Luciano Martins Costa: Mídia expressa o medo que a elite sente do povo

Tempo de leitura: 3 min

Amar o jornalismo, criticar a imprensa

Por Luciano Martins Costa em 03/01/2014 no Observatório da Imprensa

A imprensa brasileira funciona como um partido de oposição, mais eficiente, estruturado, coeso e determinado do que as agremiações políticas oficiais.

Mas não se trata de um partido de oposição à aliança que governa o Brasil desde 2003: é uma organização política que em muitos aspectos se assemelha ao “Tea Party” americano, ou seja, um sistema estruturante do pensamento mais conservador que frequenta o espaço público.

Se o governo federal estivesse nas mãos do PSDB, e este atuasse como um partido socialdemocrata nos moldes europeus, a imprensa teria uma atitude semelhante, de oposição.

As evidências do comportamento enviesado da mídia tradicional, aquela que domina a agenda institucional e serve à indústria cultural, são muitas e foram consolidadas paralelamente a um processo de empobrecimento da atividade jornalística nas últimas décadas.

O processo é longo, foi marcado por disputas cruentas no interior das redações no período imediatamente posterior à redemocratização, e afinal vencido pelo conservadorismo no início deste século.

O fato de o Partido dos Trabalhadores ter alcançado o poder federal na mesma época é daquelas ironias da história observadas pelo historiador Isaac Deutscher ao analisar o comunismo dos anos 1960.

A controvérsia em torno desse comportamento da imprensa se sustenta precariamente no fato de que a maioria dos analistas se prende à relação entre os principais veículos de informação e o núcleo de poder ligado ao ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva.

Um operário na Presidência significou, para as famílias que ainda controlam as empresas de comunicação, uma ofensa tão grande quanto tem sido, para a elite conservadora dos Estados Unidos, a ascensão de um negro ao cargo mais alto daquela nação.

Essa relação de ódio e negação se estende por tudo que estiver ligado a esse evento histórico: o fato de a democracia brasileira ter evoluído ao ponto de eleger presidente um operário com pouca educação formal.

Não é o PT que a imprensa odeia e despreza: é o processo democrático, que permitiu essa “aberração”.

Não por acaso, os leitores típicos dos jornais e de publicações como Veja e Época manifestam costumeiramente sua baixa apreciação pelo “povo” e sua capacidade de discernimento, como se pode observar nas seções de cartas e comentários.

Jornalismo em crise

Criticar a imprensa, denunciando o jornalismo partidário, é na verdade uma demonstração de respeito ao jornalismo e à imprensa, como ela deveria ser.

Defender a imprensa como ela é e conformar-se com o jornalismo de quinta categoria que tem sido imposto aos brasileiros, de forma geral, é sintoma de alienação, ou, pior, recurso de malabarismo intelectual para preservar a reputação sem cair no index do sistema da mídia.

Louve-se: é preciso muito jogo de cintura para salvar a ficção da objetividade sem ter as portas fechadas pelas redações.
No entanto, chegamos ao ponto em que não há subterfúgios, pois a escolha da imprensa hegemônica está destruindo o jornalismo de qualidade no Brasil.

Concretamente, o jornalismo brasileiro é pior, hoje, do que há vinte anos?

A resposta é: sim, piorou não apenas a qualidade do jornalismo no Brasil, mas também a qualificação dos jornalistas, de modo geral, e a própria noção do valor social da atividade jornalística.

Uma pesquisa coordenada pela professora Roseli Fígaro na USP constatou essa realidade (ver resenha do livro aqui): o jornalismo brasileiro está imerso em profunda crise.

Um artigo publicado na quinta-feira (02/01) pela Agência Fapesp (ver aqui) atualiza alguns aspectos desse estudo.

O texto afirma explicitamente que “os produtos jornalísticos impressos, televisivos ou radiofônicos são feitos de maneira completamente diferente do que há cerca de vinte anos”.

A mudança foi para pior, segundo a pesquisa, provocada principalmente por uma reestruturação produtiva nas redações, com o aumento do número de jornalistas sem registro profissional e o afastamento dos profissionais mais experientes.

A desconstrução do jornalismo foi feita pedra por pedra, e não é apenas fenômeno causado pelas novas tecnologias de comunicação, mas por uma escolha estratégica das empresas.

Trata-se de um processo que corre paralelo ao projeto conservador de poder, que, não podendo eventualmente ser realizado pelas vias partidárias, porque o eleitorado parece rejeitar suas propostas, passa a atuar pelo sistema da mídia.

Simples assim.


