Janio de Freitas: Cabeças de empresas não foram alcançados pela Lava Jato

Tempo de leitura: 3 min

Eduardo-Campos-Aeronave

Secretaria de Aviação Civil, a Polícia Federal e a Aeronáutica ainda não sabem quem “era o responsável” pelo avião de Eduardo Campos

anchieta

O ex-governador José Anchieta Jr., do PSDB de Roraima , foi citado em processo nos EUA, onde a Dallas admite pagamento de propina à FAB

Curiosidades a jato

Dos 36 denunciados na Lava Jato, boa parte não detém a decisão nos grandes negócios com estatais

por Janio de Freitas, na Folha de S. Paulo

Nenhum dos cabeças do sistema de contratação de obras públicas por meio de corrupção foi alcançado pela operação Lava Jato. Se pode ser o caso de dizer “ainda não foi”, ou se o não é definitivo, fica para esclarecimento futuro. Mas a exclusão não se deve a que o jato lançado pelos investigadores tenha orientação seletiva.

“Executivos” profissionais são postos nos altos cargos, até nas presidências das empreiteiras, também ou sobretudo para arcar com os riscos de complicação pessoal e, no dia a dia, entrar com o rosto nas ações indecentes. É para dar essa fachada aos donos e acionistas majoritários, detentores do verdadeiro comando, que os “executivos” têm as elevadas remunerações que os levam a ser audaciosos e arrogantes.

Dos 36 denunciados na Lava Jato, os mais próximos da zona protegida nas empreiteiras são Sérgio Cunha Mendes, como o sobrenome indica, um dos vice-presidentes da Mendes Júnior; Dario Queiroz Galvão Filho, presidente do conselho de administração, e Eduardo Galvão, vice de gestão corporativa da Galvão Engenharia, empresa desdobrada da empreiteira Queiroz Galvão. Os demais são acionistas ou não, mas nunca detentores da decisão nos grandes negócios com estatais e com governos, por intermédio dos incontáveis Paulos Robertos Costas.

Até que altura o jato alcançará as empreiteiras é uma boa curiosidade. Mas, no mesmo capítulo, há pelo menos outra de igual gabarito: a Odebrecht e a Andrade Gutierrez, que formam com a Camargo Corrêa o trio das maiores, dominadoras das obras públicas e das privatizações e concessões, não são molhadas nem por um jatinho? Então temos que mudar a história econômica do Brasil desde os primórdios da ditadura.

Uma curiosidade novinha e de tipo pouco frequente. Talvez em atenção à moda em que estão aqui os militares e a corrupção, a americana Dallas Airmotive International reconheceu na Justiça dos EUA que pagou suborno na FAB, de 2008 a 2012, para assegurar contratos de manutenção de motores. Não foi notícia que interessasse a muitos jornais, para publicação ainda na semana passada. Tanto mais que o ex-governador José Anchieta Jr., de Roraima, foi citado na mesma admissão da Dallas. E Anchieta é do PSDB.

Os mensalões e a corrupção no metrô e nos trens paulistas já mostraram que corrupção não é a mesma coisa quando se trata de PT ou de PSDB. Os militares, por sua vez, há muito tempo resolvem essas e outras coisas desagradáveis lá entre eles, nos silêncios da Justiça Militar —silêncios tão preferidos lá como resguardados pela imprensa, a menos que os réus sejam soldados da PM.

Assim se explica a curiosidade por saber se corrupção na Petrobras e entre militares são a mesma ou coisas diferentes. Se depender do nome, tratando-se de aviões Lava Jato caiu do céu.

E uma falsa curiosidade. A Secretaria de Aviação Civil, a Polícia Federal e a Aeronáutica, pelo que foi noticiado ao completar-se o quarto mês da morte de Eduardo Campos, ainda não sabem quem “era o responsável” pelo avião. A enrolação sugere ilegalidade. Antes da mal alegada venda, para mal identificados compradores, o avião tinha proprietário registrado. E esse proprietário, se vendeu o avião, sabe quem e como pagou. O fato de Eduardo Campos estar morto não justifica que o esclarecimento seja dispensado. Ou evitado. Inclusive porque há envolvidos vivos. Lava Jato aí também.

