Secretária da CUT: Ministro Gilberto Carvalho, quem é o egoísta?

Tempo de leitura: 5 min

Inflação e salário, corda e enforcado

por Rosane Bertotti*, do site da CUT

Respondendo a uma pergunta da Carta Maior sobre como ficariam as negociações salariais nos próximos meses, o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, por uma dessas infelicidades da vida, somou sua voz ao coro dos recém convertidos à surrada tese de que o salário é inflacionário. Ainda pior do que a ameaça “olhem o que vêm pela frente em termos de inflação”, feita aos sindicatos de trabalhadores pelo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, a declaração do ministro endossa o esburacado descaminho da equipe econômica que tenta transformar a aparência em evidência e esta em prova para tanger os salários ao matadouro.

Segundo Carvalho, haverá campanhas salariais no fim do ano, “quando a inflação já estará caindo, mas no acumulado ainda estará alta”. Então, defende o ministro, “vai ter que ter maturidade do movimento sindical, do governo e do funcionalismo público, para que, num ano específico como este, as pessoas não queiram, egoisticamente, (grifos nossos) o seu próprio bem e ponham em risco o andamento da carruagem em geral”.

Infelizmente, a declaração explicita concepções que uma vez vitoriosas no seio do governo o empurrariam para uma inevitável rota de colisão com a sociedade, que já manifestou ser absolutamente contrária à reencarnação do projeto neoliberal tucano. Não por outra razão jaz sepultado pelas urnas – e antes delas pelas ruas.

A relação entre inflação e salário reproduz em boa medida a da corda com o pescoço do enforcado. Ao corroer o poder de compra, a inflação asfixia o trabalhador, enquanto o salário, reajustado após longos doze meses, o recompõe. Com aumentos reais mais expressivos, como os obtidos durante o governo Lula, se diminuiu, ainda que modestamente, o abismo existente entre o trabalho e o capital.

Em reunião com a Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), em Brasília, foi explicitado, como primeiro ponto de pauta das entidades, a reivindicação unânime de que é necessária a mudança da política econômica. Foi dito e repetido que era inadmissível a manutenção das mais altas taxas de juros do mundo, pois atraem capital especulativo, volátil, que provoca a inundação do país com dólares que valorizam artificialmente a moeda nacional, facilitando a importação e dificultando a exportação, com gravíssimas conseqüências para o salário e o emprego. Consequentemente, tal desorientação compromete o desenvolvimento, penalizando o conjunto da sociedade. Assim, enquanto nos EUA e na Europa os juros são negativos, em nosso país, somente no ano passado, a drenagem de recursos aos especuladores internacionais alcançou a escandalosa cifra de R$ 195 bilhões, quantia 15 vezes superior à destinada ao Bolsa-Família.

No encontro com Gilberto Carvalho, foi dado o alerta de que uma vez fragilizado o mercado interno – baluarte fundamental no combate aos impactos da crise internacional durante o governo Lula -, o Brasil ficaria à mercê da lógica rentista que segue o figurino recessivo imposto durante décadas pelo Fundo Monetário Internacional, pelo Banco Mundial e outras máfias.

Como se as lideranças populares falassem outra língua, como se as palavras ditas em bom e claro português estivessem criptografadas, o secretário geral da Presidência não entendeu o recado e manifestou concordância com os erros de Mantega. Desta forma, na prática, avalizou o corte dos R$ 50 bilhões no custeio, o aumento pífio dado pelo governo ao salário mínimo e a suspensão dos concursos públicos, como se em vez de agravar a doença, deixando o país mais incapaz e vulnerável, tais medidas fossem algum remédio miraculoso.