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Comentários

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andre

Ok concordo com tudo. Mas acrescentaria mais um ponto, teórico-politico: as ECAs (Escolas de Comunicação e artes) do Brasil são dominadas pela praga pós-moderna. Basicamente o pós-modernismo afirma que ‘não há fatos só interpretações’ (frase do filósofo ultraconservador, aristocrata radical Nietzsche, vendido nessas escolas como ‘anarquista libertário’). É essa má formação com uma teoria que está sendo enterrada na Europa de hoje – onde o debate de ponta na filosodia é o realismo e o valor da verdade para a politica e a vida cotidiana – que dá a justificativa para as ‘interpretações’, ou seja mentiras, estampadas nos jornalões em suas manchetes diárias empacotadas como ‘netralidade’ e apresentadas como fatos!

Mário SF Alves

Bom, deixa pensar… ditadura de direita é instituída ou implantada para beneficiar uma ínfima fração da sociedade. Ou seja, os que detêm o domínio ideológico. Já uma eventual e raríssima ditadura de esquerda é instituída para o benefício da imensa maioria da sociedade.
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Ah, se tem conversa? Não!

Sem tortura.
Sem sádicos psicopatas torturadores.
Sem Operação Condor.
Sem asfixiamento por gazes e fornos de cremação.
E sem paredóns.

E mais, num Estado Democrático de Direito, adversário político é só adversário político.

E não. Não se aplica a teoria do domínio do fato sem que haja o FATO, a prova.

FrancoAtirador

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A REDE DO MILLENIUM


http://outrassfrequencias.blogspot.com.br

    Mário SF Alves

    Franco,

    Aí está o verdadeiro mapa do maior complô mafioso de todos os tempos.

    E não será por isso que PT só anda pisando em ovos, enauanto apanha, apanha e apanha?

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    E, interessante, e não é que ficou totalmente camuflado o departamento de sabotagens, ofensas, ataques e afins?

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    Humm… não sei não, hein… este mapa tem a cara da CIA, né não?

    Mário SF Alves

    Aqui tem uma aranha de estimação que tece uma teia melhor do que essa. E detalhe: sem segundas ou terceiras intenções.
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    Em tempo: a teia da aranha daqui de casa só tem uma função; a de defender os interesses da aranha. Aliás, como toda rede ou teia.

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    Mas, prezado FrancoAtirador, não vês que isso tudo é pelo bem do Brasil, cara? Resta saber quê Brasil ou quê Brasil de quem?

Elias

Para quem lê blogs progressistas, a mídia (todas) não engana ninguém. Para os mais de 100 milhões de eleitores, pelo menos há 11 anos, a mídia influi um quarto, talvez um terço deles. A grande maioria do povo brasileiro, como que contagiada pelos resultados a olhos vistos de um país melhor, não dá mais chance para o pessimismo propagado diariamente por esse “Tea Party” midiático-patético. Esse monstro sempre foi perigoso. Agora muito mais por se ver desprezado e o que é pior, perdendo dinheiro, seu maior alimento. Então, é bom ficar sempre atento com o monstro impresso-radiofônico-televisivo. Ele nunca medira esforços para instalar no poder central alguém que cumpra suas ordens que nem são suas, são ordens de um famoso império ao norte do planeta.

Julio Silveira

É sempre bom ler artigos que chamam a atenção de nossa cidadania para a forma desse mal que ainda existe no Brasil, com pouca objeção, pelos múltiplos interesses que atende. Esse tem sido um dos grandes adversários da maioria de nossa cidadania, não de hoje. Por conta dessa meia dúzia de famílias (oligarquias tecnológicas mas não menos antiga na pratica do exercício de seu poder e prerrogativas exclusivistas). Como entidades praticamente monopolistas com grande poder e penetração das suas palavra e com instrumentos de uso quase exclusivos para firma-la como verdade, contra os interesses da grande maioria de nós brasileiros, lhes é permitido camuflarem-se covardemente, passando por interessados no progresso da nação e de nossa cidadania. Mas, como temos visto, trabalham diuturnamente para enfraquecer-nos, dependendo das circunstancias podendo até trocar o apoio ao país, pagando qualquer preço inclusive o do enfraquecimento de nosso estado, em beneficio de outros estrangeiros, se houver risco aos status financeiro e de consequente poder,desses particulares, conquistado, onde poucos países fracos, de bananas, permitiriam. Sabedores de que sua minoria numérica, absoluta, não lhes permitiria manter esse status, apelam, para obter condições, direitos e deveres, diferenciadas na pratica. Por que se não fosse assim, sem o vícios que construíram na cultura nacional, não teriam forças para manter esse poder. Devemos sim procurar esclarecer essa ação feita de forma dissimulada, essa que faz a critica hipócrita as vicissitudes nacionais mas usam as consequências dela para seus benefícios e assim criar o melhor dos mundos a seu favor e sempre contra nós.

