Os mísseis da mídia que criam insegurança, na Venezuela e no Brasil

Tempo de leitura: 17 min

Atrizes cansadas no Brasil e, abaixo, a miss cansada na Venezuela: indignação seletiva mas altamente midiática; as imagens mexem com a emoção e criam associação negativa com os eventos a que se referem.

20 pistas para entender a guerra psicológica contra a Venezuela

No Correo del Orinoco | 21/10/2013 09:02 |

Texto de: Vanessa Davies

Tradução: Jair de Souza

Os psicólogos Olivia Suárez e Fernando Giuliani advertem que estão queredo plantar a incerteza e a angústia e pintar um país que supostamente está caindo aos pedaços, a fim de que as pessoas estejam dispostas a qualquer coisa para recuperar “a ordem”.

Você considera que o país está caindo a pedaços? Acredita que a culpa de todos os males se concentra no chavismo e, especialmente, no governo nacional? Quando você ouve a música que identifica as transmissões conjuntas de rádio e televisão tem vontade de matar alguém? Você está convencido de que todo mundo anda de mau humor porque não aguenta mais “a crise”? Provavelmente, você é vítima da guerra psicológica.

Sobre a guerra psicológica os psicólogos bolivarianos vêm falando. Assim como o presidente Nicolás Maduro, o qual advertiu que o que está por trás disto é a intenção de derrotar o governo constitucional e livrar-se da revolução.

Os psicólogos Ovilia Suárez e Fernando Giuliani, integrantes do coletivo Psicólogos pelo Socialismo, advertem que isto não começou este ano, mas que se agudizou a partir do desaparecimento físico do comandante Hugo Chávez. O alvo do presente, alertam, é o povo bolivariano para criar nele desânimo e desalento, mas sem deixar de lado a população que não acompanha o processo socialista. O “Correo del Orinoco” oferece 20 pistas para entender o que está acontecendo.

1) O que é a guerra psicológica?

“Uma guerra psicológica não é o mesmo que uma guerra militar. Porém, quando dizemos guerra é porque existe um objetivo de ataque a um alvo. É preciso diferenciar isto, de uma vez, do que seria uma confrontação política de alta intensidade”, explica Giuliani. “A guerra tem como elemento exclusivo atacar um alvo, o que, neste caso, são muitas coisas”.

Outro elemento que lhe é característico é que está planificada; ou seja, “são estratégias que têm um objetivo e estão planificadas”; há gente por tras que está desenvolvendo “todo um conjunto de recursos, estudando a situação, mobilizando um conjunto de recursos” no rumo desse objetivo.

O psicólogo acrescenta que esta forma de guerra visa a mente: “O cenário é a mente. E por mente devemos entender muitas coisas: é a mente individual, mas também poderíamos mencionar a mente coletiva, as representações sociais, as atitudes, as relações sociais em todos seus imaginários, as emoções e os pensamentos”.

O analista afirma que há evidências muito claras de guerra psicológica na Venezuela; por exemplo, é evidente que há um manejo planificado do rumor, planificado. “É evidente que há um manejo planificado de um tipo de informação claramente apontando a objetivos muito concretos”

Os meios de comunicação “são instrumentos evidentes disto”, e basta uma revisão das manchetes de jornais e de programas televisivos para constatar “que começam a aparecer padrões”. Todos dizem o mesmo, com um objetivo fundamental: “gerar insegurança psíquica; gerar incerteza, gerar estados de alerta que não correspondem à realidade”. O psicólogo coloca o exemplo da influenza AH1N1: “houve, pelo menos, três semanas nas quais as manchetes dos grandes jornais tratavam permanentemente disso. As rádios falavam disso e a televisão falava disso. O desabastecimento: todos os dias começam a falar do desabastecimento”.

2) Em que se diferencia um fato real da guerra psicológica?

Há características muito concretas, diz Giuliani. Aqueles que pintam um país em ruínas “nunca terminam de decidir, de demonstrar convincentemente o que estão dizendo”. Retoma o exemplo da influenza AH1N1, porque foi apresentada ao país como se tivesse sido uma epidemia terrível, mas pouco se informou sobre as ações do governo para combatê-la.

A mídia enfatiza e destaca o negativo, o pior que possa ocorrer. A dúvida é sempre dirigida ao pior. “E sempre tratam de gerar a sensação de que não se está fazendo nada a respeito e que a coisa ainda vai piorar”. São “meias verdades”, que estão baseadas em coisas “que efetivamente ocorrem”, como a corrupção e a insegurança.

[No Brasil: Rumor na internet: a casa da fazenda do filho do Lula era uma universidade pública!]

3) Qual é o papel do rumor nesta estratégia?

Ovilia Suárez acrescenta que o instrumento perfeito para a difusão destas supostas informações é o rumor. “E o rumor sempre parte de uma ação, de um conto, de uma referência que é real. É real entre aspas; ou seja, parte de uma referência que permite que a gente acredite que é real, seja porque você a vivenciou, ou porque sua vizinha acabou de ver, ou porque seu cunhado estava ali quando aconteceu. Sempre vão contá-la como se algo de sua realidade estivesse presente. Quer dizer, não é que me foi contada por qualquer um; é que ali estava meu amigo, meu tio, meu sobrinho, etc.”

Ao parecer “crível”, qualquer um o retransmite, porque “você parte da boa fé, parte de que algo está acontecendo. O que ocorre com o rumor atualmente? Ocorre que agora estão todos os meios e redes sociais que o retransmitem de forma massiva e imediata”.

Ou seja, “já não se trata de um rumor que o Fernando me disse, senão que através do Twitter foi passado a 2 milhões de pessoas simultaneamente”.

4) O que os meios de comunicação fazem?

Os meios, ressalta Suárez, “são os novos exércitos de sua nova guerra. Ou seja, já não são homens que vão combater corpo a corpo, homem com homem, mulher com mulher; não vão utilizar nem aviões, nem tanques, nem metralhadoras”.

Utilizam os meios de comunicação, as telecomunicações, as redes sociais, como parte de uma planificação. “São grupos que lançam rumores e grupos que criam situações, que reforçam a possibilidade de que seja veraz”, adiciona. “Você sempre vai ver, portanto, em um supermercado, em um banco, no metrô, numa barraquinha, gente que começa a contar-lhe uma história que pode estar fora de contexto, especialmente sobre algo emocional”.

Ambos psicólogos creem que não é fortuito que haja grupos que, em diversas regiões do país, estejam falando sobre os mesmos temas. “Chama a atenção a semelhança dos contos em diferentes cenários”, assim também “como se argumenta, como se começa por uma coisa e se termina no ponto alvo do momento; no caso dos supermercados, ao não encontrar alguma coisa”, assinala Giuliani. Há outros setores que, sem se darem conta, se convertem em cúmplices disso. “E sempre há alguém gravando o que acontece ali, que depois sai no You Tube ou na internet; ou seja, são situações que vão reforçar principalmente a emocionalidade que está sendo disseminada dentro da guerra psicológica”.

O modelo comunicacional com o qual se trabalha é o da incerteza, Suárez afirma. “Quer dizer, lançam uma notícia, e não importa se é verdade ou mentira. Assim como não importa quem a lançou, porque o importante é que nos gere dúvida, e a dúvida está associada ao fato de que você não sabe o que vai acontecer”.

5) O que se procura?

Essa incerteza que eles geram “destampa outras emoções como a angústia, o medo, o pânico, a raiva”, Suárez enumera. São sentimentos negativos “que, por um lado, são mais difíceis de eliminar, de combater, e que, por outro, são de muito maior força que os positivos. Então, ao criar sentimentos negativos de tal intensidade, as pessoas ficam em um momento a ponto de desespero, ou desesperadas”.

Ao levar a população a esse estado, “as pessoas estão dispostas a buscar qualquer coisa que lhes permita sair da situação”, o que as leva à confrontação e a empreender qualquer ação – inclusive violenta – para sair desse “grande caos”.

