Beatriz Cerqueira detona Anastasia: Para governo que tinha escola funcionando em motel e posto de gasolina, falar em puxadinho só pode ser ato falho

Tempo de leitura: 7 min

por Conceição Lemes

Combativa, corajosa, valente, séria, ética, bem-articulada, luta duro, de segunda a segunda.

Essa é Beatriz Cerqueira, 21 anos de magistério na rede pública de Minas Gerais. Igual tempo de militância na área da Educação e nas lutas populares.

Coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE/MG) e, desde 2012,  presidenta da CUT Minas,  ela é seguramente um dos melhores quadros do movimento sindical brasileiro da atualidade.

Bia – como quase todos a chamam – não usa a primeira pessoa do singular, em se tratando de luta sindical e política; é sempre “nós”. Não o “nós”, majestático. Mas nós de fato, coletivo, que é como ela atua, onde quer que esteja.

Beatriz incomoda – e muito! – pelo que fala e faz.

É assim contra o governo do usurpador Michel Temer, que está destruindo o País.

Foi assim nos governos Aécio Neves e Antônio Anastasia (PSDB).

Continua sendo na gestão do petista Fernando Pimentel.

O compromisso dela é com os trabalhadores.

Assim como Todo artista vai onde povo está, de Milton Nascimento, no antológico Bailes da Vida, Bia vai onde o trabalhador está.

E, aí, se agiganta.

Os tucanos sabem que os servidores da Educação liderados por Beatriz foram fundamentais, em 2014, para a vitória, em Minas, da presidenta Dilma Rousseff e de Pimentel.

Só que, pelos mais recentes ataques, parece que Bia anda incomodando ainda mais.

Quem está por trás? A  troco de que estão tentando desconstruir a imagem dela?  Temem o quê?

Na quarta-feira passada (30/08), Beatriz sofreu tripla agressão, possivelmente orquestrada.

Uma, do recorrente O TEMPO.

Sob a retranca Pressão “light”, chamou na capa a matéria da página 3 inteira.

Às 10h27, em vez de trabalhar, o senador Antônio Anastasia (PSDB/MG) já  estava no twitter atacando Beatriz e o Sindicato.

No mesmo dia,  Baptista Chagas de Almeida, do Estado de Minas, publicou a nota abaixo.

Qual é a deles?

Inveja? Dor-de-cotovelo? Machismo? Misoginia? Grosseria?

Provavelmente tudo isso junto.

Bia fez do limão uma limonada.

Ao responder-lhes em sua página no Facebook, acabou fazendo um balanço das lutas da categoria, das conquistas nos últimos três anos, assim como das maldades dos governos Aécio e Anastasia com professores. Não à toa os dois foram eleitos os piores inimigos da Educação e dos professores.

Beatriz Cerqueira lacrou geral, inclusive, Anastasia.

Para um governo que tinha escola funcionando em motel desativado (em Teófilo Otoni) e em posto de gasolina (Uberaba), falar em puxadinho, senador, só pode ser  ato falho.

Aliás, foi o Sindicato que denunciou, lembra-se, senador?

Em 2014, o repórter Luiz Carlos Azenha esteve nas duas escolas para comprovar in loco o absurdo, recordou-se, agora?

A Bia, como ela disse rm sua página, gostaria de ter uma conversa olho no olho, ao vivo, com o senhor.

Como não dá, fez algumas considerações sobre a tua gestão. Seria bom que lesse para refrescar a memória de quanta mesquinhez é capaz.

O senhor chegou ao ponto de proibir professores de comerem a merenda e até de esquentar a marmita no fogão da escola, relembrou-se agora?!

Bem, seguem, então, as observações de Beatriz Cerqueira:

“Você nunca teve a coragem de assinar um acordo com a educação, de sentar na mesma mesa sem que tudo estivesse previamente controlado!

E todos os acordos que foram assinados por seus secretários foram integramente descumpridos!

Todos, de fato, conhecem o sindicato em Minas! Somos conhecidos em Minas Gerais e no Brasil! Até o Papa nos conhece!!!

Fomos nós que denunciamos que em seu governo escolas estaduais funcionavam em motel desativado e em posto de gasolina, lembra-se?

