Izabel Noronha: Senhor Secretário, pare de tratar as questões educacionais como caso de polícia!; já são 42 escolas ocupadas, veja quais

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secretário da educação e bebel

O secretário de Educação do Estado de São Paulo, Herman Jacobus Cornelis Voorwald

Senhor Secretário: educação não é caso de polícia!

da assessoria de imprensa da Apeoesp, via e-mail

O Secretário Estadual da Educação declarou em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira, 17/11, que pretende retomar a posse de todas as unidades escolares ocupadas por estudantes e comunidades. No momento em que escrevo este texto já são 44 escolas ocupadas. A primeira a ser ocupada foi a EE Diadema, em 9/11.

A declaração do Secretário causa perplexidade, pelo que revela de autoritarismo, insensibilidade e descompromisso com os direitos e necessidades de estudantes, professores, funcionários e todos os que utilizam as escolas públicas estaduais.

O secretário deveria saber que as reintegrações de posse não irão resolver a situação criada pelo Governo Estadual ao pretender fechar 94 escolas e “reorganizar” outras 752, fragmentando o ensino fundamental e segmentando em prédios diferentes as etapas e níveis de ensino que compõem a educação básica.

Não há justificativa pedagógica para esta segmentação (como o Secretário denomina o processo), pois a convivência entre crianças de diferentes idades é natural e salutar para o processo ensino-aprendizagem e para a construção do conhecimento.

A ocupação das escolas é um sintoma do profundo descontentamento de estudantes, seus pais, professores e funcionários com um processo decidido a portas fechadas e imposto autoritariamente.

Como o Secretário pretende realizar a reintegração de tantas unidades escolares ocupadas por crianças e adolescentes? Utilizará a força bruta? Não posso crer que um educador acredite que este é o método correto para lidar com um problema de política pública, como se todos fôssemos obrigados a aceitar seus ditames.

Se levar adiante sua intenção de desocupar as escolas, sem qualquer tipo de encaminhamento ou solução para as reivindicações formuladas pelos diversos movimentos que hoje se realizam contra a “reorganização” da rede estadual de ensino, o Secretário certamente conseguirá produzir um repúdio ainda maior por parte dos estudantes, suas famílias e toda a população, alimentando um processo de enfrentamento potencialmente incontrolável.

É preciso que o Secretário da Educação pare de tratar as questões educacionais como caso de polícia. É preciso que utilize o método correto para equacioná-las.  Diante de evidências tão cristalinas de que seu projeto de reorganização não é aceito pela sociedade, deveria suspender sua execução, abrindo um amplo processo de debate durante o ano de 2016, para que se produzam soluções verdadeiras para os problemas reais da rede estadual de ensino de São Paulo.

Maria Izabel Azevedo Noronha
Presidenta da APEOESP

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Urbano

Na verdade o caso nem é de secretário e des governo, mas sim do povo ser insensível a tantos desmandos dos mais abjetos contra ele mesmo; o pior é o tempo em que isso vem se arrastando. Ademais, caso o povo não considere a si mesmo, certamente não vem ser aqueles a considerarem.

FrancoAtirador

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Roque

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Flavio Wittlin

A Pedagogia do Opressor do trevoso governador opus dei age conforme o adágio segundo o qual o objetivo da brutalidade é a brutalidade, o objetivo do autoritarismo é o autoritarismo e o objetivo da repressão é a repressão.
Merece repúdio mundial por suas reiteradas violações aos mais comezinhos
direitos humanos.

Sérgio

A garotada precisa do apoio dos mais variados setores e também dos alunos das escolas que ainda não estão nessa lista do governador. Não são propriamente as escolas que estão ameaçadas, mas sim a educação pública. Essa meninada é capaz de fazer o gigante acordar de verdade.
Todo o apoio dos setores progressistas é necessário agora.