A psicóloga acrescenta que esse caos tem algo de certo a nível individual, porque “emocionalmente você está desestruturado”, mas na vida social essa desestruturação não é certa.

6) A guerra se acentuou com a morte do comandante Hugo Chávez?

“Totalmente”, responde Giuliani. Não obstante, o especialista se refere à campanha contra o comandante Hugo Chávez, que começou muito antes de que assumisse a primeira magistratura. Uma prova disso é o áudio truncado difundido em 1988, no qual, supostamente, o comandante ameaçava fritar as cabeças dos adecos, que posteriormente se descobriu que era uma montagem.

[Nota do Viomundo: “Adecos” de militantes da AD, o partido que já foi o principal da Venezuela]

O psicólogo identifica a persistência dos grupos de poder em manter “essa desinformação permanente”, e estima que isso “fez o seu trabalho”. Além do mais, alimentou “o temor ancestral que se teve aqui em relação à esquerda toda a vida, aqui e em toda a América Latina”. Os sentimentos que são atiçados “não nos predispõem ao encontro e nem ao diálogo”.

O psicólogo esclarece que é saudável sentir medo, mas alerta que, quando o manipulam de maneira prolongada, há um grande perigo. “Por que são perigosos? Porque são sentimentos e pensamentos que têm um alto conteúdo irracional. Não é porque seja produto de um louco; o que ocorre é que nós temos medos, e os medos não são tão fáceis de identificar. Temos medo de coisas difusas, perante o que o raciciocínio sereno, equilibrado, precisa atuar durante muito tempo para poder se contrapor”, refletiu.

Um dos problemas que ele identifica é que boa parte da população não crê que isto exista, e muito menos que haja gente organizada para preparar essas condições.

7) Quais são os alvos da guerra?

O alvo primordial, neste momento, é o chavismo, alerta Giuliani. “A morte do comandante Chávez abriu para a vanguarda dessa oposição direitista, e também para todos seus grupos aliados, a oportunidade de dividir o chavismo”. O que a guerra psicológica faz contra o chavismo? “Gera insegurança. Insegurança, com relação a quê? Da intencionalidade dos diferentes líderes, sobretudo o presidente Maduro; o sentido da união que tem o projeto chavista, o temor de que, morto Chávez, isto se acabou, porque foi esse o discurso que os opositores sempre faziam”.

Para isso, “estão se apoiando em uma coisa que é verdadeira, que é o forte impacto psicológico e afetivo que ocasionou a morte do comandante” e o luto posterior. A pergunta lógica de como dar continuidade à revolução “abre em você uma vulnerabilidade que faz você pensar em coisas que seguramente não havia pensado antes”.

– Por exemplo?

– A guerra psicológica faz você pensar que isto pode terminar, faz com que você questione se o Maduro poderá dar conta da presidência da República. Por exemplo, pode levar você a se perguntar: “Ele saberá governar como governava meu presidente Chávez? Ele saberá lidar com os problemas que o país tem?”

[No Brasil: Poucos se dão conta de que os escândalos de véspera de eleição são ‘produzidos’ para aquele momento e alimentam pesquisas que demonstram a influência dos escândalos ‘produzidos’ no eleitorado]

8) O objetivo é somente o povo chavista?

“O chavismo é o alvo fundamental, mas não é o único. E o que eles querem gerar aí? É a divisão a partir do temor, a partir da insegurança desde um ponto de vista mental. Mas o resto da gente que não apoia o projeto bolivariano continua sendo um alvo importante”, pontualiza Giuliani.

Quanto ao setor que não compartilha da revolução, a estratégia se dirige a tentar juntar as pessoas em torno do mesmo: Fazer-lhes crer que o chavismo “é o que de pior já conteceu no país, que é o mais corrupto, que são ineptos, que é uma gente inescrupulosa e capaz de fazer absolutamente qualquer coisa”.

Tal como ressalta Giuliani, “estão realmente e lamentavelmente convencidos de que efetivamente isto não serve absolutamente para nada”; estes rumores e o discurso persistente sempre apontam “o quão inepto o chavismo é; o inescrupuloso que o chavismo é; o corrupto que o chavismo é. E quando digo chavismo, esta guerra psicológica coloca a questão de tal maneira para que não haja exceções”.

Eles fecham para esses setores a possibilidade de pensar que há gente honesta e capaz no chavismo, e que o governo esteja fazendo algo de bom, expressa o psicólogo. “E como conseguem? Primeiro, pela persistência, porque vêm mantendo esse discurso por 14 anos; e segundo, pelo bombardeio permanente que não lhes dá oportunidade de refletir”.

9) Quais são os setores mais vulneráveis?

Nestes momentos, “os ataques se dirigem a todas as populações, com diferentes tipos de munições e mensagens”, expressa Suárez.

Em relação aos jovens, insistem em que eles não têm futuro, que devem ir embora do país. “Há uma matriz sistemática, que é a da fuga de cérebros para que a juventude sinta que, estude o que estudar, não tem esperança nem futuro na Venezuela”, comenta. Isso não afeta apenas aos jovens, mas também as famílias, porque entram em jogo o desenraizamento e os vínculos emocionais, assim como o temor “de que esses vínculos se rompam”.

Quanto às mulheres, pretendem difundir a ideia de que não podem garantir a alimentação de seu lar, que não são livres para comprar o que querem. “Isso tem a ver com o papel das donas de casa que não conseguem, que não podem se sustentar; que não podem ter a liberdade de fazer o que realmente querem fazer”.

Com os idosos, a estratégia é criar o pânico de que podem morrer, por exemplo, porque não vão ter seus remédios a tempo nos próximos meses.

“Estão manipulando os temores mais importantes de cada um dos setores”, manifesta. “Nos idosos, é o risco de morrer; nos jovens, o risco do futuro; na dona de casa, o de não ter o controle nem a possibilidade de dar, de compartilhar, de pertencer, de agrupar, de ter o que é preciso ter”. A fratura da convivência familiar, em consequência, afeta as crianças.

10) A história sobre a certidão de nascimento do presidente Maduro faz parte disto?

A história sobre a certidão de nascimento do chefe de Estado é um bom exemplo, assinala Giuliani. “Dizem que o presidente é colombiano, mas não têm como demonstrá-lo. O que eles querem gerar com isso? Eles querem gerar a dúvida na população em geral. Se a gente analisar friamente, isso não resiste à menor análise, porque quando o presidente foi inscrever sua candidatura no Conselho Nacional Eleitoral ele teve de levar sua certidão de nascimento. Porém, não há tempo para refletir sobre isso, porque as pessoas recebem essa informação, e o cérebro e os dispositivos sociais têm uma particularidade: tendem a completar a informação que não está completa. Todos fazemos isto”.

O analista recorre ao conto do telefone para exemplificar o que acontece: como, a partir do conto de uma vizinha que supostamente chegou tarde a seu apartamento, chega-se à história da vizinha que estava com outro homem e teve um problema na entrada de sua moradia.

“Como pessoa, eu começo a completar, mas sempre completo na via onde teve sua origem; se o rumor vem com algo negativo, eu o torno cada vez mais negativo. E, logo, acrescenta-se, à natureza do cérebro, uma peculiaridade que os circuitos sociais têm, a qual chamamos ‘pressão à inferência’; você está numa fila e talvez não está com vontade de falar, mas se as pessoas começam a falar, então você fala e também acrescenta; depois, você vai a um batizado e todo mundo começa a falar e dizer que há um problema com o abastecimento e que duas mulheres brigaram por um pacote de farinha de milho”.

