Veja o que professor Ladislau Dowbor falou sobre resgatar a função social da economia; vídeo

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Atualizado às 15h39 de 19/05/2023

Da Redação

O economista Ladislau Dowbor é professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)

Tem 26 livros publicados e participação em outros 11.

O mais recente: Resgatar a função social da economia — uma questão de dignidade humana.

Pois esse foi o tema da palestra que o professor Ladislau Dowbor deu nessa quinta-feira, 18/05,  como convidado de debate realizado por dois núcleos da UFRJ: o de Estudos de Políticas Públicas em Direitos Humanos Suely Souza de Almeida (NEPP-DH) e o Núcleo Interdisciplinar de Desenvolvimento Social (Nides).

Na resenha do seu livro Resgatar a função social da economia, que está disponível em seu site, ele escreve:

A revolução digital está causando impactos tão profundos sobre a humanidade quanto em outra era causou a Revolução Industrial.

O que chamamos de capitalismo tem as suas raízes na industrialização, que envolveu transformações nas técnicas e nas relações sociais de produção, com o trabalho assalariado e o lucro do capitalista, além de um marco jurídico centrado na propriedade privada dos meios de produção.

Com a revolução digital — que envolve uma expansão radical das tecnologias, bem como a generalização da economia imaterial, a conectividade global, o dinheiro virtual e o trabalho precário —, a própria base da sociedade capitalista se desloca.

Em particular, a apropriação do produto social por minorias ricas, porém improdutivas, já não exige geração de emprego e produção de bens e serviços na mesma escala; ela passa pela intermediação do dinheiro, do conhecimento, das comunicações e das informações privadas.

Onde a fábrica imperava, hoje temos as plataformas em escala planetária, que exploram não só as pessoas — através do endividamento, por exemplo — mas também as próprias empresas produtivas, por meio dos dividendos pagos a acionistas ausentes (absentee owners).

O presente estudo se concentra precisamente nas transformações ocorridas naquilo que chamamos de modo de produção capitalista.

A atividade industrial permanece, sem dúvida, como permaneceu a atividade agrícola diante da Revolução Industrial; mas o eixo de dominação e controle já não está nas mãos dos capitães da indústria, e sim nas de gigantes financeiros como BlackRock, de plataformas de comunicação como Alphabet (Google), de ferramentas de manipulação como Meta (Facebook), de intermediários comerciais como Amazon.

O mecanismo de apropriação do excedente social mudou, e com isso mudou a própria natureza do sistema.

Estamos no meio de uma transformação profunda da sociedade, nas suas dimensões econômica, social, política e cultural, gerando o que tem sido chamado de crise civilizatória. Transitamos para outro modo de produção, e o presente estudo sistematiza os novos mecanismos presentes nesse cenário. Na última parte, propomos caminhos.

Sobre este novo livro-estudo de Ladislau Dowbor, Noam Chomsky escreve:

”Com foco especial no Brasil, este lúcido estudo oferece diretrizes concretas para escapar da tragédia da fome em meio à fartura, recursos subutilizados, mãos ociosas com tanto trabalho que deveria ser feito para beneficiar a sociedade como um todo, enquanto a economia global regride de criar capital para a produção para doar riqueza a poucos – tudo resultado de políticas que podem ser revertidas por um público informado e engajado. Uma contribuição muito valiosa nestes tempos conturbados”.

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Pedro de Alcântara

Nosso Cabo das Tormentas são as armas atômicas do império americano e de seus vassalos europeus, quadrilha organizada na OTAN.

Pedro de Alcântara

Transitar para outro modo de produção resume toda a realidade atual. Contribuir para que essa transição seja a menos dolorosa possível, eis o papel de todos nós na luta que já se trava em âmbito mundial.

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