Chico Alencar: 15 votos para a esperança e 6 derrotados que assustam

Tempo de leitura: 3 min

da assessoria do deputado Chico Alencar, sobre discurso feito em 13.03.2014

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) julgou, anteontem, representação contra o Juiz João Batista Damasceno, por suposto descumprimento de dever funcional. Seu suposto “crime”? Ter pendurado em seu gabinete, em agosto do ano passado, o quadro “Por uma cultura de paz”, do conhecido artista Carlos Latuff.

A tela mostra um homem negro crucificado, alvejado por um policial armado. De acordo com o Juiz Damasceno, em entrevista ao portal Viomundo, o quadro retrata a violência do Estado contra os excluídos”, e a sua afixação foi “uma forma de denunciar o genocídio que se pratica contra os pobres”.  Amarildo é um caso emblemático, mas não isolado: em 2012, segundo o juiz, foram 5.900 desaparecimentos no estado do Rio de Janeiro. O magistrado chama a atenção, ainda, para os autos de resistência, que mascaram os assassinatos cometidos pelo aparelho repressivo estatal nas periferias.

A obra de arte é de rara felicidade, pois atualiza a mensagem solidária de Cristo: “incluir os excluídos e pregar a paz”, segundo síntese do Papa Francisco, em sua pregação de Natal. Hoje, no Brasil, precisamente como exibido na obra de Latuff, isso exige combater a violência sistêmica do Estado, dirigida em especial contra pobres, negro(a)s, mulheres, homossexuais e outros grupos explorados e oprimidos.

O Deputado estadual Flávio Bolsonaro (PP-RJ) entrou com representação contra o Juiz Damasceno pela afixação do quadro. A acusação? A obra seria “difamatória” à Polícia Militar. De um parlamentar de convicções autoritárias, como Bolsonaro, seria de se esperar esse tipo de atitude. Preocupante mesmo é que a Presidenta do TJ-RJ, desembargadora Leila Mariano, tenha determinado ao Juiz Damasceno a retirada do quadro de seu gabinete. Para piorar o cenário absurdo, o Corregedor do Tribunal, Valmir de Oliveira Silva, levou a representação adiante, para ser julgada pelo Tribunal, defendendo a instauração de processo administrativo disciplinar.

O Desembargador Siro Darlan, após apresentar carta de repúdio à grotesca representação, deu “asilo artístico” ao quadro e o pendurou em seu gabinete. O Tribunal deu nova ordem absurda, então, de retirada.

É no mínimo paradoxal que magistrado(a)s, que em tantos casos têm crucifixos pregados em seus gabinetes, persigam um colega pelo fato de exibir, no seu, uma imagem que nada mais faz do que inserir a mensagem de Cristo no nosso contexto social.

A censura à obra de arte e a perseguição ao digno Juiz João Batista Damasceno constituem graves ataques à liberdade de expressão e à independência do Juiz, garantias fundamentais do Estado Democrático de Direito.

Para nosso alívio, o farisaísmo e o autoritarismo foram derrotados: por 15 votos a 6, o TJ-RJ julgou a representação no dia 11 de março passado e a rejeitou. “Os votos vencedores realçaram que a colocação da obra ‘Por uma cultua de paz’, do cartunista Carlos Latuff, expressa preocupação com a dignidade da pessoa humana e que está no âmbito da liberdade de manifestação do pensamento garantida pela ordem jurídica. A obra pugna por uma política de segurança humanizada, que valorize os próprios agentes do Estado que a executa, o que também constou em alguns votos”, disse o Juiz Damasceno.

Mesmo assim, os seis votos pela instauração de procedimento administrativo disciplinar contra o magistrado são preocupantes. Tanto quanto os oito sufragados à candidatura de Jair Bolsonaro para a Presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, recentemente.

Porém, há razões para esperança: o quadro de Latuff foi levado a leilão, junto a outras obras de arte doadas por outros(a)s artistas. O dinheiro arrecadado foi utilizado para adquirir uma casa para a família do pedreiro Amarildo. E quem arrematou a tela da crucificação contemporânea foi a Juíza Kenarik Boujikian, presidenta da Associação Juízes para a Democracia (AJD), que o pendurou em seu gabinete no tribunal de Justiça de São Paulo, ainda no ano passado. Até aqui, não recebeu ordem de censura…

A chama ecumênica e democrática de indignação contra a violência e a exclusão segue viva no Poder Judiciário.