O rumor, ele relata, “começa a ter vida própria”, embora careça de fundamentos. Em 14 de abril, ao término das eleições presidenciais, o candidato opositor Henrique Capriles disse que tinha outros números [da apuração], relembra Giuliani. “Mas, nunca mais voltou-se a falar disso, mas o dizer algo assim teve um grande poder, porque foi falado a um povo furioso que, além disso, vinha com a ideia de que o CNE [o TSE venezuelano] não servia”. Pouco importa se Capriles tinha ou não como provar o que disse; ele deixou a ideia correr e nunca a desmentiu.

[No Brasil: O “mas” é uma presença constante nas boas notícias econômicas]

11) Os rumores são submetidos à prova da realidade?

Não. “Nunca esta mídia, estes porta-vozes e esses rumores são submetidos à prova da realidade”, que é a contrastação entre o que se diz e o que ocorre de fato, lamenta Giuliani. Esclarece também que não é apenas uma guerra “muito bem planificada”, senão que “uma franca manipulação e uma mentira gritante”.

“Assim que, é muito fácil se eu disser: ‘eu tenho outros resultados’, como o Capriles fez, sendo que eu realmente não os tenho. No final, ninguém vai me pedir contas disso, e eu já o disse”.

O caldo de cultura vai sendo preparado desde meses e anos antes. “Se você o plantar hoje e começar hoje, ninguém vai acreditar, mas, depois de um ano de preparação sistemática do terreno, as pessoas vão acreditar em qualquer coisa”, afirma Suárez.

12) O que estão tentando criar contra o mandatário nacional?

Os responsáveis pela guerra psicológica “não apenas têm que dividir, ou fazer com que creiam que há divisões internas no chavismo, mas também rebaixar a credibilidade na liderança da revolução” e no próprio processo, analisa Suárez. Por isso, eles tentam apresentar o presidente Maduro como “mentiroso”, para que o povo não acredite no que ele apregoa. “Tudo aquilo que aponta ao que o presidente diz é mentira, eles vão trabalhar isto psicologicamente”. Há estratégias para isso, agrega: por exemplo, talvez não se diga nada sobre a insegurança, mas se o chefe de Estado falar hoje sobre o tema, amanhã “os meios de comunicação resenharão os atos mais violentos, mais horrendos e mais espantosos que a gente possa imaginar”.

Uma coisa é a realidade e outra é a percepção da realidade, argumentam.

– Qual é a percepção neste momento, neste contexto?

– Quando você vai no rumo da percepção da realidade é para criar, justamente, a ilusão do caos; a certeza de que há um caos.

– Qual é a percepção do país neste momento? Caótica?

— Caótica. Ou seja, aqui, agora mesmo – segundo essa percepção – há desabastecimento, há ineficiência, há descontrole. E eles vão estimular tudo aquilo que nos gere o descontrole.

– Há uma destruição planificada da imagem do presidente?

— Claro.

Ela existiu abertamente contra Chávez, descrevem os psicólogos. O líder bolivariano foi submetido à morte moral e usaram sua imagem para todo tipo de manipulação; prova disso é a gravação que circulou há algumas semanas com uma falsificação de sua voz.

Agora, os que estão por trás da guerra psicológica tomam o que o mandatário diz para desqualificá-lo imediatamente. Por exemplo, “se ele cria a Corpomiranda para poder amenizar todos os problemas de Miranda, no dia seguinte haverá uma manchete: ‘Isso vai ser a mesma ineficiência, a mesma burocracia, um meio de corrupção’. É uma reação imediata para que as pessoas assumam que tudo o que o presidente fizer será sempre um fracasso”.

Essa difamação permanente do líder pretende, também, que o povo chavista não se aglutine em torno de sua liderança; é por isso que lhe atribuem tudo de mal.

13) Que papel cumpre o uso de símbolos chavistas por parte do antichavismo?

Um dos objetivos é aumentar a confusão, enfatizam os psicólogos. Querem fazer crer que, perante a suposta incerteza do chavismo, existe a certeza de que a oposição tem algo melhor a oferecer.

Também, com o roubo de alguns símbolos, como o gorro tricolor, “estão querendo roubar, ou querendo apropriar-se de concepções” que uniram as grandes maiorias, como a pátria, a independência, os valores, a cultura. “Quando esses setores começam a apropriar-se ou querem apropriar-se de algumas coisas, voltam a desunir”. Os que dirigem a guerra “jogam muito com o marketing que aponta ao descrédito, à desqualificação dos líderes bolivarianos, e por, outro lado, ao posicionamento das lideranças do antichavismo”.

De acordo com Giuliani, “eles vêm jogando com a apropriação de alguns conceitos do bolivarianismo, do chavismo, do socialismo, da esquerda, para ir apressando e confundindo alguns setores”.

– Setores dentro do chavismo, não?

— Setores dentro do chavismo, setores que são indecisos.

14) Em que se evidencia o caos que tentam incutir na mente das pessoas?

“No tipo de conversa que as pessoas mantêm; nas conversas cotidianas entre as pessoas”, revela Giuliani. “As conversas estão repletas deste tipo de problemas que vão junto com interpretações. Ou seja, as pessoas não apenas dizem: ‘temos problemas de desabastecimento’, e sim ‘temos problemas de desabastecimento porque tal e tal e tal’. Aí se vê isto evidentemente”.

O psicólogo explica que, adicionalmente, isto vai acompanhado de verbalizações irracionais, sem uma análise certeira do que as pessoas realmente vivem. Outro exemplo: “Você vai todos os dias a qualquer lugar e é atendido com carinho, porém, um dia você foi mal atendido por uma pessoa em um desses espaços e a coisa se converte em que ‘todo mundo está angustiado, todo mundo está com raiva’, embora não seja certo”.

Fundamenta-se também na “visão muito parcial que por muito tempo a classe média teve, que vem negando-se sistematicamente a reconhecer que há outros espaços do país e sente que o mundo pode estar muito circunscrito” a seu entorno; nesse entorno não cabem as pessoas que pensam diferente.

Em sua análise, o psicólogo não deixa de lado os preconceitos. “Se você é uma pessoa que sempre pensou que os pobres são indolentes, que os pobres são indisciplinados, que os pobres devem ser arreiados, que os pobres se encantam com qualquer um porque não têm cabeça”, e a matriz de opinião contra a revolução sustenta que Chávez é “um encantador de serpentes”, seguramente você vai acreditar. “Em sua cabeça, em consequência, não cabe o conceito de um povo organizado”.

15) Quais são as armas que a guerra psicológica utiliza?

Giuliani cita um modelo em psicologia social “que tem a ver com a influência social” e que determina “o que você deve fazer para influenciar quando você tem uma opção que não é majoritária”. Ele cita vários elementos: “Você tem que ser insistente e persistente; tem que estar o tempo todo dizendo a mesma coisa; tem que ser conssitente com o que diz e tem que ser resistente frente à prova da realidade; quer dizer, se lhe exigirem que dê provas disso, descaradamente mude de assunto e continue falando. Isso se chama resistência psicológica, ou o que em termos coloquiais alguém definiria como ‘um tipo muito descarado'”.

Qual é o efeito que causa? “Essas três coisas combinadas abrem em você uma brecha de dúvidas” pela qual pode penetrar todo o resto, alerta.

Este modelo não é mau per se. O psicólogo assinala que pode ser usado para mudar a visão da população sobre transplantes de órgãos, por exemplo, a fim de aumentar a doação e ajudar a salvar vidas.

[No Brasil: O mercado é confundido com a opinião pública. “Especialistas” espalham rumores como o do racionamento de energia elétrica sem compromisso com a verdade factual. É a guerra das expectativas!]

16) Em que momento a guerra psicológica se converte em uma guerra física?

R. A vanguarda do antichavismo pretende que seja assim, adverte Fernando Giuliani, que cita o que ocorreu em 11 de abril de 2002 em Ponte Llaguno, com um massacre montado para tentar justificar o golpe de Estado contra o camandante Hugo Chávez, e soma a isso a marcha convocada pelo antichavismo para 17 de abril deste ano ao Conselho Nacional Eleitoral. Essa mobilização, proibida pelo mandatário nacional, podia ter concluído em um enfrentamento de povo contra povo: “O que se procurava aí é que se produzisse uma confrontação”, porém, felizmente, o chefe de Estado impediu que o protesto se efetuasse.