Fomos nós que contamos à sociedade que seu governo não aplicava o mínimo constitucional de 25% em educação, gerando uma dívida social de mais de R$8 bilhões!

Foi em seu governo que vivemos a mais violenta repressão e criminalização da educação, centenas de professores perseguidos, 25 processos, campanhas publicitárias difamatórias, 4 meses de cortes de salários!

Lembra-se que você proibiu as professoras de comerem a merenda da escola?

Lembra-se que inclusive proibiu os professores de esquentarem a marmita no fogão da escola?

Lembra-se que você congelou a carreira da educação, impôs o subsídio, retirou o direito à quinquênios e jamais pagou o adicional de desempenho?

Todos, de fato, conhecem o nosso Sindicato, assim com todos conhecem o que foi o seu “inesquecível” governo para a educação de Minas.

Sobre os puxadinhos, eles acontecem quando temos governo como o que você ajuda a manter nacionalmente!

As pessoas estão perdendo seus empregos e são obrigadas a fazerem um puxadinho na informalidade; não conseguem pagar aluguel e fazem um puxadinho na casa de algum parente ou na rua mesmo!

Puxadinho é a consequência da política que vocês estão praticando em Brasília.

Na verdade, acho que este post seu é recalque, inveja mesmo! E essa de “puxadinho” só revela uma grande falta de criatividade. Você já foi melhor em marketing, viu!”

FAZER GREVE DE 25 DIAS EM 2017 E QUESTIONAR AS PPPS É SER LIGTH?

Quanto ao jornal O TEMPO, Beatriz Cerqueira desmente ponto a ponto a matéria de página inteira, com direito a foto selecionada, frases descontextualizados por terem sido ditas em outras ocasiões.

Fica nítido que há interesses políticos por trás, que vão muito além do jornalismo (com jota minúsculo, porque é o tipo que OTEMPO pratica).

A matéria é uma crítica ao sindicato, tentando carimbar a pecha de “light”, por não fazer tantas greves como nos governos do PSDB.

Se O TEMPO tivesse ouvido a Beatriz saberia que é impossível a comparação por uma razão básica: os governos tucanos não reconheciam a Lei do Piso, razão única das greves de 2008 (30 dias), 2010 (47 dias) e 2011 (112 dias).

Isso sem falar que os governos Aécio e Anastasia:

*Não reconheciam os reajustes anunciados pelo MEC

*Descumpriam os acordos assinados

*Congelaram a carreira por 5 anos

*Zeraram o tempo de serviço para progressões

*Processou mais de 100 lideranças

*Ajuizaram 25 processos contra o Sind-UTE/MG.

“Faltou honestidade ao jornal ao desconsiderar tudo o que conquistamos, a começar pela Lei Estadual 21.710, de 2015, que reconheceu integramente tudo pelo qual nós lutamos desde 2008”, ressalta Beatriz.

E coloca o dedo na ferida:

Quando o PSDB deixou o governo de Minas, uma professora recebia de subsídio R$1.236,00.

No próximo pagamento de setembro de 2017 ela receberá R$1982,00 de vencimento básico (e não subsídio), além do abono de R$150,00 e 5% do seu salário!

Em dezembro de 2014, somente 27% da categoria era efetiva! Conquistamos mais de 50 mil nomeações em menos de 3 anos!

O jornal também ignorou 25 dias de greve que fizemos em 2017 tendo pauta estadual além da luta contra a reforma da previdência! 25 dias de greve é ser light?

Fazer 86 dias de greve dos servidores das Superintendências Regionais de Ensino e do Órgão Central é ser light?

Ser a única categoria a ir para Ouro Preto em 2015 cobrar diretamente do governador a política do piso salarial é ser light?

Ser a única entidade que questionou a aprovação dos Fundos de PPP é ser light?

Denunciar que o governo não faz o uso correto da Cota Salário educação é ser light?

Ter impedido a terceirização de serviços da limpeza e alimentação escolar por duas vezes é ser light?

Ter impedido o fim da carreira de Auxiliar de Serviços da Educação Básica e de professores dos anos iniciais como proposto na reforma administrativa é ser light?

Somos os únicos que estamos denunciando a política de PPP do governo do estado! Isso é ser light?

Acabamos de conquistar uma lei que ampara o profissional vítima da violência no ambiente escolar, fato inédito no país.