Carlos

A midia é a oposição mais poderoso no Brasil, mas vocês podem prestar atenção a oposição que eles fazem é sempre contra o povo contra os intereses do assalariado, do pobre.
Eu fico impressionado quando um assalariado repete o que o PIG fala feito um papagaio de pirata e achando que esta bem informado.

    Regina Braga

    Pois é…eu tbém fico admirada com o pig…Mas fico ainda pior quando o Ministro da Educação, assassina, contrato com a Abril sem licitação.Jogo de bastidores ,o povo não entra!

Aracy

O grande mídia destila em suas imagens, vozes e escritos o mesmo pavor que as elites manifestam pelos muros altos, câmeras de segurança e cercas de arame farpado.

ricardo silveira

“Criticar a imprensa, denunciando o jornalismo partidário, é na verdade uma demonstração de respeito ao jornalismo e à imprensa, como ela deveria ser.
Defender a imprensa como ela é e conformar-se com o jornalismo de quinta categoria que tem sido imposto aos brasileiros, de forma geral, é sintoma de alienação, ou, pior, recurso de malabarismo intelectual para preservar a reputação sem cair no index do sistema da mídia.”
Nestes dois parágrafos transcritos diria, sobre o primeiro que é mais: é ter respeito pelos cidadão e pela democracia. No segundo parágrafo diria que é traição ao povo brasileiro, e mais grave ainda quando usa dinheiro desse povo para comprar revista escolar da Abril, o que faz o Ministério da Educação de Dilma/Mercadante, conforme Conversa Afiada.

    Vina

    Meu caro, não foi o MEC quem comprou revista da Abril e o governo do estado de São Paulo.

    Vina

    Corrigindo: …..revista da Abril e sim o governo…..

    ricardo silveira

    Não vi essa correção no Conversa Afiada, mas se houve, agradeço, menos mal.

Gilson

É um verdadeiro nojo escultar a Jovem Pan,talvez seja pior que assistir globo ou mesmo ler Veja.Infelizmente uma grande parte da População, não está percebendo os objetivos de segmentos reacionários,pois eles reduz a nada, avanços conquistados por politicas iniciadas pelo Presidente Lula.

Bernardino

É meu caro ALEX,PT é exaustivamente comprovado partido FROUXO e lambe botas da MIDIA BANDIDA.Agora entendemos pq nao tivemos REForma Agraria e LEI dos Meios nesse país.o PT está sendo comido pela propria COVARDIA e acredito que D DILMA encerrara o CICLO da pseudo esquerda no PODER e mais entregando o ouro ao Bandido,como nesse caso,será enxotada e esquecida pela propria MIDIA bandida que agora incensa!!!!!

    Bonifa

    Calma, amigo. A luta é mais árdua do que você imagina. Muito mais árdua. Nenhum petista, por mais descompromissado que se sinta com as diretrizes partidárias, por mais desgarrado que tenha sido e acreditado em conversas de raposas políticas, desconhece o terreno minado onde pisa. Não ceda à conversa fácil dos infiltrados. Ponha-se acima dos que agora, na reta inicial da corrida eleitoral, querem fragilizar Dilma Rousseff. Como dizia Bertolt Brecht, “fique conosco, não se separe de nós”. A luta agora vai ser maior do que a das três primeiras vitórias do povo brasileiro.

Fabio Passos

O PiG é o maior esgoto a céu aberto do Brasil.
Negar algo tão evidente é uma tremenda estupidez.

Estas oligarquias decrépitas tem medo do povo porque transbordam de preconceito racial e de classe.

anac

Pelo que fizeram de mal devem, sim, ter medo.
E o povo da senzala sabe o que eles (senhores da Casagrande) fizeram no verão passado…
Mal sabem os senhores da Casagrande que o povo almeja apenas ser feliz e que TUDO daqui por diante seja diferente e melhor para TODOS.
Quanto a pagar o que deve, os senhores da Casagrande têm a eternidade do INFERNO.

Sidnei Brito

“Defender a imprensa como ela é e conformar-se com o jornalismo de quinta categoria que tem sido imposto aos brasileiros, de forma geral, é sintoma de alienação, ou, pior, recurso de malabarismo intelectual para preservar a reputação sem cair no index do sistema da mídia.”

A quem o Luciano quis dirigir essa crítica, hein?

Os que acompanham o Observatório talvez possam confirmar, mas acho que foi uma cutucada num tal de Mauro Malin.

Será?

Cláudio

Mídia, no caso brasileiro: míRdia

“Com o tempo, uma imprensa [mídia] cínica, mercenária, demagógica e corruta formará um público tão vil como ela mesma” *** * Joseph Pulitzer.