Leia também:

Serra aparece em planilha de doações de empreiteira envolvida na Lava Jato; Folha esconde o nome do senador tucano


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Comentários

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Emanuel Cancella

A Globo sempre jogou sujo
Na década de 90 os petroleiros foram protestar na porta da Globo no Rio no jardim Botânico. A emissora fez campanha pela privatização da Petrobrás, comparando a Petrobrás a um paquiderme e chamando os petroleiros de marajá. O tempo mostrou quem tinha razão, hoje a Petrobrás descobriu o pré-sal que elevou nossas reservas a 60 BI de barris de petróleo que nos garante o consumo para os próximos 50 anos, e está entre as maiores petroleiras no mundo, inclusive através de seus impostos financiando 75% do PAC, além de vários programas sociais e culturais.
Hoje a corrupção é investigada e corruptos e corruptores estão indo para cadeia e o Ministério Publico anunciou que vai tentar recuperar R$ 1 BI desviado da Petrobrás. Só para se ter uma idéia do recente passado, em 1999 o então presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso do PSDB fez um repasse de R$ 1,4 BI no escândalo conhecido como “Marka e FonteCindam” dizendo que era para impedir a quebra do sistema financeiro brasileiro. Esse dinheiro nunca voltou aos cofres públicos e FHC ainda posa de paladino da moral e dos bons costumes. A Policia Federal o ministério Publico o Congresso Nacional nunca cobraram responsabilidade de FHC.
Agora a Globo faz campanha sistemática e diária contra a Petrobrás, ainda tem a cara de pau de bater na porta do palácio do Planalto, muito provavelmente para pedir dinheiro através de campanha publicitária do governo na emissora.
A Globo sem nenhum escrúpulo faz campanha pela vinda das empreitaras norte-americanas para o Brasil, para substituir as nossas empresas envolvidas em corrupção na Petrobrás. Só que as empreiteiras norte-americanas são as mais sujas e corruptas do mundo, responsáveis inclusive pelo maior vazamento de petróleo do mundo no Golfo do México.
Agora a Globo faz campanha pelos escritórios advocatícios norte-americanos estimulando os acionistas a entrar com ações contra a Petrobrás. Não sei se esses advogados americanos são os melhores defensores de acionistas, haja vista que a Petrobrás, apesar da campanha sórdida da Globo, ela vai bem obrigado, já nos EUA e no mundo os acionistas da GM e do Citybank entre outras estão a ver navios pós quebradeira dos EUA em 2008.
Creio que esta chegando a hora dos brasileiros voltarem a porta da Globo para barrar seu jogo sujo contra a Petrobrás e em favor dos norte-americanos.

O autor é diretor do Sindipetro-RJ e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP)

Rio de Janeiro, 15 de dezembro de 2014;

OBs.: Artigo enviado ao o Globo, Estadão, Folha, Veja, Isto é, JB entre outros para publicação.

    Conceição Lemes

    Emanuel, quem publicou? sds

Eduardo Lima

O que mais precisa de reforma neste país, depois da mídia, é a “justiça”. É preciso reduzir o número de recursos, acelerar os processos judiciais, eliminar as manobras jurídicas, confinar os juízes a seus papéis, restringir sua ação aos autos. Juízes, promotores e procuradores devem ser punidos severamente se atuarem de forma seletiva, atrasarem ou impedirem investigações. Toda essa sensação de impunidade, discriminação e seletividade que emanam da “justiça” brasileira atinge em cheio a Classe C e mudar isso é um dos passos que mais vai garantir a reconquista dessa parcela da população pelo governo. É sobre isso a nossa reflexão desta semana no link abaixo.

http://reino-de-clio.com.br/Pensando%20BR6.html

Francisco

De domínio do fato, até agora, nada. Os CEOs, gerentes de compras e outros desesperados têm aparecido na TV.

