Lincoln Secco: Único condenado pelos protestos de 2013 é morador de rua

Tempo de leitura: 4 min

Rafael Braga Vieira - anistia internacional

Preso há 1,1 ano em Bangu 5, Rafael Braga Vieira não possui amigos influentes que o defendam

 Acusação contra ativistas é novela de baixa qualidade

Lincoln Secco, especial para o Viomundo

Rafael Braga Vieira, de 25 anos, foi preso no dia 20 de junho de 2013, no Rio de Janeiro, durante os protestos que sacudiram o Brasil naquele ano. Ele não adotava tática black bloc. Ele não pertence a uma organização anarquista. Não possui amigos influentes que o defendam, pois é morador de rua.

Não se ouviu o Ministro da Injustiça dizer que o inquérito foi forjado. É que até para se lembrar de um acusado é preciso que ele seja bem nascido, com nível superior, preferencialmente branco  e com uma rede de amigos solidários. A grande imprensa e seus áulicos preferiram fazer uma novela de baixa qualidade para acusar “pessoas mais interessantes” como Sininho, Camila e seus “seguidores”. Sem esquecer que  aquelas ativistas são igualmente vítimas da desinformação midiática e da mentalidade fascista de muitos policiais.

Aliás, pessoas como o Ministro e outros políticos graúdos não se solidarizaram nem mesmo com os condenados do seu partido. Se não ajudam aos amigos, o que  dizer dos outros? Mas veremos muita gente (de Direita ou não) escrever que Rafael é terrorista ou que não devia estar ali, já que nada tinha a ver com protestos. Como se protestar também  fosse crime. Bem, Rafael morava ali… Na rua.

A língua da direita

Uma série de articulistas, tradutores, professores de Filosofia, jornalistas, celebridades (ou candidatos a), disputa um mercado de Direita. Os anos do PT no poder unificaram a linguagem (na verdade, vitupérios) de corruptos reais contra a “corrupção”.

Foi assim que  surgiram pérolas como o livro (sic) “Lula minha Anta”. Achincalhar Lula se tornou um esporte nacional. Mas isso não é uma novidade. O baixo calão imperava na imprensa do I Reinado. E durante o Governo Eleito de Getúlio Vargas bastava ler o jornalista Carlos Lacerda para encontrar as figuras de linguagem do humor negro… Mas só uns poucos eleitos escreviam.

O que a internet trouxe, ao lado de muitos bons poetas e escritores iniciantes, é a exposição sem moderação de indivíduos que antes ficavam esquecidos nos quartos de seus preconceitos. Sua expressão dura alguns segundos, felizmente, mas exala o odor fétido da língua simplificada do fascismo. Tais atitudes fizeram com que os Sites políticos ficassem em guetos sem que o debate democrático florescesse. As pessoas só elogiam seus iguais e falam mal dos diferentes.

A violação da língua pelas massas virtuais

Todavia, órgãos de esquerda também não estão livres disso. Em todos os lugares virtuais em que é possível expressar ódio com a confortável mediação de um computador ou sob o anonimato os argumentos fenecem e sobram os adjetivos. Pessoas ditas de esquerda apoiam com palavras covardes as ações policiais de perseguição política simplesmente porque atingem seus “adversários”. Assim, nomes como Sininho, Fabio Hideki, Celso Lusvarghi, Camila Jourdan e tantas outras são comparadas a terroristas por neopetistas e tucanos recém-casados.

Em desrespeito, diga-se de passagem, à própria posição oficial do PT, que se solidarizou com os presos e as presas.

Algumas pessoas simplesmente desqualificam até quem os defende. Utilizam termos como “idiotice”. Perguntam-se “Quem esse sujeito pensa que é?”. Repetem: “Deixe de dizer bobagem”; “Masturbação sociológica”. E usam o sinal interrogativo e as aspas diante da profissão de um comentarista.

Humor

Recorrem ao humor negro com a desfaçatez dos racistas. O humor negro é o que o nome diz: humor contra os negros. Felizmente, Rafael não acessa a internet e não lerá tais insultos que sempre ouviu cara a cara. Afinal, ele é negro. E alguns de nós sabemos o que isso significa.

Recentemente, um dos jornalistas convertidos ao neolulismo, tentou ridicularizar a militante Sininho. Mas do alto de seu poder midiático ele não percebeu o quanto era baixo para seus leitores mais sérios…

Certa vez, no Instituto Goethe, em São Paulo, Sergio Paulo Rouanet fazia uma conferência. De repente foi interrompido asperamente por um ouvinte que reclamava para o humor um caráter libertário universal. Rouanet ouviu, pensou e replicou: não era libertário o riso das massas nazistas diante das piadas de Hitler.

Decerto, há humor libertário. É aquele que ridiculariza a opressão e não os oprimidos. Mas em geral este humor é produzido gratuitamente pela própria Direita. A professora Camila Jourdan disse a um aluno: “Não esqueça os livros”. Na conversa grampeada (!) pela PM a conclusão só pode ser que ela se referia de modo cifrado a bombas. A literatura fantástica de baixa qualidade, como ela mesma disse, impera entre os néscios da repressão.

Receita

Junte uns livros de Bakunin como provas, o nome do delegado que conduz o inquérito contra os ativistas sociais e um ou dois namorados traídos que “denunciaram” seus desafetos. Acrescente canetas, livros e avaliações semestrais da conversa da professora Camila Jourdan e teremos uma bela piada. Tudo bem que não tão engraçada. Em tempo: o delegado tem o nome de Thiers, o carrasco da Comuna de Paris.

Fascismo

A maior prova de que caminhamos para o fascismo é a linguagem dos fascistas, conscientes ou não. Eles exultam com a prisão de pessoas inocentes e se refestelam com o falso discurso contra ricos, classe média e tudo o mais… O fascismo em suas muitas formas históricas tem uma característica imprescindível: ele não se impõe sem o acordo prévio das massas em defesa da Ordem. Mesmo que tal Ordem se volte contra elas próprias.

Alguns (vide reportagem insultuosa da Globo News) já acusam militantes de ter torcido contra a seleção brasileira. Acredito que nem precisarão das velhas tradições da esquerda para chegar ao “nacional-socialismo”. Irão adiante sem o socialismo mesmo.

Diante desses heróis de teclado e alcaguetes virtuais é melhor escolher bem as palavras.

Lincoln Secco é professor de História Contemporânea da Faculdade de Filosofia, Ciências Humanas e Letras da USP.

PS do Viomundo:  Segundo reportagem da BBC, Rafael Braga Vieira, de 25 anos,  morava na rua e usava crack. Sua detenção ocorreu após a manifestação do dia 20 de junho de 2013, no Rio de Janeiro. Ele levava consigo duas garrafas de produtos de limpeza – água sanitária e desinfetante Pinho Sol – consideradas “artefato explosivo ou incendiário” pela polícia e pelo juiz responsável pelo caso. Vieira afirma que não participava do protesto e não tinha relação com os manifestantes. De acordo com a sentença, ele deve cumprir ainda mais quatro anos no presídio de Bangu 5, onde divide cela com outros 70 detentos. Por dia, tem direito a duas horas de sol no pátio da prisão.

 Leia também:

Patrick Mariano: Festejar prisões de ativistas é um “viva a morte”


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Comentários

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Alexandre Bitencourt

Creio que Lincon se equivoca em alguns pontos como se a única verdade partisse dos manifestantes.

O que disse Lincon:

” … A professora Camila Jourdan disse a um aluno: “Não esqueça os livros”. Na conversa grampeada (!) pela PM a conclusão só pode ser que ela se referia de modo cifrado a bombas. …”

O que diz a investigação (trecho gravado):

” … Camila Jourdan (ativista, professora da Uerj) – Oi, Bom Dia. Não esquece que hoje tem prova, leva pra aula livro, caderno e caneta.

