Bombardeio midiático: como foi a disputa eleitoral no Peru

Tempo de leitura: 7 min

O bombardeio midiático: lições da eleição no Peru

Assim como aconteceu com os oito anos do governo Lula e com a eleição vitoriosa de Dilma Rousseff, no Peru, a maioria dos grandes meios de comunicação promoveu um pesado bombardeio contra a candidatura de Ollanta Humala, que acabou vitoriosa. O grupo El Comercio liderou o ataque contra Humalla. Nas palavras de um historiador peruano, “o desempenho do El Comercio merece uma menção especial, pelo seu esforço homérico em destruir sua própria credibilidade”. Como ocorreu no Brasil, a grande mídia peruana acabou derrotada pela realidade, no caso uma vontade de mudança que se tornou majoritária no país. O artigo é de Martín Granovsky, do Página/12.

Martín GranovskyPágina/12, reproduzido na Carta Maior

Se acontece mais de uma vez, não deve ser casualidade. E aconteceu. Ollanta Humala ganhou o segundo turno apesar do ataque virulento do El Comercio, o grupo midiático que domina o mercado do Peru. O fenômeno repete o que ocorreu nas últimas eleições presidenciais sul-americanas, vencidas pela brasileira Dilma Rousseff, em outubro último, com 54% dos votos.

O grupo El Comercio, da família Miró Quesada, controla o jornal do mesmo nome. Foi fundado no século XIX como La Nación, tem o peso empresarial do grupo Clarín e dispõe da capacidade articuladora de interesses que, juntos, ambos representam. Também é co-proprietário da TV Peru, que por sua vez controla a Plural TV, que por sua vez controla a Companhia Peruana de Radiodifusão e Produtora Peruana de Informação (Canal N). Além do jornal El Comercio, o grupo é dono de outros três, Trome, Peru.21 e Gestão, e das revistas Somos, Ruedas y Tuercas, e PC World.

Foi daí que partiu o bombardeio massivo (“cargamontón”, como se diz no Peru) contra Humala e a defesa de Keiko Fujimori.

Na agressão, El Comercio perdeu seu principal colunista, Mario Vargas Llosa. O escritor deu instruções ao jornal El País, da Espanha, que vende suas colunas, para mudar-se para o jornal la República, onde começou a publicar no domingo das eleições. Antes enviou uma carta de renúncia a Francisco Miró Quesada, Diretor do El Comercio. Vargas Llosa escreveu:

“Desde que um punhado de acionistas, encabeçados pela senhora Martha Meier Miró Quesada, tomou o controle desse diário e do grupo de canais de televisão e periódicos dos quais é proprietário, o jornal se converteu em uma máquina propagandista da candidatura de Keikom Fujimori, violando as mais elementares noções da objetividade e da ética jornalística; silencia e manipula informações, deforma os fatos, abre suas páginas às mentiras e calúnias que podem prejudicar o adversário, ao mesmo tempo em que, em todo o grupo, jornalistas independentes são demitidos ou intimidados, e se recorre às insídias e golpes baixos dos piores pesquisas que vivem do sensacionalismo e do escândalo”.

E acrescentou:

“Não posso permitir que minha coluna “Pedra de toque” siga aparecendo nesta caricatura do que deve ser um órgão de expressão genuinamente livre, pluralista e democrático”.

Vargas Llosa não é um esquerdista desaforado. Os leitores do Página/12 tiveram a oportunidade de conhecer em primeira mão, na entrevista publicada no dia 22 de abril, suas advertências contra “as debilidades coletivistas” dos social-democratas e sua afirmação de que “a intervenção do Estado gera injustiça”.

Em 1990, após ser considerado favorito, Vargas Llosa perdeu as eleições para Alberto Fujimori, que o derrotou no segundo turno. Depois, em 1992, o escritor se opôs ao auto-golpe e à dissolução do Parlamento. A reação de Fujimori foi tão violenta que a Espanha concedeu nacionalidade a Vargas Llosa para apoiá-lo.

