inclusive crianças, como se fossem totalmente isentos de risco. Esta substância é vista pelo público leigo como panaceia passada pela mídia com a imagem que levará o usuário a ter um corpo perfeito”.

Os adoçantes artificiais mais usados são a sacarina, que é 500 vezes mais potente que o açúcar, o aspartame, como diz o professor, que é 150 a 200 vezes mais doce, além do ciclamato e o acessulfamo-k, também muito mais doce que o açúcar.

Estão presentes nos refrigerantes, bebidas isotônicas, sucos preparados, e demais industrializados.

Sódio em demasia


Fiz uma relação com 14 grupos de aditivos mais usados nos alimentos consumidos atualmente. Os conservantes aumentam o prazo de validade, os estabilizantes mantêm as emulsões homogêneas vamos dizer, os corantes acentuam e intensificam a cor natural para melhorar a aparência e fazer o consumidor acreditar que está levando algo novíssimo.

Os antioxidantes evitam a decomposição, os espessantes dão consistência ao alimento e os emulsificantes aumentam a viscosidade do produto.

Os agentes quelantes protegem os alimentos de muitas reações enzimáticas e os flavorizantes tem o papel de realçar o odor e o sabor dos alimentos.

Já os edulcorantes são usados em substituição ao açúcar e os acidulantes utilizados para acentuar o sabor azedinho do alimento.

Os humectantes mantêm a umidade e a maciez, os clarificantes retiram a turbidez, os agentes de brilho mantém a aparência brilhante e os polifosfatos são usados para reter a água, no caso dos congelados, como o frango e nos produtos curados.

No Brasil, a ANVISA desde 2011 negocia com a indústria de alimentos para diminuir a quantidade de sódio dos alimentos industrializados.

Não há nem meta nem prazo para chegar a um nível aceitável.

Numa pesquisa realizada em 2011, com 496 produtos das regiões nordeste, sudeste e sul foram encontradas entre produtos de diferentes empresas quantidades 10 vezes maiores nos queijos tipo minas frescal, parmesão e ricota.

No entanto, as menores diferenças na quantidade usada de sódio entre os mesmos produtos de diferentes empresas chegaram a 40% no caso das mortadelas, macarrão instantâneo e bebidas lácteas.

O teor de sódio mais elevado foi registrado no queijo parmesão inteiro e ralado, macarrão instantâneo, mortadela, maionese e biscoito de polvilho.

Informa a ANVISA: o sódio é um constituinte do sal, equivalente a 40% da sua composição, sendo um nutriente de preocupação para a saúde pública, que está diretamente relacionado ao desenvolvimento de doenças como hipertensão, cardiovasculares e renais.

Na tabela de informação nutricional dos alimentos, que deve estar no rótulo, consta a quantidade de sódio. Para ser isento não pode ter mais de 5mg por 100g de alimento.

Se tiver 40mg na mesma proporção é muito baixo e 120mg é considerado baixo.

Na pesquisa da ANVISA o teor médio de sódio do macarrão instantâneo foi de 1.798mg por 100g, da mortadela foi de 1.303mg por 100g e o da maionese 1.096mg por 100g.

Leia também:

Dr. Rosinha: Ruralistas vencem batalha para colocar mais veneno na mesa


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Comentários

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Agronegócio quer comissão de fachada para facilitar entrada de novos agrotóxicos – Viomundo – O que você não vê na mídia

[…] Saiba o que tem na sua comida e sobreviva se for capaz […]

Mário SF Alves

Partindo do tema e indo em busca de um conceito de alimentação saudável, necessariamente se chega à questão da segurança alimentar. Uma vez de posse das duas primeiras e indo um pouco mais além inevitavelmente nos deparamos com a seguinte realidade: hoje, se nada for feito, só sobreviveremos se praticarmos o que chamo de alimentação defensiva.

A propósito, tomei a liberdade de divulgar o comentário abaixo:

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Nome: Dani
Tendência: [a favor] A favor
Comentário:
Coma comida. Não muita. Na maioria, vegetais. Não coma nada que sua avó não reconheceria como comida. Evite produtos alimentícios que contenham xarope de milho com alto teor de frutose. Só coma alimentos que acabarão apodrecendo. Evite alimentos que contenham alguma forma de açúcar (ou adoçante) listada entre os três primeiros ingredientes. Evite produtos alimentícios que contenham ingredientes que um aluno do terceiro ano não consiga pronunciar. Michael Pollan http://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/814713-as-64-regras-para-comer-bem.shtml http://informacaoincorrecta.blogspot.com.br/2013/09/o-que-o-supermercado-nao-quer-que-se.html http://informacaoincorrecta.blogspot.com.br/2013/07/empresas-e-saude-fabrica-de-mentiras.html http://infancialivredeconsumismo.com/index.php/tag/marion-nestle/ http://www.foodpolitics.com/2013/09/pepsi-mexican-style/#comments

