Governo Temer quer aprovar na LDO “sugestão” que já congela em 2017 os gastos sociais

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Foto: Lula Marques/AGPT, via Fotos Públicas

Atualizada em 14/07/2016, às 12h30; veja PS do Viomundo*

Governo Temer faz nova ofensiva contra direitos sociais, desta vez na PLDO 2017

 do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc)

Votação do relatório do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias, que pretende antecipar e materializar os efeitos desastrosos da PEC 241/2016, será realizada nesta quarta-feira (13/7), longe dos holofotes por conta da eleição da presidência da Câmara dos Deputados.

A mais nova munição veio por meio de uma “sugestão” de alteração do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO 2017) que pretende antecipar e materializar os efeitos da Proposta de Emenda Constitucional (PEC 241/2016), aquela que congela em termos reais os gastos primários por até 20 anos, e que ainda não havia sido sequer votada pela Comissão de Constitucionalidade e Justiça da Câmara dos Deputados.

Esta sugestão está registrada no Ofício N. 26 de 07 de julho no qual o governo interino prevê que o déficit primário passará de um rombo de R$ 65 bilhões, previsto pelo governo Dilma, para um rombo de R$ 139 bilhões, mais que o dobro.

É nesse mesmo ofício que se aproveita para antecipar para 2017 os efeitos da PEC 241, congelando os gastos sociais, o que reduzirá e piorará os serviços públicos e a garantia de direitos. No momento a ênfase está na contenção de despesas referentes a Previdência Social e Assistência Social, mas diversas políticas públicas essenciais para a segurança e bem estar da população brasileira terão seus orçamentos afetados.

A emenda ao texto sugerida pelo governo interino já foi servilmente incorporada pelo relator, o Senador Wellington Fagundes (PR/MT), e pode ser aprovada como parte do texto a toque de caixa, sem debate e no apagar das luzes, já que a votação do relatório está agendada para as 14h30 desta quarta-feira (13/7) na Comissão Mista de Orçamento – longe dos holofotes, que estarão todos direcionados à eleição da presidência da Câmara.

Alguns poderão tentar relativizar os efeitos perversos desta medida alegando que estão preservados os gastos: com Educação e Saúde, por terem leis que vinculam receitas a esses direitos; com o Fundo de Participação dos Estados e Municípios; além de outras transferências vinculadas à educação básica e aos royalties do petróleo, gás, minérios e recursos hídricos, ou seja, o “grosso” da parte do bolo orçamentário que cabe aos demais entes federados.

Mas não se enganem. Esta medida afetará diretamente a função de Estado prevista na Constituição Cidadã, que em seu texto afirmava ser o Estado Democrático destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias.

Tanto essa nova redação do PLDO 2017 quanto a PEC 241/16 afetam estruturalmente a capacidade financeira do Estado de executar as políticas públicas que garantem os direitos e impactará na vida dos brasileiros e brasileiras de forma profunda.

Um exemplo do que já está sendo colocado em prática é a Medida Provisória 739 de 07/07/2016 que implementou severas alterações na legislação previdenciária, explicitando o objetivo de restringir o acesso aos benefícios por incapacidade, bem como cessar os benefícios para aqueles segurados que já recebem os respectivos benefícios de aposentadoria por invalidez ou auxílio-doença.

A ofensiva aos direitos previdenciários deixa nítido que o propósito do governo interino não é tão somente o de corrigir eventuais erros ou fraudes na concessão desses benefícios, mas exclusivamente reduzir gastos às custas de indivíduos tão vulneráveis da sociedade.

É ainda importante destacar que caso esse artigo que congela as despesas primárias seja mantido no texto da LDO de 2017 seus efeitos serão ainda potencializados pela Desvinculação de Receitas (DRU) ampliada a partir de 2017, que saiu de 20% para 30%. Isso quer dizer que dos recursos já congelados, 30% do Orçamento da Seguridade Social deixará de ser aplicado diretamente na Previdência, na Saúde e na Assistência.

No momento, a única possibilidade é que deputados e senadores que compõem a Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso Nacional se posicionem em defesa da população brasileira e façam destaques solicitando a exclusão do artigo que permite o teto para os gastos com direitos.