PS do Viomundo: São 14 votos preocupantes, como disse o deputado. Os dos seis desembargadores do TJRJ que votaram contra o juiz Damasceno e mais os de oito parlamentares que sufragaram o nome de Jair Bolsonaro para a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.

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Lafaiete de Souza Spínola

Resposta é mais importante que um simples comentário!

17/03/2014 – 10:29Lafaiete de Souza SpínolaO seu comentário está aguardando moderação.

Mário Alves,
Citei o Rui Barbosa (o Rui!), apenas, para mostrar que nossas mazelas são de longa data.Hoje, temos a continuidade. O que proponho é dar um basta nessa situação!
Esse texto, abaixo, faz parte de um comentário que postamos, aqui, no Viomundo, há mais de um ano.
Está publicado, na sua íntegra, em nosso blog, no Portal do Nassif.
PARA TRANSFORMAR O BRASIL:
PRECISAMOS DE UM PARTIDO MUITO DIFERENTE DE TODOS!
Faz algumas semanas, no programa RODA VIVA, foi discutida a segurança. O tema principal foi o brusco aumento da criminalidade no Brasil e principalmente em São Paulo. Tudo girou em torno da polícia militar, polícia civil e presídios. Durante uma hora não se encontrou tempo para que se discutisse a origem de toda essa violência: A injustiça social que impera em nosso país. A nossa classe média não consegue desvendar o caminho da maior prioridade que se chama EDUCAÇÃO.
Os partidos que chegam ao poder prometem mudar o Brasil, porém terminam adotando soluções paliativas, como o bolsa família. Faltam convicção, coragem e determinação para um salto de qualidade. Resolvem governar com e para o sistema financeiro e, agora, talvez, estão se dando conta, tardiamente, do grande erro cometido. Sinceramente, não sei se é um erro ou pura opção.
Votei no Lula sabendo que não se tratava, nem havia condições, de qualquer mudança mais radical. Votei pelo segundo mandato, pois era a melhor opção. Votei na Dilma, no segundo turno. Mas estou totalmente insatisfeito com o tratamento dado à educação que, no Brasil, sofre de doença grave, portanto não pode continuar recebendo, apenas curativos. Toda nação está sendo corroída, principalmente, por essa doença.
SÓ VEJO UMA SOLUÇÃO PARA AS MAZELAS DESTE PAÍS: UM PARTIDO NOVO, DIFERENTE EM TUDO, QUE DÊ ALTA PRIORIDADE À EDUCAÇÃO.
DISCUTIR UM PROJETO DESSE PARTIDO É A GRANDE LACUNA DENTRO DO NOSSO PAÍS. NADA DO PODER SÓ PELO PODER QUE É A NASCENTE DO PARTIDO SÓ PELO PARTIDO.
EXISTE, HOJE, UM PARTIDO QUE QUE LUTE PARA A APLICAÇÃO DE 15% DO PIB NA EDUCAÇÃO? CURATIVOS NÃO RESOLVEM! DIZEM LOGO: É MUITO, É UTÓPICO, O PAÍS VAI QUEBRAR ETC.ETC. DEVEMOS DISCUTIR AS FONTES DESSES RECURSOS!
Recursos para a Educação:
1) Renegociar a dívida pública.
2) Criar uma CPMF ( algo definitivo!) de 0.5%, exclusivamente, para a educação básica. Precisamos de uma arrecadação adicional superior a 100 bilhões de reais. No total, temos que investir mais de R$ 200 bilhões, só na educação básica!
3) Os pais pagariam 5% do salário/entrada, por cada filho matriculado.
4) O bolsa família passaria para a educação. São mais de 20 bilhões. Parte dos participantes idosos ou incapazes, sem filhos, seriam atendidos por um programa de segurança social.
5) Federalizar a educação básica. Precisamos de igualdade educacional, em todas as regiões do país.
6) Inicialmente, investir, pelo menos, 40% das reservas na construção de grandes centros educacionais e preparação de professores.
7) As escolas de pequeno porte serão transformadas em creches.
8} Mobilizar todo o pais em função de UM PROJETO PARA A EDUCAÇÃO NO BRASIL.
9) Escola em tempo integral, para toda criança a partir do 04 anos. Nenhuma criança perambulando nas ruas!
10) O partido que proponho deve adotar isso no seu programa! Nada de frases genéricas!
Pertenço ao conjunto daqueles que desejam ver o ideal, a atuação, de todos que almejam um mundo melhor sendo a popa dessa nau, onde se encontram a hélice que possibilita singrar por esse mar de injustiças e o leme que conduz esse PARTIDO (a nau).
Esse périplo, com destino ao porto dessa viagem, não necessariamente deve ter uma data rígida, mas é urgente. A tripulação dessa nau deve estar atenta à carta de navegação, para evitar um naufrágio ou encalhe. Essa carta é o estatuto com regras de navegação rígidas e claras, com instrumental participativo.
O comandante não poderá, ao seu belprazer, alterar essa rota sem o aval da tripulação. No destino desse porto estarão esperando, de braços abertos: a EDUCAÇÃO, logo na frente, clamando por 15% do PIB para que as crianças tenham escolas descentes, em tempo integral, com café da manhã, com almoço, com esporte, com janta e com transporte.
A SAÚDE vem em seguida dizendo que apoia, integralmente, esse pleito; pois ela está ciente dos benefícios que terá com tantas crianças bem nutridas e com a certeza que os pais, também, menos estressados e melhor alimentados serão beneficiados, dispensando, inclusive o bolsa família que passa a ser um aporte a esse programa de salvação nacional.