Igor D Icarahy – Tou ligado. Hoje vai fazer calor.

Camila – Depois da aula, a gente toma uns drinques no bar. …”

Se eu concordar com o Lincon, vou ter que achar normal que uma professora ligue para os seus alunos lembrando de uma prova e do que devem levar. Mais ainda, terei que concordar que se fizer frio, não haverá necessidade de levar os determinados itens. Resumindo: é um papo de loucos.

Mas se formos olhar pelo lado da investigação fica muito claro que essa conversa sem nexo realista se trata de troca de palavras para não dizer explicitamente que fariam um protesto violento com uso de molotovs.

No caso da Camila e aqueles com quem ela dialoga não há o que defender.

Só discordo da ação da polícia quanto à prisão da advogada, que realmente é uma bizarrice jurídica o juiz atender e decretar a prisão.

Leo V

http://ddh.org.br/nota-publica-sobre-o-caso-de-rafael-braga/

Nota Pública sobre o caso de Rafael Braga
Postado por Ize em julho 30, 2014 / notícias

Como já informado anteriormente, o DDH recorreu da sentença que condenou Rafael à pena de 05 anos de reclusão e 10 dias-multas, a serem cumpridos em regime fechado.

A sentença foi proferida no dia 02 de dezembro de 2013.

O primeiro recurso foram os embargos de declaração, que tiveram provimento negado.

O segundo foi a apelação da sentença condenatória, que devido ao recesso forense e os percalços burocráticos do Tribunal de Justiça, só foi remetido à segunda instância no dia 20 de fevereiro deste ano. O recurso foi distribuído para a 3ª Câmara Criminal no dia 11 de abril. O desembargado relator do processo, Dr. Carlos Eduardo Roboredo, encaminhou os autos à Procuradoria do Ministério Público, no dia 14 de abril, para a manifestação do órgão ministerial.

No dia 28 de abril, a Procuradora Dra. Maria Aparecida Araújo se manifestou contrária ao recurso de defesa e de acordo com a sentença condenatória proferida pela 32ª Vara Criminal pelo o Juiz de Direito Dr. Guilherme Schilling.

O desembargador Dr. Roboredo recebeu os autos no dia 28 de abril, tendo proferido no dia 30 de junho de 2014 o relatório encaminhando os autos para a desembargadora revisora, Dra. Suimei Cavalieri, que enfim pediu para que o recurso fosse incluído em pauta e que seja fixado o dia para o julgamento. Assim que for definido o dia do julgamento da apelação do Rafael, o DDH divulgará a informação.

Informamos também sobre a progressão de regime. Conforme informado anteriormente, o juiz da Vara de Execuções Penais proferiu decisão para transferir Rafael do regime fechado para o semiaberto. Após os cálculos, o Ministério Público foi intimado da progressão de regime. Atualmente Rafael cumpre a pena em regime semiaberto na Penitenciária Vicente Piragibe.

Além disso, já foi oferecida ao Rafael uma carta de intenção de emprego, já aceita por ele. Assim que os autos estiverem disponíveis, os advogados do DDH juntarão a carta ao processo e pedirá imediata apreciação do Juiz para conceder o trabalho extramuros.

Dessa maneira, Rafael poderá sair do presídio para trabalhar e terá que retornar apenas para dormir.

Rio de Janeiro, 30 de julho de 2014.

Instituto de Defensores de Direitos Humanos – DDH

pimenta

Por que a Globo ataca ativistas do RJ
Por Renato Rovai, em seu blog:

Há uma narrativa em curso que vem sendo construída pela TV Globo e que busca catalizar a opinião pública contra um grupo de ativistas que foi acusado de formação de quadrilha e ação criminosa pelo Ministério Público do Rio de Janeiro. A investigação é repleta de inconsistências e de diz-que-diz. Leva em consideração desde P2 que acha que Bakunin é um black bloc , até acusações de quem declaradamente afirma fazê-lo por vingança.

Mas então por que cargas d´água que a Rede Globo decidiu fazer um novelão usando desde o Jornal Nacional até o Fantástico para contar essa história? Por que de repente aqueles que num primeiro momento eram vilões do Merval, do Jabor e do Willian Wack e depois se tornaram heróis, agora voltaram a ser mais do que vilões, mas criminosos que precisam ser presos e se possíveis amargar longos anos na cadeia. Mesmo sem que haja provas contundentes contra quase todos eles.

Em primeiro lugar, a Globo não perdoa.

Ela percebeu que uma das palavras de ordem mais mobilizadoras das ruas em 2013 foi contra a emissora. E mais do que isso, ficou irritadíssima porque seus repórteres tiveram de sair disfarçados para trabalhar. Quem ousasse ir com microfone da emissora ou qualquer coisa que identificasse que trabalhava na empresa dos Marinhos, corria riscos. Este blogueiro, ao escrever isso, não está saboreando este tipo de ação. Sempre foi e continuará sendo contra qualquer tipo de violência. É humanista e pacifista e não liga a mínima de ser chamado de babaca por conta disso.

Em segundo lugar, a Globo sabe fazer contas.

A direção da emissora percebeu que criminalizar as Jornadas de Junho e torná-la em algo historicamente relacionado à esquerda e ao crime pode ser uma boa estratégia eleitoral no curto e no médio prazo. Tanto que depois das matérias da Globo, o PSDB soltou uma nota pedindo a prisão daqueles manifestantes que foram parar em Bangu. Aliás, no mesmo dia em que esse pessoal foi preso, também foram presas pessoas acusadas de atuar contra Aécio na internet. Os mandados de prisão por duas investigações que não tinham nenhuma relação foram expedidos no mesmo dia.

Em terceiro lugar, porque a Globo não tem limites.

Quando se coloca numa batalha, ela só enxerga os objetivos. Não se preocupa com o que terá de fazer para atingi-los. A emissora apoiou incondicionalmente a ditadura militar e não deu um pio enquanto centenas de jovens eram torturados e assassinados. Ela tinha claro que a parceria com aquele regime lhe tornaria um império. Agora, a Globo sentiu que amadurece um projeto de democratização das comunicações e mesmo que ele tenha sido retirado do plano de governo de Dilma que foi ao TSE, o PT e Lula estão convencidos de que é algo urgente. Por isso, a direção da emissora vai apostar tudo em Aécio Neves. Talvez mais do que apostou em outras oportunidades em Serra e Alckmin.

Além disso, ela também percebeu que há riscos de ser derrotada em casa. No no Rio de Janeiro, onde talvez vá se dar a disputa ao governo mais renhida, com quatro candidaturas relativamente embolas e com chances de vitória (Garotinho, Crivella, Pezão e Lindberg), a emissora só tem um candidato em que pode confiar plenamente, Pezão.

Garotinho se comporta como um inimigo da emissora, Crivella é da IURD e por consequência da Record e Lindberg é do PT. A narrativa que criminaliza ativistas no Rio também busca um efeito local. A tentativa é fazer crer que só o atual governo tem condições e pulso para lidar com esse “grupo de vândalos”.

Se para atingir seus objetivos a Globo tiver de fazer essas pessoas apodrecerem na cadeia, não titubeará. E por isso, essa ação contra eles ainda está longe de ser um caso encerrado.

Mais do que isso. Pode ser como o assassinato do príncipe Francisco Ferdinando, do império austro-húngaro, durante sua visita a Saravejo. O que parecia algo menor, levou à 1ª Guerra Mundial. Este processo Kafkiano que está sendo contado como uma novela das nove não é o fim de uma história. Tá mais com cara de ser o começo. Com um governo menos permeável às críticas pela esquerda, isso pode ser a regra e não exceção.