O caso de Vargas Llosa marca um ponto interessante no debate sobre os meios e o poder. Vargas Llosa deixou o jornal El Comercio porque viu ferido seu narcisismo ante uma possível vitória de Keiko Fujimori, a filha do tirano? É uma pergunta que não tem resposta. Talvez tampouco tenha sentido. Na política, valem os fatos. E Vargas Llosa produziu três. Um, anunciar seu voto para Alejandro Toledo, no primeiro turno. Disse que eleger Humala ou Keiko era “escolher entre o HIV e o câncer”. O segundo fato, depois da derrota de Toledo, foi avisar que votariam em Humala considerando-o um “o mal menor”. O terceiro foi abandonar o El Comercio.

Para além do que vai ocorrer no futuro entre Humala e Vargas Llosa, uma hipótese é possível: o autor de “Os cachorros” deixou El Comercio porque acreditou que o grupo midiático ultrapassou um limite. Qual? O limite da democracia. Vargas Llosa é um liberal que, com incongruência, apoia neoconservadores que sustentaram ditaduras, como Milton Friedman no caso do Chile, às quais ele mesmo se opôs. Convém levar em conta que Humala ganhou no segundo turno por pouco menos de 3% dos votos: 51,45% contra 48,54. Se sua base foram os pobres da serra e os pobres do litoral, é evidente que conseguiu desequilibrar o resultado com o apoio de uma parte dos setores médios e inclusive de setores médios com explícitas ideias de centrodireita, como Vargas Llosa.

Humala derrotou o grupo El Comercio? Talvez seja mais proveitoso experimentar outro cenário: Humala liderou uma mudança e entrou em sintonia com ela, enquanto El Comercio foi contra. E a mudança – presente no humor social, no sentido comum, na alma dos peruanos – varreu tanto Keiko como o El Comercio. Se os grandes grupos de poder não são invencíveis, por que o seriam os grupos midiáticos gigantes que articulam a expressão desses grupos? Por que triunfariam quando diante deles há uma aliança social e uma construção política.

O nome de Lula ressoou na campanha peruana. É possível que, como símbolo, a palavra Lula desperte menos resistências que a palavra Chávez. Mas, como estratégia de fundo e não só de marketing eleitoral, Humala se inspirou no método lulista de alianças. Entre o primeiro e o segundo turno, não teve dúvida em reunir-se com Toledo, em agradecer o apoio de Vargas Llosa e em prometer que faria “um governo de concertação nacional” baseado na honestidade. E, ao mesmo tempo, manteve sua promessa dupla de ampliar as políticas sociais de educação, assistência e saúde e de implantar um imposto especial para a renda extraordinária da mineração. O grupo El Comercio, como Keiko, acabou indo contra a maioria dos peruanos que acreditaram no projeto de Humala.

El Comercio não se deu por vencido nem quando o escrutínio atingiu um ponto sem retorno. No dia 7 publicou a seguinte manchete: “Incerteza por falta de sinais claros”. Em um dos títulos secundários admitia que “o volume de negociações foi baixo”, mas assinalava que “a Bolsa de Valores de Lima teve a pior queda da história, com 12,45%”. Acrescentava que “especialistas sustentam que devem ser definidas com rapidez as novas cabeças do Ministério de Economia e Finanças e do Banco Central” e, em um editorial, indicava que “o novo presidente deve dar uma mensagem tranquilizadora aos cidadãos, ao mercado e aos setores econômicos”. Puro terrorismo financeiro.

No mesmo dia, o jornal La República escolheu outro título: “Ollanta dá o primeiro passo”. Informava sobre a designação de uma comissão de transferência do poder desde o triunfo até a posse, dia 28 de julho, sob o comando da vice-presidenta eleita Marisol Espinoza.

La República publicou uma interessante coluna do historiador Nelson Marique, “Balanço de feridos”. “As dúvidas em torno do que um governo de Humala poderia representar foram minimizadas pela perspectiva de contribuir para o retorno do fujimorismo”, escreveu Manrique. “Não conheço nenhum outro momento da história peruana em que tenha se produzido uma convergência tão ampla e comprometida de escritores, cientistas políticos, cineastas, sociólogos, jornalistas, historiadores, linguistas, educadores, etc., em torno de uma causa comum resumível em duas palavras: decência e dignidade”. Para Manrique, esse “aval ético” envolve “a responsabilidade de exercer vigilância sobre os atos do novo governo”.

