Maria Inês Nassif: Conspiração que derrubou Dilma atingiu de morte os partidos

Tempo de leitura: 5 min

Judiciário

Hoje é o PT. E depois do serviço concluído?

Terminado o serviço sujo, o sistema judiciário manterá hiperpoderes para manter todo o resto do sistema partidário refém de sua vontade.

por Maria Inês Nassif, na Carta Maior

É um erro apontar para o PT e declará-lo o único grande derrotado da ofensiva conservadora que se utilizou da estrutura Legislativa e Judiciária para abater o petismo, quando este alçava pleno voo.

A conspiração que resultou na deposição de uma presidenta da República, Dilma Rousseff, teve efeitos colaterais que atingiram de morte o sistema partidário brasileiro – e, junto, o poder que mais o representa, o Legislativo.

O Judiciário, o Ministério Público e a Polícia Federal, que superdimensionaram seus poderes e se tornaram instrumentos não de garantia das leis, mas das condições “excepcionais” para a negação delas, sem encontrar grandes resistência dos partidos conservadores e dos setores de direita da sociedade e amparados pelo apoio da grande mídia, colocaram sob tutela todo o sistema político.

A jurisprudência urdida para colocar o PT na defensiva, prender petistas e seus aliados e preparar a futura prisão do maior líder político vivo do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, é a mesma que pode ser usada contra o presidente golpista Michel Temer e contra integrantes do seu partido, o PMDB, ou para atingir o PSDB do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Esses políticos, que fizeram parte da conspiração contra Dilma, e miram agora em Lula, não entenderam que não estão usando o MP, o STF, os juízes de primeira instância ou a Polícia Federal, mas são usados por eles. Não perceberam que essas instituições ganharam vida própria e hoje se sobrepõem à democracia.

Sem usar forças militares, os partidos que conspiraram contra o PT e contra Dilma e Lula ajudaram a implantar um regime de exceção em que o sistema judicial é hegemônico.

Incrustrados no aparelho de Estado e garantidos pelo direito à inamovibilidade, os integrantes das corporações envolvidas no golpe de Estado acumulam um considerável entulho institucional nas sucessivas decisões tomadas pelo STF, que relativizam os direitos constitucionais dos cidadãos brasileiros e corroboram violências do Ministério Público contra a Carta e a pessoa humana.

Com isso, tratam de “legitimar” uma perseguição contra uma única força política e um golpe de estado que tornou-se parte dessa ofensiva. A partir disso, ações judiciais “excepcionais” se alastraram por todo o país.

É uma generalização da força bruta. Moro usa instrumentos ilegítimos que estão se vulgarizando na Justiça comum, com a condescendência do STF; os ministros da Suprema Corte têm seguidamente contestado decisões legislativas e imposto o seu parecer, desenhando uma Constituição nova, que não obteve a concordância dos membros do Congresso Nacional; a Polícia Federal, o Ministério Público e  a força-tarefa da Operação Lava-Jato, onde Moro pontifica, têm atuado livremente para vazar informações, inclusive de escutas telefônicas, de forma seletiva, e firmar convicção de culpa antes mesmo do julgamento de investigados, invertendo o preceito constitucional de garantia de defesa e derrubando o direito do cidadão à privacidade.

Recentemente, o STF decidiu “flexibilizar” outro direito constitucional e definiu condições para a PF invasão de residências sem mandato judicial, ampliando enormemente o poder das polícias.

Tornaram-se normais acusações feitas pelo Ministério Público sem nenhuma prova, apenas por presunção de culpa. E são frequentes os julgamentos sumários de Moro, que condena o réu apenas poucas horas após a apresentação da defesa.

As justificativas das condenações, não raro, trazem grave conotação política, são inconsistentes juridicamente e frágeis factualmente, mas acabam por se impor pela força sobre o Direito.

O hiperdimensionamento da burocracia Judiciária e do Ministério Público fez do PT e de Lula suas vítimas preferenciais, mas tornou qualquer partido, qualquer político e qualquer cidadão brasileiro atingidos potenciais de um sistema jurídico sem controle.

A única diferença entre as delações que justificaram, na maioria das vezes de forma frágil, a incriminação ou condenação de petistas, e as que atingiram peemedebistas, tucanos e políticos de outros partidos, é que houve uma decisão deliberada do MP e da Justiça de condenarem apenas as forças ligadas ao governo petista.

