Apeoesp: “É um absurdo o governo Alckmin tornar caso de polícia uma manifestação de estudantes”; veja o vídeo

Tempo de leitura: 4 min

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Fotos: Carol Barão para  Jornalistas Livres

por Conceição Lemes

Por esta reação o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), provavelmente não esperava ao “reorganizar” na marra a rede pública de ensino do Estado.

Desde a manhã dessa terça terça-feira  10, estudantes da Escola Estadual Fernão Dias Paes, em Pinheiros, Zona Oeste da capital, ocupam-na para protestar contra o fechamento de 94 escolas e a desestruturação de outras 782 unidades.  À Rua Pedroso de Moraes, ela fica bem próxima de áreas classe A, como Jardins, Avenida Faria Lima, Alto de Pinheiros. Há uma quadra dali, na esquina de Teodoro Sampaio com Simão Álvares, uma cobertura custa R$ 14 milhões.

Nesta quarta-feira, um forte contingente da Polícia Militar (PM) cerca toda a escola. Lá dentro, um grupo de estudantes resiste, apesar de ontem a PM ameaçar a todo instante invadi-la , tentar prender duas jovens e partir para a violência contra os colegas das meninas que reagiram à detenção.

Nesta manhã, a Procuradoria Geral do Estado de São Paulo entrou na Justiça com pedido de reintegração de posse da escola. A decisão pode sair a qualquer momento.

“Os estudantes têm o direito humano de se manifestar livremente, não concordar com a mudança e de escolher onde querem estudar”,  afirma Maria Izabel Noronha, presidenta da Apeoesp, em entrevista ao Viomundo. “É um absurdo o governo governo Alckmin tornar uma manifestação pacífica de estudantes um caso de polícia; é uma situação muito séria.”

“Mais uma vez o governo Alckmin recorre à arbitrariedade, como faz com os professores nas assembleias”, denuncia. “Qualquer movimento que seja contra as suas decisões, ele tenta logo criminalizar.”

A escola Fernão Dias Pais não será fechada, mas passará por uma profunda mudança. Atualmente, tem ensino fundamental II (da 6ª a 9ª série) e ensino médio (antigo colegial). A partir de 2016, terá só ensino médio, obrigando os seus alunos do ensino fundamental  a buscar outra escola para estudar.

A ocupação da escola é uma decisão dos alunos e alunas, mesmo. Não é uma ação da Apeoesp. Porém, logo que foi informada da tensão no local e da intenção da PM de invadir a escola, seus diretores  foram para lá, para acompanhar a situação e dar assistência jurídica.

“Na hora em que eu cheguei uma menina estava sendo presa. Nós conseguimos conversar com os militares e eles a liberaram”, conta-nos Izabel.

“Os militares tentaram pegar outros meninos, para levar à delegacia e fichá-los. O nosso pessoal não deixou”, prossegue. “Os militares também tentaram entrar na escola na marra, os meninos  trancaram o portão e não deixaram.”

A Secretaria Estadual de Educação registrou Boletim de Ocorrência por “depredação de patrimônio”.

No entanto, os repórteres do Jornalistas Livres, “presentes todo o tempo lá, não observaram qualquer tipo de vandalismo”. Eles registram:

Houve mutirão para produzir merenda e para a limpeza. Os estudantes se revezaram na vigília durante a noite, discutiram estratégias e jogaram vôlei-queimada. 

São quase todos menores de idade.

Eduardo Suplicy, secretário municipal de direitos humanos, esteve no local por volta das 22h e levou água aos estudantes.

Num esquema de rodízio, os diretores da Apeoesp  passaram a noite inteira do lado de fora da escola. “Nós vamos ficar aqui até o final, para evitar que isso vire uma tragédia”, avisa Izabel Noronha.

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E-mail de Eduardo Suplicy ao governador e ao secretário da Educação

Enviado por Luciano Moraes Velleda, da assessoria de imprensa da Secretaria de Direitos Humanos da Prefeitura de SP

Prezados Governador Geraldo Alckmin e Secretário da Educação Herman Jacobus Cornelis Voorwald:

Estive ontem à noite na Escola Fernão Dias Paes onde conversei com aproximadamente 20 estudantes do ensino médio que ali se encontram, com os portões fechados com cadeados por eles mesmos, e havendo um número significativo de policiais militares e viaturas em torno da estabelecimento. Ponderaram a mim o seu desejo de serem ouvidos sobre a reorganização das escolas estaduais que obrigarão alguns dos estudantes a mudarem de estabelecimento. Trata-se de uma manifestação pacífica, de ocupação daquele edifício, durante o dia por mais de cem estudantes, tendo a maior parte dos mesmos, sobretudo os menores de idade, voltado para casa, acompanhados de seus pais. Transmitiram-me que não causaram qualquer dano às dependências da escola. Que tentaram ser ouvidos pela Secretaria da Educação, mas que não tiveram êxito.

Quero transmitir um apelo pessoal de bom senso ao Governador Alckmin e ao Secretário Herman Woorwald no sentido de abrirem um diálogo direto com os estudantes da Escola Fernão Dias Paes, com seus pais e professores, com o objetivo de conversarem sobre as razões da reorganização das escolas da Rede Estadual de Ensino, de suas razões, vantagens e desvantagens, tendo em conta o objetivo maior de se melhorar a qualidade da educação para toda a população do Estado de São Paulo. Sou testemunha de como Vossa Excelência, Governador Geraldo Alckmin, sempre se dispôs ao diálogo aberto com todos aqueles que realizam manifestações pacíficas para expressar seus ideais e objetivos em prol do bem comum.