É aguda a análise sobre a contribuição do grupo El Comercio para o triunfo de Humala. “Desempenhou também um papel importante o ‘efeito saturação’ provocado pela campanha de demolição empreendida pela maioria dos meios de comunicação contra Ollanta Humala. Quando, em uma campanha propagandista, se baixa de um certo ponto, ela deixa de ser efetiva e acaba produzindo o efeito contrário ao desejado. O bombardeio midiático ultrapassou amplamente esse limite e suas mensagens não só deixaram de funcionar, como alimentaram o ceticismo dos espectadores em relação ao desempenho do grosso da imprensa, rádio e TV. O desempenho do grupo El Comercio merece uma menção especial, pois fez um esforço homérico para destruir sua própria credibilidade”.

Segundo Marinque, El Comercio passou tanto, mas tanto, do limite que, ao final, se converteu “em uma excelente recordação de como foram os tempos de Fujimori”.

Lula governou oito anos com a oposição ferrenha do jornal Folha de São Paulo, da revista Veja e da Rede Globo. Deixou o poder no dia 1° de janeiro deste ano com uma popularidade superior a 80%. A melhoria real da vida dos brasileiros, mais sua percepção subjetiva de uma melhora – Lula sempre fala da recuperação da autoestima e esse foi seu elogio a Néstor Kirchner no velório do ex-presidente – atuaram como um dique de contenção contra o qual se esborrachou o bombardeio da grande mídia do Brasil.

Dilma ganhou no segundo turno apesar de as elites políticas brasileiras terem chegado a demonizá-la porque havia declarado seu apoio à descriminalização do aborto. Ganhou em virtude do peso da realidade, sintetizado na incorporação de 36 milhões de brasileiros ao mercado, pelo poder de comunicação do próprio Lula e pelo boca a boca. A televisão pública recém começa e experiências baseadas em valores de justiça social como a revista Carta Capital ou o site Carta Maior são importantes, mas não massivas.

A aposta atual do ministro de Comunicações de Dilma, Paulo Bernardo, esposo da nova chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, é ampliar o programa de banda larga e garantir um serviço de um mega para 40 milhões de brasileiro a um preço de um décimo do salário mínimo mensal, de hoje até 2014. De acordo com dados do Sindicato Nacional de Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal, para garantir que 74% da população esteja coberta até 2020, o Estado e a iniciativa privada devem investir cerca de 130 bilhões de dólares.

Com uma plataforma digital acessível podem se plasmar formas de diversidade como as que propõe a Lei de Serviços de Comunicação Audiovisual na Argentina, ou podem se expressar, a partir da sociedade civil e da articulação política, forças como as que levaram à vitória da frente Ganha Peru. Mesmo sem uma plataforma digital barata e massiva, os simpatizantes de Ganha Peru, em lugar de teorizar sobre as redes sociais ou a análise do discurso – matéria de especialistas – decidiram usar toda a web. Um desses simpatizantes escreveu:

“Se você possui uma conta de correio, blog, website, ou participa de redes sociais (facebook, twitter, etc.), urge assumir a responsabilidade de difundir para teus contatos duas ideias chave para enfrentar a grande mídia e evitar que te imponham o voto. A primeira, que as propostas de mudança provém da frente Ganha Peru e de seu candidato Ollanta Humala. A segunda ideia é que deve lembrar teus destinatários dos crimes cometidos pelos Fujimori, como La Cantuta, Barrios Altos, Pedro Huilca”.

A simplicidade didática, no Peru, foi parte de uma articulação política em favor de um objetivo. Ocorre o mesmo quando um fato negativo lança uma luz de alerta. Antonio Palocci, o ex-chefe da Casa Civil, não renunciou porque a informação sobre seu enriquecimento saiu na Folha de São Paulo. Deixou o cargo porque não pode explicar nem sua riqueza súbita nem dizer quais eram os clientes de sua empresa de consultoria antes de assumir como braço direito de Dilma.