carlos

Parabens ao magistrado, que não bateu palmas para a violencia e mascarou a realidade e os fatos, e ainda teve seis destes que fizeram o contraditorio eu diria eles que toda unanimidade é burra e cega.

Pedro Paulo

Sou contra qualquer tipo de crime seja contra qualquer parte. Agora, ha muitas pessoas inocentes sendo mortas estupidamente por bandidos. Quem defende a população honesta???

    Julio Silveira

    Esse é uma pergunta de fácil resposta meu caro. A Lei e a justiça.
    Se ela são eficazes ai já é outro problema, onde a solução deve ser buscada pela cidadania no endereço certo, nos legisladores e nos aplicadores da leis do país(judiciário).

Véio Zuza

E quantos votos o PSOL e o Sr. Chico Alencar, a “esquerda que a direita gosta” vão fazer em outubro????
Demagogia pouca é bobagem…

Paulo Roberto

Neste quadro há alguma referência aos policiais mortos, como este que anteontem levou um tiro covarde na cabeça ? A pergunta é apenas para lembrar que trata-se de uma verdadeira guerra. É triste observar que policiais mortos NUNCA são mencionados neste tipo de matéria.

    Julio Silveira

    Desculpe mas vou me insurgir contra esse ponto que você coloca.
    A falta de inclusão no tema sobre o policial vitima é logica, já que o assunto gira em torno do numero de vitimas da chamada execução praticada pelo estado, onde os policiais se transformam nos agentes da subversão legal.
    O policial vitima não justifica o reconhecimento da inversão do papel legal tomado a efeito por seus pares quando isso ocorre, em que pese a necessidade de reconhecimento do papel vital que desempenham os bons policias para a cidadania. Se a leis brasileiras não atendem a nossa necessidade de justiça é outro assunto, são outras medidas que devemos incitar para serem tomadas pelos nossos legisladores. Mas todos nós, quando vitimas, civis ou militares, devemos merecer o mesmo tipo de justiça seja ela branda ou severa, mas dentro da legalidade. Aceitar grupos especiais para praticarem justiças especiais desrespeitando as normas legais do país é criar uma propensão maior a ser gerar grupos especiais de vitimas também. O que tem ocorrido e me parece o objeto do texto.

Lafaiete de Souza Spínola

Por falar nas atitudes de alguns membros da justiça, como anda a investigação do famoso contrato do do IDP pelo TJBA?

Lembremos que:

O TJBA está localizado onde, por longos anos, as mãos do Toninho Malvadeza fez imperar sua vontade.

Contrastando com essa figura, o Rui Barbosa já declarava:

“De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”. (Senado Federal, RJ. Obras Completas, Rui Barbosa. v. 41, t. 3, 1914, p. 86)

Vamos unir esforços na luta pelo aumento do investimento na educação básica, pública e federalizada. Isso será a base de um Brasil melhor!

    Mário SF Alves

    “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”. (Senado Federal, RJ. Obras Completas, Rui Barbosa. v. 41, t. 3, 1914, p. 86)

    ——————
    Prezado Lafaiete,

    Só faltou a inclusão da data nesse grito de guerra do Rui, verdadeiramente, Barbosa. Sem ela metade do valor da crítica cai por terra.

