Fim dos tempos: A corporação como ente que comanda o planeta

Tempo de leitura: 4 min

Ética e Moral no Fim da História

Na Era da Humanização das Corporações

Por PETE DOLACK, no Counterpunch

Estranho, não é?, que sistemas que supostamente representam o ápice do desenvolvimento humano – até mesmo o fim da história – não tenham espaço para ética e moralidade.

Talvez isso se torne inevitável quando uma ideologia se desenvolve a um ponto em que a economia é considerada algo separado do meio ambiente. A partir desse ponto de vista dúbio – para ser bastante singelo – a trajetória que leva a ver o meio ambiente —  e as riquezas naturais e a vida que fazem parte dele — como nada mais do que uma vaca a ser ordenhada à vontade, não é muito longa. Uma floresta não conta nada a não ser que possa ser transformada em dinheiro, o que em geral significa derrubá-la. Água limpa? Ar limpo? Artigos de luxo para aqueles que podem pagar por eles e, em consequência, lucro para os que podem engarrafá-los e criar um mercado para esses produtos.

Um artigo muito bem pensado, publicado na edição de maio de 2009 do Monthly Review me fez pensar mais sobre isso. Os autores do artigo intitulado Capitalism in Wonderland (poderia ser traduzido como “Capitalismo no País das Maravilhas”), escrito por Richard York, Brett Clark e John Bellamy Foster, discute modelos usados por economistas consagrados, que variam apenas na medida do quanto descontam a vida no futuro. Sim, é de um sangue frio exatamente como soa.

Economistas neoclássicos baseiam suas conclusões cada vez mais insanas no fato de que o aquecimento global não é um grande problema, no pior dos casos vai provocar pequenos estragos econômicos, na versão conveniente e para o benefício de poucos, de que gerações futuras serão mais ricas e portanto será mais barato para nossos descendentes limpar nossa sujeira do que seria para nós.

Os autores escrevem:

“A diferença entre eles não diz respeito à Ciência por trás da mudança climática mas nas suas suposições a respeito da correção de transferir o ônus para gerações futuras. Isso deixa clara a ideologia inserida no pensamento neoclássico ortodoxo, uma área que em geral se apresenta como se usasse métodos objetivos, até mesmo naturalistas, para desenhar modelos econômicos. Entretanto, para além de todas as equações e do jargão técnico, o paradigma econômico dominante é construído sobre um sistema de valores que premia a acumulação de capital no curto prazo, enquanto desvaloriza tudo mais relativo ao presente e ao futuro”. (página 9)

A partir daí, economistas ortodoxos descem uma ladeira escorregadia na qual alguns humanos têm valor e outros, não. Um exemplo desta mentalidade é o memorando de Lawrence Summers, escrito quando ele era economista chefe do Banco Mundial, no qual ele afirmou:

“Eu acho que a lógica econômica por trás de jogar lixo tóxico em países de salários baixos é impecável e nós devemos encará-la. … Os custos da poluição provavelmente são não-lineares, os incrementos iniciais da poluição têm, provavelmente, um custo inicial bem baixo. Eu sempre achei que países pouco populosos da África são amplamente subpoluídos”.

A atitude de Summers, apesar de não se expressar de forma tão direta, não está fora de compasso com a profissão dele. Os autores de Capitalism in Wonderland deixam bem claras as ramificações deste tipo de pensamento:

“De fato, a vida humana só vale o quanto cada pessoa contribui para a economia, o que é medido em termos monetários. Então, se o aquecimento global aumenta a mortalidade em Bangladesh, o que parece ser o caso, isso só se reflete em termos de modelo econômico na medida em que as mortes em Bangladesh afetam a economia (global). Já que Bangladesh é muito pobre, os modelos econômicos … estimarão que não vale à pena evitar mortes lá, já que essas perdas se mostrarão minúsculas nas medidas… Essa ideologia econômica, claro, se estende para além da vida humana, já que todas as milhões de espécies da terra são avaliadas de acordo apenas com o que contribuem para o Produto Interno Bruto. Então, preocupações éticas a respeito do valor intrínseco da vida humana e da vida de outras criaturas são completamente invisíveis nos modelos econômicos-padrão. Aumentar mortalidade humana e acelerar a velocidade de extinção, para muitos economistas, são problemas apenas se afetam o ‘resultado final’. Em outros aspectos, eles são invisíveis: como no mundo natural como um todo”. (página 10)