Para além das questões jurídicas, o PT entendeu que, se Pallocci permanecesse no Planalto acabaria prejudicando a presidenta e o governo inteiro. Com Lula em 2005 e 2006, o PT aprendeu que os escândalos não devem crescer porque desgastam a base de sustentação da presidenta e que, em troca, essa base aumenta quando as políticas de maior justiça que dão identidade a um projeto popular são implementadas sem ruídos de forma e de fundo. E, claro, sem medo do bombardeio midiático.

Tradução: Katarina Peixoto

Clique aqui para ver como foi o golpe midiático nas eleições da Bolívia

Clique aqui para ver o golpe midiático na Venezuela, que não deu certo

A aqui para ver o golpe midiático no México, que deu certo


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Comentários

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Bonifa

"El Comercio passou tanto, mas tanto, do limite que, ao final, se converteu “em uma excelente recordação de como foram os tempos de Fujimori." O mesmo aconteceu com a imprensa conservadora brasileira. Passou tanto dos limites que lembrou os piores momentos da Ditabranda.

SILOÉ -RJ

E por falar em bombardeio, realmente o mundo esta mudando e pra melhor.
ACABA DE SER BOMBARDEADO PELA POPULAÇÃO ITALIANA, NADA MAIS NADA MENOS QUE "ELE": O GRANDE MAFIOSO, DONO DA MÍDIA, O PEDÓFILO, E CORRUPTO —SÍLVIO BERLUCONI.
E a esquerda agora podendo se manifestar, pede a sua renúncia.
Já – já ele cai.

SILOÉ -RJ

MÍDIA = MÁFIA – Em qualquer país democrático onde se queira dar mais educação e condições dignas ao povo.

ZePovinho

VEJAM A PETULÂNCIA DOS SIONISTAS:
http://resistir.info/brasil/sionistas_contra_pcb….

Brasil: Sionistas contra o PCB

– querem criminalizar o partido e cassar o seu registro no Tribunal Superior Eleitoral

por PCB

Fomos informados de que uma entidade chamada CONIB (Confederação Israelita do Brasil) teria formalizado, no início deste mês, representação contra o PCB (Partido Comunista Brasileiro), junto ao TSE, alegando prática de "antissemitismo", por ter a página do partido na internet publicado artigo denominado "Os Donos do Sistema: o Poder Oculto; de Onde Nasce a Impunidade de Israel".

Na apresentação de seu portal, a entidade se assume sionista, posiciona-se "na linha de frente do combate ao antissemitismo" e oferece "links" para todas as organizações sionistas de Israel, dos Estados Unidos e de âmbito mundial ou nacionais, a imensa maioria de direita.

Apesar de ainda não conhecermos os termos da representação (não divulgada pela entidade), inferimos que sua verdadeira intenção é tentar cassar o registro do PCB, como se se fosse possível calar a voz dos verdadeiros comunistas brasileiros. Nosso partido – o mais antigo do Brasil, fundado em 1922 – foi escolhido criteriosamente para esta ofensiva por razões que nos orgulham. Além de lutarmos pela superação do capitalismo, praticamos com firmeza e independência o internacionalismo proletário, a solidariedade a todos os povos em luta contra o imperialismo e o sionismo, cujo significado não se refere ao seu conteúdo original, mas ao caráter atual do movimento, hegemonicamente fascista e imperialista.

A nosso ver, trata-se de uma ação política, muito mais do que jurídica.

O texto que provocou a reação da CONIB é de autoria do jornalista argentino Manuel Freytas, divulgado originalmente no sítio eletrônico IAR Notícias, e reproduzido mundialmente em pelo menos mais de trinta portais progressistas e anti-imperialistas, listados ao final desta nota.

