Luiz Antonio Simas: O problema da PM não é ter dado errado, é ter dado certo

Tempo de leitura: 2 min

Captura de Tela 2015-12-02 às 09.13.53

por Luiz Antonio Simas, no Facebook

Não sou especialista em questões de segurança, longe disso, mas minha formação é em História. A ela recorro.

A polícia militar foi criada por D. João, no início do século XIX. Me parece ser impossível falar dela sem considerar o contexto em que a revolução dos pretos do Haiti apavorava, pelo poder de inspirar movimentos similares, as elites do Brasil.

A função original da polícia era, não nos enganemos com os discursos oficiais, basicamente, defender a propriedade e as camadas dirigentes contra as “gentes perigosas e de cor”.

Tal fato me faz crer que, em pouco mais de duzentos anos, a PM carioca é uma das instituições mais bem sucedidas do Brasil.

Sou dos que acham, portanto, que não adianta dotar esta polícia de um suposto “perfil cidadão”, ensinado em algumas aulas mequetrefes, e ponto.

O buraco é muito mais embaixo. A PM foi criada para matar.

Alguém conhece aí a fábula da natureza do escorpião? Pois é.

A PM é, historicamente, uma UPP permanente: Unidade de Pancada em Pobre/Preto. 
Não sou otimista.

Há, evidentemente, policiais do bem, mas a missão que justifica a corporação, inscrita em sua história, é essa: defender o status quo contra as ameaças a ele, fundamentando essa defesa no monopólio da violência, prioritariamente voltada contra os mesmos pretos e pobres dos tempos do rei.

A única solução para a PM (com uma soldadesca de maioria pobre e preta, como a gritar que somos um país de complexidades escancaradas) é a extinção/refundação ou coisa do tipo.

Como fazer isso? Não sei; mas é necessário.

A discussão sobre o que deu errado na polícia parte de um pressuposto equivocado. O problema da PM não é ter dado errado. É ter dado certo.

Leia também:

Internautas pedem identificação de PM que puxou arma para estudante


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

Urbano

Agora, qual a receita para não morrer nas mãos dos que não são chapa branca?

juca

Fica escrevendo essas coisas aí que acaba levando um tiro. Cuidado o mar não está pra peixe. Esse país é muito autoritário ainda. Tá difícil levar a vida. Parabéns de qualquer forma pela coragem. Eu assumo, sou covarde diante dessas aberrações que acontecem.

Sergio Santos

Ótimo artigo. Penso o mesmo da PM; uma instituição fora de qualquer parâmetro de “segurança” pública. As polícias do Brasil precisam de urgente reorganização e reconstrução da carreira. Só deve existir um comando policial por jurisdição. Talvez devam ser criadas polícias metropolitanas para atuar com maior desenvoltura nos grandes centros urbanos. As UPPs são totalmente inadequadas e sem sentido: ou existe a polícia na comunidade ou o bandido; sem condição de coexistência. E ocupar morro somente para reprimir é uma atuação irresponsável, inócua contra o crime e um desperdício de vidas e de dinheiro público.

FrancoAtirador

.
.
De Cérebros Lavados
Homens Desalmados
No Quartel Militar.
Chamam-se Soldados
Mas são Robôs Armados
Treinados Para Matar.
.
.

FrancoAtirador

.
.
Lema do Governo do Tucanistão: PANCADA DITADÔRA
.
.

Deixe seu comentário

Leia também