No mesmo saco de maldades das investigações do MP e da PF sobre a Petrobrás, todavia, convivem denúncias muito mais sérias atingindo companheiros da Justiça na conspiração e no golpe do Estado.

Depois de resolvido o problema PT, contra quem essas instituições vão assacar para reafirmar seus poderes “excepcionais”, acima da democracia? Ou vão simplesmente e candidamente abrir mão deles?

O exercício do poder de fato, que se coloca à margem de regras democráticas, diz a história, nunca se limita a uma contingência de “excepcionalidade” em que forças se unem para abater um inimigo comum.

Nessas situações, é a democracia, não o suposto inimigo, a primeira grande vítima. Outras se seguirão, porque o poder “excepcional” torna-se definitivo, incontestável, principalmente se as forças que o exercem monopolizam instrumentos de coerção, como os sistemas jurídico e policial.

Isto é: independentemente do voto popular, um procurador acumula hoje um enorme poder de denunciar sem provas, e um juiz de condenar um inocente, porque eles podem acionar a polícia, prendê-lo, lavrar a sentença e colocá-lo na cadeia, e vai ser referendado por uma Suprema Corte que abriu tal grau de possibilidades de condenação por suposição de culpa que descartou por completo a verdade e os direitos constitucionais como pressupostos para qualquer decisão judicial.

Independentemente do uso da vontade contra os aliados de agora, o sistema jurídico, no processo de golpeamento das instituições definidas pelo voto, na prática manterá as forças políticas a ele aliadas no processo de destituição de Dilma Rousseff, e na farsa armada para tornar o ex-presidente Lula inelegível em 2018, como reféns de sua vontade.

A ascensão ao poder de um partido venal como o PMDB apenas confirma isso: como um governo comandado pelo grupo de Michel Temer – integrado pelo marido da Marcela e por Eliseu Padilha, Wellington Moreira Franco e, nos bastidores, ainda sob a influência de Eduardo Cunha, Henrique Eduardo Alves e Romero Jucá – e secundada pelo grupo do presidente do Senado, Renan Calheiros, podem ter autonomia em relação aos juízes que mantêm nas gavetas processos contra todos eles?

A mesma coisa acontece com o partido que rivalizou com o PT nas eleições presidenciais desde 1994, o PSDB.

Livre de processos judiciais por graça dos ministros do STF, que fazem vistas grossas a graves acusações contra seus integrantes – um deles é acusado inclusive de tráfico de drogas – ainda vai trilhar um longo caminho até que os muitos crimes eleitorais ou de corrupção prescrevam e seus principais líderes fiquem a salvo, sem depender da boa vontade dos magistrados.

A liberdade de cada um dos delatados e investigados marginalmente pelo Ministério Público, ou réus de processos que dormem nas gavetas do Judiciário, depende da boa vontade de um juiz ou um procurador, ou das suas corporações.

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Comentários

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Joao Luiz Pereira Tavares

Para você que aí fica
Vou te dar uma dica
Além de sonso e vagabundo
Sou Cineasta Diretor
A MAMÃE é pamonha
Me estimulou na maconha

Deus não dá noz nem voz
a quem não tem dentes
Se você ainda não sabe
Vivo de Festival de Tiradentes.
P’ra garantir minhas mesadas

Fixo nas mais caras pousadas
Para divulgar meu Aquarius
Sou capaz de roubar um Stradivarius
Onde há dinheiro público
Sou como o Mustela putorius
Juro por tudo que é bíblico

Mando essa antes que acabe:
Vivo da Lei Rouanet
Sou do PeTê
Não vejo empecilho
Sou Kleber Mendonça Filho.

=====
JL.