Segundo a apócrifa nota publicada pela citada CONIB ( http://www.conib.org.br ), o texto se utiliza "de imagens apelativas, distorções da realidade e argumentos conspiratórios e claramente anti-semitas", revelando "alto grau de desconhecimento do cenário político-econômico internacional", por repetir (agora no século 21!) chavões da obra "Os Protocolos dos Sábios de Sião, farsa montada pela polícia czarista da Rússia, no século 19". Assim, o PCB é acusado de "incentivar a discriminação e a proliferação da intolerância religiosa, étnica e racial em nosso país".

Termina a nota afirmando que a representação baseia-se na Lei Orgânica dos Partidos Políticos, com a "finalidade de evitar que abusos e inverdades desencadeiem preconceitos contra a comunidade judaica brasileira".

Diante deste fato, o PCB vem a público se pronunciar:

1 – O PCB não se intimidará diante da pressão de organizações sionistas de direita e continuará prestando ampla, geral e irrestrita solidariedade ao povo palestino, vítima da escandalosa impunidade de Israel, tema do artigo considerado ofensivo. Desrespeitando todas as Resoluções da ONU, o estado israelense continua ampliando a ocupação de territórios dos palestinos, derrubando suas casas, criando o chamado "Muro do Apartheid", invadindo e cercando a Faixa de Gaza, onde impede a entrada de ajuda humanitária (inclusive alimentos e medicamentos), assassinando e prendendo militantes palestinos, mantendo mais de 11.000 deles em condições abjetas em seus cárceres. Mais do que isso, continuaremos a denunciar que Israel se transformou numa enorme base militar norte-americana no Oriente Médio. O país é o primeiro destino da ajuda militar estadunidense no mundo e o único do Oriente Médio a ter direito a armas nucleares, sem permitir a inspeção internacional que exige de outros países. ……………………………

FrancoAtirador

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Entrevista com Paulo Bernardo na Carta Maior:

http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMos

FrancoAtirador

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Enquanto isso no Médio Oriente:

EUA MANTÊM CAMPANHA SECRETA DE BOMBARDEIOS NO IÊMEN, DIZ "NEW YORK TIMES"

“Washington, 8 jun (EFE)- Os Estados Unidos mantêm uma 'guerra encoberta' no Iêmen contra alvos “vinculados à rede terrorista Al Qaeda” [sic] [assim são convenientemente classificados todos os oposicionistas e rebeldes árabes nos países onde os EUA querem manter os atuais governos], atacando-os com aviões não tripulados (Predator drones), aproveitando o vazio de poder no país, informa na quarta-feira o jornal "The New York Times".

A campanha secreta americana se nutre dos enfrentamentos que feriram e afastaram do país o presidente Ali Abdullah Saleh, internado em um hospital na Arábia Saudita, segundo o jornal, que cita fontes do Governo americano.

Diante da escalada de violência relacionada aos protestos populares, as tropas iemenitas que lutavam contra “militantes da Al Qaeda” [sic] no sul do país voltaram à capital, Sana, indica o "New York Times".

Nesse cenário, o Governo americano "vê os ataques aéreos como uma das poucas opções que lhe restam para evitar que “os militantes” [sic] consolidem seu poder", acrescenta o diário.

A campanha é liderada pelo “Comando Especial de Operações Conjuntas do Pentágono” e coordenada com a “Agência Central de Inteligência” (CIA), de um posto de controle em Sana que recebe as informações de inteligência sobre os alvos.

A CIA considera que “o braço da Al Qaeda” [sic] na Península Arábica apresenta o maior risco imediato para os Estados Unidos, mais ainda que as ações que possam tomar os “líderes da organização terrorista” [sic], supostamente escondidos no Paquistão.

Na sexta-feira da semana passada, os caças-bombardeiros americanos mataram o “espião da Al Qaeda” [sic] Abu Ali al-Harithi e a outros suspeitos de fazer parte da organização, em um ataque no sul do país que matou também quatro civis, indica o periódico.

Semanas antes, aviões não tripulados lançaram um ataque frustrado contra o clérigo “radical” Anwar al-Awlaki, um dos homens mais procurados pelos Estados Unidos.