A Globo também sabe disso. E por isso está investindo tanto nesta história.

Leo V

Depois do Bakunin, uma pesquisa de mestrado é citada como grupo organizado relacionado a crime:

Pesquisa de mestrado no inquérito da Polícia

http://portal.aprendiz.uol.com.br/2014/07/30/se-nao-fizermos-nada-podemos-ter-300-ativistas-presos-ate-o-fim-do-ano-afirma-professor/

Leo V

Belo artigo do Rovai:

Por que a Globo tornou novela o processo Kafkiano contra ativistas do Rio
Por Renato Rovai julho 29, 2014 22:55

http://www.revistaforum.com.br/blogdorovai/2014/07/29/por-que-globo-tornou-novela-o-processo-kafkiano-contra-ativistas-rio/

Luís Carlos

Os Black Blocs tiveram advogados. O morador de rua não. Farão defesa do morador de rua ou apenas acusarão todos demais de racismo e violência? Neopetismo? Também seria neoblockismo sharpiano by CANVAS? Sharp e CANVAS são proletários, pró trabalhadores ou são burgueses “da gema”?

    Leo V

    Luis Carlos,

    vc devia procurar saber melhor antes de falar besteira.

    Procure saber mais sobre o caso, quem o defende, quem o defendeu etc.

    Aliás, nenhum político do PT foi defender o Rafael Braga, até onde tenho conhecimento. Apenas do PSOL.

    Luís Carlos

    Obrigado por dizer que falo “besteira”. Seus adjetivos demonstram bem seu despreparo para o debate, apesar de todos argumentos que utilizas tentando desqualificar comentaristas que discordam de você. Mais do mesmo quanto a intolerância às diferenças apesar de todo discurso libertário. Bem recordo de um de seus argumentos menosprezando democracia.

    Leo V

    Dizer que alguém falou “besteira” quando faz ilações sobre defesa de presos políticos é bem pouco.
    Acho que estar preparado para o debate é exatamente fazer afirmações com fundamento, e não à revelia dos fatos.
    O que vc acha que um advogado, tanto que se entrega a causa de presos de organizações políticas e de movimentos sociais, quanto a do morador de rua que foi preso como se fosse, sentiria ao ler um comentário como o que vc fez?

    Luís Carlos

    Você não conviveu com prisão política não é Leo? Foi ou teve algum parente preso político? Não? Talvez por isso ache ruim o que temos hoje. Talvez por isso seu poco caso pela democracia.

Vixe

Vá lá que Pinho Sol contenha um pouco de óleo e sabão, mas demora pra cacete pra pegar um foguinho mixo e bem sem vergonha que apaga na primeira briza…
Agora, esse juiz e os “peritos” da “gloriosa” polícia dizer que ÁGUA SANITÁRIA explode ou pega fogo????
KKKKKK só rindo mesmo.
Pra defender o rapaz nem era preciso um advogado.
Bastava uma caixa de fósforos ou esqueiro pra tentar “explodir” um litro de “candida” ou “qboa”.??????????:p

Euler

Mais um caso de truculência policial que ocorreu em Minas Gerais, na última quinta-feira, envolvendo os sem-teto, que protestavam em frente à Cidade Administrativa. O vídeo a seguir mostra o momento em que a cavalaria passa por cima dos moradores. Vejam:

https://www.youtube.com/watch?v=voc_MrfxV6k

Euler

Esta história do cidadão Rafael Braga Vieira é um absurdo! Inaceitável! Será que não vai aparecer nenhum advogado, nenhum movimento de direitos humanos para protegê-lo e exigir que seja solto e indenizado pelo que vem injustamente passando? Não seria o caso de organizarmos algum abaixo-assinado e encaminhá-lo a alguma instância internacional, já que aqui no Brasil a mídia e a “justiça” se interessam pelo caso?

O texto fala do crescimento do fascismo no Brasil, da mentalidade e das práticas fascistas. É verdade. Penso que há um conjunto de fatores que contribuem para isso. Um destes fatores, talvez o principal, é a mídia controlada por pessoas que não têm compromisso com a democracia, e pelo contrário, foram apoiadores da ditadura civil-militar de 1964.

Ainda no âmbito deste criminoso monopólio da mídia, considero os chamados programas policiais como o pior exemplo de péssima deformação mental que provocam na população. Deveria ser proibida a exibição destes programas em rádios e TVs, que o tempo todo achincalham pessoas pobres, negras, supostamente envolvidas em crimes que sequer foram apurados. Reafirma-se todo o preconceito contra os pobres, procuram ridicularizar o papel dos bravos defensores dos direitos humanos, e passam uma ideia de “ordem” que nada mais é do que o positivismo nazi-fascista defendido pela direita do Brasil e do mundo.

A mídia golpista e tucana não é culpada por todos os males do Brasil e da humanidade – culpa que ela tenta atribuir ao governo Dilma, ao PT, a Lula – mas, ela tem grande responsabilidade pelo envenenamento do ambiente no Brasil e no mundo. E não acho que essa mídia seja simplesmente o reflexo da sociedade que temos, não. Pelo contrário. O povo brasileiro é generoso, é alegre, é solidário, como aliás, acontece na maior parte do mundo com outros povos.

Acontece que esta mídia golpista consegue extrair e reproduzir de forma insistente tudo o que há de negativo na sociedade, fazendo crer que temos a cara de uma podridão que é um atributo deles, não nosso.

Precisamos urgentemente conquistar a democratização da mídia no Brasil e a aprovação de um marco regulatório que impeça que uma concessão pública de TV e rádio utilize este meio para reproduzir ideias fascistas, golpistas e rascistas, que inclusive contrariam os princípios da Constituição Federal e da democracia que tão duramente conquistamos e que precisamos aprimorá-la.

Oishi

Caro Professor Lincoln,

Não ligue para os neopetistas recém-casados, eles estão sendo traídos pelo cachorro, mas ainda não descobriram.
Acho a sua análise muito interessante e muito importante para pensarmos nas relações sociais e políticas no Brasil hoje.
Concordo que existem muitos pensadores e heróis de teclado. A coragem do teclado, sem dúvida é a mesma dos alcaguetes. E em qualquer lugar que se esteja, em meios de esquerda ou de direita, sabe-se muito bem qual o fim deles.
Para mim, mais uma boa análise e um bom texto escrito pelo professor.
Obrigado!
O Astrônomo.

José X.

E aquela horda de advogados que ficam tão condoídos com a prisão de algum black bloc ? Pelo jeito nenhum deles ficou sensibilizado com a prisão e a condenação do Rafael…o importante é conseguir photo-ops da Sininho saindo da prisão…

    Leo V

    E quem disse que não tem advogado o defendendo?

    Internet é o lugar de se falar besteiras mesmo. Difama-se, fala-se sem conhecimento.. é o grande lixão virtual.