Essa é a irracionalidade e a imoralidade subjacente que impelem industriais e financistas a permitir que o “mercado” tome todas as decisões sociais. Mercados não são nada mais do que interesses agregados dos maiores e mais poderosos industriais e financistas. Através de seu controle da economia mundial, eles são capazes de exercer poder decisivo sobre os governos, que não são entidades sem corpo flutuando acima da sociedade e sim reflexo do poder e das fraquezas relativas das forças sociais.

A corporação moderna tem uma obrigação legal de prover o máximo de lucro possível a seus acionistas. Em outras palavras, é esperado que atue de forma a aumentar seus lucros sem se preocupar com mais nada. A corporação é considerada uma pessoa, de acordo com a legislação norte-americana – uma pessoa que não tem limites biológicos, nem barreiras para seu crescimento. Joel Bakan, na introdução de seu livro Corporation: The Pathological Pursuit of Profit and Power (“Corporação: a Busca Patológica de Lucro e Poder”) resumiu desta forma a instituição dominante do capitalismo:

“O mandato da corporação, definido por lei, é buscar, incessantemente e sem exceção, o seu interesse próprio, sem se preocupar com as consequências muitas vezes negativas que pode provocar aos outros. Como resultado, eu argumento, a corporação é uma instituição patológica, detentora de um poder perigoso sobre as pessoas e as sociedades”.

Mesmo sem a “corporação humanizada”, entretanto, a competição incessante do capitalismo levaria a esse comportamento e os vencedores desta competição são aqueles mais dispostos a destruir todos os obstáculos, humanos e do meio ambiente, enquanto repassam os custos aos outros.

De verdade, não podemos fazer algo melhor que isso?

Pete Dolack é o escritor do blog Systemic Disorder. Ele é ativista de vários grupos.

Leia também:

Revista da família Marinho: o Brasil sujeito às pragas bíblicas 


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Comentários

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wendel

Sapeando os artigos do Blog, e já postado meu comentário, volto a faze-lo, pois rever o que foi dito é sempre um prazer.Assim, comento novamente.
A maioria dos comentaristas, nada mais fazem que constatar em seus comentários o que foi dito no artigo.
Sobre o que fazer para impedir o procedimento nefasto das corporações, a meu ver, simplesmente nada!
Assim meus caros, como b em disse a Marta Suplicy tempos atras, ” Relaxe e aproveite”!!!!

Hell Back

Então se for assim não há solução para a humanidade. Sucumbiremos todos.

Hell Back

Indiretamente todos nós trabalhamos prá eles, sim! As sutilezas da economia não nos deixam perceber que somos escravos. Só quem irá perceber isso com maior nitidez, serão as futuras gerações, que irão sofrer todas as consequências.

abolicionista

Cuidado, amigos, a corporação é apenas a máscara hodierna do capital rentista. Em outras palavras, do capital, tal como ele se acumula hoje. O Estado burguês é também outra dessas máscaras. São os agentes, por assim dizer, da dominação capitalista, totalitária, caótica e antidemocrática. O diretor de uma corporação é um funcionário de seus acionistas. Ele precisa a todo custo manter as ações num patamar competitivo. Por isso, não se trata de ética, mas de algo estruturalmente mal, estruturalmente errado. Só a luta direta e internacionalizada poderá atingir as raízes do mal. E nós não estamos minimamente organizados para fazê-lo. No entanto, nada é mais importante. Isso nos coloca diante de um paradoxo, pois, no presente momento, apenas o impossível importa. Ou seja, o fim do capitalismo, antes que esse acabe conosco e com o mundo em que vivemos.

