Tânia Mandarino: Curitiba, uma capital justa entre as cidades?

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A Dinamarca, governada pelo rei Cristiano, foi o único país da Europa Ocidental ocupado pela Alemanha nazista de Hitler que conseguiu salvar a população judaica. Já Curitiba jogou aos leões os jovens que participavam de ato antirracista em frente à Igreja do Rosário, uma das mais antigas da cidade, erguida no século 18 por negros escravizados

CURITIBA: UMA CIDADE JUSTA ENTRE AS CIDADES?

Por Tânia Mandarino, em perfil de rede social

Em 29 de setembro de 1943, um rabino dinamarquês interrompeu o serviço matinal na sinagoga Krystalgade, em Copenhague, e disse:

“Não temos tempo agora para continuar as rezas. Temos notícias de que, na próxima sexta-feira à noite, entre 1º e 2 de outubro, a Gestapo virá prender todos os judeus dinamarqueses. Eles têm uma lista de endereços e irão à casa de cada judeu e nos levarão, em dois grandes navios que estarão esperando no porto de Copenhague, para campos de concentração do continente”.

“A Dinamarca foi o único país da Europa Ocidental ocupado pela Alemanha nazista que foi capaz de salvar a população judaica”, contou a fotógrafa Judy Glickman Lauder no livro Beyond the Shadows: The Holocaust and the Danish Exception (“Além das sombras: o Holocausto e a Exceção Dinamarquesa”, em tradução livre).

“Enquanto o mau e o medo tomaram conta de quase toda a Europa, os dinamarqueses mantiveram sua humanidade e resgataram aqueles em perigo”, observou.

No livro Exodus, do Leon Uris, há um relato de quando Hitler mandou que todos os judeus na Dinamarca colocassem a estrela de Davi no braço.

Ao amanhecer, o rei Cristiano, que não era judeu, portava uma faixa preta no braço com a estrela. Mais tarde, todos os dinamarqueses, judeus ou não, estampavam faixa idêntica, em seus braços.

E foi assim que o nazismo passou ao largo da Dinamarca que não enviou judeus a campos de concentração (ao contrário do que se deu, por exemplo, na Polônia).

A Dinamarca ganhou a alcunha de “Dinamarca, um país Justo entre as Nações”.

A propósito. Lamentavelmente, a parte da sociedade curitibana que é racista e odeia os pobres e certos setores da Igreja Católica que comungam do mesmo racismo fizeram lavrar injusto Boletim de Ocorrência (BO) para criminalizar um movimento social antirracista.

Eu não sei vocês, mas EU TAMBÉM ENTREI NA IGREJA! E não peço desculpas por isso!

*Tânia Mandarino em defesa de uma cidade justa, contra o genocídio do povo negro, o fascismo e pelos Direitos Humanos de todos e todas, antes que seja mais tarde ainda.


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Comentários

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gonzalez

O uso da palavra gênio para não gênios, o uso da palavra virtuoso para não virtuosos, o uso da palavra estupro para a não ocorrência de estupro, o uso da palavra genocídio onde não existe, fazer o uso incorreto da palavra tira o seu significado, torna a palavra vulgar, gera descrédito, menoprezo, celerados estão diminuindo o significado das palavras ou diminuindo a dor de quem realmente foi estuprada, de quem realmente sofreu racismo.
O que está no texto hoje, poderemos substituir judeu, que é religião, por palestino que é semita, o fato passado que é presente e o fato presente que não é fato.

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