“Se você não for cuidadoso(a), os jornais [mídias] farão você odiar as pessoas que estão sendo oprimidas, e amar as pessoas que estão oprimindo.” *** * Malcolm X.



Ley de Medios Já ! ! ! . . .



    Bonifa

    A Mídia corporativa é nosso pior e mais sério inimigo. Ela agora tenta fazer o povo acreditar que vive não no céu, mas no inferno. É aquele mesmo truque do ilusionista que fala a quem é totalmente sadio, mas é crédulo: “Senhor, o senhor está se sentindo bem? O senhor está pálido, quer que eu chame um médico?” -E o crédulo acaba por passar muito mal, de verdade.

    Luís Carlos

    Criaram clima semelhante em 64. A guerra psicológica. Dilma foi na veia e desmascarou o jogo dos fascínoras dando “nome aos bois”. E que bois!

Marat

Já escrevi isso aqui uma vez, e volto a escrever: Na década de 1990 fiz um ano de jornalismo, numa Universidade particular conceituada. Certa vez, um jornalista quatrocentão foi ministrar uma palestra. Ao final, perguntas e debates. Uma estudante, filhinha de papai, rica e mimada (embora escrevesse bem), soltou essa: “Toda mulher jornalista pode fazer qualquer coisa por uma notícia” (e saibam que ela não se chama Míriam)… O jornalista, experiente, fingiu não ouvir… ignorou, e passou a palavra a outro aluno.
Mais um detalhe: naquela sala, de 80 alunos, pelo que pude perceber, no máximo 15 tinham talento. Verifiquei e após muitos anos, apenas dois conseguiram emprego de prestígio.

Marat

Como sempre o Luciano acrescenta mais e mais ensinamentos, com uma escrita refinada, inteligente e sutil…
Este trecho, em particular foi muito bom: “Defender a imprensa como ela é e conformar-se com o jornalismo de quinta categoria que tem sido imposto aos brasileiros, de forma geral, é sintoma de alienação, ou, pior, recurso de malabarismo intelectual para preservar a reputação sem cair no index do sistema da mídia.” Acertou uma certa pessoa em cheio!
Grande Luciano!

Cláudio


“Com o tempo, uma imprensa [mídia] cínica, mercenária, demagógica e corruta formará um público tão vil como ela mesma” *** * Joseph Pulitzer.


“Se você não for cuidadoso(a), os jornais [mídias] farão você odiar as pessoas que estão sendo oprimidas, e amar as pessoas que estão oprimindo.” *** * Malcolm X.



Ley de Medios Já ! ! ! . . .



alex

SEM LICITAÇÃO! É DURO … COM AVAL DO GOVERNO PETISTA!

AZENHA: na calada da noite de sexta-feira, dia 30 de Dezembro.
Dá para acreditar que o Mercadante faria uma compra deste tamanho sem o aval de Dilma?

EXTRATO DE CONTRATO N 296/2013 – UASG 153173
n Processo: 23034007062201383.
INEXIGIBILIDADE n 206/2013.
Contratante: FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO-DA EDUCACAO.
CNPJ Contratado: 54956206000119.
Contratado : FUNDACAO VICTOR CIVITA
Objeto: Aquisição da revista Nova Escola para atendimento ao Programa Nacional Biblioteca da Escola – PNBE Periódicos 2014.
Fundamento Legal: Inciso I do artigo 25 da Lei 8.666/93.
Vigência: 30/12/2013 a 28/03/2015.
Valor Total: R$2.529.630,60.
Data de Assinatura: 30/12/2013.
(SICON – 30/12/2013) 153173-15253-2013NE800593

PRECISA DE LICITAÇÃO SIM …

Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial:
I – para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;

    tiago carneiro

    É o TUCANAO mercadante apunhalando o governo pelas costas.

    O PIG é o verdadeiro partido de oposição. O PT é o maior financiador dele…. =)

    O que nosso amigo tucano mercadante tem a dizer?

    Dinis

    Ce tá de bricadeira né Alex!

    Mário SF Alves

    Essa estratégia do PT me deixa é doido.

    Creio que nem o povo hebreu, a começar pela escravidão no Egito, dos Faraós, foi tão sagaz e tão sangue-frio ao lidar com os inimigos.
    _____________________________________________
    Enquanto isso o Genoino, hein?
    Enquanto isso o pouco que conquistamos em termos de Democracia, hein?
    Que estratégia¹, pqp!

    ¹Só pode ser estratégia. Não há como explicar de maneira diferente.
    _________________________________________________________

    Aliás, o gato daqui de casa também tem uma estratégia. E na inexistência de ratos, usa-a até pra caçar moscas.