Os bombardeios representariam o fim de uma trégua de quase um ano de duração nos ataques aéreos americanos no Iêmen, paralisados diante das denúncias de que algumas das missões tinham errado em seus alvos e provocado mortes de civis.

Segundo um alto funcionário do Pentágono citado pelo "New York Times", a perseguição a alvos da Al Qaeda se complicou pelo fato de que seus “militantes” se misturaram com “outros rebeldes” e com aqueles que protestam contra o Governo.

Isso dificulta a tarefa dos Estados Unidos que, por enquanto, mantêm posição “tímida” [sic!] no conflito entre o Governo e os manifestantes e indicou que o país deve promover uma "transição ordenada" de poder, mas não questionou a legitimidade de Saleh.”

http://democraciapolitica.blogspot.com/2011/06/eu

João PR

Devagar a América Latina está conseguindo, apesar do PIG em todos os locais (Peru, Argentina, Brasil, Equador, e outros), dar uma guinada na sua história.

Porém, devemos ter cuidado e, aqui no Brasil, criar o PNBL urgentemente. A população não pode se informar apenas através do "Casal 45" e outros "programas jornalísticos" do PIG.

P.S. Quando é que o Congresso vai regulamentar o artigo da Constituição de 1988 sobre a questão da propriedade dos meios de comunicação??????

Jayme V. Soares

Se a Presidenta Dilma quer que seja dada continuidade ao seu projeto político, com real melhoria na distribuição de renda e inclusão social, deve urgentemente implementar a Lei de Midia.Os exemplos corrosivos, antidemocráticos, fomentados pelo PIG, poderosissima arma midiática a serviço de interesses de governos alienígenas imperialistas, pode ser amplamente constatado em quase todos os Países da América Latina; eles fizeram tudo para que Ollanta Humala, candidato popular, de esquerda à presidência do Peru, perdesse as eleições. E usarão de todos os recursos de meios de comunicação mentirosos e sórdidos para que a direita retome o governo do Brasil; aí então será o retorno dos brasileiros à desilusão e escravidão.

Lazlo Kovacs

Sinceramente, gostaria de recomendar a leitura de um artigo, acessando a página abaixo:

*** http://educacao.uol.com.br/atualidades/eleicoes-n

Quem é da Uban não poderia escrever de outro modo.

ZePovinho

A quarta e última parte do documentário da BBC,"O Século do Ego":

Oito pessoas bebendo vinho em Kettering – 1 de 5

[youtube GNhLYwyORM0 http://www.youtube.com/watch?v=GNhLYwyORM0 youtube]

ZePovinho

O nome da série da BBC que trata do uso das ideias de Freud(e outros,como Reich) para controle social e de mercado,em quatro episódios,é "The Century Of The Self".Coloquei os endereços das 3 primeiras partes no YOUTUBE.Depois coloco onde baixar as 4 partes.É essencial,acho eu,para saber como a mídia corporativa opera.
Eu adoro a BBC.A TV BRASIL bem que podia seguir esse modelo,né??

ari alves

O Ricardo Setti, da Abril, inventou uma tal de Ana, no Facebook, e está preparando para este sábado o movimento Cansei 2.

ZePovinho

A terceira parte da série da BBC que fala sobre o controle da população por meio da mídia,usando a teoria psicológica.Imperdível!!!

Há um policial dentro de nossas cabeças. Ele deve ser destruído – 1 de 6

[youtube Bw4X_9UUKwI http://www.youtube.com/watch?v=Bw4X_9UUKwI youtube]

    Fabio_Passos

    Sensacional!

    Elisabeth

    Éh, chega ser assustador! BBC é um exemplo de Tv a serviço da verdade! Chego a pensar como é possível existir uma BBC com poder da a mídia corporativa distorcida em todo o mundo?? O que garante toda esta independência a BBC.

O_Brasileiro

Não sei o que foi pior na época da televisão, se sua massificação ou se a péssima qualidade dos programas que exibia…
Agora, na era da internet e, principalmente, das redes sociais, aboliu-se aquela sórdida intermediária, que tantas vezes ocultou a verdade!!!