E os verdadeiros DONOS do poder privado? Cadê?

FrancoAtirador

.
.
Em alguns casos, a Justiça vai a Jato. Em outros, pega o Jato.

29 Maio 2012 | 16h12 | Texto Atualizado às 19h35
O ESTADO DE S. PAULO [ESTADÃO]

“Gilmar Mendes admite dois voos em aviões cedidos por Demóstenes”

Mariângela Galucci

Ministro do STF nega, no entanto, que tenha viajado
em aeronaves de Carlinhos Cachoeira

BRASÍLIA – O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)
Gilmar Mendes disse nesta terça-feira, 29,
que nunca voou em avião de Carlos Augusto Ramos,
o Carlinhos Cachoeira, mas que por duas vezes viajou
em aeronaves cedidas pelo senador Demóstenes Torres [DEM/GO].

As duas viagens, segundo Mendes, foram de Brasília para Goiânia
e realizadas em aviões de uma empresa de táxi aéreo chamada Voar.

Mendes afirmou ter viajado para participar de um jantar
e de uma formatura, em 2010 e 2011.

Nas duas ocasiões, o ministro Dias Toffoli

também estava no avião, de acordo com Mendes.

Em uma das viagens, também estava [o ex-presidente do STF, Nelson] Jobim

e na outra, a ministra Nancy Andrighi, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

“Vamos dizer que o Demóstenes me oferecesse uma carona num avião
se ele tivesse. Teria algo de anormal?”,
perguntou Mendes, numa sinalização de que não haveria problemas.

Indagado sobre o fato de o ex-ministro Nelson Jobim não ter confirmado
a suposta tentativa de Lula de intimidá-lo, Mendes respondeu:

“Estou dizendo a vocês o que ocorreu.
Posso ter uma interpretação errada,
é um relato de uma conversa de quase duas horas.
Mas os senhores sabem de uma coisa:
eu não tenho a tradição de mentir [SIC]*.

Eu posso até interpretar os fatos,
mas os senhores não me viram me desmentindo [SIC]*
ao longo da minha carreira”, declarou.

Mendes contou que não tem falado
com Demóstenes, de quem era amigo.

Ele disse que antes do escândalo
o senador parecia ser uma pessoa diferente…

(http://naofo.de/27r2)
(http://abre.ai/gilmar-e-demostenes-no-jatinho-do-cachoeira)
.
.
[*] Gilmar admite que foi ele quem pediu reunião com Lula à época

Ministro do STF reafirmou que só falou à imprensa,
que foi pressionado por Lula na casa de Jobim,
após ouvir jornalistas nos bastidores [em off].

Por Cíntia Alves

Jornal GGN – Na segunda parte da entrevista publicada nesta segunda-feira (1/12) pela Veja online,

o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal,

admitiu que pediu uma reunião com o ex-presidente Lula em meados de 2012,

época de efervescência em torno do julgamento do mensalão e da CPI do Cachoeira.

Na imprensa, circulou uma versão de que Gilmar e Lula
teriam se encontrado em um jantar oferecido pelo ex-ministro Nelson Jobim,
e que o petista teria oferecido proteção a Gilmar na CPI em troca do retardamento do julgamento da AP 470.

À Veja, o ministro do Supremo reafirmou o que havia dito, em maio de 2012, ao jornal Zero Hora: que o encontro se deu no escritório de Jobim.

Mas esclareceu que ele mesmo solicitou a reunião.

Gilmar afirmou que só contou [leia-se: mentiu] à imprensa,
que Lula o havia pressionado para adiar o julgamento do mensalão,
após ouvir de jornalistas, em off, que o Planalto espalhara boatos
sobre seu envolvimento com Cachoeira e Demóstenes Torres.

Naquele ano, ele disse ao jornal: “Como eu venho defendendo expressamente o julgamento o mais rápido possível,
é capaz que alguma mente tenha pensado:
‘Vamos amedrontá-lo’. E é capaz que o próprio presidente
esteja sob pressão dessas pessoas.”

