Requião se diz perplexo com uso do Exército e leilão sem debate

Tempo de leitura: 3 min

Para Requião, leilão do Campo de Libra é um crime contra o Brasil

do site do senador Roberto Requião

“O que está acontecendo no Brasil? O Governo quer leiloar o campo petrolífero de Libra, que pode ter 15 bilhões de barris de petróleo, e não tem justificativa nenhuma para isso”, afirmou o senador Roberto Requião (PMDB/PR). “Estão entregando o petróleo brasileiro, mesmo depois do escândalo da espionagem da Petrobrás, do Ministério dos Transportes e até do telefone particular da presidente Dilma (Rousseff)”, completou.

Para Requião, o leilão do Campo de Libra, marcado para o próximo dia 21, “é um crime contra o Brasil. Um absurdo”. Ele comunicou que, junto com os senadores Pedro Simon (PMDB/RS) e Randolfe Rodrigues (Psol/AP), há mais de um mês entrou com um projeto de decreto legislativo para anular a licitação. No entanto, o projeto não tramitou no Senado.

“Se negaram a debater a questão. Sonegaram do Congresso o contraditório. Não é um parlamento mais. É um grande espaço de silêncio em troca de emendas e de favores. Eu estou profundamente indignado com isso tudo”, criticou. O senador ainda cita outro fato grave: o uso do Exército para fazer a segurança do local leilão.

“Isto está causando a indignação dos movimentos populares, dos setores mais esclarecidos do país. Mas a imprensa toda está a favor do entreguismo. Porque na verdade, hoje, PSDB e PSB estão todos nesta visão entreguista. Eles querem só derrubar o PT para fazer o mesmo, mas sem os programas sociais”, afirmou.

“Eu pergunto a você, que como eu votou e lutou pela Dilma: era isso que a gente esperava? E eu pergunto ao PT: foi isso que nós propusemos na campanha? E eu pergunto ao PMDB: foi por isso que nós apoiamos a presidente Dilma? Não. Não foi”.

Reservas – O Campo de Libra está localizado na camada de pré-sal na Bacia de Santos, em São Paulo, e deve produzir pelo menos um milhão de barris por dia, o equivalente à metade do que o país extrai atualmente. No projeto, espera-se instalar de 12 a 18 plataformas de grande porte.

Tratar-se de um campo já perfurado e testado. A Petrobras pagou à União pelo Campo. Pela cessão, deveria extrair 5 bilhões de barris, mas, depois das perfurações, encontrou reservas equivalentes a 24 bilhões de barris. Pela lei, a União deveria negociar um contrato de partilha com a empresa pelos 19 bilhões excedentes, mas, em vez disso, resolveu leiloar o campo.

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Greve dos petroleiros continua e conta com novas adesões

da Federação Única dos Petroleiros (FUP), reprodução parcial

Continua forte a greve dos petroleiros iniciada quinta-feira, 17, em todo o Sistema Petrobrás. Apesar das ações antissindicais da empresa, que insiste em desrespeitar o direito de greve, ingressando com interditos proibitórios e mantendo trabalhadores em cárcere privado nas unidades, os petroleiros estão resistindo e seguem parados por tempo indeterminado.

Segundo informações dos sindicatos da FUP, a adesão dos petroleiros é de 90% a 100% nas unidades operacionais, com forte participação dos trabalhadores terceirizados e também do administrativo.

A operação está sendo mantida na maioria das regiões do país por equipes de contingência da Petrobrás, formadas por gerentes, supervisores e outros profissionais sem experiência nas tarefas de rotina das refinarias, plataformas e terminais, o que coloca em risco a segurança das equipes e das próprias unidades. Na Bacia de Campos, já foram registrados vazamentos nas plataformas PCE-1 e P-15.

Os trabalhadores do Sistema Petrobrás exigem a suspensão imediata do leilão do campo de Libra, marcado para o próximo dia 21, e por avanços na campanha reivindicatória. A categoria também exige a retirada de tramitação do Projeto de Lei 4330, que escancara a terceirização para as atividades-fim, acaba com a responsabilidade solidária das empresas contratantes e piora consideravelmente as condições de trabalho, atacando direitos históricos da classe trabalhadora.

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