    ___________________________________________________________
    Caba não, mundão!

Urbano

“… E se a força é tua, ela um dia é nossa
Olha o muro, olha a ponte, olha o dia de ontem chegando
Que medo medo você tem de nós, olha aí…”
PESADELO (Maurício Tapajós e Paulo César Pinheiro)

    Urbano

    Toda a miséria que eles sempre fizeram e farão, certamente que se deve ao medo, mais até para paranóia , mas nem por isso eu precisava duplicar a palavra medo.

    Mário SF Alves

    É medo, sim, prezado Urbano. Medo e arrogância.
    ________________________
    Medo do Brasil consolidar de vez a sua soberania. É esse o medo. O medo de perder tão precioso e indispensável país-continente, e, de roldão, levar junto toda a América Latina.
    ________________________________________
    Tudo estará bem enquanto a América do Sul for só e apenas isso: América Latrina.
    __________________________________________________
    Aí, já viu, vale tudo, não é?

    Vale (Vale? Êpa!), vale, inclusive, rasgar a Cosntituição Federal na cara da gente.

    E o pior. Não agiram sózinhos. Não foi só o Judiciáro. A mídia fora da lei e o Congresso foram co-partícipes.
    ________________________________________________________
    Quero a Constituição da República Federativa do meu País de volta.

    Exijo que os todos direitos e deveres de todos os brasileiros garantidos nela sejam de vez e terminantemente honrados.

    Às ruas! Com ou sem a tomada da Bastilha.

    ______________________________________________________________________
    Abaixo o maldito golpe baixo!

Sergio

Sim, houve um enorme empobrecimento do jornalismo, tanto que uma das linhas principais é a despolitização, a demonização da política, quando esses profissionais poderiam ter um belo papel justamente do contrário: estimular os leitores a criticar, a analisarem os fatos e formarem ideias do que é do interesse deles e o que é contra.

Incrível que nas manifestações do ano passado existisse uma vontade de protestar mas ao mesmo tempo um não saber exatamente pelo quê. Protestar “contra tudo que está aí”, contra “a velha política” (mas qual política exatamente é velha? A que defende a economia totalmente livre e desregulada ou a que defende a regulação e algum grau de intervencionismo? A que defende que os pobres se virem por si mesmos, senão nunca aprenderão a trabalhar, ou a que defende alguma transferência de renda artificial para eles? É um absurdo o grau de corrupção, mas também é absurdo que o financiamento das campanhas seja público?). Cada um tem que saber pelo menos quais são suas próprias ideias, mas a maioria da mídia confunde, informa parcialmente, desinforma, investe na ignorância mesmo.

O ideal da chamada grande mídia é que ninguém tenha ideia nenhuma e queira um salvador da pátria, que ela pode moldar e vender.

Mas o povo não é tão matuto assim.

Clemente santos gimenez

Não é que a mídia apoie a elite ela é parte da elite e os jornalistas são seus funcionários. Não é um processo de melhoria produtiva das redações, pois o objetivo que orienta o processo que é a vendagem/audiência tem caído num pais que apóia o governo. Quando a elite se sente segura ela se dá ao luxo de ser democrática, liberal, quando não, usa de violência tanto na mídia como na superestrutura do Estado, como o caso do supremo perseguindo dirigentes do PT e cegando para outros envolvidos e os boicotes do TCU ás obras etc. O país ainda é capitalista e se necessário a elite fará extermínio em massa como fez na ditadura e muitos outros momentos de nossa história e com apoio de parte do governo que hoje está aliado. Só discordo do saudosismo, temos a honra de viver o melhor momento do Brasil e graças ao povo. Até um novo jornalismo está se viabilizando fora das redações dos donos da mídia o comportamento desesperado da elite é porque o povo está conquistando espaço ou o desvio de dinheiro do governo para assistência social de 50 milhões de pessoas que antes estariam financiando a elite não é um grande avanço? E as mudanças sociais não é um processo para medrosos e desesperados, fizemos um gol, estamos eufóricos, mas ainda perdemos de 4, o time adversário quer sufocar a o nosso ímpeto e nos tirar a esperança de virar o jogo, Dilma e esquerda neles.

Edgar Rocha

Já que o assunto descambou para a necessidade de uma autoavaliação geral do papel das instituições e seus respectivos agentes, acho conveniente sugerir aos universitários o artigo publicado na Carta Capital: Revistas científicas ou túmulos do saber?
Por trás do suposto rigor das publicações “de excelência” pode estar o epistemicídio — a tendência da Academia a sepultar pensamentos dissidentes
por Alex Martins Moraes — publicado 08/01/2014 12:06, última modificação 08/01/2014 12:19.

Quem é que forma estes profissionais da imprensa?