    Luís Carlos

    Bom mesmo é quando ninguém pode retrucar os bem informados. Quando as pessoas não podem se manifestar, aí a elite pensante adora porque a escória do “lixão” não pode falar. Isso aí! Democracia não é o objetivo mesmo. Agora, para que revolução se o resultado dela não for democracia, seja ela política, econômica, social e principalmente comunicacional? Revolução ou desestabilização caro Leo? O que seu conhecido CANVAS difunde do “filósofo” burguês Sharp não é revolução nem democracia, mas desestabilização social e política com fim de manter a ordem nas mãos do capital, cada vez mais forte. Confusão social com descrédito e desorganização política, falta de discernimento e organização necessárias para resistência e capacidade de enfrentamento. O seu manual não dizia isso?
    Na Líbia deu certo. No Egito também. Na Tailândia derrubaram o governo. Na Ucrânia está fazendo água, apesar do aparente sucesso inicial. Na Venezuela, chegaram mais perto do que nas vezes anteriores, mas estão perdendo terreno. Na Síria, nem toda a propaganda e pressão dos EUA deram resultado. Aqui até conseguiram gerar alguma confusão, mas o assassinato do cinegrafista isolou o grupo e cindiu os apoios táticos de diferentes matizes. A blogosfera da internet que você chama de “lixão” desmascarou objetivos e táticas.

Leo V

A volta dos que não foram.
É o governo federal aprofundando o programa Mais Médice:

Exército remodela centro de inteligência para monitorar movimentos sociais

http://colunaesplanada.blogosfera.uol.com.br/2014/07/29/exercito-remodela-centro-de-inteligencia-para-monitorar-movimentos-sociais/

Fernando

se esse grupo tivesse conseguido explodir uma ou várias bombas no entorno do estadio da final da copa, com as mortes de centenas turistas Argentinos e Alemães ..no minimo os militares ou o STF derrubariam Dilma, usando esse atentado como desculpa…toda essa gritaria por parte da extrema esquerda é pelo fato do plano não ter dado certo!!

david

– “Rafael Braga Vieira, de 25 anos, foi preso no dia 20 de junho de 2013” isso foi praticamente no auge da mobilização que teria sido bem sucedida por ter, digamos, colocado nas cordas o governo, os bancos, os meios de comunicação e vetaram o aumento no preço das passagens, parabéns à mobilização por tudo isto.
– Porém, com o que vem acontecendo ao Rafael, a mobilização reproduziu os históricos: racismo, tolerância com a repressão policial, jurídica e midiática e falta de solidariedade da nossa sociedade.

Tonho

“Atualização Terça, 29, 12h25: Por ordem do Alto Comando, o Centro de Informações do Exército (CIE) vai se reestruturar por completo. Já começou a reforçar as áreas de inteligência e de contra-inteligência e, o mais relevante, volta a ter papel relevante a área de operações. O alvo prioritário do novo CIE são os monitoramento de movimentos sociais em ebulição nas ruas.

Outra decisão do Alto Comando é que haverá também investimento em tecnologia no Centro de Guerra Cibernética, cuja sede é em Sobradinho (DF), diante da ameaça de terrorismo virtual na conjuntura atual.

A readequação era planejada há anos e surge na esteira da convulsão de atuações de black-blocs, sem-teto e sem-terra com atividades similares a guerrilhas urbanas e rurais, diante de provas de ligações destes grupos com organizações criminosas das grandes capitais.

Antigos oficiais de inteligência e de operações especiais, hoje na reserva, estão sendo convocados para treinar nos novos quadros do CIE.

CLIPPING

Há mais de 20 anos, segundo fontes, a atuação do CIE vinha se limitando a clippagem de notícias e investigações internas do Exército. Durante a ditadura militar, o CIE tinha total autonomia operacional na caçada aos adversários políticos do regime, formando uma espécie de governo paralelo.

DETALHES, NÃO

A assessoria do Exército confirma a reestruturação do Centro de Informações, mas, por motivos óbvios, não informa detalhes nem de como vai atuar daqui para a frente.”

a) Exército é federal. Não tem desculpa mais cabível por parte dos governistas.
b) Quem leu o “Brasil nunca mais” e acompanhou resultados da Comissão Nacional da Verdade sabe do que o CIE é capaz. É simplesmente um dos principais responsáveis por espionagem, sequestro, tortura, estupro e assassinato de militantes durante a ditadura militar, e pela ocultação destes crimes no pós(?)-ditadura.
c) Reparem como o jornalixo tenta justificar: “A readequação era planejada há anos e surge na esteira da convulsão de atuações de black-blocs, sem-teto e sem-terra com atividades similares a guerrilhas urbanas e rurais, diante de provas de ligações destes grupos com organizações criminosas das grandes capitais.” – guerrilha???? provas de ligações com “organizações criminosas”??? Aqui no BR jornalista pode falar a merda que quiser sem prestar contas a ninguém. Incrível isso.

http://colunaesplanada.blogosfera.uol.com.br/2014/07/29/exercito-remodela-centro-de-inteligencia-para-monitorar-movimentos-sociais/

Sidnei Brito

O problema da condenação de Rafael é de matriz bastante diferente.
Temo que o caso dele venha a ser usado pelo verdadeiro “blackbloquismo”, ou por outras buchas de canhão da direita, meio como bode expiatório. Aliás, duplo bode expiatório: tanto dos que querem condenar por condenar; quanto dos que praticam delitos travestidos de manifestação para denunciar os abusos do poder corrente.
O significado do caso do Rafael está neste texto de Helena Stephanowitz, cujo link colo aqui. Quem tiver interesse, acesse:

http://www.redebrasilatual.com.br/blogs/helena/2013/12/efeito-joaquim-barbosa-preto-e-pobre-condenado-sem-provas-2524.html

Urbano

Só quem não consegue ver que o verdadeiro inimigo não integra as massas é a justiçazinha seletiva, pois a íntegra se encontra bastante ocupada em demandas talvez mais grotescas. Agora, certeza não há, mas desconfio fortemente de que os Blogues Progressistas têm conseguido resgatar alguns coxinhas das garras da cretinice…

MAAR

INACEITÁVEL ANARQUISMO TERRORISTA

Fascistas são aqueles que usam a propagação de farsas e/ou a violência física para impor, de modo forçado e dissimulado, seus interesses políticos. E as evidências da utilização de tais expedientes por parte dos grupos envolvidos na preparação e realização de atos violência no Brasil desde 2013 são inúmeras e inegáveis. Todavia, a postura fascista é caracterizada exatamente pela negação sistemática da verdade, mesmo quando esta se evidencia clara como a luz solar.

O ilusionismo maniqueísta exibido no texto em tela evidencia a tática de misturar deliberadamente aspectos verdadeiros e alegações falaciosas.

Claro está que, se confirmada a hipótese de que o morador de rua tenha sido condenado por porte de material explosivo e incendiário sem que tal acusação se prove verdadeira, tal condenação deverá ser considerada injusta e tornada inválida pelas vias processuais.

Do mesmo modo que, se as acusações de envolvimento com a preparação de atos de violência não forem confirmadas por provas consistentes, não deve haver condenações.

Todavia, o que se tem observado é que alguns intelectuais têm defendido a livre associação para aqueles que realizam atos de violência com utilização de artefatos incendiários e explosivos.

Isto não é apenas anarquismo irresponsável e inescrupuloso, é terrorismo mesmo.

E a evidência de que tais discursos são insustentáveis vem do fato de defenderem grupos que pretendem impingir a ideia de impunidade para crimes potencialmente danosos cuja autoria está comprovada.

Vale lembrar que alguns destes grupos pleiteiam libertação e anistia até para os responsáveis pela morte do cinegrafista.

A grande maioria da sociedade espera e exige que as autoridades cumpram o dever do estado de evitar a realização de crimes cuja preparação foi evidenciada, nos moldes da lei e com o devido rigor.

Tanto mais quando os precedentes factuais mostram confrontos violentos, depredações, incêndios criminosos e morte decorrente do uso de material explosivo em praça pública.

Toda a arenga contida no texto não é capaz de esconder a evidência de que o sigilo da investigação em suas fases iniciais e a prisão preventiva dos envolvidos na preparação de atos de violência foram necessários para evitar a realização de crimes de graves consequências e zelar pela segurança de eventos que reuniam milhares de pessoas.

