Uri Avnery: Weimar em Jerusalém

Tempo de leitura: 7 min

23/10/2010

Uri Avnery, Gush Shalom [Bloco da Paz], Telavive

Tradução de Caia Fittipaldi

Em Berlim, acaba de ser inaugurada uma exposição intitulada “Hitler e os alemães”. Examinam-se os fatores pelos quais o povo alemão levou Adolf Hitler ao poder e o seguiu até o fim.

Estou ocupado demais com os problemas da democracia israelense para viajar a Berlim. É pena, porque essa questão, precisamente, me perturba desde criança. Como pôde acontecer que uma nação civilizada, que se via como “povo de poetas e filósofos”, tenha seguido aquele homem, como as crianças de Hamelin seguiram o flautista rumo à morte[1]?

O tema perturba-me não só como fenômeno histórico, mas porque é sinal de alerta que não se pode ignorar com vistas ao futuro. Se aconteceu aos alemães, pode acontecer a qualquer povo. Pode acontecer em Israel?

Aos nove anos, fui testemunha ocular do colapso da democracia alemã e da ascensão dos nazistas ao poder. Tenho na memória as imagens gravadas – as campanhas eleitorais todas iguais, os uniformes cada dia mais numerosos pelas ruas, as discussões à mesa, o professor que, pela primeira vez nos saudou, na sala de aula, com “Heil Hitler”. Registrei essas lembranças em livro que escrevi (em hebraico) durante o julgamento de Eichmann, e cujo último capítulo pergunta: “Pode acontecer em Israel?” Tenho voltado àqueles dias, agora, escrevendo minhas memórias.

Não sei se a exposição em Berlim responde essas perguntas. Talvez não. Mesmo hoje, 77 anos depois, ainda não há resposta definitiva para a pergunta “Por que a república alemã desmoronou?” Mas é questão absolutamente importante, porque, hoje, os cidadãos israelenses também se perguntam, com preocupação crescente: “A república israelense estará desmoronando, aí, ante nossos olhos?”

PELA PRIMEIRA VEZ, é pergunta feita a sério. Ao longo dos anos, os israelenses sempre foram muito cuidadosos e sempre evitaram usar a palavra “fascismo” em discursos públicos. A palavra desperta lembranças monstruosas demais. Agora, também esse tabu já foi quebrado.

Yitzhak Herzog, ministro do Bem-Estar Social do governo Netanyahu, do Partido Labor, neto do Grande Rabino e filho de um presidente, disse, há alguns dias, que “o fascismo já toca as margens da sociedade israelense”. Errou. O fascismo já ultrapassou as margens e já chega ao coração do governo ao qual Herzog serve, e ao Parlamento, do qual ele é membro.

Não passa – literalmente – um dia, sem que um grupo de deputados apresente novo projeto de lei, todas racistas. O país ainda está dividido pela aprovação da “Lei da Fidelidade”, que obriga os que requeiram a cidadania israelense a jurar fidelidade a “Israel, estado judeu e democrático”. Agora, o gabinete discute se a exigência aplica-se só a não-judeus (o que soa muito mal) ou se se aplica também aos judeus – detalhe que nada altera no conteúdo racista da lei.

Essa semana, apareceu novo projeto de lei. Se aprovada, fará com que só cidadãos israelenses possam trabalhar como guias turísticos em Jerusalém Leste. Não-cidadãos israelenses serão impedidos de trabalhar nessa função. “Não-cidadãos israelenses” significa, é claro, os árabes. É assim, porque, quando Jerusalém Leste foi ocupada e anexada, pela força, por Israel, depois da guerra de 1967, os árabes que viviam lá não receberam a cidadania israelense. Ficaram definidos como “residentes permanentes”, como se fossem recém-chegados; como se não fossem filhos de famílias que vivem há séculos em Jerusalém.

O novo projeto de lei visa a roubar aos árabes jerusalemitas o direito de trabalhar como guias turísticos nos locais sagrados da cidade deles. Isso, sob o argumento de esse tipo de trabalho facilita desvios da linha da propaganda israelense oficial. Chocante? Inacreditável? Não aos olhos dos autores desse projeto de lei, entre os quais há membros do Partido Kadima. A proposta foi assinada também por um membro do Partido Meretz, mas a assinatura foi retirada; o deputado alegou que assinara sem entender exatamente o objetivo do projeto.