Respeitosamente, o abraço amigo, 
Eduardo Matarazzo Suplicy 
Secretário Municipal dos Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo

Leia também:

PM de Alckmin ameaça invadir escola estadual em Pinheiros e retirar jovens à força 


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Comentários

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josé brasileiro

Caros comentaristas, boa noite!

Àqueles que são simpáticos a ideia de impedimento do Sr. Governador e seu Vice; por gentileza:
-http://www.peticaopublica.com.br/pview.aspx?pi=impeachm
Já passou da hora, pelo conjunto da obra, de defenestra-los do poder. Se milhões de cidadãos assinarem a petição há chance de se ter sucesso. Pode ser um pequeno, grande passo, para melhorias.

marcio ramos

… com Policia Militar subordinada as Forças Armadas e Alckmin pra que ditadura né????

L@!r M@r+3$

Alckmin pode entrar e surrar todos até a morte e ele vai ganhar os dois turnos pra Presidente em São Paulo.

Resta o resto do Brasil, né?

Por isso alguns paulistas defendem o muro. Assim podem elegê-lo como presidente da ditadura do sul do Brasil.

Mauricio Gomes

“Sou testemunha de como Vossa Excelência, Governador Geraldo Alckmin, sempre se dispôs ao diálogo aberto com todos aqueles que realizam manifestações pacíficas para expressar seus ideais e objetivos em prol do bem comum”.

É muita falta de noção desse pseudo-petista escrever uma asneira dessas. Desde quando o Führer do Tucanistão negocia ou dialoga com movimentos contrários à sua agenda fascista? Basta lembrar do massacre no Pinheirinho, das cacetadas nos professores e alunos, e por aí vai. Esse fascista precisa ser denunciado pelo que é, e não receber bajulações de um covarde e banana como esse Suplicy. E vou continuar batendo na mesma tecla: aposto que entre esses pais, alunos e professores GRANDE PARTE votou no picolé de chuchu pra governador, agora choram o leite (ou sangue) derramado. Por qual motivo o patético MPL, criador das jornadas fascistas de julho de 2013, não dá um pio sobre essa vergonha? Enquanto os paulistas elegerem fascistas como esse picolé de chuchu eu vou achar bem feito o que está ocorrendo (racionamento de água contaminada, manipulação de estatísticas de assassinatos, fechamento de escolas, etc). Quem pariu Mateus que o embale!

    Roberto Locatelli

    Sim, Suplicy é um banana. Mas, pelo menos, ele está agindo, foi lá na escola, está tentando interceder em favor dos estudantes. O que eu quero saber é o que a bancada do PT na Assembleia Legislativa está fazendo? E, principalmente, o que os militantes do PT e dos movimentos sociais estão fazendo? Esses estudantes só contam com o apoio do Suplicy e mais ninguém?

    Carlos Solrac

    Ver esses policiais em frente de uma escola com o único propósito de intimidar crianças e adolecentes me deixou mais uma vez envergonhado de ser paulista, depois meus amigos me questionam como um liberal que defende o capitalismo , vota só na esquerda e defende a esquerda.
    Essas fotos falam por si só, a direita brasielira além de contar com uma imprensa tendenciosa que deturpa fatos, é reacinária, conservadora e fascista.

    Mauricio Gomes

    Caro Roberto, sou obrigado a concordar com você nesse ponto. Mas é revoltante ver um governador fascista ser chamado de uma pessoa aberta ao diálogo por quem justamente deveria denunciar o estado fascista em SP comandado pelo picolé de chuchu. Essa covardia do PT está custando caro ao Brasil.

Vieira

Ué. kd as gdes manifestações na paulista exigindo mais educação? kd as senhorinhas e senhorzinhos c a cara pintada de verde e amarelo? sumiram? tem medo da tropa de choque? só vale qdo é contra o governo federal?

    Márcio Gaspar

    Os filhos daquele povo que protestou lá na Av. Paulista não precisam da escola pública. Eles estudam em escolas particulares. Então, para eles, isso não tem sentido algum. Escola pública para esse povo quanto pior é melhor, menos concorrência nas vagas do ENEM, Fuvest, Unesp, Unifesp. O filhos desse povo só precisam é da Universidade Pública, mas depois de formados não dão retorno nenhum para a sociedade, nadica de nada para alguma prestação de serviço público daquilo que o Estado lhe deu de graça. O protesto lá na Paulista é para barrar o avanço daqueles que estão lá embaixo, e que começam a pressionar por maior espaço nas Universidades Públicas. Isso incomoda. Os protestos na Paulista não tem nada a ver com corrupção, é só pretexto para extravasar o antipetismo.

    Heloísa

    Com certeza. As madames e seus respectivos maridos ficaram preocupados com a alta do dólar a incidir sobre suas viagens e compras no exterior. Para “não ficar chato”, saíram pelas ruas clamando “fora Dilma” pela Educação, Saúde, contra a corrupção e lá vai. Era mentirinha. A mesma preocupação não existe quando se trata da população do Estado de São Paulo e seu governo.

FrancoAtirador

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Com a Redução da Maioridade Penal da Gang do Cunha
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@s Alun@s Paulistas irão tod@s Pres@s como Terroristas.
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Alfredo dos Santos

Enviem estas imagens para a imprensa internacional, denunciando como o partido do Fernando Henrique Cardoso, cuida da Educação no Brasil, em particular nos Estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul.
Abraços

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