Desse modo, é inegável que os procedimentos acautelatórios desenvolvidos dentro dos limites do ordenamento legal foram compatíveis com os princípios democráticos e adequados para prover a cogente preservação da vida humana e da paz social.

    Felipe

    Carx MAAR,

    Mas e se realmente a polícia e a justiça tiverem realizado prisões e uma investigação forjada, apenas para acabar com um movimento contestatório?
    Você acha que isso seria impossível de acontecer?
    E se for verdade, como fica?

    E se isso for verdade, não é um outro alguém que pratica o terrorismo?

    Saudações

    MAAR

    Caso viesse a ser evidenciada a nulidade das provas, seria o caso de rever as decisões judiciais e inocentar os acusados, bem como de punir excessos ou abusos se existentes.

    Mas não creio que os indícios noticiados não correspondam à realidade dos fatos. Tanto que, ao invés de tentar demonstrar pretensas inconsistências das provas que embasaram as ordens de prisão, os que defendem a libertação dos acusados promovem uma mistificação evidentemente insustentável.

    Afirmar que a situação política atual é igual ao terror de estado enfrentado durante a ditadura é farsa. Do mesmo modo, é absurdo pretender justificar as iniciativas voltadas para o uso de violência física como algo legitimado pela repressão policial. os erros alheios não servem para justificar outros erros.

    Os que defendem anistia para as pessoas flagradas durante a preparação ou realização de atos de violência pedem impunidade para crimes graves, o que é inadmissível.

    Tal impunidade é muito danosa para a sociedade, principalmente por implicar num estímulo à ocorrência de novos crimes semelhantes, com consequências cada vez piores.

    Não se vê nenhuma autocrítica por parte daqueles que cometeram o grave erro de insuflar e promover atos de violência. Por esta razão, é imprescindível pugnar pela aplicação rigorosa da lei, pois este é o método mais didático para favorecer o avanço da consciência política.

    O embate político que visa a busca de soluções adequadas para os mais diversos problemas sociais deve ser empreendido de modo pacífico, pelas vias institucionais, dentro dos limites do Estado Democrático de Direito.

    É preciso que todos percebam o fato de boa parte dos jovens envolvidos com os atos de violência observados desde 2013 estar iludida e estar sendo induzida, de modo velado, a colaborar com interesses opostos às causas que esta juventude quer ver vitoriosas.

    Um método cada mais usado pela direita para desestabilizar a esquerda consiste exatamente na infiltração, cooptação e manipulação de movimentos sociais originados a partir de reivindicações legítimas.

    Portanto, urge desmistificar estes discursos pseudo progressistas do anarquismo, que favorecem, mesmo que inadvertidamente, ao ranço reacionário. E um aprendizado básico, urgente e imprescindível é a necessidade do amplo e inegociável respeito às leis e à preservação da vida humana e dos direitos da cidadania, sempre.

    marcus

    A acusação é essa, e pinho sol não explode, tampouco lixívia. Bakunin está morto, a bomba do Hideki foi plantada. Nossa polícia é, essencialmente, assassina, nosso judiciário, uma farsa. Só os cegos apoiam essa caterva.

    MAAR

    Os piores cegos são os que não querem ver as chamas de onde surge a fumaça.

    Andre

    Essa é a questão que não está discutida: se as provas foram forjadas, se o inquérito é sem sentido e as prisões arbitrárias, então que promoveu os atos que levaram a morte do cinegrafista, a queima de um carro de um trabalhador e tudo mais que todos nós sabemos? Não vi nenhuma hipótese alternativa até agora e não estou dizendo que as provas não forma forjadas, as prisões arbitrárias, etc…

Leo V

O interessante é ver como comentários a esse texto reforçam o próprio argumento do autor.

Acho que o Lincoln Secco foi muito feliz no conceito ou noção de “neopetismo”. Um neopetismo que parece vir fundamentalmente de uma classe média, que adere ao PT quando ele já está praticamente desligado dos movimentos de base, tornando-se basicamente uma máquina burocrática e eleitoral, sem projeto de transformação social.
Como já disse em outro comentários, esse neopetismo de tendência fascista (no sentido histórico do termo, como bem apontou Secco) diz muito sobre os rumos tomados pelo PT. Não é à toa que esse conservadorismo, ou reacionarismo enxerga no PT de hoje sua representação.

    Luís Carlos

    Seus argumentos me remetem ao PSOL, por exemplo, ou todos partidos, como corriqueiramente faz a Globo, cuspindo moralismo contra a política e partidos políticos. Aliás, poderia ser usado “contra tudo que está aí” como foi por aqueles que tomaram as ruas ano passado e atacaram fisicamente partidos e movimentos.

    Leo V

    Crítica ao neopetismo o que tem a ver “contra tudo que está aí” moralista de direita?
    A crítica é exatamente que esse neopetismo não tem nada de esquerda, e como o Lincoln Secco apontou caminha para um fascismo, e mesmo sem as tradições de esquerda que serviram de caldo pro fascismo.

    E ratifico: a avalanche de comentários nos tais blogs progressistas e nas redes sociais só confirmam a análise do Secco. O neopetismo é extremamente conservador. Mais que isso, é reacionário. O discurso é o mesmo de viúvas da ditadura: chama militantes de esquerda de “terroristas”, apoia assassinato de reputação pela mídia, apóia as instituições mais conservadoras e reacionárias do Estado: polícia, Judiciário. Apóia inquéritos políticos, farsas judiciais contra pessoas que exercem direitos constitucionais como o Fabio Hideki em São Paulo.
    O neopetismo converge com a Veja, com a Globo, com o PSDB, com a polícia na criminalização de organização políticas, mobilizações populares etc.

    De fato esse neopetismo é o espelho d governo Dilma.

    Luís Carlos

    Reitero
    O que você e o autor identificam como neopetismo pode ser bem aplicado ao neoblockismo sharpiano by CANVAS, fundamentado em conceitos burgueses e não revolucionários, sustentando objetivos destilados pela grande mídia e capital, permanentemente. Replicam táticas programadas e executadas em outras partes do mundo, com mesmos parceiros daqui. Em vários países com mais sucesso do que aqui, conseguindo derrubar governos e instalar o terror, sem nenhuma pauta trabalhista. Pelo contrário, desestabilização de governos e países sempre de mãos dadas com interesses geopolíticos dos EUA e do capital, levando ao poder grupos violentos, inclusive neonazistas, e em nenhum desses países grupos progressistas e populares, sem nenhum vínculo com esquerdas.

    Leo V

    Seu comentário só reitera o que foi dito:

    Não há argumentos, só difamações. Dizer que manifestantes são financiados ou parte de um complô internacional de direita é para qualquer um rir. Não existe a mínima base factual, fenomenológica.

    Pelo o contrário, o que é fato é que A Blackwater e o FBI vieram ao Brasil dar apoio na repressão. Quem tem acordo com o governo norte-americano é o governo brasileiro, não os movimentos sociais e organizações políticas de esquerda.

    http://www.pragmatismopolitico.com.br/2014/05/mercenarios-de-guerra-estariam-treinandos-policiais-para-copa-2014.html

    http://noticias.terra.com.br/brasil/policia/policiais-do-rio-treinam-com-fbi-e-policia-dos-eua-para-copa,2f3a6170e8106410VgnVCM20000099cceb0aRCRD.html

    Luís Carlos

    Sua manchete diz “estariam” porque? Porque não estavam?
    Você acha não deveria ter nenhum tipo de treinamento para lidar com o “caos” que afirmavam iria ser instalado no país pelos “movimentos” que se dizem tática? Tática que assassinou um jornalista em trabalho?
    A Blackwater,se quiseres saber sobre ela, de fato,basta ler livro publicado, inclusive aqui no Brasil, com afirmações categóricas e documentos sobre os crimes por ela cometidos no Iraque. Nolivro, o autor, jornalista estadunidense que inclusive escreve/veu para Democracy Now, não precisa de “estariam”, para afirmar, ele afirma sem rodeios e com provas. Diferente de sua fonte.
    Agora, dizer que manifestações que ocorrem no mundo nos últimos anos não se relacionam com o livro de Sharp e não tem relação com a CANVAS, é de doer. Basta rápida pesquisada pela web para iniciar provas disso. Mas, claro,não dá para achar que só o que o El País escreve é verdade.