Esse projeto de lei é mais um, depois de dúzias de projetos semelhantes, e antes que outros muitos, na mesma linha, cheguem ao Parlamento. Os deputados israelenses agitam-se como tubarões em frenesi alimentar. Competem entre eles, para ver quem aparece com projeto de lei mais racista.

É bom negócio! Cada vez que se começa a falar de um desses projetos de lei racistas, o deputado-autor passa a ser convidado para todos os programas de entrevistas na TV, para “explicar” o projeto. Os jornais publicam fotos e manchetes. Quanto mais obscuro e desconhecido o deputado, maior a tentação de ganhar tratamento de celebridade. E a imprensa colabora.

ESSE FENÔMENO não é restrito a Israel. Está acontecendo em toda a Europa e nos EUA. Os fascistas estão voltando a erguer a cabeça. Os portadores de ódio, que até agora haviam sido contidos, e seu veneno só alcançava as margens da sociedade e do sistema político, agora avançam e já se aproximam dos centros de decisão.

Há demagogos em praticamente todos os países. Constroem carreira incitando os fracos e desamparados. Sempre pregam a expulsão “dos estrangeiros”, a perseguição das minorias. No passado, foi fácil não os eleger, descartá-los, como aconteceu a Hitler em começo de carreira. Hoje, é preciso vê-los como ameaça real.

Há poucos anos, o mundo chocou-se quando o partido de Jörg Haider[2] passou a integrar a coalizão de governo na Áustria. Haider elogiava e divulgava os sucessos de Hitler. O governo israelense, furioso, retirou de Viena seu embaixador. Hoje, o novo governo alemão depende do apoio de um racista declarado. E partidos fascistas vencem eleições com largas vantagens, em vários países. O movimento “Tea Party”, que floresce nos EUA, tem traços muito claramente fascistas. Um dos candidatos nas eleições de meio de mandato nos EUA apoiados pelo movimento costuma aparecer vestido num uniforme das Waffen-SS nazistas.[3]

Assim sendo, Israel está em boa companhia. Israel não é pior nem melhor que ninguém. Se eles podem… por que Israel não poderia?!

MAS HÁ, SIM, uma grande diferença. Israel não vive situação semelhante à da Holanda ou da Suécia. Diferente desses países, a própria existência de Israel está hoje ameaçada pelo fascismo. O fascismo pode destruir o estado de Israel.

No passado, há anos, eu acreditava que dois milagres haviam acontecido em Israel: o renascimento da língua hebraica e a democracia israelense.

Em nenhum outro lugar ou momento da história aconteceu a ‘ressurreição’ de uma língua ‘morta’. Theodor Herzl, fundador do sionismo, não acreditava que fosse possível. Uma vez, perguntou, irônico: “Quem algum dia comprará passagens de trem, em hebraico?” O sonho de Herzl sempre foi que se falasse alemão em Israel. Hoje, a língua hebraica funciona muito melhor que os trens, em Israel.

Mas a democracia israelense foi milagre ainda maior. Não foi democracia nascida do povo, como na Europa. O povo judeu jamais viveu em democracia. O judaísmo, como quase todas as religiões, é totalitário. Os imigrantes que vieram para Israel jamais haviam conhecido qualquer democracia. Vinham da Rússia czarista ou bolchevique, da Polônia autoritária de Josef Pilsudski, das tiranias no Marrocos e no Iraque. Só pequeníssima parcela deles vinham de países democráticos. E mesmo assim, desde os primeiros passos, Israel sempre foi estado democrático – com uma única restrição: a plena democracia israelense para os judeus sempre foi democracia limitada para os cidadãos árabes.

Sempre me angustiei, porque sabia que a democracia israelense, por causa dessa restrição, sempre foi democracia pendurada num fio muito frágil; e que tudo poderia desabar a qualquer hora, a qualquer momento. Hoje, Israel enfrenta desafio sem precedentes.

A REPÚBLICA ALEMÃ ficou conhecida como República de Weimar, nome da cidade onde se reuniu a Assembleia Constituinte e proclamou-se a Constituição alemã, depois da I Guerra Mundial. Weimar, cidade de Bach e Goethe, considerada um dos berços da cultura alemã.