Policarpo

Nassif afirma que a jurisprudência urdida para colocar o PT na defensiva é a mesma que pode ser usada contra as outras forças políticas. Pode ser, mas, com certeza, não vai ser utilizada por razões mais que óbvias. O PT foi e sob certos aspectos ainda é uma excrecência no sistema político e partidário brasileiro pelo simples fato de que é um partido político. Os partidos políticos são em todo o mundo a única forma institucional, pelo menos até agora, em que se dá a competição política democrática. No Brasil, partidos políticos só são admitidos em duas situações: quando servem de sustentáculo a governos oligárquicos (com tintes autoritários ou mesmo anti-democráticos) ou quando são tão minoritários que só servem para dar verniz democrático a situações oligárquicas de fato sem por em perigos essa mesma ordem. São institucionalmente descartáveis e descartados, ao sabor das circunstâncias, sem nenhum problema, mesmo para seus próprios membros, que se reagrupam em outras formações, desde que mantida sua função de sustentáculo do governo e espaço privilegiado de negociação de sinecuras. De fato em regimes oligárquicos não se admite a existência de oposição ou de alternativas políticas reais. Os partidos (e a própria mídia) são governistas até o último fio de cabelo. O golpismo manifesto, e suas mudanças arbitrárias das regras do jogo, é o resultado necessário e consequente de sua incapacidade de aceitar o jogo democrático. Vão torcer e retorcer as regras do jogo ao ponto de não se saber mais o ponto em que elas se tornam indistintas da arbitrariedade pura e simples.

Julio Silveira

O sistema partidário nacional sempre foi um lixo. Um refugio para maus elementos articulados, que se sujeitam a trocar interesses privados por negócios escusos, usando interesse público como escudo, em sua maioria.
A questão do super poder desses órgãos, é importante mas poderia até ser um inibidor se não tivessem sido construídos dentro das mesmas bases desses que se arvoram combater. São frutos da mesma cultura, agem dentro do mesmo espírito, desse sistema produtor de excrescências e aberrações jurídico institucionais, quando se observa as nações precursoras dessas iniciativas. Já mostraram que quando atuam não o fazem apenas para apurar as normas legais, mas para manifestar um víes político, agindo de forma interesseira, oportunista. Infelizmente o povo não deve esperar coisa boa que venha das instituições nacionais, estruturadas culturalmente para exercerem um papel meramente predador e discricionário. Aqui a justiça passa longe.

Sidnei Brito

Essa turma do PSDB/DEM/PMDB insistem em agir como se não conhecessem a história da UDN e de seu principal líder Carlos Lacerda.

    Sidnei Brito

    “Essa turma do PSDB/DEM/PMDB INSISTE em agir como se não CONHECESSE”.
    Desculpem pelo erro de concordância padrão cartinha do Moro para a Folha!

Antonio

Já estamos vivendo os tempos sombrios da ditadura, só não vê quem não quer ou é muito estúpido!

FrancoAtirador

.
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Juiz(a) que Pratica Irregularidades
é ‘severamente Punid@’ com …
… Licença Remunerada…

https://twitter.com/depPedroruas/status/786324851388772353
https://twitter.com/depPedroruas/status/786326110686642176
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    FrancoAtirador

    .
    .
    Desde a Fundação, este País tem uma Casta de Impuníveis

    à qual pertencem, hoje, Juízes, Membros do MP, e Políticos,

    Empresários, Banqueiros e Jornalistas Ligados ao PSDB.
    .
    .

José Fernandes

Temos uma unica chance guerra cívil …acham que estou louco??esperem daqui ha 2 anos, isso não é brincadeira,,,a situasão ficará tão insuportável que a unica saída e a revolução, tardia..boa noite. fiquem com Deus.

Tiago

Esses homens que abusam de suas autoridades transitórias esquecem de um detalhe! acima da justiça imperfeita dos homens está a Justiça Divina ! e esta vem para todos inexoravelmente.

CaRLos

É isso que eu vejo também: o judiciário( sem contar o MP e a PF) é hegemônico. Todos os outros poderes vêm rebocados por ele. Nunca vi nada igual. Este artigo tocou na ferida.

Cláudio

:
: * * * * 04:13 * * * * .:. Ouvindo As Vozes do Bra♥♥S♥♥il e postando: A grande mídia (mérdia) é composta por sabujos sujos e sabujas sujas a serviço dos ianque$ e do $ionismo de capital especulativo internacional e outras máfias (como a ma$$onaria) dos e das canalhas direitistas…
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PARA A ENÉSIMA PUTARIA DA DIREITA:
Foi com muito cálculo que se preparou mais essa para o PT (e/ou as esquerdas, o progressismo/trabalhismo). E, ao que parece, o partido não contava nem se preveniu para essa eventualidade. Aliás, é estranho o número de vezes que o PT é pego de calças curtas, desprevenido e perplexo. E, o que mais espanta, é que seus inimigos nem parecem ser tão espertos assim.
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Poesia contra a distopia (Distopia = Ideia ou descrição de um país ou de uma sociedade imaginários em que tudo está organizado de uma forma opressiva, assustadora ou totalitária, por oposição à utopia. “Distopia”, in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/distopia [consultado em 01-10-2016].)