    ———
    A propósito, passados quase vinte e seis anos da promulgação da CFB de 88, e tendo em vista que todo poder emana do povo e em seu nome é exercido, conforme preconiza o Artigo I, Parágrafo único, da referida Constituição da República Federativa do Brasil, convém esclarecer:

    I – Que poder é este que tem sido emanado?
    II- Em nome do que ou de quem ele tem sido exercido?

    Na II, sabendo que passados vinte e seis anos de promulgação da CFB, e que só agora, na última década, o povo tem sido beneficiado pelo exercício deste poder, e, tendo em conta o potencial econômico do País e abismo que ainda nos separa do pleno atendimento às nossas necessidades fundamentais, pergunta-se:

    Qual a causa de tamanha letargia?
    O que deve ser feito e como deve ser feito para qualificar e tornar adequado à Constituição o exercício de tal poder?
    Que papel deve ser atribuído à educação política com vistas à conformação da realidade com o dispõe a Constituição?

    Lafaiete de Souza Spínola

    Mário Alves,

    Citei o Rui Barbosa (o Rui!), apenas, para mostrar que nossas mazelas são de longa data.Hoje, temos a continuidade. O que proponho é dar um basta nessa situação!

    Esse texto, abaixo, faz parte de um comentário que postamos, aqui, no Viomundo, há mais de um ano.

    Está publicado, na sua íntegra, em nosso blog, no Portal do Nassif.

    PARA TRANSFORMAR O BRASIL:

    PRECISAMOS DE UM PARTIDO MUITO DIFERENTE DE TODOS!

    Faz algumas semanas, no programa RODA VIVA, foi discutida a segurança. O tema principal foi o brusco aumento da criminalidade no Brasil e principalmente em São Paulo. Tudo girou em torno da polícia militar, polícia civil e presídios. Durante uma hora não se encontrou tempo para que se discutisse a origem de toda essa violência: A injustiça social que impera em nosso país. A nossa classe média não consegue desvendar o caminho da maior prioridade que se chama EDUCAÇÃO.

    Os partidos que chegam ao poder prometem mudar o Brasil, porém terminam adotando soluções paliativas, como o bolsa família. Faltam convicção, coragem e determinação para um salto de qualidade. Resolvem governar com e para o sistema financeiro e, agora, talvez, estão se dando conta, tardiamente, do grande erro cometido. Sinceramente, não sei se é um erro ou pura opção.

    Votei no Lula sabendo que não se tratava, nem havia condições, de qualquer mudança mais radical. Votei pelo segundo mandato, pois era a melhor opção. Votei na Dilma, no segundo turno. Mas estou totalmente insatisfeito com o tratamento dado à educação que, no Brasil, sofre de doença grave, portanto não pode continuar recebendo, apenas curativos. Toda nação está sendo corroída, principalmente, por essa doença.

    SÓ VEJO UMA SOLUÇÃO PARA AS MAZELAS DESTE PAÍS: UM PARTIDO NOVO, DIFERENTE EM TUDO, QUE DÊ ALTA PRIORIDADE À EDUCAÇÃO.

    DISCUTIR UM PROJETO DESSE PARTIDO É A GRANDE LACUNA DENTRO DO NOSSO PAÍS. NADA DO PODER SÓ PELO PODER QUE É A NASCENTE DO PARTIDO SÓ PELO PARTIDO.
    EXISTE, HOJE, UM PARTIDO QUE QUE LUTE PARA A APLICAÇÃO DE 15% DO PIB NA EDUCAÇÃO? CURATIVOS NÃO RESOLVEM! DIZEM LOGO: É MUITO, É UTÓPICO, O PAÍS VAI QUEBRAR ETC.ETC. DEVEMOS DISCUTIR AS FONTES DESSES RECURSOS!

    Recursos para a Educação:

    1) Renegociar a dívida pública.
    2) Criar uma CPMF ( algo definitivo!) de 0.5%, exclusivamente, para a educação básica. Precisamos de uma arrecadação adicional superior a 100 bilhões de reais. No total, temos que investir mais de R$ 200 bilhões, só na educação básica!
    3) Os pais pagariam 5% do salário/entrada, por cada filho matriculado.
    4) O bolsa família passaria para a educação. São mais de 20 bilhões. Parte dos participantes idosos ou incapazes, sem filhos, seriam atendidos por um programa de segurança social.
    5) Federalizar a educação básica. Precisamos de igualdade educacional, em todas as regiões do país.
    6) Inicialmente, investir, pelo menos, 40% das reservas na construção de grandes centros educacionais e preparação de professores.
    7) As escolas de pequeno porte serão transformadas em creches.
    8} Mobilizar todo o pais em função de UM PROJETO PARA A EDUCAÇÃO NO BRASIL.
    9) Escola em tempo integral, para toda criança a partir do 04 anos. Nenhuma criança perambulando nas ruas!
    10) O partido que proponho deve adotar isso no seu programa! Nada de frases genéricas!