“Basta que haja uma confrontação aqui” para promover a ocupação do país por parte de forças externas, argumenta. Ele recorda o ocorrido no Chile em 1973, quando a direção das Forças Armadas decidiu dar um golpe de Estado contra o governo constitucional para pôr fim ao suposto caos criado pela direita. “No Chile geraram uma necessidade de mudança” que querem repetir na Venezuela, afirmou.

17) Qual é o objetivo final da guerra psicológica?

Difundir na população a “necessidade de mudança”, e que a maioria das pessoas pense que qualquer coisa é melhor do que “a desordem” em que elas supostamente vivem. Daí à derrota do governo nacional seria um passo, segundo creem seus promotores.

Espera-se “voltar a uma normalidade que não é real: é a normalidade dos valores da burguesia, é a normalidade dos valores e a naturalidade do sistema capitalista, ou do imperialismo”, acusa Suárez.

18) A guerra psicológica é infalível?

Não, responde Giuliani. Há muita gente, especialmente no chavismo, que “pouco a pouco vai recuperando uma capacidade de leitura crítica, e isso não deve ser subestimado”, porque a guerra psicológica “não é infalível”.

O psicólogo relembra que entre 2001 e 2002 o povo foi submetido a uma grande pressão por parte destes setores, que incluiu a ressurreição da operação Peter Pan (o ‘regime’ se apropriaria de filhas e filhos e as famílias deveriam levá-los para o exterior). Suárez aponta que em algumas zonas de Caracas chegou-se ao ponto – entre os anos 2002 e 2005 – de guardar óleo fervendo para lançar contra “os chavistas”, assim como gelo pronto no congelador para o mesmo fim. “A crise foi muito forte desde o ponto de vista emocional e o povo resistiu com uma leitura crítica e, claro, tendo muito claro para onde deveria ir”.

Por isso, “se há um povo que deu exemplo ao mundo de resistência frente à guerra psicológica e à mídia é o venezuelano”, reivindica Giuliani, porque quando Chávez nasceu como candidato não teve mídia a seu favor: “Foi submetido à campanha mais louca e feroz que já houve na história de nossas eleições, e ganhou”.

[No Brasil: A direita dissemina mentiras óbvias, como a relação do PT, um partido social democrata, com o ‘comunismo’, como forma de despertar ódio social]

19) Qual é o antídoto contra a guerra psicológica?

A consciência política do povo creceu muito, asseveram os especialistas. “Houve uma história muito recente e muito próxima, com uns critérios de identificação plena com um líder” que permite pôr em dúvida o que os meios de comunicação e a campanha da direita sustentam.

Entretanto, afirmou Suárez, a vulnerabilidade aumenta quando a população não tem , se é que cabe o termo, as “antenas” preparadas para captar que há algo irregular, como ocorre nas histórias das telenovelas.

“Na novela, eles não vão manejar notícias diretas, senão que símbolos imaginários. Ou seja, se, em todas as novelas ou em todas as séries que nós vemos, o medo começa a ser manejado, a incerteza começa a ser manejada, o desespero, a injustiça, a gente fica com essa emoção” que você sente quando vai a um supermercado e falta leite, descreve.

20) Como as pessoas podem proteger-se da guerra psicológica?

“A ferramenta primordial para as pessoas se protegerem é a organização”, respondem ao uníssono. Isto implica, entre outras ações, “a criação das brigadas antirrumores, que nos permitam constatar a veracidade da informação”, propõem.

O Estado deve garantir informação veraz de maneira sistemática, destacam, porque, do contrário, as mentiras se impõem. Neste sentido, também consideram importante punir aqueles que tenham gerado caos com as supostas “informações”.

Para Giuliani e Suárez, é fundamental que haja “uma altíssima coesão dentro de todo o povo chavista organizado, porque esse é o alvo primordial ao qual estão apontando”. Ambos insistem em que cada um pode continuar com seu pensamento e ideologia, se assim o estimar pertinente, mas remarcam que não por ser de oposição deve-se perder o sentido crítico ante a realidade.

PS do Viomundo: É a guerra de quarta geração, que o Pentágono tem desenvolvido com tanta eficiência. A direita, que controla os meios, tem aplicado isso com destreza. Nos Estados Unidos, Obama era muçulmano e não nasceu nos Estados Unidos — uma falsa polêmica na qual a Fox News mergulhou de cabeça com o objetivo de disseminar os rumores. No Brasil, Lula e Dilma vivem “brigando” na mídia e o filho do ex-presidente é um milionário dono de uma imensa fazenda — identificada posteriormente como a sede da escola de agronomia de Piracicaba. Em 2006, quando eu era repórter da Globo em São Paulo, uma jornalista especializada em economia dizia que o dólar ia disparar para 4 reais. Ela apenas repetia as baboseiras que ouvia no “mercado”. É a guerra das falsas expectativas. O dólar nunca chegou perto dos 4 reais e ela foi promovida a correspondente internacional!

Leia também:

Cesar Bolaño: O projeto cultural da ditadura militar foi vitorioso


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Comentários

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Mário SF Alves

Aí, alguém vem e pergunta: o que uma coisa – a imagem abaixo – tem a ver com a outra, ou seja com a guerra psicológica provocada pelos torpedos da mídia contra os governos progressistas e/ou não alinhados com o pensamento único e modus operandi ditados pelos SPYstates?

Resposta: tudo! O mundo inteiro! A sede [e a contingência irreversível?] de dominação plena do mundo!

    Mário SF Alves

    A seguir um espectro de professor em plena USP:

    https://www.youtube.com/watch?v=MppHxvqM6RI

    Mário SF Alves

    Ou, melhor,

    Um espectro de professor tenta vender um peixe podre em plena sala de aula na USP.

    Resultado:

    Ninguém, aluno nenhum, compra o peixe;
    O “professor” perde uma oportunidade única de se firmar como verdadeiro professor e espanca alguns alunos;
    E o peixe fede a Universidade inteira.
    ________________________
    Resta saber:
    Quem plantou ele lá? Refiro-me ao espectro de professor e não ao peixe podre.

Jose C. Filho

A história é antiga; um punhado de malditos burgueses que lideram o lado podre da elite conservadora, fiéis aos interesses dos colonizadores europeus e império do norte até os dias atuais, usam e abusam da mídia canalha e golpista a fim de atngir seus perversos objetivos: manter os países da américa Latina como eternas colônias, apropriar-se de seus recursos naturais e explorar ao máximo a massa trabalhadora, aos moldes do período escravagista.

renato

O meu partido perdeu tempo demais…
Agora esta no final do jogo e o empate,
vai para os pênaltis…
O negocio é ficar no meio de campo….
Chance como esta nunca mais…só no próximo
campeonato após a Copa.
Não vamos ter dois Lulas…
MAS…DILMA 13 2014.ainda.
E não temos um Hugo Chaves..

José Carlos Santos

E a pesquisa sobre Estupro no Brasil, não seria uma guerra psicológica?

Uma das formas de disseminar medo, também muito utilizada, são as pesquisas de opiniões públicas.

Essa pesquisa do IPEA sobre o comportamento masculino frente ao estupro. Estupro é uma das coisas que mais mete medo no ser-humano, seja homem ou mulher. Um das piores violências praticadas contra uma pessoa.

Essa pesquisa mostrou realmente a realidade? Como confiar numa pesquisa que ouviu 3.800 pessoas e se difundiu-se para o país inteiro? Será que não há guerra psicológica nisso aí? 65% dos homens acham que mulheres que mostram o corpo merecem ser atacadas.

Então temos no pais uma população de 65% de homens estrupadores?