Edgar Rocha

Engraçado que uma boa sacada puxa outra. Ao analisar a atuação de um agente social específico, surgem exemplos em muitos outros setores de nossa soicedade sobre o mesmo comportamento: fala-se, nos comentários, de médicos, educadores, gestores, etc. O que o autor do post observou de forma tão competente na imprensa, domina toda a estrutura política e social, independente de credo político ou ideologia. É um paradigma formado nas bases da ditadura militar. A raíz da tirania continua viva na mentalidade de cada um de nós. Mas, é preciso primeiro limpar a própria casa. Partidos, universidades, sindicatos… todos precisam passar por uma auto-análise. Saber o que sobrou do pensamento construído nos tempos da ditadura dentro de cada instituição 9antes que me acusem de minimizar o problema da imprensa, concordo também que esta seja devidamente submetida a mecanismos que garantam e restaurem uma atuação mais democrática e desvinculada do exclusivismo dos antigos “coronéis” da comunicação, sendo fundamental para uma mudança estrututral do pensamento político no país). O autor do post nos dá uma pista: “Defender a imprensa como ela é e conformar-se com o jornalismo de quinta categoria que tem sido imposto aos brasileiros, de forma geral, é sintoma de alienação, ou, pior, recurso de malabarismo intelectual para preservar a reputação sem cair no index do sistema da mídia.” Troquemos imprensa por partido, sindicato, educação, segurança, área da saúde… a sentença continua válida, não? Da mesma forma, até o momento, qual é o destino daquele que critica a dinâmica interna da instituição da qual faz parte? Demissão, achaque, desqualificação em todos os níves (pessoal, ideológico…) Eis aí um paradigma a ser quebrado: quem não está conosco está contra nós. Esta máxima se consolidou por quem, mesmo? Sejam honestos e não respondam Jesus Cristo, ok? “Quem não está contra nós, está a nosso favor” Foi o que ele disse. Tem diferença. Jogue a primeira pedra quem já não tomou coca-cola ao menos uma vez na vida.

    Joca de Ipanema

    Meio confuso tudo isso. Mas, afinal, achas mesmo que quem toma Coca-Cola tem necessariamente de ser de direita, se não seria incongruente?. Se assim fosse eu já estaria com cirrose de tanto tomar vodka.

Bernardino

A MASSA mantem a MARCA,A MARCA mantem a MIDIA e a MIDIA CONTROLA a MASSA” GEORGE ORWELL,O Genial.

NUNCA um VIRA LATA Português sintetizaria tantas VERDADES em uma frase tão SIMPLES.

VIVA CHRISTINA KICHNER e os Hermanos que nocautearam e Pisotearam a MIDIA Bandida de lá com sua fantastica LEI DOS MEIOS ja em VIGOR!!!

Abaixo a CULtura Portuguesa e seus politicos fisiologicos,corruptos e donos de meios de comunicaçoes,auxiliares da MIdia Bandida,tendo como Carros-chefes a GLOBO e demais ASSECLAS,antipatriotas e corruptos cuja Programaçao é DELETERIA ao futuro da NAÇAO!!!!!

    Mário SF Alves

    A MASSA mantem a MARCA,A MARCA mantem a MIDIA e a MIDIA CONTROLA a MASSA” GEORGE ORWELL,O Genial.
    _________________________________

    Genial, real e atual. A prova disso está contida no documentário The Corporation. Imperdível.

Hildermes José Medeiros

A mídia só vai para oposição, quando no país encontra-se um governo com tinturas trabalhistas, por pouco que seja, como agora. A mídia é instrumento de apoio e divulgação das diretrizes das corporações que controlam o capitalismo (a internacional capitalista), que a financia para divulgar e através de intelectuais bem pagos para elaborar estudos e análises favoráveis às ações do sistema, dando as diretrizes a serem seguidas pelos governos. Existe em todos os países capitalistas e age da mesma maneira procurando obstaculizar o caminho de governos minimamente progressistas (acontece agora nos EUA), que são atacados e perseguidos em verdadeiras ações de oposição. Por isso, muito difícil um país capitalista, sem que haja rompido com diretrizes do sistema, controlar a mídia que atua em seu territórios. Na ação da mídia, as diretrizes para controlar o capitalismo nos países onde o sistema domina. Políticos que não sejam de confiança são virulentamente atacados e perseguidos.

Mauro Silva

Caro Azenha
Penso que o único critério defensável para o Estado patrocinar com suas verbas a atividade dos meios de comunicação é uma avaliação IDÔNEA da credibilidade desses meios.
Acrescentaria que a rádio difusão É CONCESSÃO PÚBLICA e, portanto, deve ser regulada com vistas ao INTERESSE PÚBLICO.
Do jeito que está, concentrada nas mãos de meia dúzia de corporações, servem exclusivamente ao ideário golpista, orquestrado por potência estrangeira, para a subversão da ordem legal interna e consequente enfraquecimento do Estado Nacional.
Até quando?