 

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PS do Viomundo: Consultamos nesta quinta-feira, 14 de julho, o Inesc para saber o resultado da votação da LDO na Comissão Mista do Orçamento, que deveria ter acontecido ontem. A reunião acabou sendo cancelada. Como o Congresso entra em recesso na sexta, a votação foi adiada para agosto.

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Comentários

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Gerson

E o que aconteceu? Foi votado?

    Conceição Lemes

    Gerson, só hoje conseguimos a informação. A reunião acabou cancelada.Votação ficou para agosto. abs

Fabio Roquini

Pra início de conversa #foratemer
Nem os coxinhas pagos, aqueles remunerados para defender o golpe, deixaram qualquer comentário aqui.

Cidadão

A Direita é completamente louca! ACHAR QUE O POVO VAI ACEITAR PERDER DIREITOS, É PURA INSANIDADE!
MESMO QUE FOSSE O LULA PRESIDENTE, O POVO NÃO IRIA ACEITAR!
O BRASILEIRO SIMPLES NUNCA SE REVOLTOU E ISSO É SÉRIO!
O povão hoje não pensa como o brasileiro de 1964, sem falar da internet chegando a todos os cantos do Brasil, isso é informação imediata! A ELITE ACHA QUE VAI CONTER O POVO USANDO A FORÇA, NO PASSADO DEU CERTO, mas agora, não! AS PERIFERIAS SÃO BARRIS DE PÓLVORA !
ESPERO QUE ESSE GOLPE TRAPALHÃO ACABE LOGO!

roberto

A panelada dos coxinhas e o apoio ao golpe do Temer, vai acabar com o futuro deles mesmos e dos filhotes(se vierem à furo).

Serjão

O ¨governo¨ interino do Temer, O Paspalho, não tem legitimidade, portanto nada do que seja realizado, aprovado, deliberado e consumado durante esse período tem valor legal. É tudo mentira, é só um faz de conta!

se

O ¨governo¨ interino do Temer, O Paspalho, não tem legitimidade, portanto nada do que seja realizado, aprovado, deliberado e consumado durante esse período não tem valor legal. É tudo mentira.

Ronald

Essas leis fascistas não passarão assim como seus idealizadores.
Temer, seu pseudo-mandato – amorfo, insípido e mentiroso – será breve.

Julio Silveira

A unica coisa que digo a respeito dessa ignominia, e que entendo que esses golpistas perderam a condição de críticos na revisão de quaisquer contratos de interesse nacional. Já que rasgaram, na maior cara dura, o maior contrato que pode existir neste país, que foi o contrato com o povo, a Democracia e a própria constituição. Portanto tudo que eles escrevem poderá ou deverá rasgado ou apagado por um governo legitimo.

FrancoAtirador

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Revista Veja Demite Casal de Tucanos Fofoqueiros.

Não Pelo Fato de Serem do PSDB e Fazerem Fofoca…
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Conselho de Têmer Era só para os Trabalhadores,

Para os Empresários foi “Não Fale em Crise, Demita!”:
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https://twitter.com/anacronices/status/753054964524650496
https://twitter.com/castrofor/status/753235201300557825
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FrancoAtirador

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Sugestão Pra Quem Está
Com Um Conspirador
Engasgado na Garganta

https://pbs.twimg.com/media/CnQbyuCWAAAof9i.jpg
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Zanilda Macêdo

Esses Deputados foram eleitos com o Voto Popular mas não para representá-los e sim representar a elite e o empresariado brasileiro, isso está muito claro. Eles estão se lixando para o que nós pensamos ou deixemos de pensar nas propostas as quais eles hoje defendem e votam a favor. Simples assim!!

Bacellar

Por isso qualquer estratégia de Brasil – o termo projeto de Brasil já não se pode mais empregar sem soar ridículo – passa por barrar esse golpe.

Se faz necessário também que os bons juristas que ainda estejam por aí comecem a formular todo o instrumental necessário para a anulação de 100% das medidas tomadas pelo governo interino e ilegítimo.

AURÉLIO Ramos

Estamos sendo feitos de palhaços! Fora temer!!!!

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