    Pertenço ao conjunto daqueles que desejam ver o ideal, a atuação, de todos que almejam um mundo melhor sendo a popa dessa nau, onde se encontram a hélice que possibilita singrar por esse mar de injustiças e o leme que conduz esse PARTIDO (a nau).

    Esse périplo, com destino ao porto dessa viagem, não necessariamente deve ter uma data rígida, mas é urgente. A tripulação dessa nau deve estar atenta à carta de navegação, para evitar um naufrágio ou encalhe. Essa carta é o estatuto com regras de navegação rígidas e claras, com instrumental participativo.

    O comandante não poderá, ao seu belprazer, alterar essa rota sem o aval da tripulação. No destino desse porto estarão esperando, de braços abertos: a EDUCAÇÃO, logo na frente, clamando por 15% do PIB para que as crianças tenham escolas descentes, em tempo integral, com café da manhã, com almoço, com esporte, com janta e com transporte.

    A SAÚDE vem em seguida dizendo que apoia, integralmente, esse pleito; pois ela está ciente dos benefícios que terá com tantas crianças bem nutridas e com a certeza que os pais, também, menos estressados e melhor alimentados serão beneficiados, dispensando, inclusive o bolsa família que passa a ser um aporte a esse programa de salvação nacional.

Maria Paula

Pesquisas e a realidade estão aí para quem quer ver e tem sensibilidade que assassinatos ocorrem e são os negros os que mais pagam com suas vidas. Agora ainda tem a “justiça” das correntes.É terrível!
Concordo que o que vivemos hoje é resultado do passado da ditadura.

Paulo Henrique Tavares

O problema da esquerda (com todo o respeito) é que vivemos no mundo da lua. Basta achar o que é “certo/justo”, logo, trata-se de um consenso e que não existem vozes dissonantes.
É o contrário, a direita está aí, ela é racista, violenta e ilógica. O i do influência do econômico é brutal. Os interesses dos mais ricos vêm sistematicamente se sobrepondo ao da maioria da população, em quase todos os cantos do mundo.
O que a esquerda deve fazer é buscar pontos em comum e lutarmos juntos contra a direita e não um amontoado de sem votos (ou pouco votos) que para terem espaço na tv (especialmente rede Globo) toca o samba de uma nota só: chamada “ética”, de mãos dadas com a própria direita que o deputado aqui “está preocupado” para destruir o pt pelas suas virtudes e não defeitos. Pois nunca as elites foram pela “ética”.

Péricles

Talvez o melhor sentimento não seja a preocupação, meu caro Chico. Você, que ajudou a escrever o BRASIL VIVO, sabe mais do que este rebelde mortal que esta é a realidade existente. E cabe à política, mais do que lamentá-la, identificá-la e analisá-la qualitativa e quantitativamente. Reconhecê-la e combatê-la. Descrevê-la e desmoralizá-la com a força argumentos. Preocupação não ganha o jogo, mas às vezes umas boas cotoveladas podem deixar o adversário bem mofino. Ainda somos, ao menos aqui, a maioria. Um abraço.
PS. Será que o artista não poderia preparar umas cópias da obra para que possamos disseminá-las? Eu gostaria de ter uma na parece da minha sala de trabalho. Será que precisa de autorização da juíza que comprou o original para utilizar cópias?

    Carlos Latuff

    Péricles, não precisa autorização para reproduzir esta imagem especificamente. Eis a versão em alta definição:
    Imprima, ponha numa moldura e pendure na parede.

    Mário SF Alves

    Ih! Aconteceu comigo. Hoje usei uma crítica sua, e sem o cuidado e, mesmo, a ética do Péricles.