Maria Izabel L Silva

Lincon Secco tá nem aí para esse morador de rua. O que ele quer mesmo é criticar a prisão dos seus amigos e ridicularizar o judiciaro. E usa o pobre do morador de rua para dar sua aulinha barata de historia, misturando alhos com bugalhos e invocando a Comuna de Paris, que aliás, foi uma bosta de movimento. Só ferrou com os trabalhadores …

    Leo V

    Você sabia que o Lincoln Secco é do PT?

    Por que você não debate ideias em vez de tentar desqualificar o interlocutor dizendo que ele está defendendo “amigos presos”, como se ele conhecesse algum deles.

    Definitivamente, essa “esquerda” que vc representa é tão incapaz de debate racional quanto a nossa direita assumida de Bolsonaros, Constantinos e Azevedos.

    Maria Izabel L Silva

    Que debate você quer travar amiguinho? A tese de que estamos a caminho do fascismo? Essa tese não me convence. E dai? Vai me bater? Vai jogar um rojão nas minhas costas? Vai incendiar meu carro? Também não concordo com essa demagogia barata que usa o morador de rua como pretexto para suas teses malucas. Você tem razão. Minha esquerda não é a “sua” esquerda. Não mesmo.

    Leo V

    Você não percebe que seus comentários reforçam tudo que o Secco apontou no artigo?

    Vc é um exemplo desse neopetismo que caminha para o fascismo: irracional (não debate argumentos), defende nossa histórica máquina repressiva contra “subversivos” e pobres e negros…
    Eu aprendi muito militando com pessoas do PT, ou que se formaram politicamente no PT. Mas esse neopetismo é o oposto de qualquer tendência num sentido de ampliar poder da classe trabalhadora, dos movimentos sociais, de real democratização na sociedade, de redução do poder das instituições que historicamente subjugaram a população mais sofrida e militantes de organizações políticas.

    Narr

    É isso aí, basta de examinar racionalmente a qualidade dos argumentos.

    O importante é perceber que se o interlocutor defende o ponto de vista contrário ao nosso, então há necessidade de um regime sólido que o prenda, torture e execute ao som do hino nacional.

Gerson Carneiro

Na pouca falta de absurdo vão querer colocá-lo para cumprir pena em casa.

    Leo V

    Por ter cumprido um ano ele poderia ir para o semi-aberto se tivesse oferta de emprego.

Zanchetta

“Achincalhar Lula se tornou um esporte nacional.”

Putz, as esquerdas passam dia e noite achincalhando o FHC, e tudo bem?

    Andrade, Amaury

    Pô Zanchetta, quer dizer então que no dos outros é refresco?
    Não sei de onde você é, mas, vejo que não conhece nada de Brasil, o só o conhece de ouvir falar, resta saber onde?

    Felipe

    Caro Zanchetta,

    a comparação não me parece justa.
    Lula foi e é largamente xingado pelos meios de comunicação hegemônicos, o que não me parece ser o caso com Fernando Henrique Cardoso.
    Além disso, as críticas ao FHC se dirigem sobretudo à sua política econômica e social, ao caráter de classe de seu partido etc. O máximo que se pode ouvir é a alcunha irônica de “príncipe dos sociólgos”, pois seus fãs de carteirinha gostam (e gostam muito) de dizer que ele é o intelectual brasileiro mais reconhecido no mundo, dá aulas na Sorbonne etc. etc.
    Já Lula é xingado por ser (segundo o achincalhador) analfabeto, burro, não ter diploma universitário, corrupto, e ainda por não ter um dos dedos da mão (!).
    Quem xinga o Lula normalmente, na realidade, quer xingar as pessoas mais pobres. Assim como quem diz que corintiano é negro, pobre e ladrão.
    Quer dizer, o problema não seria xingar o Lula ou o Corinthians. O problema é que esses xingamentos são apenas formas de destilar um preconceito daquelxs que são a favor da manutenção de uma ordem desigual e opressora à maioria.

Leo V

Mais uma brilhante, brilhante e fundamental, intervenção de Lincoln Secco.

Leo V

Filósofo russo já morto é citado como suspeito em inquérito no Rio de Janeiro
julho 28, 2014 17:57

http://www.revistaforum.com.br/blog/2014/07/filosofo-russo-ja-morto-e-citado-como-suspeito-em-inquerito-rio-de-janeiro/

Filósofo russo já morto é citado como suspeito em inquérito no Rio de Janeiro

Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, Mikhail Bakunin, considerado um dos fundadores do anarquismo, foi classificado como um “potencial suspeito” pela polícia carioca, que investiga manifestantes e ativistas

Por Redação

Reportagem publicada nesta segunda-feira (28) no jornal Folha de S. Paulo traz uma revelação no mínimo curiosa: o inquérito de mais de 2 mil páginas, produzido pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, que responsabiliza 23 pessoas pela organização de ações violentas em manifestações de rua, aponta o filósofo Mikhail Bakunin como um dos suspeitos. Morto em 1876, o russo é considerado um dos pais do anarquismo.

De acordo com a matéria, Bakunin foi citado por um manifestante em uma mensagem interceptada pela polícia. A partir daí, passou a ser classificado como um “potencial suspeito”. A professora Camila Jourdan, de 34 anos, uma das investigadas, menciona esse episódio para demonstrar a fragilidade do inquérito. “Do pouco que li, posso dizer que esse processo é uma obra de literatura fantástica de má qualidade”, descreve.

Essa não é a primeira vez que intelectuais já falecidos figuram em autos das autoridades brasileiras. Durante a ditadura militar, Karl Marx era um dos fichados no Departamento de Ordem Política e Social (Dops), um dos principais órgãos de repressão aos movimentos políticos e sociais identificados como “subversivos”.

Jourdan ficou 13 dias presa no complexo penitenciário de Bangu, na zona oeste do Rio. Conhecida pela excelência acadêmica na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), onde coordena o programa de pós-graduação em filosofia, ela diz sido alvo de uma invenção dos investigadores. “Existe uma necessidade de se fabricar líderes para essas manifestações. E quem se encaixa muito bem no papel de mentora intelectual? A professora universitária. Caiu como uma luva, entendeu?”, afirma.

Para contestar o “papel de liderança” que lhe foi atribuído pela polícia, a professora se vale das teorias do filósofo francês Michael Foucault. “Foucault diz que os intelectuais descobriram que as massas não precisam deles como interlocutores. Não tenho autoridade para falar sobre a opressão de ninguém. O movimento não precisa de mim para este papel”, declara.

Foto de capa: Wikicommons

    FrancoAtirador

    .
    .
    Íh, Leo V.

    Os Delegados do DOPS da Veja

    ficharam o Foucault, também.