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Copiado de: http://www.cartamaior.com.br/templates/comentarioMateriaMostrar.cfm?comentario_materia_id=89869&materia_id=22808

Ecastro

Outros filmes: “Hungry for change” e “Food Matters”. Recomendo.

dorival

Citar o Henry Kissinger é o fim da picada! Será porque o artigo fala em veneno?! HK é aquele famoso prêmio nobel da paz, existe uma boa biografia sobre ele. Jamais deveria ter sido citado para dar apoio a um argumento como o do artigo.

Mário SF Alves

Enfim, estamos a um passo de nos tornarmos ESCRAVOS das sementes. Ou, melhor, das corporações sementeiras, transgênicas ou não.

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E, detalhe, restou provado que as mega corporações são entidades/instituições psicopatas. As provas? Encontram-se lá, no The Corporation, um senhor documentário.

Luiz Fernando

É o seguinte, assim como a indústria farmacêutica, a indústria dos alimentos só estão preocupados com uma coisa: com seus acionistas. O título do texto é bem lúcido: SOBREVIVA SE FOR CAPAZ!!!

Mário SF Alves

Fala-se muito em segurança alimentar. Muita falação, de fato. E ninguém se pergunta o que é ou quais as causas da INsegurança alimentar. Muito se fala e pouco se conceitua. Preocupam-se com a segurança, mas poucos estão combatendo e enfrentando as verdadeiras causas daquilo que tem provocado insegurança em relação aos alimentos e à alimentação.

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Neste caso, tudo intimamente relacionado a DEPENDÊNCIA TECNOLÓGICA turbinada a ambição desmedida, corrupção moral e a conservadorismos retrógrados. Eis aí a receita certa para se chegar ao caos de modo mais rápido possível.
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Por isso mesmo me vi na contingência de engolir boa parte de minha indignação contra a introdução forçada e tirânica dos ditos alimentos transgênicos no Brasil. Houve um motivo: a seriedade demonstrada por um pesquisador da EMBRAPA. Por isso, e mesmo a contra gosto na admissão da importância estratégica do agronegócio, preferi acreditar que venceríamos o abismo de tal dependência nesse campo. Era preferível ter o nosso próprio transgênico; nosso transgênico verde-amarelo. Argh!!!
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Será???

mineiro

se tem tudo isso , porque ninguem faz nada, os governantes por ex. é que todos nos somos escravos de uma forma ou de outra desse sistema maldito. eles mandam venenos para nos e que se dane o resto , o importante é lucrar , lucrar e lucrar cada vez mais. os governos eles lucram juntos , nao tem ninguem para parar essa turma. estamos cada vez mais envenenados , olha so o numero de doenças que vem surgindo a cada dia que passa. entao se nao tem ninguem para combater esses envenenadores , entao nao adianta nada ficar aqui discutindo.

    Denise

    Mineiro, é bom conversar por aqui, ou como vc diz ficar discutindo, pois a partir disso tomamos consciencia e podemos fazer nossas escolhas, que neste caso é comer os alimentos menos industrializados possivel. Os governos só vao mudar quando nós mudarmos.

Kazuhiro Uehara

Muito descontrole químico aplicado na industria alimenticia.

Urbano

O kissinger, pelo menos enquanto esteve na política, foi um zé contra-rampa bem mais competente, embora a brandir sempre aqueles dois atributos que se sobressaem neste.

    Mário SF Alves

    Prefiro o Pepe Mujica. E ele tem toda razão: é hora de pensarmos mais como espécie e menos como indivíduos. Mesmo porque, daqui a pouco nem como espécie poderemos nos reconhecer. Não duvido nada se daqui a alguns anos não surgir entre nós um humano transgênico qualquer.
    ________________________
    “Alvíssaras” nada alvissareiras.

    Urbano

    Inclusive, Mário, hoje à tarde, enquanto aguava o jardim, eu estive pensando que o processo de extinção das abelhas deve ser uma coisa adredemente engenhada pelos donos do mundo, a fim de ganharem dinheiro a rodo. Ao mesmo tempo em que se desfazem de milhões, até mesmo de bilhões de humanos.