JACÓ

LULA é um DEUS na politica MUNDIAL e é amado pelo 99,99% do POVO.

JURIDICO

O problema que o diário [uruguaio] El País pode me criticar e se, algum dia, estiver de acordo e me elogiar. Seria sinal de que ando mal”.PEPE MUJICA….. E so mudar para midia brasileira se elogiar desconfie

Malvina Cruela

“E se formos mais longe, não sabem o gosto que tinha um pêssego ou um tomate de então, contentam-se em comer o isopor atual.”

caracol: ja olhou com seu médico esse problema da perda do paladar? a idade faz isso…e de certo modo, metaforicamente, acontece o mesmo com o resto das coisas que cita…”ahhh..no tempo era tudo melhor” é tudo que nao pretendo dizer quando ficar velho..

    Caracol

    O paladar vai bem, obrigado. Minhas papilas gustativas estão novinhas em folha, curto muito cajá-manga, abacate com limão, goiaba e de olhos fechados sei pelo gosto a idade da pinga e do vinho que bebo. Sei se é peixe de rio ou de mar, sei se é café de baixada ou de encosta.

    Quanto ao que você disse:

    ”ahhh..no tempo era tudo melhor” é tudo que nao pretendo dizer quando ficar velho..”

    não se preocupe, isso não vai acontecer, pois quem não percebe a diferença entre tangerina e pokan vai se contentar sempre com qualquer bosta.

Jose C. Filho

Muito bem colocado, Caracol. Penso que este apagão cívico, moral, intelectual e até falta de bravura dos poucos expoentes tupiniquins, é consequência dos 21 anos de ditadura. Tornou o Brasil terra arrasada, efeito similar ao que ocorre após explosões de bombas nucleares. Os sobreviventes, na maioria ervas daninhas colaboradores da repressão, passaram a controlar o Brasil a seu bel prazer, sob o manto da maldita ditadura agora disfarçada de democracia. Pelo que se ouve e vê, certamente teremos essa geração perdida. É preciso muito esforço do governo trabalhista principalmente em educação de qualidade (o sistema atual é viciado) para salvar a próxima geração. E mais, se o governo do PT não expurgar os agentes duplos dentro do partido, demolir as últimas casamatas dos amantes da ditadura e enfrentar seus incansáveis inimigos com rigor, todo o esforço a partir de Lula para melhorar o Brasil voltará a ser um sonho distante.

Eduardo

Luciano, muito bom ler artigos inteligentes, de grande significado, porém sucintos.Parabéns!

AlvaroTadeu

Houve uma apresentação de Fernando Collor na FIESP. Era 1989. A TV do PT estava lá. Entrevistaram os “big bosses” da Federação. Todos votariam em Collor, sendo que o presidente exacerbou, dizendo que se Lula fosse eleito, 800 mil empresários deixariam o país. Aí, a TV do PT entrevistou os jornalistas e cinegrafistas que cobriam o evento. TODOS votariam em Lula. De lá pra cá, fizeram uma limpeza nas redações, “limpeza” ao contrário. Só sobrou o lixo. E hoje é o lixo quem escolhe que assuntos e notícias teremos o direito de ler e ver. O paradigma do lixo na TV é sem dúvida o programa de William Waack. Reúne para “debater”, o que há de pior no tucanato. “Debate” em que todos à mesa têm a mesma opinião, não é debate. É pura propaganda. De terceira classe.

Zhungarian Alatau

Maus jornalistas vêm de más universidades. A USP, por exemplo, forma uma raça de jornalistas ultra-reacionários. Seja pela origem daqueles que chegam à USP, seja pelos professores.

É como a medicina no Brasil: privatista e elitista. Resultado: médicos pouco engajados na luta pela erradicação dos males endêmicos que assolam a saúde dos mais pobres.

    Malvina Cruela

    e qual universidade forma não-reacionarios em nosso país? aqui (Brasil) todos se dizem de esquerda mas todos são de direita no fim das contas..

    Josué Rocha

    Talvez a falha maior no atendimento médico esteja na capacitação dos gestores que gastam fortunas em lugar errado e da forma errada. Essa visão que todos os males da saúde vêm do pouco engajamento do profissional médico é uma falácia. Pode haver, sim, e há. Mas vamos qualificar melhor nossos gestores. Não é sua origem que os qualifica, seja o sindicato, o MST, a universidade ou a FIESP.
    Busquemos pessoas competentes para gerir.
    Temo, caro colega, que não encontremos na medida de nossas necessidades. E formá-los não é simples.
    Portanto, deixemos de ser simplistas em nossas proposições.