Quem é essa IPEA, quem a comanda?

    normando

    A pesquisa de opinião pública depende muito de como são colocadas as perguntas. Por exemplo: 1- Vc acha que as mulheres provocam os estupros nos homens? ou 2- Por que os homens estupram mulheres? Em cada uma dessas perguntas a resposta do entrevistado será diferente. Por isso é bom relativisar o resultado de qq pesquisa, pois o espaço de manobra é muito grande.

Messias Franca de Macedo

[Jornalista Miguel do Rosário espinafra o MERDAL pereira “da globo” – MERDAL, o décimo segundo “supremo” do STF (sic)]

Merval cita blogs em texto fernandista

Sentindo-se abandonado em sua coluna no Globo, Merval volta a citar os blogs. Logo na primeira frase de seu texto de hoje, o platinado mais obediente aos patrões menciona “blogs militantes, pagos ou não”. Desculpa, Merval, mas desta vez não vou te dar sequer um link. Nem reproduzir nenhum trecho. Não é nada contra você, camarada. É contra o texto. Chato demais, mêu! Parece até um artigo do Fernando Henrique, só que pior. Trata-se de um artigo constrangido, tentando explicar porque o STF aceitou jogar o processo do mensalão tucano para a primeira instância. Não explica nada, naturalmente. É um texto gago, ilegível. Olha que eu, analista de política e mídia há anos, tenho estômago forte. Mas esse é intragável. E nem me refiro a argumentos descabidos. O artigo tem um problema qualquer, provavelmente sintático, que não deixa a gente entrar nele. De qualquer forma, obrigado por citar os “blogs militantes, pagos ou não”. Eu só fiquei na dúvida se você conhece algum blog que não seja “militante”. Também gostaria de saber se você não se considera um “militante” do PSDB. Que você é pago, não existe dúvida sobre isso. Pago com o dinheiro que os Marinho saquearam do povo durante a ditadura militar. Uma coluna recente sua sobre um evento do PSDB em São Paulo era tão babujona que nem parecia coisa de militante, parecia antes um rascunho mal feito de um assessor de imprensa ansioso demais por mostrar lealdade ao cliente. É só isso que tenho a falar sobre o assunto.

Enviado por jornalista Miguel do Rosário on 30/03/2014 – 3:24 pm

– See more at: http://www.ocafezinho.com/2014/03/30/merval-cita-blogs-em-texto-fernandista/#sthash.mbxNSyBV.dpuf

ricardo

“Psicólogo bolivariano”? Obrigado. Acho que fico com os freudianos mesmo.

    Jair de Souza

    Em outras palavras: quando não dá para refutar a mensagem, a gente deve partir para a desqualificação do mensageiro. Parabéns, você demonstrou conhecer mais uma valiosa tática da guerra psicológica. Não deixe de exigir seu cachê, você fez por merecê-lo.

Messias Franca de Macedo

JANIO DE FREITAS “PROFERE AULA MAGNA” AO ‘[TÍBIO] PT DA GOVERNANÇA’!

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MOMENTO DRAMÁTICO

As duas táticas que o PT planeja, para conter efeitos eleitorais de uma CPI da Petrobras contrários a Dilma Rousseff, não prometem o que os petistas delas esperam e têm um componente ainda pior.
É fácil protelar a instalação de CPI. O PT e seus duvidosos aliados podem, de fato, levá-la em suspenso até as proximidades ou o início da Copa. A partir daí, instalada ou não, nem a oposição se empenharia em movimentá-la, na inviável concorrência com o interesse popular pelos jogos.
Mas não é bem fundada a crença dos petistas de que, passada a Copa, em agosto o contingente político estará forçosamente dedicado à campanha eleitoral, buscando recuperar em oito semanas o tempo perdido. A CPI pode ser, ela própria, um veio fértil para campanha eleitoral, justificando esforços para dar-lhe repercussão. E, nesse sentido, os partidos de oposição nem precisariam de grandes feitos: uma sessão ferina por semana será suficiente para que os meios de comunicação alimentem e engrandeçam a temática oposicionista até a sessão seguinte.
E assim em diante.
O efeito eleitoral de escândalos é criado nos meios de comunicação, não é obra dos políticos.
Quando instalada a CPI, a tática de desviá-la dos objetivos oposicionistas com temas originários do PSDB, na Petrobras ou nas transações paulistas com cartéis, não seria tão simples.
Exigiria, entre outros fatores, uma bancada petista bem preparada. O que está muito longe da realidade. Basta ver sua preguiçosa incompetência para trabalhar com as negociatas em governos peessedebistas, só abordadas por pequena parte dos jornais.
O PT está diante de um problema que não se limita a possíveis reflexos eleitorais de uma CPI da Petrobras. Entradas VIP para a Fórmula 1 são abuso de agora, mas ridículo em comparação com os indícios emitidos pela compra da refinaria nos Estados Unidos e com os desatinos perceptíveis na sociedade e na obra da refinaria em Pernambuco. E estes dois casos são de responsabilidade direta do PT e do que há de mais importante para o PT: o governo Lula e o próprio.
Não levar a sério a Petrobras, e tudo que lhe diga respeito, é ser irresponsável com o país. O que adverte para a utilização política que dela façam os oposicionistas e contém uma indagação dramática para o PT.

30/03/2014 02h00

FONTE: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/janiodefreitas/2014/03/1433086-momento-dramatico.shtml

Messias Franca de Macedo

Jornalista Paulo Nogueira, do Diário do Centro do Mundo, *condena reportagens da imprensa sobre os 50 anos do golpe militar, que não citam “uma linha” sobre o papel exercido pelos jornais naquele período; “1964 não teria existido sem a imprensa, este é um fato doído para nós, jornalistas”, lamenta

*A imprensa e o golpe de 64

http://www.diariodocentrodomundo.com.br/a-imprensa-e-o-golpe-de-64/

Messias Franca de Macedo

A LÓGICA DO GOLPE:
1964 = 2014
Dines, Cony, Callado, Drummond …

Vídeo publicado em 30/03/2014

http://www.conversaafiada.com.br/tv-afiada/2014/03/30/a-logica-do-golpe-1964-2014/

Euler

Ainda não pude ler o texto todo. Mas, bastou o título e as primeiras linhas para entender que o mesmo que acontece na Venezuela se passa no Brasil e no mundo. A criminosa mídia golpista desenvolve um persistente trabalho de transformação da realidade num caos total imaginário. E logicamente associam este caos ao governo federal. Governos com fortes políticas sociais em favor da maioria da população conseguem ser odiados até mesmo por aqueles que são beneficiados por estas políticas.

O problema principal em relação a isto se chama: monopólio da mídia nas mãos dos golpistas. Chávez pelo menos percebeu isto e tentou mudar, criou emissoras de TVs e rádios, financiou jornais de bairros, etc. E talvez seja por isto que não tenha sido derrubado. Aqui no Brasil, ao contrário, Dilma inventou a teoria do controle remoto: você muda da Globo para a Band e assiste a mesma coisa.

Considero um desserviço à população brasileira este descaso do govrerno federal para com a luta pela democratização dos meios de comunicação. Poderia inclusive iniciar mudanças sem mexer inicialmente nas leis. Bastaria financiar a mídia alternativa: blogs, jornais do interior, revistas independentes, rádios comunitárias. Ao invés de doar R$ 6 bilhões para a Globo conspirar contra o governo e contra o Brasil, poderia ter injetado dinheiro em projetos de comunicação independentes e alternativos. Seria uma revolução em matéria de comunicação.

Com o contraponto à mesmice ideológica da mídia golpista pelo menos se poderia criar um outro (ou outros) senso comum, e esta revolta ou angústia seria canalizada não contra um governo progressista, mas poderia se tornar uma força social crítica, disposta a mudar sim, mas para avançar, para conquistar mais direitos para os de baixo, e não se tornar massa de manobra da direita golpista – como agora acontece na Venezuela e aqui no Brasil também.