Papudão

Sim, a “corporação” comanda o planeta, mas, infelizmente, para isso necessita do suporte do estado. Veja (leia): “Quando você perceber que para produzir precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em autossacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada”.

    Bacellar

    Com todos os defeitos o Estado ainda é a única instância intermediária entre a população e a oligarquia. Imaginem, por exemplo, um sistema judiciário privatizado ou uma casa legislativa composta apenas por representantes corporativos? Simplesmente inviável. Obviamente os Estados já estão majoritariamente cooptados pelo capital mas ainda assim continuam sendo o único meio existente de possibilidade de participação popular nas decisões sociais.

    abolicionista

    Opa, e a democracia direta? O que aconteceu com ela? E as lutas da classe trabalhadora organizada, que enfrentam tanto os capitalistas quanto o estado. Vide o exemplo da greve dos garis, no RJ, uma greve contra o estado, um movimento organizado, corajoso e vitorioso. Será que não estamos jogando o bebê fora junto com a água do banho, ao colocarmos os trabalhadores e o Estado na mesma bacia?

FrancoAtirador

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Foi precisamente tal obsessão doentia pela Dominação Material,

que, no ápice do instinto genocida de humanóides inescrupulosos,

levou ‘The Corporation’ a fabricar a Bomba de Nêutrons:

“a Representação Ideal do Capitalismo,
pois destrói as Células dos Tecidos,
mas não as Propriedades.” [*]

[*] Hunter Stockton Thompson (1937-2005),
em Palestra na Universidade do Colorado,
na cidade Boulder, no ano de 1977.
(http://migre.me/iOolV)
(http://migre.me/iOpWK)
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Hunter_S._Thompson)
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A BOMBA DE NÊUTRONS é a última variante da Bomba Atômica.

Tem ação destrutiva ‘apenas’ sobre organismos vivos, uma vez que é uma arma termonuclear especializada que produz uma explosão mínima, mas libera grandes quantidades de radiação letal.

A invenção da Bomba de Nêutrons é creditada ao físico norte-americano Samuel Theodore Cohen que desenvolveu o conceito, em 1958, no Lawrence Radiation Laboratory da Universidade da Califórnia, sob a direção de Edward Teller.

A sua prova foi autorizada pelo Presidente dos United States of America (U.S.A.) e levada a cabo em 1963 em uma instalação de testes subterrânea no Estado de Nevada.

A primeira bomba de nêutrons produzida foi adicionada ao arsenal de armamento dos U.S.A. em 1974.

O seu desenvolvimento foi adiado subseqüentemente pelo Presidente Jimmy Carter em 1978 devido aos protestos contra os planos da sua administração para desenvolver ogivas de nêutrons na Europa.

Entretanto, logo em seguida, em 1981, o Presidente Ronald Reagan mudou a política de Carter e ordenou o reinício da produção de ogivas de nêutrons nos United States.

(http://pt.wikipedia.org/wiki/Bomba_de_n%C3%AAutrons)
(http://chemistry.about.com/od/chemistryfaqs/f/neutronbomb.htm)
(http://news.bbc.co.uk/onthisday/hi/dates/stories/april/7/newsid_2523000/2523051.stm)
(http://en.wikipedia.org/wiki/Samuel_T._Cohen)
(http://en.wikipedia.org/wiki/Lawrence_Livermore_National_Laboratory)
(http://www.youtube.com/watch?v=z_QFXGxw6Tk)
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    FrancoAtirador

    .
    .
    THE CORPORATION (A CORPORAÇÃO)

    Documentário completo
    legendado em português:

    (http://www.youtube.com/watch?v=Zx0f_8FKMrY)
    .
    .
    Assista também:

    O VENENO ESTÁ NA MESA

    Sinopse

    O Brasil é o país do mundo que mais consome agrotóxicos:
    5,2 litros/ano por habitante.