    Foi essa:

    ___________________________________
    Me desculpe. No mais, vida longa e parabéns!

    Dimas

    A velha cantilena do petismo que tomou as bandeiras da direita e segue sua orientação. Senhores, não dá prá ficar se escondendo atras de acusações idiotas. O que vocês devem explicar é a sua nulidade diante destes descalabros. Não se vê mais o PT defender as bandeiras caras à esquerda. Tornaram-se um partido que tem em vista tão somente o poder e buscam disfarçar esse desvio atras de ataques sem sentido aqueles que levantam as bandeiras que o PT abandonou.

Romanelli

JAMAIS entendam que eu não comungam com a preocupação representada no quadro, ao contrário, mas..

..mas, alguém já pensou em crucificar cidadãos policiais sendo alvejados por mascarados vestindo camisetas do crime organizado? ..e ente da classe média sendo assassinada por moleques ?

Sim, se pra um pra todos ..pq esta de se vitimar apenas alguns escolhidos, é o que me incomoda

Inclusive daqui eu concluo e repito, o problema da nossa violência não esta na PELE, nem no SEXO ..ela é AMPLA, geral, IRRESTRITA, pega em João, como em Maria ..tem sim uma parte em fundo social, mas também muito do cultural, que inclusive bate nas LEIS e na forma como lidamos com os desviados.

..e enquanto não entendermos que tudo isso é fruto da nossa cultura, da nossa sopa de valores, do desprezo à vida, enquanto ficarmos focando na escolha de vítimas, vai ser isso ..nada muda, e viva o coitadismo ??!!

    Rogerio Santistíssimo

    Então, Sr Romanelli, faça valer a sua comparação, nós queremos dados:
    Qual a proporção de policiais mortos por mascarados em relação ao número de mortos por policiais? Qual a proporção de mortos pela violência na periferia por violência policial em comparação aos mortos da classe média assassinados por moleques? Qual a proporção de violência doméstica contra as mulheres comparada contra a violência contra os homens?
    O blog é democrático, todos podem participar,é preciso,porém, saber que o debate aqui costuma ser travado em alto nível, não em achismos como os seus. Se eu quiser ler “reflexões” iguais a suas, eu não venho ao VIOMUNDO, vou ao portal de veja e de outros bagulhos do pensamento único. Números por favor.

    Mário SF Alves

    Pois é, Rogério Santíssimo, é esse mais um exemplo dessa versão chapada da realidade. E, lamentavelmente, o Romanelli não é o único. Isso já virou rotina nessa mídia fora da lei, que ainda insiste em se perpetuar no Brasil. Fazem tabula rasa de tudo. Adoram comparar em termos absolutos entidades incomparáveis absolutamente. Exemplo bastante comum é essa cotidiana e reles comparação entre Brasil e USA; Brasil e Argentina; Brasil e Venezuela, e agora, por último, isso: agentes de poder excludente, opressores, portanto, e oprimido. Agem e reagem como se fosse tudo igual, dotamos de iguais oportunidades, de iguais perspectivas, de igual passado e história e de igual poder.

    Cassius Clay Regazzoni

    Seu erro é querer igualar um agente do estado criminoso com um criminoso comum.

    Quem apoia a manifestação do Latuff, não o faz porque é insensível aos riscos que os policiais honestos enfrentam em seu mal remunerado ofício, nem é a favor de criminosos.

    O faz porque é inconcebível que agentes do Estado, com poder de polícia, abusem deste poder para praticar violência injustificada contra os menos favorecidos.

    Não é preciso nem dizer que policiais corruptos e violentos, praticam estas atrocidades apenas contra pessoas vulneráveis. Contra pessoas que tem algum poder ele sempre foram covardes.

    Deixe de ser reacionário e ignorante, este é o mesmo argumento estúpido daqueles que são contra os “direitos humanos”, alegando que os direitos humanos só beneficiam bandidos.

    Ora, nenhuma pessoa com um mínimo de inteligência acredita que bandidos violentos se preocupam ou devam se preocupar com a integridade física ou dignidade de suas vítimas (direitos humanos), mas, qualquer pessoa de bom senso sabe que deve haver limites para atuação de agentes estatais, sob pena de se legitimar a própria violência dos bandidos.

JORGE

Azenha.

Infelizmente, sinto que a ditadura militar fez estragos imensuráveis na sociedade brasileira, dentre eles, foi o de indicar membros do Ministério Público e Judiciário. Lembremos SEMPRE. A ditadura não fazia concurso e sim colocava os AMIGOS.

Os amigos ainda vão ser maioria por muito tempo. Para infelicidade geral da nação brasileira.

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