    Alexandre Tambelli

    Euler!

    A necessidade do Governo Federal em anunciar na TV Globo e demais meios de comunicação hegemônicos do Brasil advém do monopólio da informação.

    Se não houver o contraponto nos comerciais/revistas e jornais do “PIG” não haverá meios de refutar a “notícia” fabricada como instrumento de manipulação da opinião pública”.

    As pequenas publicações, uma notícia no blog Viomundo atinge quantas pessoas? Esta postagem chega a quantas pessoas ao mesmo tempo? 20 acessos ao mesmo tempo? será que mais? Uma notícia negativa sobre a Petrobrás, por exemplo, no JN chega ao mesmo tempo para 30/40 milhões de brasileiros. É desproporcional.

    Só a possibilidade de uma Lei de Meios resolveria, em parte, o problema da manipulação da informação por parte da mídia. Por hora, será que temos uma sociedade organizada a tal ponto de compreender e apoiar essa medida de grande importância sem cair no discurso de que querem instaurar uma Ditadura no Brasil com o cerceamento da liberdade de expressão.

    O PT parece satisfeito com esse processo de vencer a eleição anunciando na velha mídia, contrapondo a notícia nos comerciais.

    Eu lembro que no Paraná o Senador Requião, quando Governador não anunciava na velha mídia, o que aconteceu com essa atitude?

    Era bem-avaliado e um bom Governador, foi eleito Senador e o PSDB virou Governo, ganhando a eleição de 2010.

    A velha mídia deve atingir, pensou eu, 80%, 90% dos brasileiros e como única fonte de informação. (Desconheço uma pesquisa com essa informação, estou colocando um dado que me parece aproximado).

    Eu ainda não vejo caminho de ruptura possível, nem estamos com a força suficiente para um embate radical com a Rede Globo e seus parceiros midiáticos.

    A credibilidade desses meios de comunicação tem diminuído, mas não a ponto de subestimá-los e ignorá-los. Eles são detentores de quase toda a mídia brasileira.

    Um grito um pouco mais alto e nem imagino a ferocidade desses malucos onde iria chegar.

    As coisas devem ser feitas aos poucos. Lutemos, por hora, pelo direito de resposta, está na Câmara para ser votado; por um Congresso mais progressista e uma Reforma Política. Desses dois pontos aprovados poderemos no futuro garantir uma Lei de Médios.

    A propaganda na velha mídia é o antídoto nos dias de hoje para evitar um processo de perda coletiva de memória e de perda da noção da realidade, e a busca dos meios de comunicação hegemônicos de transformar em realidade virtual o mundo concreto.

    Imaginemos a Petrobrás. Se ela não anunciar os investimentos em plataformas, refinarias, em novos petroleiros, na produção de Pré-Sal, etc., não haverá dúvidas: a Petrobrás está falida e foi mal administrada pelo Governo DILMA.

    Se anuncia consegue gerar um contraponto e até ajuda na reflexão do noticiário pelas pessoas: – como pode estar quebrada/mal administrada uma empresa que investe tanto? E, criar o benefício da dúvida, a curiosidade de se informar melhor, certo?

    É opinião minha.

    Abraço,

    Alexandre!

Julio Silveira

Inteligente, a técnica de criar porcos, alimenta-los, engordá-los e levá-los para o abate. Coisa exclusivamente humana, que vem sendo desenvolvida a eras. Para o homem criou-se uma pequena variação, um pouco mais de sofisticação, trabalha-se o falso livre arbítrio. Alimentam-os, engordam-os com letras seus cérebros, o mesmo fim. Vê-los dominados por convicções de particularidade, infligida mas despercebida até serem levados para o abate.

Nigro

Hahahahaha
Esse “terrorismo midiático” vai me pegar! Cruzes.

    abolicionista

    Ele já abocanha boa parte dos seus impostos, mas se você é feliz assim, quem sou eu pra reclamar. Você adotaria essa mesma política com sua mulher?

FrancoAtirador

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O CONTRA-ATAQUE COMEÇOU EM 2011, COM HILLARY.

E, AO CONTRÁRIO DAS EXPECTATIVAS, FUNCIONOU:

OS U.S.A. ENQUADRARAM A MÍDIA INTERNACIONAL

E TAMBÉM AS CORPORAÇÕES DO VALE DO SILÍCIO.

02/3/2011

Discurso da Secretária de Estado dos United States of America Hillary Clinton
a uma Comissão do Congresso Norte-Americano solicitando um fundo extra de 48 bilhões de dólares,
para execução no ano seguinte, com o objetivo de [re]estruturar o Aparato de Propaganda dos U.S.A.
principalmente através de novas mídias, com veiculação pela Internet.

“Durante a guerra fria,
nós fizemos um grande trabalho em levar a mensagem americana.
Depois da queda do Muro de Berlim, nós dissemos:
‘-OK, está bom o bastante por agora’.
Vocês sabem que nós fizemos isso. Nós fizemos.
Infelizmente, nós estamos pagando um alto preço por isso…
Nós estamos em uma guerra da informação
e nós estamos perdendo essa guerra …
Os chineses abriram uma rede de televisão
em língua inglesa e outras línguas.
O mesmo está acontecendo na Rússia.
Isso é muito instrutivo:
estamos cortando investimentos nessa área…
A BBC está cortando investimentos.
Há uns 5 anos atrás, os meios de comunicação ocidentais,
incluindo BBC e CNN detinham quase o monopólio
da cobertura de notícias no mundo.
As coisas têm mudado desde então.
Mais e mais telespectadores em todo o mundo
acessam várias mídias estrangeiras
para ter notícias sobre os eventos que estão acontecendo.”

(http://rt.com/news/information-war-media-us)
.
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(http://www.viomundo.com.br/denuncias/politica-na-era-digital-como-o-neoliberalismo-tenta-controlar-a-explosao-da-bomba-demografica.html)

Jayme V. Soares

A mídia entreguista, como a Rede Globo, a revista Veja, a Folha de São Paulo, a revista Época , os partidos da direita, no Brasil encabeçados pelo PSDB e pelo fóssil DEM, a serviço de interesses alienígenas dos Estados Unidos da América, da globalização, do neoliberalismo, do capitalismo, que é a doutrina mais perversa do ponto de vista socioeconômico, são os misseis mais letais contra o povo brasileiro e venezuelano. Mas também, partidos supostamente de esquerda, esperança do povo brasileiro, têm se comportado omissos, incompetentes, e frouxamente, como, por exemplo, não exigindo a aprovar da lei de regulamentação da mídia.

Antonio

Diz um trecho da matéria:

“O Estado deve garantir informação veraz de maneira sistemática, destacam, porque, do contrário, as mentiras se impõem. Neste sentido, também consideram importante punir aqueles que tenham gerado caos com as supostas “informações”.

Aqui no Brasil nós estamos lascados. Que “armas” nós temos para questionar as mentiras do PIG? Como questionar as mentiras difundidas pelo Jornal Nacional? Como reagir a este estado permanente de terrorismo se os governantes se acomodaram e não criaram mecanismos de reação? Cadê a ley dos medios brasileira?

Fabio Passos

Os donos do poder são as oligarquias financeiras.
Seus aliados a burguesia industrial, os latifundiários e parte da classe média preconceituosa e racista
A mídia-lixo-corporativa é a máquina de propaganda do regime.

Impedir a vitória das forças populares em toda e qualquer disputa é o objetivo dos donos do poder para perpetuar os seus privilégios indecentes…

Luís Carlos

Muito bom texto, explicando claramente os mecanismos de manipulação da percepção coletiva pela mídia corporativa. É a guerra e eles estão usando suas armas mais sórdidas para criar caos e espalhar o terror. Aqui no Brasil tentaram ir pelo mesmo caminho de manifestações de rua. Recuaram pois saiu errado com a morte do cinegrafista Santiago. Agora usam da especulação do mercado para justificar necessidade de mudança, pois se Dilma cai ações sobem, como se isso mudasse para melhor vida dos trabalhadores que não tem ações na Bolsa e não especulam. Capital especulativo não gera emprego, apenas suga riqueza coletiva.
Criam dificuldades para vender facilidades e roubar povos no mundo todo.