    Muitos desses herbicidas, fungicidas e pesticidas que consumimos
    estão proibidos em quase todo mundo pelo risco que representam à saúde pública.

    O perigo é tanto para os trabalhadores, que manipulam os venenos,
    quanto para os cidadãos, que consumem os produtos agrícolas.

    Só quem lucra são as transnacionais que fabricam os agrotóxicos.

    A idéia do filme é mostrar à população como estamos nos alimentando mal e perigosamente,
    por conta de um modelo agrário perverso, baseado no agronegócio.

    (http://www.youtube.com/watch?v=8RVAgD44AGg)
    .
    .

    Roberto Locatelli

    Boa dica!! Excelente documentário. Um dos pontos mais chocantes do filme é sobre a privatização da chuva na Bolívia. Passou a ser proibido deixar baldes d’água no quintal durante uma chuva, pois a chuva havia sido privatizada!!

José Souza

A humanidade está muito dependente de quatro tipos de cereais. São eles: arroz, soja, trigo e milho. Qualquer alteração climática ou uma praga afetará grande parte dos habitantes da terra. A produção de carne também está cada dia mais dependente da utilização desses cereais. As fazendas de criação de gado, de aves e, ultimamente, de peixes disputam, com a agricultura, os espaços necessários à produção de alimentos. Então, não adianta ter dinheiro papel, ouro, prata, ações e etc., armazenado, pois seu valor é relativo. O poder que esses bens desfrutam atualmente estão sempre na dependência de decisões das nações poderosas. O único bem que não perde valor é a terra. A acumulação de outros bens sempre esteve dependente da terra. Quanto mais terra um país tiver maiores as chances de desenvolvimento pois terá o solo e o subsolo à sua disposição. Não permitir que estrangeiros compre o solo e/ou explorem o subsolo é fator preponderante para o futuro. Todos sabem que o poder que as nações ricas possuem está assentado sobre armas e petróleo. E elas não vão deixar de usar as primeiras para garantir, enquanto existir, o segundo. O caminho trilhado é sempre o mesmo: diplomacia, suborno, desestabilização política e, finalmente, armas com ou sem ajuda dos naturais de qualquer país. Nosso país possui terras, água e sol o ano inteiro. Não temos vulcões, neve, furacões, ciclones e etc. para atrapalhar e causar prejuízos. Só temos que aprender a preservar, conservar e explorar os recursos inteligentemente. Cabe aos governantes decidirem se seremos nós que administraremos nossos recursos no futuro ou se essa tarefa será delegada para terceiros, estrangeiros na certa.

Urbano

Falando-se em corporação, não é que o eduardo moita (saiu?) e o psb vêm dando mostras contundentes de que conseguem fazer bem mais pelo Brasil, do que vem se fazendo desde 2003. Eis a pérola (aliás o brilhante, segundo o suaasunda) que comprova esse fazer mais pelo Brasil: um tenente da policia militar de Pernambuco recebeu a pena de vinte e um dias de prisão (nesses casos existem hierarquia e a incorrigível corregedoria), só porque questionou o não pagamento de uma gratificação relacionada ao período carnavalesco. Éééé… na Quaresma já estamos; quiçá no São João a gratidão (tão inerente ao moita) e a gratificação venham a sair. A peixada já não é possível, mas a canjicada pode vir a ser possível. E para reforçar o milagre, não custa nada uma promessazinha para São João…

    Urbano

    Fica melhor substituindo-se o primeiro São João por Festas Juninas.

    Urbano

    Na verdade, a resposta dada foi: ‘mas em compensação, vão ver a oposição ao Brasil que foi posta lá…’.

Valmont

Os Estados Unidos desenvolveram uma nova forma de governo e uma nova religião: a “CORPORATOCRACIA” e o credo capitalista dito neoliberal, cujo dogma principal é adorar o deus-mercado e o dinheiro acima de tudo. Alguns crentes ainda proclamam delirantemente viver a maior democracia do mundo, a “democracia do um por cento”. No entanto, cientistas diagnosticam que aquele estado militarista dominado por megacorporações corruptas aproxima-se inexoravelmente do fascismo.