Foi constituição brilhantemente democrática. Sob suas asas, a Alemanha conheceu florescimento intelectual e artístico maior que jamais antes. Até que a república alemã desmoronou. Por que desmoronou?

Em termos gerais, identificam-se duas causas para o colapso da democracia alemã: a humilhação e o desemprego. Ainda nos primeiros dias da República, a Alemanha teve de assinar o Tratado de Paz de Versailles, imposto a ela pelos vitoriosos da I Guerra Mundial. Nem foi “tratado”: foi humilhante ato de rendição. Quando a República de Weimar não honrou os pagamentos das pesadíssimas indenizações de guerra que lhe foram impostas, o exército francês invadiu o coração industrial da Alemanha, em 1923. Em seguida, foi a inflação galopante –  trauma do qual a Alemanha ainda não se recuperou até hoje.

Quando a economia mundial entrou em crise, em 1929, a economia alemã destroçou-se. Milhões, que já conviviam com o desemprego e o subemprego, mergulharam na miséria mais abjeta. Qualquer promessa de salvação seria recebida como verdadeira salvação. Hitler prometeu derrotar a humilhação da derrota e do desemprego e cumpriu as duas promessas: deu emprego aos desempregados, na indústria bélica e em obras públicas – sobretudo na construção de autoestradas, já planejadas para a guerra que viria em seguida.

E há uma terceira razão para o colapso da república alemã: a crescente apatia dos democratas. O sistema político democrático passou, rapidamente, a ser visto como encenação: o povo afundava-se cada dia mais na mais terrível miséria, e os políticos lá, enrolando-se nos seus jogos de palavras. Os alemães ansiavam por um líder forte, capaz de impor a ordem. Os nazistas não derrubaram a República de Weimar. A própria República implodiu. Os nazistas só fizeram preencher o vácuo gerado pelo fracasso daquela democracia.

EM ISRAEL não há crise econômica. Ao contrário, a economia prospera. Israel não assinou nenhum tratado humilhante, como o Tratado de Versailles. Ao contrário: Israel vence guerras. Sim. Os fascistas israelenses falam dos “criminosos de Oslo”, mais ou menos como Hitler esbravejava contra “os criminosos de novembro”. Mas os acordos de Oslo são o contrário do que foi assinado em Versailles, em novembro de 1919.

Se é assim, de onde brota a profunda crise que aflige a sociedade israelense? O que leva milhões de cidadãos a observar, completamente apáticos, o que fazem os governantes, limitando-se a balançar a cabeça frente ao aparelho de TV? O que os leva a ignorar o que está acontecendo nos territórios ocupados, a meia hora, de carro, de onde moram? Por que tantos declaram que deixaram de assistir aos noticiários de televisão e já não leem jornais? Qual a origem da depressão, do desespero, que deixa caminho livre para o fascismo?

O estado israelense chegou a uma encruzilhada: ou paz ou guerra eterna. Paz significa fundar o estado palestino e evacuar todas as colônias nos territórios ocupados. Mas o código genético dos sionistas parece empurrar para a anexação de toda a área histórica até o rio Jordão e – direta ou indiretamente –, para a expulsão de todos os árabes. A maioria dos israelenses foge de ter de decidir e repete que “não temos parceiros para a paz”. Israel está condenando-se à guerra eterna.

A democracia sofre de paralisia crescente, porque os diferentes setores da sociedade vivem em mundos diferentes não comunicantes. Os israelenses seculares de um lado e, de outro, os nacionalistas-religiosos e os ortodoxos recebem educação completamente diferente. A cada dia, estreita-se o território comum. Outras divisões separam a antiga comunidade azquenase, os judeus orientais, os emigrados da ex-URSS e da Etiópia, e os cidadãos árabes, cuja exclusão aumenta dia a dia.

Pela segunda vez em minha vida, talvez assista ao colapso de uma república. Mas não tinha de ser assim. Israel não é a Alemanha do passo-de-ganso daqueles dias. 2010 não é 1933. Ainda há tempo para que a sociedade israelense desperte e mobilize as forças democráticas que vivem nela.