    Mais uma prova de que sempre é bom

    ler algo de e sobre Michel Foucault:

    Michel Foucault na Imprensa Brasileira durante a Ditadura Militar –
    os “Cães de Guarda”, os “Nanicos” e o Jornalista Radical

    Por Heliana de Barros Conde Rodrigues*

    …nas passagens de 1975 e 1976 pelo Brasil, Foucault foi assediado por “cães de guarda”, mais ou menos ferozes;
    paralelamente, “nanicos” de variados matizes dele se acercaram em busca de alianças – quer na forma de entrevistas, quer mediante a intempestiva divulgação de conferências e cursos.

    À mesma época, conforme igualmente ressaltamos, Foucault por diversas vezes expressou a intenção de abandonar a filosofia (e a forma de escritura a ela associada) para dedicar-se a um jornalismo radical.

    Nessa linha, virá a cunhar, poucos anos depois, a expressão “reportagens de ideias”.

    Ele as apresentará então com indisfarçável entusiasmo, remetendo a uma prática em que o intelectual e o jornalista trabalhariam no exato ponto de cruzamento entre ideias e acontecimentos 13:

    “Há mais ideias sobre a terra do que os intelectuais imaginam.
    E essas ideias são mais ativas, mais fortes, mais resistentes e mais apaixonadas do que pensam os políticos.
    É preciso assistir ao nascimento das ideias e à explosão de sua força … Não são as ideias que conduzem o mundo.
    Mas é porque o mundo tem ideias … que ele não é conduzido passivamente segundo aqueles que o dirigem ou aqueles que gostariam de ensiná-lo a pensar de uma vez por todas. (Foucault, 1978/1994b, p. 707)

    Foucault não alimentava, entretanto, qualquer ingenuidade sobre a Imprensa, o Jornalismo ou a Mídia.

    Para percebê-lo, em acréscimo aos já mencionados desencontros com La cause du peuple e Libération, pode-se evocar a entrevista intitulada “O olho do poder”, originalmente publicada como introdução à tradução francesa de O Panóptico.

    Nesse texto, cujo objetivo inicial é o esclarecimento do modo como (re)descobrira a importância da obra de Jeremy Bentham para uma “história dos espaços / história dos poderes”, Foucault põe a Mídia em foco.

    Questionando o lirismo dos revolucionários – Rousseau em particular –, que acreditavam na constituição de uma sociedade transparente para cada um de seus membros, assim se expressa:

    “Eles desconheciam as condições reais da Opinião, as Media, uma Materialidade que obedece aos Mecanismos da Economia e do Poder em forma de Imprensa, Edição, depois de Cinema e Televisão.
    …Eles acreditavam que a opinião era justa por natureza, que ela se difundiria por si mesma e que seria um tipo de vigilância democrática.
    No fundo, foi o Jornalismo – invenção fundamental do século XIX – que manifestou o caráter utópico de toda esta política do olhar” (Foucault, 1977/1979b, p. 224).

    Apesar de tudo isso, e talvez paradoxalmente, Foucault nunca publicou um trabalho específico sobre o Jornalismo 14.

    Mas, sabendo-o avesso às totalizações abstratas – em Foucault, se há regra no pensar, esta é a da especificidade das problemáticas e da inescapável bifurcação que comportam –, pode-se especular, sem grandes receios, que não o glorificaria nem o condenaria de maneira peremptória.

    A frase com que finaliza “O olho do poder” é, nesse aspecto, elucidativa.

    Após ouvir as críticas foucaultianas à “brava e velha ‘lógica’ da contradição” (Foucault, 1977/1979b, p. 226), segundo a qual tudo estaria aprioristicamente explicado, Michelle Perrot,
    uma das entrevistadoras, lhe pergunta se não teria sentido, para os prisioneiros, apoderar-se da torre central do panóptico.
    Ao que Foucault, breve e certeiro, contesta:
    “Sim. Contanto que este não seja o objetivo final da operação.
    …Você acredita que será muito melhor assim que com os vigias?” (Foucault, 1977/1979b, p. 227).

    Na mesma direção antitotalizadora encaminhou-se o presente trabalho.

    Narrativa histórica acerca das visitas de Foucault ao Brasil em 1975 e 1976, nela procuramos trazer à cena elementos aptos a favorecer uma reflexão sobre a presença da mídia na normalização e judicialização da vida.
    Mas, principalmente, também elementos que julgamos preciosos para sustentar a perspectiva de uma singular agonística das relações de poder; pois o resistencial e/ou o contracondutual a tais normalização e judicialização estão invariavelmente presentes e atuantes –
    na Coragem do Silêncio, na Intensidade da Imprensa Alternativa e, em especial, na dos Nanicos Anarquistas.

    Cabe a nós, críticos do/no presente, intensificá-los, quiçá “pirotecnicamente”, frente a nossos novos problemas e com nossos novos recursos.

    *Heliana de Barros Conde Rodrigues é professora dos cursos de graduação em Psicologia, especialização em Psicologia Jurídica e Pós-graduação em Psicologia Social da UERJ.
    Doutora em Psicologia Escolar pela USP.

    Publicado em:
    Psicologia & Sociedade
    versão On-line ISSN 1807-0310
    Psicol. Soc. vol.24 no.spe Belo Horizonte 2012
    Associação Brasileira de Psicologia Social
    Universidade Federal de Minas Gerais
    Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas

    Íntegra em:

    (http://dx.doi.org/10.1590/S0102-71822012000400012)
    (http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-71822012000400012)
    (http://migre.me/kHTKP)
    .
    .

marcosomag

O único pecado deste pobre cidadão brasileiro foi não ter sido recrutado pela CANVAS e assemelhados para seus cursos de “resistência”. Se fosse um líder “Black Bloc”, já teria feito várias viagens internacionais (pagas sabemos por quem) e talvez, até aprendido táticas “avançadas” como manejar fuzis M-16 (arma básica do soldado estadunidense) e atirar contra multidões em operações “self-behind” como fizeram os “Black Bloc” da Ucrânia (o grupo neonazista “Right Sector).

Como não é um “Black Bloc” oprimido (do tipo que usa blusas GAP originais, manja?) que poderia ser considerado um “bom quadro” pelas CANVAS da vida, e sim, um pobre trabalhador, terá apenas a cadeia. Sem a assistência das “equipes de juristas” que protegem os chamados “ativistas”.

FrancoAtirador

.
.
“O fascismo em suas muitas formas históricas
tem uma característica imprescindível:

ele não se impõe sem o acordo prévio
das massas em defesa da Ordem.

Mesmo que tal Ordem
se volte contra elas próprias.”

Lincoln Secco, no Viomundo

(http://migre.me/kGElE)
.
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    FrancoAtirador

    .
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    No Caminho com Maiakóvski
    (Eduardo Alves da Costa)

    Assim como a criança
    humildemente afaga
    a imagem do herói,
    assim me aproximo de ti, Maiakóvski.

    Não importa o que me possa acontecer
    por andar ombro a ombro
    com um poeta soviético.
    Lendo teus versos,
    aprendi a ter coragem.

    Tu sabes,
    conheces melhor do que eu
    a velha história.

    Na primeira noite eles se aproximam
    e roubam uma flor
    do nosso jardim.
    E não dizemos nada.

    Na segunda noite, já não se escondem:
    pisam as flores,
    matam nosso cão,
    e não dizemos nada.

    Até que um dia,
    o mais frágil deles
    entra sozinho em nossa casa,
    rouba-nos a luz, e,
    conhecendo nosso medo,
    arranca-nos a voz da garganta.

    E já não podemos dizer nada.

    Nos dias que correm
    a ninguém é dado
    repousar a cabeça
    alheia ao terror.

    Os humildes baixam a cerviz;
    e nós, que não temos pacto algum
    com os senhores do mundo,
    por temor nos calamos.