Edgar Rocha

Malditos maias!!! Nos deram tanta esperança… Alguém viu os búfalos fugindo de Yellowstone? Me desculpem, ainda tenho esperanças.

Brincadeira (com algum fundo de verdade). Nem a Disney é capaz de criar uma fantasia tão acalantadora.

Fabio Passos

O nome do regime é ditadura capitalista.
A única “ética” do regime é a acumulação.
Acumular riqueza é a único valor que importa.

Estes malditos estão destruindo o planeta e a humanidade.

“Ela virá, a revolução conquistará a todos o direito não somente ao pão mas, também, à poesia.”
Leon Trotsky

Mário SF Alves

“A corporação moderna tem uma obrigação legal de prover o máximo de lucro possível a seus acionistas.”

“Corporação: a Busca Patológica de Lucro e Poder”) resumiu desta forma a instituição dominante do capitalismo:

“O mandato da corporação, definido por lei, é buscar, incessantemente e sem exceção, o seu interesse próprio,…”

“Como resultado, eu argumento, a corporação é uma instituição patológica, detentora de um poder perigoso sobre as pessoas e as sociedades”.

______________________

Brave New World!

É disso que se trata!

Ou os SPYstates acabam com isso por lá, ou o destino do Ocidente será a barbárie.

Glasnost e Perestroika também lá e já!

Bacellar

A perversidade e potencial destrutivo residem nesta “imoralidade” intrínseca ao sistema que apenas obedece a lógica fria e matemática do retorno financeiro otimizado.

Profetizaram o capitalismo como agente do “fim da História”…Bom talvez venha a ser mesmo, porem de maneira completamente diferente do que imaginou o japonês.

wendel

O escritor Pete Dolack, neste artigo, nada mais faz que constatar o óbvio sobre as Corporações.
Seria muita ingenuidade querer buscar humanizar estas entidades, que conforme mesmo diz – ” A corporação moderna tem uma obrigação legal de prover o máximo de lucro possível a seus acionista”., e isto prova que seu artigo, e sua indignação vem somente constatar o óbvio!
Sobre concordar ou não com o que fazem com as populações dos países pobres, é outro dilema, pois sabemos muito bem que, os pobres, sejam eles países ou humanos, sempre foram e sempre serão vistos por eles apenas como instrumentos de lucros, nada mais!
Gostando ou não, concordando ou não, a verdade nua e crua, é que a Entidade Sistema, seja ele de que ideologia for, mantida e gerenciada por humanos, visa somente o uso dos mais fracos, e conforme já disseram – ” Deem-me a chave do cofre e não me importo com quem faz as leis”!.
Assim, meus caros humanistas, o mundo gira, e – “,,, há que se mudar, para manter tudo como está!!!!!

wendel

Na falta de argumentos, usa-se a tecla gasta!!!!!

Caracol

Não vejo qualquer diferença entre o que esses sacripantas fazem com o mundo e o que os nazistas fizeram com a sua “Solução Final” contra os judeus e os ciganos.

    Leandro_O

    Perfeito. A filósofa Hannah Arendt ao analisar o caso da prisão de um alto comandante da SS, Heinrich, verificou que ele não passava de um idiota e concluiu que o maior mal não é aquele intencional, mas aquele causado num sistema onde não se baseia em quaisquer princípios morais, onde as pessoas são meras engrenagens de um sistema maior, cada um fazendo uma parte sem se comprometer com o resultado global.
    Hannah Arendt na criação da definição da banalização do mal se baseou no mal produzido pelo nazismo, mas encaixa como uma luva para a perseguição incansável do lucro, pois o que vemos são pessoas e recursos naturais explorados indiscriminadamente, evasão fiscal e outras “cositas” mais.

    Leandro_O

    Pequena correção: o nome correto da autoridade nazista julgada é Adolf Eichmann

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