Mas, para que isso aconteça, temos de despertar do coma, entender o que está acontecendo e aonde nos levará. E protestar e lutar por todos os meios que haja (enquanto é tempo), para deter a onda fascista que ameaça afogar Israel.


NOTAS

[1] Sobre o conto folclórico europeu, recolhido pelos irmãos Grimm, ver http://pt.wikipedia.org/wiki/O_Flautista_de_Hamelin. Em português, há linda edição bilíngue da versão em versos de Robert Browning (1812-1889): O Flautista de Manto Malhado em Hamelin, 2010, São Paulo: Musa Editora, trad. Alípio Correia de Franca Neto [NT].

[2] Do “Partido da Liberdade”, da extrema direita austríaca. Morreu em 2008, em acidente de carro. Mais, em http://en.wikipedia.org/wiki/J%C3%B6rg_Haider.

[3] Rich Lott, candidato Republicano, em Ohio. Há matéria sobre ele em http://crooksandliars.com/karoli/ohio-tea-party-candidate-nazi-re-enactor.


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

Mariana Andrade

Qualquer semelhança com o movimento São Paulo para os paulistas não é mera coincidência…

FabioT

pode acontecer no brasil ? sim

Marcelo Fraga

Avnery capta aquelas tendências que são invisíveis para quem está de fora do processo. Claro que já sabíamos desde sempre que o Estado de Israel tem ideais fascistas, mas não sabíamos que isso estava tão avançado, a ponto de o povo israelense judeu fechar os olhos para tudo isso.

    antonio augusto

    Eu parei de ler o texto quando esse senhor disse que aos 9 anos assistiu a ascenção ao poder dos nqazistas e etc.
    Ora bolas, aos nove anos segundo li (a idade dele é 77 não?), Portanto, aos 9 anos corria o ano de 42 e nós já tínhamos 3 anos da segunda guerra. Os Nazistas estavam há muito no poder. Por isto nãolerei o resto desse embroglio. Prefiro ler o meu "O Internacional Jew" do Isentíssimo americano, que criou a Ford. O Sr. Henry Forde, sob nenhum,a suspeita.

Hans Bintje

De Luis Fernando Veríssimo:

"Desmoronou uma ponte de gelo no Himalaia. No mesmo instante, dentro da sua cozinha, no Rio, abrindo uma lata de pêssegos em calda, Marisa sentiu uma leve inquietação, como se alguma coisa tivesse acabado em sua vida. Não existe qualquer ligação conhecida entre os dois fatos."

Marco Alencar

O Estado israelense já está nas vias do fascismo há mais de década…

Marcio

Não existe Estado meio democrático. Ou é ou não é. Se cidadãos que, como reconhece o próprio autor, vivem em Jerusalem a séculos, não são respeitados como cidadão plenos de direitos, então podemos dizer que 'NUNCA HOUVE DEMOCRACIA NO ESTADO JUDEU".

mariazinha

Pior de tudo é que eu juro que senti o cheiro macabro do fascismo nas últimas eleições brasileiras para presidente; no Sul e em São Paulo, tenho certeza que o fascismo sionista, esteve presente. O mais grave é que, no mundo todo, as raízes horrendas do fascismo pipocam como erva daninha.

Opinião Divergente » Uri Avnery: Weimar em Jerusalém (via @viomundo)

[…] Original em http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/uri-avnery-weimar-em-jerusalem.html […]