    Luís Carlos

    Josué
    Tens razão em sua crítica à gestão, porém, acbe observar que o modelo de assistência e prática médica é imposta pela formação acadêmica voltada quase que exclusivamente para o “mercado”.

    Correia

    Acho que essa postura individualista – e, portanto, elitista e sectária – é consequência direta da lógica neoliberal.

    As novas gerações têm sido bombardeadas com o discurso de que não há limites de qualquer natureza para o alcance dos desejos pessoais. Importa é se dar bem, não importam os meios que se use.

Wezer

E dá-lhe campanha para o PT. O jornalista utiliza dados de uma pesquisa séria para tirar conclusões próprias. Em todos os setores houve esta restruturação desumana em nome da produtividade, não foi unica e exclusivamente na grande mídia e nem foi uma coisa em nome do povofobia ou contra um partido em particular.

    Vinicius Garcia

    Aonde neste texto você lê algo como referência de campanha? O que ele busca (e descreve) é o fato de que o jornalismo e os jornalistas pioraram nos últimos vinte anos, fato esse que eu, como profissional da área concordo, vendo a qualidade dos estagiários e recentes formados por faculdades e universidades, e de que vale um estudo sem uma profunda reflexão de consequências?

    augusto

    nao foi, mas acabou fondo.
    pela razão que logo ali adiante, os proprietarios tinham q fazer certas escolhas.
    e logo mais adiante, viram que nao dava pra remover o barbudo de lá…
    e ai as escolhas (e as demissões) passaram para outros tipos de crivo.
    entre os quais, é claro, a questao da sobrevivencia dos profissionais que sabiam ja pra onde soprava o minuano.

    Guanabara

    Campanha para o PT?

    “Se o governo federal estivesse nas mãos do PSDB, e este atuasse como um partido socialdemocrata nos moldes europeus, a imprensa teria uma atitude semelhante, de oposição.”

    Luís Carlos

    Wezer
    Parece compartilhar posição de grandes veículos de não aceittarem críticas, apesar de viverem delas.

Emilson

Porque os nervosinhos do mercado estão excitados: 1 – poupança bate recorde de captação (R$ 71 bi); 2 – indústria automobilística cresce 9,9%; 3 – índice de desemprego é o menor em toda a historia, 4,6%; 4 – inflação sobre controle desvaloriza colar de tomate de Ana Maria Braga; 5 – recorde na venda de ingressos para Copa do Mundo. A Copa já é um sucesso; 6 – número de falência cai 8,9%; 7 – PIG e “calunistas” desacreditados perdem audiência; 8 – urubólogos não acertam uma previsão; 9 – juristas renomados questionam a submissão do STF as pressões da mídia e a execução das “leis” pelo seu presidente; 10 – Dilma lidera pesquisas de intenção de voto e o Cambaleante não consegue decolar. São muitos os motivos para a direita anti-povo ficar nervosa. Dá-lhe Dilma!!!!!!

Caracol

Excelente artigo. Um assim estava faltando.
Lembro-me bem, a coisa começou a degringolar no início dos anos 80. mas se servir de consolo ao articulista, a “débâcle” foi geral: nas artes, na política, no futebol, nas instituições todas de uma maneira geral. Houve tempo em que eu cheguei a confiar apenas em duas instituições, o mercado de câmbio e o jogo do bicho. Hoje, nem isso.
As novas gerações – se é que elas se importam com isso -, não têm ideia do brilhantismo do jornalismo que se fazia nos anos 60 e 70. Também jamais tiveram a alegria de apreciar uma “folha seca” do Didi. E se formos mais longe, não sabem o gosto que tinha um pêssego ou um tomate de então, contentam-se em comer o isopor atual.
As coisas pioraram sim. E muito.
Mas o pior de tudo mesmo foi essa opção pelo consumismo fútil, dessa mentalidade frívola, descartadora e irresponsável, da dessa babaquice do que vem a ser “sucesso”. Apesar de não ter religião, confesso que preferia o culto na Igreja do que a do shopping.
Uma bosta.
Desculpem o desabafo.

    Guanabara

    Concordo contigo. Agora, eu vejo essa decadência, como já até mesmo foi exposto aqui no Viomundo, como uma consequência da alienação imposta por essa mesma mídia e, mais uma vez, da péssima qualidade da educação no país, seja pública ou privada. Com uma baixa qualidade de educação, acabou-se o espírito crítico, e resultou nesse marketing de produzir produtos de baixa qualidade para um público pouco exigente.

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