Stan Neto

A ação do governo é o reflexo de anos dessa letargia inexplicável do povo paulista. Tudo transcorre como se existisse uma hipnose coletiva.
Há tempos a educação pública vem sendo desmontada no estado de S.Paulo sem qualquer reação do povo.
Resido em um bairro tradicional de Campinas, a Vila Industrial. Um bairro de Casas simples e antigas, com alguns poucos edifícios modernos. O comércio é de pequenos negócios e a maioria dos 40 mil moradores (incluindo-se Vila Teixeira e Pq Itália) compõem famílias de trabalhadores comuns.
No bairro e adjacências, têm somente um colégio estadual (E E Guido Segalho). Em contrapartida, floreceram três grandes colégios particulares (Colégio Julio Chevalier, Colégio Objetivo e Colégio Renovatus).
A mim, me parece que existe uma estratégia deliberada do governo estadual para piorar propositalmente o ensino público e compelir as famílias a matricularem seus filhos nas escolas particulares para com isso, desonerar o estado de uma de suas obrigações mais nobres, o investimento em educação.
Péssimo é o governo que acha que bem administrar é cortar investimentos no seu povo.

Marat

A garra, a luta, o afinco e a efetividade destes alunos é digno de nota. São pessoas valorosas e dignas, contra um governo autoritário, nos melhores moldes do neocoronelismo, tão presente em governos do PSDB.
A nota triste, como sempre, fica para a imprensa, que finge que nada acontece! Fosse o governador um membro de PT ou de algum partido de esquerda, os jornais e as revistas, além das rádios e TVs já estariam crucificando o Governador, e fazendo matérias diárias com o intuito de denegrir sua pessoa e diminuir suas possibilidades de reeleições ou novas disputas.
Estudantes, nota 10, PIG, nota zero, escumalha pura!!!

jose fernandes

Azenha neste exato momento são;22;35 a escola que fica em Pirituba na vil Bonilha..E,E Prof. Silvio Xavier Antunes ,são dezenas de policias tentenado retomar a escola.,a escola esta tomadas por aluno.a grande preocupação é que a grande maioria são de menores..que fizeram barrida com as carteiras para que os Policias não entrem.a grande preocupação ea violência dos policias…

C.Paoliello

Nada se resolverá em SP enquanto seus eleitores insistirem em eleger e reeleger tucanos indefinidamente. Como diz PHA, se sair de SP o Brasil melhora.

    Julio Silveira

    O restante do Brasil deveria se debruçar para estudar São Paulo. Este estado dá um indicativo preocupante do que se pode ser quando se atinge um patamar econômico acima da média dos demais estados. Os demais estados, que hoje seguem em crescimento, cuja qualidade de vida ostenta índices ascendentes, devem se preparar culturalmente para não cair nos mesmos valores distorcidos, costumes preconceituosos, não repetir a arrogância. Para evitar o culto a chique ignorância.

    abolicionista

    O fascismo e o conservadorismo têm longa tradição em São Paulo. Ele é um fenômeno complexo no qual tomam parte fatores culturais, históricos e econômicos. São Paulo deveria representar a modernização, posto que, já no final do Império, foi na produção cafeeira do Sudeste que mão de obra assalariada era predominante. O café impulsionou esperanças de modernização, uma industrialização incipiente e de curto fôlego, é verdade, mas que levaria a crer numa mentalidade mais aberta por parte dos habitantes da região. O movimento de 32 trouxe à tona o conservadorismo que a industrialização dependente, feita a reboque da exportação de produto agrário, escondia: um poço de ódio, conservadorismo, carolice, submissão e má-consciência.
    O golpe de 64 foi largamente incentivado pela alta sociedade paulista, sem a qual a ditadura não teria se perpetrado no poder. O aparato mitológico fascista sempre esteve presente: os bandeirantes, desbravadores de nossas matas: na verdade capiaus estupradores, rudes e violentos sem nenhum escrúpulos, como os membros de nossa polícia militar, em cujo brasão estão estrelas em homenagem ao Golpe militar de 64 e ao massacre de Canudos. São Paulo foi o reduto do malufismo, que apoiava abertamente grupos de extermínio. Enfim, a lista é longa. De todo modo, o conservadorismo paulista parece assumir ares fascistas sempre que a situação econômica da região piora. Atualmente, o PIB do Sudeste é deficitário, isso deve ser levado em conta nas análises desse fenômeno.

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