A manchete da capa é outra mentira.

Induz  as pessoas a acharem que nada foi conquistado.

Como a jornalista que assinou a matéria sequer fez uma pesquisa para escrevê-la , Beatriz resolveu dar-lhe uma mãozinha:

1) Em 2015, conquistamos 13,06%

2) Em 2016, conquistamos 11,36% + 8,21%

3) Em 2017, conquistamos 7,74%

4) Estão pendentes o reajuste do Piso salarial de 2017 de 7,64%, retroativos do Adicional de valorização e de reajustes. 

5) Temos várias outras reivindicações que estão pendentes e estamos trabalhando na pressão pelo atendimento! 

6) O pagamento do Piso Salarial Profissional Nacional em Minas Gerais acontecerá em julho de 2018 com a incorporação do último abono e reajustes de 2017 e 2018 (se o Temer não destruir a Lei Nacional do Piso antes). Até o título da matéria é falso!

Enfim, a matéria é um desrespeito à categoria da educação da rede estadual e toda a luta que fez e faz!

“INTRUSA”, QUEM PREZADO BAPTISTA CHAGAS? 

Como já aconteceu em outras ocasiões, a CUT Minas foi convidada pelo deputado Adalclever, atual presidente da Assembleia Legislativa de Minas (ALMG) , para participar da inauguração do Auditório José de Alencar Gomes da Silva e o do  lançamento da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Soberania Nacional.

 Ambos na tarde de 28 de agosto.

A inauguração do novo espaço na ALMG reuniu parlamentares, empresários.

Inegavelmente, o convite à CUT Minas é reconhecimento da  representação da classe trabalhadora e do movimento social.

Bem diferente do antecessor de Adalclever, o deputado Dinis Pinheiro – que punha o Batalhão de Choque da Polícia Militar para revistar as bolsas dos professores e  vigiá-los, concorda prezado Baptista Chagas?

De blusa vermelha – deve ter incomodado, sim, quem instila ódio só de ver a cor — , Beatriz participou de uma  mesa. Era a única mulher, assalariada, não empresária entre a maioria dos convidados.

Falou algumas verdades, entre as quais, que governo ilegítimo está privatizando e acabando com tudo: SUS, Universidades, sistema elétrico, Petrobras, a soberania do País.

Dali, a convite também do deputado federal Patrus Ananias (PT-MG), foi participar do lançamento, em Minas, da Frente Nacional Mista em Defesa da Soberania.

Justamente, nesse mesmo dia, com casa cheia, a CUT Minas lançou a campanha em defesa dos serviços públicos.

“Muito atrevimento querer conversar com os jornalistas sobre a grave situação que estamos enfrentando”, ironiza Beatriz o comentário do colunista do Estado de Minas.

De forma que, Beatriz foi até bondosa quando classificou o comentário de Baptista Chagas como “deselegância”.

É machismo puro e a Beatriz o reduz a pó. E para satisfazer de vez a curiosidade, publicamos ao lado, convite.

Como poderia uma mulher, professora, dirigente sindical compor uma mesa de um ambiente antes reservado aos tradicionais da velha política? Realmente foi muito atrevimento!

Mas Baptista, melhor se acostumar! Vai me ver muitas vezes! E onde eu não for convidada, mas achar que devo estar, estarei.

Antes de me despedir deixo uma sugestão: se informe melhor para não pagar este “mico” de escrever mentira!

 Eu fui convidada pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais e pela Frente Nacional Mista em defesa da soberania! Repito, querendo eu te envio a cópia dos convites que recebi para estar exatamente onde eu estava!

Despeço-me deixando você com a sua deselegância.

E prometo: numa próxima vez irei andando. Esse negócio de ir “voando” é perigoso, vai que a gente encontra um tucano no caminho! Abraços

Leia também:

Requião: BNDES e indústria nacional vão para o espaço!


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

Eduardo

Cara Beatriz, não leve a sério, tampouco se preocupe! Basta saber quem escreveu, em qual Jornal e quem tuitou após ler! Vamos registrar novamente: Batista Chagas, Vitório Medioli e Antônio Anastasia! Melhor sería se fossem Reinaldo Azevedo , Frias e Aécio Neves! Pelo menos são conhecidos!

Deixe seu comentário

Leia também