Luís Carlos

“É a direita, é a guerra. A burguesia fede! A burguesia que ficar rica…”

lulipe

Adorariam ter uma imprensa nos moldes cubano ou chinês, repito, aqui no Brasil, nunca terão!!!

    Attila Louzada

    Boa, cara. Conta agora uma do papagaio.

    Luís Carlos

    No Brasil não temos imprensa, temos mídia corporativa como partido de oposição, de joelhos para donos do exterior, e sempre associadas ao máximo reacionarismo.

    abolicionista

    Eu prefiro o modelo francês…

Fred

Matéria que expõe bem esta guerra midiatica na Venezuela (e aqui), criando uma realidade paralela:
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SUL21

Data:29/mar/2014
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Crônica de Caracas: como os protestos perdem força

(por Mark Weisbrot)
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Imagens forjam a realidade, garantindo um poder à televisão, ao vídeo e até a fotografias estáticas, que podem se enraizar na consciência das pessoas, sem que elas sequer percebam. Com uma larga variedade de fontes e pessoas para conversar, pensei que estava imune aos repetitivos retratos que pintam a Venezuela como um Estado fracassado, em meio a uma rebelião popular. Mas nem eu estava preparado para o que eu vi em Caracas: quão pouco da vida cotidiana parece ser afetado pelos protestos, a normalidade que prevalece na maior parte da cidade. Também eu tinha sido levado a acreditar no imaginário da mídia.

Os principais meios de comunicação informaram que os pobres da Venezuela não se uniram aos protestos da oposição da direita, mas isso é um eufemismo. Não são só os pobres que estão distantes — em Caracas, é quase toda a população, exceto por algumas áreas ricas como Altamira, onde pequenos grupos de manifestantes dedicam-se a batalhas noturnas com as forças de segurança, jogando pedras e bombas e correndo de gás lacrimogênio.

Caminhando do bairro de trabalhadores de Sabana Grande para o centro da cidade, não há nenhum sinal de que a Venezuela esteja nas garras de uma “crise” que requeira intervenção da Organização dos Estados Americanos (OEA). O metrô também funciona muito bem — muito melhor que em Washington, e por uma pequena fração do preço — apesar de que eu não pude desembarcar na estação Altamira, onde os rebeldes haviam estabelecido a base de suas operações até serem desalojados, essa semana.

Vi pela primeira vez as barricadas em Los Palos Grandes, uma área de alta renda onde os protestos têm apoio popular e a vizinhança hostilizaria qualquer um que tentasse removê-las (pelo menos quatro pessoas parecem ter sido assassinadas a tiros por fazê-lo). Mas mesmo ali, uma parte do trânsito é desviada mas a vida permanece bem normal. No final de semana, o Parque del Este está cheio de famílias e atletas, suando sob um calor de mais de 30ºC. Antes de Chávez, era necessário pagar pelo ingresso, e o pessoal do bairro ficou desapontado quando os menos favorecidos puderam entrar de graça. Os restaurantes também ficam lotados, à noite.

As viagens oferecem, em geral, pouco mais que um teste de realidade, e eu fui à Venezuela principalmente para juntar dados sobre a economia. Mas voltei cético quanto à ideia, relatada diariamente na mídia, de que a redução crescente no abastecimento de gêneros básicos e outros bens de consumo são uma motivação séria para os protestos. As pessoas a quem isso mais prejudica são os pobres e as classes trabalhadoras. Os residentes de Los Palos Grandes e Altamira têm empregados para ficar nas filas por eles e procurar por toda a cidade pelo que precisam; têm dinheiro e espaço suficientes para mante estoques. Estas pessoas não estão sofrendo; na verdade elas estão se dando muito bem. Sua renda — e não só a dos pobres — cresceu a um ritmo saudável, desde que o governo de Chávez tomou o controle da indústria de petróleo, uma década atrás. Eles até recebem um presente valioso do governo: qualquer um com um cartão de crédito (o que exclui os pobres e milhões de trabalhadores) têm direito a comprar até 3 mil dólares, uma vez por ano, ao câmbio subsidiado de 11,80 bolívares por dólar (eram 6,30, há pouco). Podem vender estes dólares seis vezes mais caro do que pagaram. Um subsídio anual multibilionário aos privilegiados — ainda assim são eles que estão fornecendo a base e as tropas da rebelião.

A natureza de classe desta luta é clara e inescapável. Passando por uma multidão de dezenas de milhares de pessoas que se manifestaram nas cerimônias de 5 de março para celebrar o aniversário da morte de Chávez, vi um mar de venezuelanos da classe trabalhadora. Não havia roupas caras, ou tênis de 300 dólares. Que contraste com as massas descontentes de Los Palos Grandes, com Jeeps Grand Cherokee de 40 mil dólares, sustentando o slogan “SOS Venezuela”.

O Secretário de Estado dos EUA, John Kerry, sabe de qual lado desta guerra de classes ele está, na Venezuela. Semana passada, ele acirrou sua fuzilaria retórica contra o governo, acusando o Presidente Nicolás Maduro de promover “uma campanha de terrorcontra seu próprio povo.” Também ameaçou invocar a Carta Democrática Interamericana da OEA contra a Venezuela, além de implementar sanções.

Brandir a Carta Democrática é um pouco como ameaçar Vladimir Putin com um voto contra a secessão da Crimeia, no Conselho de Segurança da ONU [onde a Rússia tem direito de veto]. Talvez Kerry não tenha percebido, mas apenas alguns dias antes de suas ameaças, a OEA virou do avesso uma resolução que Washington havia proposto, contra a Venezuela. Declarou “solidariedade” com o governo de Maduro. Vinte e nove países aprovaram a moção, e apenas os governos de direita do Panamá e Canadá ficaram ao lado dos EUA, contra o texto.

O artigo 21 da Carta da OEA aplica-se à “interrupção inconstitucional da ordem democrática de um Estado-membro” (por exemplo, em 2009, no golpe militar em Honduras, que Washington ajudou a legitimar, ou em 2002, com o golpe militar na Venezuela, ainda mais auxiliado pelo governo dos EUA). Dado sua história recente, seria mais provável que a OEA invocasse a Carta contra o governo norte-americano, por seus assassinados por drones de cidadãos dos EUA sem julgamento, do que agir contra a Venezuela.

A retórica de “campanha de terror” de Kerry é igualmente divorciada da realidade. Provocou, como era de prever, uma resposta equivalente do ministro das Relações Exteriores da Venezuela, que chamou Kerry de assassino. No que diz respeito às acusações de Kerry, desde que os protestos começaram, aparentemente mais pessoas morreram nas mãos dos manifestantes do que nas das forças armadas. Além daqueles que foram assassinados por tentar remover as barricadas dos protestos, em torno de sete pessoas parecem ter sido mortas por obstruções dos manifestantes (por exemplo, um motociclista decapitado por um arame esticado na estrada); e cinco oficiais da Guarda Nacional foram mortos.

Quanto à violência na aplicação da lei, cinco pessoas parecem ter sido assassinadas pela Guarda Nacional ou por forças de segurança — incluindo três manifestantes e um ativista pró-governo. Algumas pessoas culpam o governo pelas mortes adicionais de três ou quatro, feitas por cidadãos armados; mas não há evidência de envolvimento governamental, e em um país com uma média de mais de 65 homicídios por dia, é muito mais provável que tenha havido outras causas.

Vale notar que 21 membros das forças de segurança foram presos por possíveis abusos, inclusive relacionados a alguns dos assassinatos mencionados acima. Isso não parece com uma “campanha de terror” por parte do governo.