    No silêncio de meu quarto
    a ousadia me afogueia as faces
    e eu fantasio um levante;

    mas manhã,
    diante do juiz,
    talvez meus lábios
    calem a verdade
    como um foco de germes
    capaz de me destruir.

    Olho ao redor
    e o que vejo
    e acabo por repetir
    são mentiras.

    Mal sabe a criança dizer mãe
    e a propaganda lhe destrói a consciência.

    A mim, quase me arrastam
    pela gola do paletó
    à porta do templo
    e me pedem que aguarde
    até que a Democracia
    se digne aparecer no balcão.

    Mas eu sei,
    porque não estou amedrontado
    a ponto de cegar,
    que ela tem uma espada
    a lhe espetar as costelas
    e o riso que nos mostra
    é uma tênue cortina
    lançada sobre os arsenais.

    Vamos ao campo
    e não os vemos ao nosso lado,
    no plantio.

    Mas ao tempo da colheita
    lá estão
    e acabam por nos roubar
    até o último grão de trigo.

    Dizem-nos que de nós emana o Poder,
    mas sempre o temos contra nós.

    Dizem-nos que é preciso
    defender nossos lares,
    mas, se nos rebelamos contra a opressão,
    é sobre nós que marcham os soldados.

    E por temor eu me calo,
    por temor aceito a condição
    de falso democrata
    e rotulo meus gestos
    com a palavra liberdade,
    procurando, num sorriso,
    esconder minha dor
    diante de meus superiores.

    Mas dentro de mim,
    com a potência de um milhão de vozes,
    o coração grita;
    – MENTIRA!

    (http://acasadevidro.com/2013/06/17/no-caminho-com-maiakovski-3-poemas-de-eduardo-alves-da-costa)
    (http://geracaoeditorial.com.br/blog/caminho-com-maiakovski-no)
    .
    .

Jansen

Quer dizer Lincoln Seco que para ser progressista tenho que concordar com suas teses? Diga-me aí que ideia inovadora Sininho e sua quadrilha terrorista trouxeram para o debate a não ser ficar contra tudo, sem demonstrar o que se coloca no lugar, no que vem depois? A presidenta ofereceu uma oportunidade única pelas vias da democracia que ensejava efetivamente a participação desses manifestantes ao propor um plebiscito e um referendo de modo que fosse discutido e até mudado o sistema político, ocasião na qual a tal da Sininho e seus acólitos poderiam pleitear a formação de uma frente para debater junto com os manifestantes das jornadas de Junho e juventude que segundo a opinião geral quer mais participação, o tipo de sistema político a ser introduzido no país. Com ou sem financiamento público de campanha. Com ou sem cláusulas de barreira. Com ou sem o Senado. Com ou sem reeleição, dentre outros vários temas. No entanto, a luta deles era tão-somente querer acabar com um evento mundial depois de todos os preparativos feitos, coisa de maluco, sem nenhum sentido, nem aqui e nem qualquer lugar do mundo. Aliás esse pobre coitado objeto dessa sua postagem, esteve a serviço do radicalismo dos ditos manifestantes e foi por eles abandonados. Não houve nenhuma mobilização em favor de sua liberdade, da reparação do erro judicial que foi cometido. Nenhuma manifestação da OAB, salvo um artigo isolado de Wadir Damous, ex presidente da OAB secção Rio de janeiro. Voto em Dilma e nos candidatos do PT. Nem por isso tenho que concordar com a posição aloprada do partido.

    Felipe

    Caro Jansen, eu não sou o autor do texto, mas eu poderia responder a algumas das suas questões e colocar-lhe outras? (caso não, apenas ignore essa mensagem)

    1. “Quer dizer Lincoln Seco que para ser progressista tenho que concordar com suas teses?”
    Não encontro embasamento textual para essa sua questão. O único trecho que vejo que pode ter suscitado essa suas questão é o que trata dos xingamentos sem moderação feitos por parte de internautas por meio de comentários aos textos. Utilizando, aliás, o linguajar de ressonância fascista. Isso não me parece incorreto e é o mais comum, aliás. E não acredito que isso signifique que você não pode discordar do texto do autor.

    2. “Diga-me aí que ideia inovadora Sininho e sua quadrilha terrorista trouxeram para o debate a não ser ficar contra tudo, sem demonstrar o que se coloca no lugar, no que vem depois?”
    Essa questão precisa de dois pontos para ser desenvolvida.
    2.1. A primeira é um pedido de explicação: de onde o senhor tirou que Sininho faz parte de uma “quadrilha terrorista”? Das notícias lidas nos sites que veiculam informação e dos jornais televisivos? Acho que eles já falaram muitas mentiras descaradas e/ou manipularam descaradamente as informações acerca do PT e de Lula para acreditarmos neles fielmente, não?
    Este aliás, me parece um dos problemas centrais apontados pelo texto: a internet permitiu que certos preconceitos fossem destilados inadvertidamente, em vez de ficarem bem guardados num canto escuro do quarto.
    Acredito até que a característica mais marcadamente fascista tem a ver com esse fato: sem conhecer bem a investigação, sem ter qualquer motivo maior que prove qualquer culpa contra manifestantes ou outro preso pela polícia, as pessoas estão prontas a condená-la, assim como a mídia comercial o faz.

    2.2. Em relação à questão propriamente: bem, não tenho informações seguras para dizer que Sininho tenha qualquer ligação com o restante do grupo. Posso apenas dizer que vi reportagem da Folha de S. Paulo com a professora Camila Jourdan. Em relação a esta, pode-se dizer que tem tendência política libertária (ou anarquista, acrática etc.). Em relação a essa tendência, possui uma série de fatores inovadores no debate político. Começando, obviamente pela necessidade de destruição do Estado burguês, por este ser aparelho intrinsecamente ligado à dominação desta da classe que vive da exploração do trabalho alheio.
    Quanto ao anarquismo, há uma série de textos que podem ser lidos, para compreender um pouco melhor. Seria bom começar com um bom manual e três clássicos:
    – “HISTÓRIA DAS IDÉIAS E MOVIMENTOS ANARQUISTAS”
    George Woodcock
    VOL. I A IDÉIA
    VOL. II O MOVIMENTO
    http://www.lpm-editores.com.br/site/default.asp?Template=../livros/layout_produto.asp&CategoriaID=637394&ID=547222

    – “A conquista do pão” de Piotr Kropotkin
    http://dwardmac.pitzer.edu/anarchist_archives/kropotkin/conquestPort.pdf

    – “Deus e o Estado” de Bakunin
    http://www.marxists.org/portugues/bakunin/1882/mes/deus.htm

    – “L’action directe” de Émile Pouget (este não é tão conhecido quanto os outros dois, mas é uma das principais figuras do anarcossindicalismo e responde algumas questões do porquê o uso da ação direta)
    http://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k84028z/f2.image

    3. Quanto ao plebiscito, eu não sei. Há muita discussão nos meios ligados ao PT. De qualquer forma, acho que os anarquistas seriam contra.

    4. Quanto à afirmação: “Aliás esse pobre coitado objeto dessa sua postagem, esteve a serviço do radicalismo dos ditos manifestantes e foi por eles abandonados.”
    Como você sabe que ele esteve a serviço do “radicalismo” dos “ditos manifestantes”? O que ele fez?
    E por que “ditos manifestantes”? Eles não são manifestantes, apesar de você discordar deles?

    Bom, enfim, também voto em Dilma e nos candidatos do PT, por achar que a outra possibilidade (PSDB) seria o inferno para todxs nós. Nem por isso tenho que concordar concordar com prisões arbitrárias e sua saudação pelxs comentaristas de internet.

    Saudações

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