ZePovinho

Aqui está um pedaço do documentário "Engenharia do consentimento",que cai como uma luva nesse post sobre o Peru que traz lembranças sobre o golpe de Estado na Guatemala(em 1954) quando a United Fruit contratou Edward Bernays(o sobrinho de Freud e guru de Josef Gobbels na arte da propaganda com o uso das ideias de Freud) para fazer uma violenta campanha anti-comunista contra Jacobo Arbenz.Depois eles o mataram,simples assim,como nos relata John Perkins no livro "Confissões de um assassino econômico":
http://pt.scribd.com/doc/30706233/Confesiones-de-

[youtube 6pSNGXhA5yA http://www.youtube.com/watch?v=6pSNGXhA5yA youtube]

Wilson Estrella – BH

…"violando as mais elementares noções da objetividade e da ética jornalística; silencia e manipula informações, deforma os fatos, abre suas páginas às mentiras e calúnias que podem prejudicar o adversário, ao mesmo tempo em que, em todo o grupo, jornalistas independentes são demitidos ou intimidados, e se recorre às insídias e golpes baixos dos piores pesquisas que vivem do sensacionalismo e do escândalo”.

Uai, ele está falando da Foia, do Estadão, do Grobo e da Venus Platinada?

strupicio

a unica coisa que se aprende com a historia..é que não se aprende nada com a história..

trombeta

Estive em Lima uma semana antes do primeiro turno, o PIG de lá trabalhava para colar em Humala o rótulo de chavista e também de o Brasil (entenda-se o PT) estar financiando a campanha do candidato de esquerda.

Realmente, foi um bombardeio equivalente ao que a RBS/globo fez contra o governo do petista Olívio Dutra no RS.

O saldo disso tudo é só um, o maior perdedor e derrotado político dos últimos 8 anos é a mídia!

Marat

Bons tempos em que os jornais ainda apoiavam algumas reivindicações populares. Já faz muito tempo que eles se estragaram em nome do Deus Mercado…

ZePovinho

ORTODOXIA TREME : OBAMA QUER UM BANCO ESTATAL COMO O BNDES

Diante de uma crise que não cede, mesmo depois de o governo despejar US$ 1,3 trilhão no metabolismo dos mercados, retidos, em boa parte, nos cofres da banca privada –que prefere investir em títulos públicos ou especular nas bolsas de commodities a financiar a demanda e o investimento– o presidente Barack Obama cogita agora criar um banco de desenvolvimento estatal, semelhante ao BNDES brasileiro. A intenção é ter uma ferramenta contracíclica , induzindo investimentos em infraesterutura para injetar algum oxigênio à atividade econômica. A crise e sua longa convalescência evidenciaram o custo elevado do desmonte do aparato público promovido por três décadas de neoliberalismo nos EUA, iniciado com Reagan, em 1981, passando por Clinton nos anos 90 até o seu esfarelamento completo com Bush. Em 2007/2008, quando os mercados entraram em parafuso com a crise das sub-primes, o governo não dispunha de mecanismos para se contrapor à lógica pró-cíclica, sobretudo das finanças, que agem como manada, exacerbando períodos de alta e agravando as dinâmicas recessivas. A reação de Obama , algo tardia, mas sobretudo amesquinhada pela resistência republicana que deseja impor limite acanhados à instituição – no ano passado, por exemplo, o BNDES concedeu US$ 96,32 bilhões em empréstimos, 3 vezes mais que o BID controlado pelos EUA, com US$ 28,8 bi– traz importantes lições ao Brasil. Um dos maiores acertos do governo Lula foi ter preservado e expandido o fôlego do sistema financeiro público que permitiu ao país resistir e reverter a espiral recessiva e voltar a crescer. Entre 2008 e 2010, quando a banca privada deixou o país na mão criando uma crise de crédito, o BNDES aumentou sua fatia no financiamento produtivo de 9,4% para 22,5% O dispositivo midiático demotucano fez fogo e criticou as tendências estatizantes do empréstimo público subsidiado ( a taxa de juro do BNDES é de 6% contra Selic de 12,25%). A intenção de Obama agora reafirma a relevancia desse ferramental num mundo onde nações se tornam reféns da incerteza financeira, que imobiliza governos e partidos desprovidos de instrumentos para enfrentá-la. O PT e o governo Dilma devem resistir ao canto da sereia que volta a demonizar o papel do Estado na economia e a dourar a pílula das privatizações como panacéia de eficiência.
(Carta Maior; 2º feira,13/06/ 2011)