Ao mesmo tempo, é difícil encontrar qualquer denúncia séria sobre as violências da oposição, na voz de seus principais líderes. Dados de pesquisas mostram que os protestos são profundamente impopulares na Venezuela, ainda que sejam bem vistos no exterior, onde são apresentados como “protestos pacíficos”, por pessoas como Kerry. Os dados também sugerem que a maioria dos venezuelanos veem os fatos como uma tentativa de tirar do poder o governo eleito.

A política por trás da postura de Kerry é muito simples. De um lado, existe o lobby dos cubanos-americanos de direita e seus aliados neoconservadores gritando pela derrubada de Maduro. À esquerda desta ultra-direita há, bem, nada. A Casa Branca importa-se muito pouco com a América Latina e não sofre consequências eleitorais por tornar-se cada vez mais antipática diante da maior parte dos governos da região.

Talvez Kerry pense que a economia venezuelana está a caminho de um colapso e que isso possa levar parte dos venezuelanos não-ricos às ruas contra o governo. Mas a situação econômica está, na verdade, estabilizando-se. A inflação mensal caiu em fevereiro, e o dólar no mercado paralelo caiu acentuadamente, dapois do anúncio, pelo governo, de que introduzirá um novo sistema de câmbio, baseado no mercado. A cotação dos títulos da dívida venezuelana subiu 11,5% entre 11 de fevereiro (véspera do início dos protestos) e 13 de março. Foi a maior alta, segundo o índice da Agência Bloomberg, entre os chamados “mercados emergentes”. O desabastecimento provavelmente recuará, nas próximas semanas e meses.

É claro que esse é o maior problema da oposição. As próximas eleições são daqui um ano e meio, e até então é possível que os problemas de inflação e falta de produtos, que cresceram nos últimos 15 meses tenham se reduzido. A oposição irá, provavelmente, perder as eleições parlamentares — como perdeu cada pleito, nos últimos quinze anos. Mas, ao mesmo tempo, sua atual estratégia insurrecional não a está ajudando. Ela parece ter dividido os próprios opositores e unido os chavistas. Apenas em Washington, esta estratégia parece ter reunido o amplo apoio que buscava.

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Mark Weisbrot é um economista norte-americano, colunista e co-diretor do Centro de Pesquisa sobre Economia e Política (CEPR, em inglês) em Washington. É também comentarista do New York Times, The Guardian e da Folha de São Paulo.

Mauro Bento

Divulguem # JOSÈ DIRCEU NÂO FUGIU, PRESIDENTE DO BRASIL.

Urbano

No geral, muitas vezes se vê alguém com cara de leso e, no entanto, é uma sumidade. Já na oposição ao Brasil, quando se vê alguém com cara de imbecil, tenha certeza absoluta que é ainda mais imbecil do que mostra. Observando-se entre o décimo oitavo e o décimo nono piso se vê um pústula da espécie.

Eurico

Muito bem!Uma vez diagnosticados os métodos dos “adversários” a pergunta natural é: o que devemos fazer e o que não devemos fazer? Uma coisa que não devemos fazer é jogar mais fogo na fogueira. Mesmo que tenhamos críticas ao governo temos que ter muito cuidado para que elas não sejam utilizadas pelos terroristas midiáticos para um objetivo totalmente diferente do nosso. Por outro lado temos que ter uma ação propositva, ajudando a esclarecer o que está acontecendo. De nossa vigilância dependerá a derrota dos golpistas. Infelizmente eu vejo no Brasil pessoas que até admirava alguns anos atrás, como o professor Cristovão Buarque, agindo exatamente como os golpistas querem. É triste porque tenho certeza que no íntimo ele não é um golpista.

José X.

A única mídia que conta aqui no Brasil é a Globo, que é anti-povo e anti-Brasil. Por isso a Globo deve ser destruída.

anac

Tem um público coxinha rola bosta para disseminar o golpe:

JOSEPH PULITZER ( 1847 – 1911 )

“Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma”.

Millôr Fernandes em 2006:
““A imprensa brasileira sempre foi canalha. Eu acredito que se a imprensa brasileira fosse um pouco melhor poderia ter uma influência realmente maravilhosa sobre o País. Acho que uma das grandes culpadas das condições do País, mais do que as forças que o dominam politicamente, é nossa imprensa. Repito, apesar de toda a evolução, nossa imprensa é lamentavelmente ruim. E não quero falar da televisão, que já nasceu pusilânime”.

“A imprensa deixou há muito de informar, para apenas seduzir, agredir e manipular.”
– prof. Andrew Oitke, catedrático de Antropologia em Harvard

Lucas

enquanto os EUA se preocupam em gerar o medo através da midia, os governos federais e estaduais garantem que a população sinta medo nas ruas através de suas políticas e leis anti-manifestação. Isso sim não é tão diferente na Venezuela e no Brasil.

marcosomag

O papel dos blogs é muito importante no contra-ataque a guerra psicológica. Mesmo quem não tem blog deve publicar em sites coletivos como o Indymedia. Isto é importante para disputar os primeiros lugares nos sites de busca com os boateiros e a velha mídia. Disseminar ao máximo os bons textos de informação também é importante para gerar o “efeito manada” nos robôs de busca e levar a verdadeira informação para a população. Sites de busca são as portas de entrada para a web para quem é despolitizado, vítima predileta dos boateiros.

anac

Terrorismo midiático.

Eles mesmo declaram que tentam disseminar uma sensação de enorme mal estar e pessimismo para que haja uma mobilização contra o governo que estão a atacar por contrariar seus intere$$e$.

Manipulam, mentem, caluniam e distorcem. Vejam que sempre quando estão promovendo subliminarmente a ideia do golpe escolhem o assunto predileto da elite, capaz de mobilizar qualquer coxinha: CORRUPÇÃO.
Foi assim com jango, Getúlio.Até com Collor criatura deles.
Tentaram com Juscelino, Lula e Dilma.

Nesses momentos, não por acaso só falam nos corruptos. Pouquíssimo ou quase nada falam da outra ponta: os corruptores , os detentores do dinheiro, os 1%, os Dantas. Corruptores sem os quais não existiria a corrupção. Muito menos falam da sonegação, que sangra o Brasil em 200 bi ano.

Infelizmente, como o Brasil não fez o dever de casa, como a Argentina fez, punindo os torturadores milicos, vai continuar sendo ameaçado pela elite dona do PiG e pro seus financiadores, no plano de promoção de um golpe contra o estado democrático de direito.
Como é difícil revogara lei da anistia, ma lei da mídia já seria suficiente para enfraquecer os golpistas. Por isso erra Dilma ao dizer que o controle remoto é suficiente para se promover uma democracia.

Homero Mattos Jr. (@Omnros)

Pois bem, para além da ignorância, do obscurantismo, da delinquência e da desordem mental inerentes ao arquétipo fascista, lamenta-se, aqui, a persistência entre nós, brasileiros, da mentalidade responsável pelo suicídio de Vargas; pela deposição de Joâo Goulart; e pela tentativa(s?) midiática de impeachment de Lula -sintomaticamente os únicos presidentes brasileiros, até então, verdadeira e profundamente comprometidos com o bem-estar e desenvolvimento da classe trabalhadora.
Refiro-me a uma mentalidade lacerdista, quero dizer sempre pronta a enviesar os fatos no sentido de suas conveniências golpistas (since 1950). Habilíssima no exercício da hipocrisia que lhe é peculiar: desqualificar as massas populares ou seus representantes, acusando-lhes pelo cisco, incapazes porém de retirar do próprio olho as traves da incompetência, da ignorância, do despreparo, enfim, de todas as resultantes de séculos (cinco ao todo) do mais restrito desfrute de um butim… inebriante.
http://passalidadesatuais.blogspot.com.br/2012/08/notas-para-posteridade-de-um-pais.html

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