    Mário SF Alves

    Ô, cara, você água o jardim? Bacana. Sugiro que leia o velho Lutza, José Lutzenberger, em o “Do Jardim ao Poder” e o não me quem quem em o “Escândalo das Sementes”.
    ________________________
    Mas, voltando à vaca fria. Tá claro que o neoliberalismo – verdadeira bomba de neutrons – por si só já é um esquema de redução da população. Mesmo porque, com exceção dos membros da “confraria”, o deus mercado não livra a cara de ninguém. No entanto, tenho comigo que ainda que prevalecessem as forças que comandam tal esquema/Clube de Roma/solução final/holocausto, e, ainda que reconhecendo o perigo da erosão genética e a deplorável e injustificável dependência tecnológica no que se refere à produção de alimentos seja o pior dos mundos, dificilmente o povo iria se deixar abater. A opressão não pode ir além de determinados limites. Poder nenhum consegue ser “invisível” por muito tempo. Um dia a tampa da panela de pressão iria explodir. Estão aí o Assange e o Snowden que nos deixam mentir.

Regina

Após ler a matéria, assisti ao filme que está no final.
Na boa, tenho pena sim é dos animais, da forma como são tratados para saciar o desejo não só das empresas, mas das pessoas em geral.

renato

Aqui em casa é arroz com feijão….o resto é
CONDUTO, como dizia minha avò.
Olha ele só esta comendo o conduto..dizia ela para
meu pai, isto na mesma mesa.
Obs: Se você não estava na mesa quando meu pai sentava
você não almoçava mais. E tudo que colocavam no teu prato
você tinha que comer.
Você e a gatinha que ficava embaixo da mesa.
AH! Nesta mesma mesa, meu pai de vez em quando trazia um
andarilho para comer junto.
Depois o tempo passou, hoje tem muitas variedades de comida
E não dá para confiar mais no ser humano, portanto você dá a
ele um pacote de bolacha e uma xícara de café…
Alimentação é educação….é saber viver…tenho dó de pessoas
cercadas por concreto..

    Roosevelt Vilela

    Muito legal Renato, isso mesmo bicho, a “turma” ta perdida. Ou melhor, não, sobre o que você falou eles não tem nem ideia sobre o que isso (seu pai e seus hábitos) representa para a potência do ser humano.

Tomudjin

O problema é que, apesar de nossa população mundial já estar na casa dos 7 bilhões de habitantes, os fungos, bactérias e que tais levam vantagem sobre nós, por não precisarem se deslocar até o supermercado mais próximo.
Por outro lado, se um conservante consegue eliminar o risco de qualquer contaminação sobre um alimento, é possível imaginar o que esse mesmo conservante pode fazer com nosso sistema digestivo.

    Mário SF Alves

    A vitória dos agroquímicos, transgênicos e similares é vitória de Pirro. Equilibra-se numa ponta e desequilibra-se na outra. E o que é ainda muito mais grave: escraviza-se na outra.
    _________________________________
    O melhor mesmo é a boa e velha agricultura; agricultura de verdade; agricultura de baixos insumos; agricultura de pousio, e numa só palavra: bom mesmo é o sistema agroflorestal. Só não é praticado em larga escala por implicar em deshegemonia do capitalismo no campo. Isso sim, tem a ver com engenharia. O resto é o resto. É arsenal químico e/ou guerra biológica.
    _________________________________________
    E como foi mesmo que a civilizações pré-colombianas chegaram aonde chegaram? De certo não foi com agroquímicos e menos ainda com transgênicos.
    ______________________________________________
    Ah, alguém diria, o crescimento da população mundial explodiu de lá pra cá. Sim, é verdade. Mas não nos esqueçamos do seguinte:

    1) Ainda que fôssemos 10 bilhões de habitantes no Planeta, tal população caberia em uma porçãozinha de terra de mais que 50.000 Km². Sim, isso mesmo, 50 mil quilômetros quadrados – do tamanho do estado do Espírito Santo – e ainda assim teríamos 5m² para cada indivíduo. É óbvio que numa superfície dessas não se produziria alimentos em quantidade suficiente nem para alimentar a milésima parte dessa população. Óbvio. No entanto tem-se aí uma simples ideia de quanto e quão absurda é a concentração de terras no mundo.

    2) Não nos esqueçamos que a natureza tem elevadíssimo poder de se auto-regenerar. Por isso mesmo um terreno agrícola plantado com espécimes fixadoras de nitrogênio atmosférico e posto a descansar por determinado período, ao longo de poucos anos se regenera plenamente. Após isso, após tal cuidado, não fica montante prejudicial de tipo nenhum, nem de veneno (?), nem de fungo, nem de vírus, nem de ácaros, nem de nematóides e nem de bactérias.

leny Alves

O meu sonho de consumo é comprar toda minha alimentação organica!