Na semana em que comemoramos 120 anos da Inspeção do Trabalho no Brasil em Defesa do Trabalho e dos Direitos Humanos, temos apenas e tão somente 2.800 auditores fiscais do trabalho em atividade para fiscalizar todas as empresas e averiguar as denúncias no território inteiro. Conforme denuncia o Sindicato da categoria, a cada dia, esse número diminui por conta das aposentadorias e da falta de concursos públicos, enquanto a Organização Internacional do Trabalho (OIT) avalia que seriam necessários pelo menos o dobro destes profissionais para atender à demanda. Graças à equipe econômica, há 220 aprovados no último concurso que ainda não foram chamados, e também não há qualquer previsão. Enquanto isso, multiplicam-se as lesões, mutilações e mortes em obras públicas, financiadas com recursos dos trabalhadores, sejam no Programa de Aceleração e Crescimento (PAC), sejam no Minha Casa, Minha Vida, denuncia a Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e da Madeira (Conticom). O descalabro em Jirau e Santo Antônio pode ser apenas a ponta do iceberg.

Como também alertou a Coordenação dos Movimentos Sociais, não é interpretação, mas fato, que a inflação de 6,5% medida pelo IPCA para os últimos 12 meses foi alavancada pelo vertiginoso aumento de commodities – como açúcar e petróleo – provocada pelos especuladores internacionais e que acabam contaminando os preços internos. Também é fato que estes mesmos parasitas estão catapultando a remessa de lucros para fora do país, beneficiados pela crescente desnacionalização do parque industrial e a estrangeirização das terras. Assim, se o preço do açúcar sobe, a cana deixa de virar etanol para atender o mercado externo e maximizar lucros, com os preços logo depois novamente lançados às alturas quando falta o combustível e a “lei” da oferta e da procura é acionada pelos cartéis.

Outro ponto a ser considerado pelo governo – do qual fazem parte os ministérios – são os lucros estratosféricos obtidos pelo setor financeiro. Como apontou a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira, o resultado dos seis maiores bancos em 2010 somou R$ 43 bilhões, com crescimento de 30% em relação a 2009. E para este ano, acrescenta, os balanços já divulgados por Bradesco, Santander e Itaú mostram novas e robustas altas. Diante de números tão esclarecedores, como pedir para a classe trabalhadora baixar a bola? Quem é o egoísta? Se a produtividade tem aumentado, nada mais justo de que os avanços sejam revertidos em ganhos reais aos trabalhadores, ainda mais quando a própria presidenta Dilma Rousseff anunciou o combate à miséria como eixo central de seu governo.

“Governo é datado, tem dia para acabar e atua no limite da correlação de forças. Nosso papel é fazer a realidade no limite do possível”, nos disse Gilberto Carvalho durante a audiência. Diante do exposto, tomo a liberdade de lembrar ao ministro, assim como fizeram as lideranças populares durante aquela reunião no Palácio do Planalto, que a mídia venal e a direita reacionária de tudo fizeram para abreviar o mandato do presidente Lula já em 2005, o que só não conseguiram devido à mobilização popular. Gente que se uniu e atuou decisivamente sobre a correlação de forças até então, teoricamente, desfavorável. Que a mesma “correlação” expressa pelas urnas queimou o espantalho neoliberal, apontando para o aprofundamento das mudanças iniciadas no governo anterior, para o fortalecimento do papel do Estado, para a valorização do salário mínimo, para a ampliação de direitos e conquistas, para a integração latino-americana, para a independência política, econômica, ideológica e cultural dos ditames de Washington.

Para chegarmos até aqui fomos protagonistas numa batalha árdua, coletiva, de mobilização e acúmulo de consciências, onde Lula apontou para o avanço enquanto a mídia pedia cautela, fez o seu governo colocar o pé no acelerador enquanto a direita colocava freios. Não ouçamos agora o traiçoeiro canto de sereia que nos leva ao rochedo do retrocesso. Mais do que nunca, ouçamos o canto do poeta: fé na vida, fé no homem, fé no que virá…

Rosane Bertotti é secretária de Comunicação da CUT e da Operativa da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS).