ruypenalva

Uma correção, para judeus do leste europeu deve ser grafado em português asquenaze e não azquenaze. Parte do surgimento de Hitler é consenso: A humilhação alemã ao Tratado de Versaillhes, a outra parte eu prefiro a explicação de Carl Jung: O inconsciente coletivo constelado. O povo alemão é um povo de origem bárbara, parte dele, os godos, de onde vem a palavra gótica, conquistaram o império romano e se deixaram conquistar e cristianizar, mas o seu Deus mais primitivo sempre foi Wotan, o Odin dos nórdicos. Ora, quem traz a primitividade em seu inconsciente é presa fácil de símbolos que constelem esse inconsciente e nada melhor do que uma mandala (a suástica) para atrai-los, juntá-los, reuni-los, uni-los, "catarsezá-los". Hitler foi ao inconsciente primitivo alemão, foi lá que ele fez o seu appeal e foi lá que cada alemão se viu na sua ab origem. O resto todos sabemos, e não podemos deixar de mencionar que não foi somente zépovinho que aderiu, zépovão também, cientistas também, parte do mundo também. Ora, todos nós sabemos que ninguém está mais próximo do criminoso do que o policial, do pedófilo do que o educador infantil, do mal do que o bem. Os judeus atraíam e eram atraídos pelo nazismo, porque vitima e algoz no fundo são a mesma coisa do mesmo teatro Nô japonês. Por que então os judeus ajem como fascitas? como Hitler? Muito simples, eles são filhos da mesma doença, um deus vingativo, Javé, que executava criancinhas e que só gostava do povo judeu. Alguém tem dúvida que a Torá é fascista? Que Javé é fascista? Que Cristo foi uma invenção do imaginário popular para criar um Deus bom?

    ZePovinho

    Você tocou em um ponto interessante,Ruy.Você já ouviu falar da Sociedade Thule(de onde saiu a ideia da suastica) e do envolvimento daqueles que fundaram o FED com Hitler?Muitos dos liberais americanos estavam envolvidos com o nazismo até a alma.

ZePovinho

Esse filme aconteceu na Alemanha,nos anos trinta:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/11/

Aluguéis vetados

No dia 25 de outubro, o rabino-chefe da cidade de Tzfat (norte de Israel), Shlomo Eliahu, e mais 17 rabinos publicaram um decreto proibindo os habitantes da cidade de alugarem apartamentos para cidadãos árabes.

O decreto atinge centenas de estudantes árabes que cursam a Faculdade de Tzfat.

Segundo o decreto, os habitantes da cidade devem boicotar aqueles que alugarem propriedades a "não judeus".

O presidente da união dos estudantes árabes da Faculdade, Mahmoud Abu Salah, disse que a maioria dos proprietários de imóveis está obedecendo ao decreto dos rabinos.

Abu Salah também afirmou que esta é a primeira vez em que os estudantes árabes se deparam com tal rejeição por parte de proprietários de apartamentos em Tzfat.

O decreto foi endossada pelo rabino Ovadia Yossef, lider espiritual do partido Shas, que faz parte da coalizão governamental.

Para o escritor Yoram Kaniuk, "não é possivel parar o fascismo com palavras, são necessários atos significativos".

Durante a manifestação deste domingo, o escritor anunciou que pretende exigir que o Ministério do Interior apague seu registro como judeu da carteira de identidade e o defina como "sem religião".

ZePovinho

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/11/

Intelectuais protestam contra racismo em Israel

Guila Flint

De Tel Aviv para a BBC Brasil

Filósofo Amador

Quem sabe, se toda a Cúpula israelense, especialmente o comando militar deles fossem acusados no Tribunal Penal de Haia como criminosos contra a humanidade, esses caras ficariam mais comedidos ?

Acho que esses milicos são tão terroristas quanto outros grupelhos, a diferença é que são funcionários do governo.

Jarir Almansur

Uri, voce está sendo condescendente com o passado do Estado Sionista e dando a impressão que essa onda fascista em Israel é nova e como na Alemanha veio trair antiga nação de poetas e filosofos. Israel é que é novo e veio desde o começo trair antiga a antiga nação judaica. As leis de israel desde o primeiro momento sempre foram mais do que racistas, foram de apartaid racial, a expulsão dos moradores atoctones não começou hoje nem ontem, começou antes da fundação. A Hanagah não eram melhor do que a atual polícia Israelense, e os atuais governantes não são piores do que os fundadores. Voce está sendo injusto com Sharon e Bibi dizendo-os piores que a Golda. Apenas são mais fortes – estão o auge e inebriados com a altura.