Afonso Braga

O leite do café da manhã não azeda (não talha) mais, lembro que qdo menino o leite de garrafa tinha que ser fervido e guardado em geladeira, o leite de caixa não dá nem pra fazer iogurte.

    Mário SF Alves

    É. Tem razão. Era um leite doido pra virar queijo. Muito mais dinâmico, havemos de convir. E se a vida é movimento, viva o leite; aquele leite.

Tiao

Depois falam que um aperitivo e uma cervejinha é que fazem mal !

    mineiro

    eu que nao tomo cerveja assino em baixo , depois fica falando da cerveja enquanto que o leite , o refrigerante e tudo mais , ta mais envenenado do que a cerveja. mas quem garante que a cerveja tambem nao esta envenenada. depois do que eu li aqui , nada escapa.

Luis Eduardo G. Fernandes

Meu caro José Reinaldo Rosado. Eu trabalho no ramo alimentício, tenho uma pequena fábrica de transformação. Mas meus métodos são caseiros, mesmo assim não conseguimos mais a mesma qualidade de antigamente. A matéria prima, como requeijão, embutidos, até mesmo os queijos já não são os mesmos. Para quem gosta de saborear um bom prato, ou algum produto como Yogurte, uma calabresa, salaminho, queijos, tem que procurar os pequenos produtores, aqueles que fazem uma coisa mais artesanal, caso contrario vai cair nesses produtos completamente modificados que não chegam nem aos pés dos produtos produzidos antigamente.

É lamentável.

    José Reinaldo Rosado

    Parabéns Luis Eduardo, felizmente existem pequenos empresarios que buscam a qualidade, porque sentem orgulho em fazer um produto saudavel, buscam o lucro, mas não a qualquer preço.

Rodrigo Henrik

Já passou pela cabeça de vocês que tudo isso não passa de uma agenda global que trata de reduzir a população mundial? Pesquisem sobre a Monsanto e Georgia Guidestone e acessem essa página no Facebook http://www.facebook.com/NewWorldOrderNo

    Mário SF Alves

    Não, Rodrigo, teoria da conspiração, não, peraí. Devagar com o andor que o santo é de barro.
    __________________________
    Brincadeira. Faz sentido. No entanto, prefiro acreditar que é processo de escravização, mesmo. Escravização dita tecnológica, e claro, não apenas isso.

Gabro

E por que é que somente o tabaco traz mensagens de alerta do Ministério da Saúde?

Marci

O que vcs acham do congresso brasileiro de nutrologia ser patrocinado pela coca cola, nestle, kellogs e mc donalds? E uma das palestras do evento ser sobre a grande maravilha que sao os adoçantes?? Isso é real e aconteceu em sp nos dias 25 a 27/09/13

    camila

    É assim que eles causam confusão mental e desnorteiam a população!!!

    renato

    Marci, isto é macabro!
    Porque me assustas….

    Valdeci Elias

    Deve ser melhor, que o Executivo da Simens, dar uma palestra sobre Ética para o MP.

José Reinaldo Rosado

Sou Eng de Alimentos e trabalhei na ind. de carnes e em laticinios, posso dizer que os prod. industrializados têm como grande problema o seguinte:
-O teor de leite no yogurte em média é de 30%, o restante é soro de leite, agua,corante e flavorizante.
-Salsichas e mortadelas e outros embutidos chegam a ter 100% da carne mecanicamente separada(CMS)
Obs: Quando são desossados os cortes de frango, suinos e bovinos. Os ossos ficam com carnes aderidas e são passados no moedor e em uma peneira que separa o osso da carne. Com os ossos que têm carne aderidas junta-se as peles , cabeças e pés dos frangos. A esta massa da se o nome de CMS que Têm além de outros atributos um alto teor de colesterol,de DNA e por ser esta massa altamente perecivel necessita de mais aditivos.
– Chocolates: o Cacau tornou-se ingrediente de luxo. A proporção de gordura hidrogenada é altíssima.
Porque isto acontece? São as grandes empresas que fazem as legislação, elas fazem de acordo com os seus interresses.
A legislação que era bem rígida na definiçao de produtos e ingredientes foi abrindo para a industria aproveitar os subprodutos que foram tomando o lugar dos produtos.
A coisa é simples, quando se quer: YOGURTE É FEITO COM LEITE, MORTADELA COM CARNE BOVINA DO DIANTEIRO, CHOCOLATE COM CACAU.
Mas quem faz a legislação são os cachorros grandes que têm acionistas querendo cada vez mais lucros.

    camila

    uau, obrigada por nos repassar estas informações. Se me permite, vou divulgar…

    Augusto

    Perfeito o comentário José

    Mário SF Alves

    Ação coletiva e alimentação defensiva já!

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