    Elisabeth

    Estou começando achar que Obama que se naturalizar brasileiro, rs Não é a primeira vez que ele fala em "copiar" coisas do Brasil, rs

Sebastiana Lancaster

Esse aí é outro maluquete bolivariano que vai arrebentar com o Peru igual o Chaveco Beiçolão está fazendo com a Venezuela.

    Polengo

    Sei, e quem vai arrumar o país depois é o grupo "El Comercio".

    dukrai

    troll inventa cada nome rs

    João PR

    Sebastiana (Camem???):

    Sugiro que você se informe por outros canais que não apenas o PIG.
    Este seu "complexo de vira-lata", que tem em si o conceito de que a América Latina não consegue se conduzir por si só é coisa da teoria da dependência. O mundo mudou! FHC caiu no esquecimento! E a Améria Latina, "apesar de você" (e de gente como você), vai muito bem obrigado.
    Basta você olhar para a Europa e ver como estamos bem.
    Sugiro que você peça o green-card e vá para as terras do Obama trabalhar (se arranjar trabalho) como camareira em algum hotel. Daí você verá como estão os países ditos "desenvolvidos".

luiz pinheiro

O mercado já tem em mãos a economia, a mídia.
Não podemos deixá-lo dominar também a campanha eleitoral.
Financiamento público exclusivo já!

Joe

Engraçado como não há, nem a preocupação de mudar o discurso.
" O mercado isso… , os investidores aquilo…., a instabilidade…. e etc;…"
O Sr. Mercado, é um sujeito interessante. Ele controla todos os grupos de
agências de publicidade pelo mundo afora. Ele praticamente "é"
o anunciante supremo ( ou todos ). Tem a mídia na mão.
Absolutamente toda a grande mídia fala e pensa o que ele quer, ou o que acham
que ele pode querer.
Ah Seu Mercado….se eu soubesse antes, antes de tudo… nunca tinha tomado uma Coca-Cola na vida.

ZePovinho

A mídia corporativa continua acreditando nas ideas de Anna Freud(filha do Freud) e Edward Bernays(sobrinho de Freud).Ambos não acreditavam que o povo fosse capaz de decisões racionais,advogando que nós tínhamos de ser conduzidos por uma elite governante.
Edward Bernays foi o precursor de Joseph Goebbels,que aplicou as técnicas de propaganda desenvolvidas pelo sobrinho de Freud(nos EUA) para despertar o espírito de rebanho no povo alemão.Esses documentários explicam tudo:

Máquinas de felicidade
[youtube ZndYVCzZAwA http://www.youtube.com/watch?v=ZndYVCzZAwA youtube]

A engenharia do consentimento

[youtube ZzJaoQMdkD4 http://www.youtube.com/watch?v=ZzJaoQMdkD4 youtube]

M. S. Romares

Sobre o vargas llosa: nunca confiei nesse sujeito. Como escritor é bastante restrito e como cidadão uma lástima. Oportunista de carteirinha e carreirista inveterado. Garcia Marques e vargas llosa, nascidos tão vizinhos e separados por uma eternidade.

Polengo

E eu me pergunto quantas vezes antes esse golpe midiátido deu certo, sem que a gente nem percebesse porque não tinha internet.
Teve o Collor, os mais próximos a gente até sacava, mas isso vem de longa data, junto com a "grande mídia".

Agora, torço (e faço minha parte) para que apodreçam com a mesma intensidade cuja se viraram contra seus oponentes, por eles mesmos escolhidos.

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