Nathália de Tarso

Excelente análise sobre Israel. O que me inquieta é ver fundamentalistas religiosos cristãos ver nesse Estado a consolidação dos textos bíblicos e montaram uma verdadeira tropa de apoio a um Israel cada vez mais violento e racista. é mais uma dos graves desvios dos religiosos brasileiros que sofrem a nefasta influência da direita cristã estadunidense.

flavio marcio

Judeu como o Uri, compartilho as mesmas inquietações dolorosas. Como em Israel, onde uma caterva militarista, herdeira ideológica dos capos judeus (polícia judaica) dos guetos e campos de concentração, se impõe e é respaldada pelo voto democrático do povo israelense, aqui também percebo judeus seguindo uma linha pérfida semelhante.
No antagonismo que ora vemos no Brasil, a transcender as eleições, revolta-me a convergência de judeus com defensores de torturadores em torno da candidatura reacionária de Serra.
Em comum, ambos nutrem o desprezo pelo povo pobre e oprimido, por cuja emancipação Dilma, Lula e a frente por eles liderada vêm lutando. Reproduzem uma inclinação fascistóide, que exclui os mais fracos, busca mantê-los sob domínio, em condições sub-humanas e infelicitados para todo o sempre. Se não for pela ideologia, que o seja pela força – é o lema deles.
Agora, precisamos todos estar nas ruas, no local de trabalho e de moradia, na favela e na periferia, nos centros de aglomeração popular, em defesa da frente popular e democrática para fazer Dilma presidente!

Jair de Souza

Obrigado Uri Avnery por seu artigo. Lamentavelmente, ainda são minoria os judeus israelenses e judeus de outros países que tenham a compreensão e o sentido de humanismo que você demonstra ter. Concordo com a opinião do grande historiador israelense Shlomo Sand: "Israel deve ser visto como uma criança que nasceu vítima de um estupro. Não pelo fato de sua origem ter por base um crime a criança deve ser eliminada". O que Shlmo Sand defende (e eu modestamente apoio) é que Israel deixe de ser um estado racista ou religiocrático onde só os judeus podem usufruir de todos os direitos. Por isso, é muito importante que os judeus verdadeiramente humanistas (e eles existem em boa quantidade, embora estejam intimidados) se manifestem contra as práticas racistas do estado de Israel e defendam o direito dos palestinos constituirem seu estado soberano. E que em Israel deixe de haver a discriminação negativa contra os não judeus.

Confuso da Silva

Venho aqui fazer coro aos meus colegas. Avnery está cada vez mais brilhante. Quem dera sua voz fosse ouvida por mais pessoas em Israel e no mundo…

ratusnatus

Alguém já leu algum artigo do Uri que não seja absolutamente brilhante.
Esse homem enxerga o mundo como ele é.

Dr Marcelo Silber

Azenha, Conceição Lemes e amigos
Uri Avnery é brilhante ! Quem dera todos os paises do mundo tivessem um ser humano assim!.
Como faz falta pessoas com esta lucidez no nosso pais.
Abraços a todos

    NELSON NISENBAUM

    Olá, Marcelo! Passei por aqui e deixo meu endosso às tuas palavras!

Enildo Bernardes

Há que se tirar lições desse artigo para o caso Brasil, onde se registra um ressurgimento da direita fascista reacionária que se aglutina em torno do candidato tucano.

Animados com o sucesso obtido em provocar o segundo turno, eles sonham alto com a possibilidade de arregimentar seguidores utilizando-se do "modus operandi" integralista a lá Plano Cohen, ajudados por um obscurantismo religioso apoiado num tradicionalismo embotado e mofado escondido sob púlpitos e tribunas manchadas com o ódio.

Derrotá-los é tarefa urgente de todos os lutadores da Democracia, que embora forte ainda é muito jovem para resistir a tamanho ataque.

baarbaaraa

excelente artigo de Avinery. Já me perguntei porque, diante da crítica intensa que tem ao Estado de Israel, mesmo sua configuração, sua relação com a religião, ele não opta pelo "exílio" e vai viver nos EUA ou Canadá ou Argentina, países que tem uma vida cultural judaica muito rica. Não entendo porquê, dadas discordâncias tão grandes, ele não desiste do projeto sionista.

    Ronaldo

    A melhor maneira de mudar um grupo é atuando dentro dele e não contra ele.

    É o que espero que os brasileiros, conscientes como Avnery, façam em nossa sociedade.

Roberto Ribeiro

Vc tb lê o Georges Bourdoukan, Azenha? que bom. Eu tb.

Deixe seu comentário

Leia também