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O fetiche da mercadoria
ou
dA coi$ificaçãØ do ser humano
……………………………………………………………para o poetamigo e Doutor em Comunicação Laerte Magalhães
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…………………………..ma$$ificaçãoma$$ificaçãoma$$ificaçã000
…………………………..ma$$ificaçãoma$$ificaçãoma$$ificaçã0
…………………………………………………………………………………………………………(Cláudio Carvalho Fernandes)
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O poema acima (O fetiche da mercadoria…) apresenta-se, no original, em forma de cubo, o protótipo da mercadoria.
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Desalienando a ma$$ificação coi$ificante
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É melhor
Ser um, mesmo que zero, à esquerda
Do que, títere-palhaço, a-penas (só) faz-ser nú-mero$$ à direita
…………………………………………….(Cláudio Carvalho Fernandes)
::
Poema Z
…………………………………………….Para Dilma, Lula e o PT e todas as forças progressistas brasileiras (e mundiais). Sinta-se homenageado/a, também.
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Penso
Logo(S)
ReXisto
…………………………………………….(Cláudio Carvalho Fernandes)
::
Sempre
.
A vida
Entre duas pedras:
Sobre
Viver
Ou
Morrer
Sob…
…………………………………………….(Cláudio Carvalho Fernandes)
::
Tão duro mas tão terno
.
É preciso
Não ter esperança alguma
Para se construir
Da necessidade (de viver, do viver)
Algo melhor
Do que não ter esperança alguma
…………………………………………….(Cláudio Carvalho Fernandes)
::
Doce conformismo ?
Ou
Da “queda” da poesia para a história
.
As coisas são como são
E não como deveriam ser
Penar por elas é em vão (ou não)
(S)E ultrapassa o próprio viver
…………………………………………….(Cláudio Carvalho Fernandes)
::
ReXistência
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Não deixe que aluguem o seu pensamento:
Simplesmente mude de canal ou desligue a TV
Diga “NãO” à Rede Goebbels
…………………………………………….(Cláudio Carvalho Fernandes)
::
(Em la lucha de clases)
.
Em la lucha de clases
Todas las armas son buenas
Piedras
Noches
Poemas
…………………………………………….(Paulo Leminski)
::
(Não é a beleza)
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Não é a beleza
Mas sim a humanidade
O objetivo da literatura
…………………………………………….(Salamah Mussa)
::
A existência precede a essência.
…………………………………………….(Jean-Paul Sartre)
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* 1 * 2 * 13 * 4
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Por uma verdadeira e justa Ley de Medios Já pra antonti (anteontem. Eu muito avisei…) !!!! Lula (sem vaselina) 2018 neles (que já tomaram DE QUATRO) !!!!
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    bonobo de oliveira, severino

    Oh Claudio. Então, nos diga qual seriam as formas de se prevenir, eles se prevenirem, ou nós nos prevenirmos, ou estar prevenido, do particípio perdido, da vergonha e da decência perdidas, contra uma choldra de Servidores Públicos, investidos de Poder para agir em defesa do INTERESSE PÚBLICO, que passa a agir como quadrilha organizada em todo o país, em benefício de seus interesses corporativos e interesses PRIVADOS de grupos econômicos nacionais e estrangeiros? Como é que se pode prevenir contra isso? Ou melhor, como é que, não havendo prevenção possível contra BANDIDOS, como é que se combate essa bandidagem instalada na máquina do Estado. Vamos esperar a “coisa virar” como diz o PHA? Acorda cumpadre. Não tem gente boba nesse jogo não!!

lulipe

Tá faltando ainda a conclusão da votação que reduziu a maioridade penal para colocar na cadeia os criminosos “di menor”. Pena que a proposta é reduzir apenas pra 16 anos, mas vamos em frente tirar o Brasil do vermelho!

    RONALD

    Eu não entendo o que um fascista está perdendo seu tempo aqui. Aqui, não é Terra que aplaude fascista imbecilizado. Cai fora, fascista !!!!!

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