A jornalista de Veja quis ouvir do ministro, novamente, se houve,
por parte de Lula, pressão para que o julgamento do mensalão
não acontecesse em 2012, na tentativa de evitar a politização do episódio.

“Houve tentativa de achaque, à época?”, perguntou ela.

“Eu interpretei que sim”, respondeu o ministro.
“Mas na verdade, isso precisa ser contextualizado”, emendou.

“Eu queria falar com Lula em função de sua doença.

Eu cultivei boa relação com ele à época de sua presidência.

Eu liguei várias vezes para saber do seu estado de saúde.

E em uma conversa com Jobim, eu disse que quando Lula estivesse em Brasília,

eu gostaria de encontrá-lo”, justificou.

(http://jornalggn.com.br/noticia/gilmar-admite-que-foi-ele-quem-pediu-reuniao-com-lula-a-epoca-do-mensalao)
.
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    FrancoAtirador

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    Leia também:

    Ministro Gilmar, do STF, concede liminar
    para ex-Senador do DEM, Demóstenes Torres,
    retornar às atividades no MP de Goiás

    03/07/2014 19h23
    Folha de S.Paulo

    Gilmar Mendes autoriza Demóstenes a trabalhar no Ministério Público

    MARIANA HAUBERT DE BRASÍLIA

    O ministro Gilmar Mendes (Supremo Tribunal Federal) concedeu uma liminar

    nesta quinta-feira (3) para permitir que o ex-senador Demóstenes Torres [DEM/GO]

    volte a atuar como Procurador de Justiça no Ministério Público de Goiás.

    Como a decisão é liminar, o plenário da Corte ainda precisará analisar o caso,

    mas enquanto isso não acontece, Demóstenes pode assumir o cargo novamente.

    (http://abre.ai/gang-do-cachoeira_gilmar-livra-demostenes)
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    FrancoAtirador

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    São Paulo, quinta-feira, 30 de setembro de 2010
    Folha de S.Paulo

    Após falar com Serra, Mendes para sessão

    Ministro do STF adiou julgamento que pode derrubar
    exigência de dois documentos na hora de votar

    Candidato e ministro negam conversa,
    que foi presenciada pela Folha;

    MOACYR LOPES JUNIOR
    CATIA SEABRA
    DE SÃO PAULO

    Após receber uma ligação do candidato do PSDB

    à Presidência da República, José Serra,

    o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes

    interrompeu o julgamento de um recurso do PT

    contra a obrigatoriedade de apresentação

    dos dois documentos na hora de votar.

    Serra pediu que um assessor telefonasse para Mendes

    pouco antes das 14h, depois de participar de um encontro

    com representantes de servidores públicos em São Paulo.

    A solicitação foi testemunhada pela Folha.

    No fim da tarde, Mendes pediu vista

    adiando o julgamento.

    Sete ministros já haviam votado pela exigência de apresentação

    de apenas um documento com foto, descartando a necessidade do título de eleitor.

    “MEU PRESIDENTE”

    Ontem, após pedir que o assessor ligasse para o ministro,

    Serra recebeu um celular das mãos de um ajudante de ordens,

    que o informou que Mendes estava na linha.

    Ao telefone, Serra cumprimentou o interlocutor como “meu presidente”.

    Durante a conversa, caminhou pelo auditório.

    Após desligar, brincou com os jornalistas:

    “O que estão xeretando?”

    Depois, por meio de suas assessorias, Serra e Mendes
    negaram a existência da conversa.

    O resultado do julgamento já está praticamente definido,

    mas o seu final depende agora de Mendes.

    Se o Supremo não julgar a ação a tempo das eleições,

    no próximo domingo, continuará valendo a exigência.

    À Folha, o ministro disse que pretende
    apresentar seu voto na sessão de hoje.

    Colaboraram FELIPE SELIGMAN e LARISSA GUIMARÃES,
    da Sucursal de Brasília

    (http://abre.ai/gilmar-serra_duplinha-infernal)
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