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Comentários

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O governo do PT quer nos roubar o futuro! | ESTADO ANARQUISTA

[…] Vejam bem, caros amigos: os salários são inflacionários! Quem sugere é ministro de um governo do Partido dos Trabalhadores! […]

O nosso dinheiro e o casaco de 29 reais | Viomundo – O que você não vê na mídia

[…] Vejam bem, caros amigos: os salários são inflacionários! Quem sugere é ministro de um governo do Partido dos Trabalhadores! […]

luiz pinheiro

Me parece que a questão central não é se o salário é ou não inflacionário, nem um ou outro termo usado pelo ministro Gilberto Carvalho, que tem um a longa história de compromisso com o movimento social. O que está em questão é se os sindicatos tem uma visão de médio e longo prazo, ou apenas imediatista, sobre o processo em curso de valorização salarial.

Julio Silveira

Quero ouvir é a Dilma, por que o Gilberto Carvalho é o Sub do Sub do Sub.
Ele não fala pela finanças, pelo Trabalho nem pela presidencia.
Agora se a Dilma endoçar aí já outros quinhentos e poderei dizer que ele estará dando mostras de ser a antitese do Lula.

    leandro

    Já que ele é o sub do sub do sub. Demite logo. Ele é ministro de estado e não falaria sdem a chefe concordar.

    Julio Silveira

    Leandro, até parece que as coisas funcionam assim, mas não funcionam meu velho, não se demitem aqueles que tem padrinho forte, caso do Gilberto, no maximo passasse uma descompostura em segredo e ele não tarda a desdizer o que disse atribuindo a seus interlocutores a culpa pelo mal entendido.

Luiz Fortaleza

Claro que gera sim… é a guerra do lucro versus o salário… kem não leu Marx sobre a contradição entre salário e lucro, acredita ainda que no capitalismo os trabalhadores terão salários justos, visão do socialista utópico francês Proudhon que Marx tanto criticou. Pelo contrário, Marx defende a abolição do salariato… e aí esquerdistas economicistas, puramente reinvidicativos, o q dizem sobre o que o mestre falou?

Dica de leitura: MARX, Karl. "Salário, preço e lucro"; ou "trabalho assalariado e capital"…

Me pergunto: q sindicalistas de esquerdas são esses? antimarxistas? não marxistas? pós-marxistas?

No comunismo, segundo a teoria marxista, não haverá o salariato e aí?

leandro

Como vamos aumentar a produção se temos uma carga tributaria de quase 40% que tira nossa competividade? Uma infraestrutura africana, sem portos, estradas para escoar a produção com custos menores? A maior taxa de juros do mundo. Assim nunca conseguiremos ter produção a baixo custo. Qual a solução genial do governo?????? Abaixar o consumo para não gerar inflação. Genios, genios. Não fizeram o que devia ser feito e agora mandam a conta para nós.

J. Tramontini

Vindo do Gilberto Carvalho não soa como novidade. O governo Dilma, eleito para ser mais avançado que o de Lula, infelizmente, está ameaçado pelo "Maloccismo".
Essa de que os salários geram inflação já foi desmentida, na prática, pelos 8 anos de Lula.
E o povo quer é saber, porque não se diz que geram inflação os lucros embolsados pelos empresários, incluindo as remessas de lucro ao exterior, os bancos, as concessionárias e etc.?
Por que o trabalhador tem que sempre ser "compreensivo", ter "bom senso" para ajudar o país, enquanto meia dúzia lucra, e muito com o suor de milhões?

Ramalho

Um artigo publicado por Carta Maior demonstra – por meio de estudo que cita e que abrangeu um período de cerca de um século – que, na Inglaterra, quando houve repressão de gastos governamentais, o deficit aumentou (agradeceria a quem pesquisasse o artigo em Carta Maior; o artigo foi publicado há uns dois ou três meses). O artigo mostra que a história de que o Estado é como a casa da gente, na qual só se pode gastar o que se ganha, argumentação ao gosto dos economistas possuídos pelo "mercado", não passa de falácia. É preciso combatê-la porque, ao que parece, a falácia empolga Gilberto Carvalho e o governo.

Com exceção dos aumentos no exterior de preços que pressionam os internos, produzindo inflação – contra os quais nada se pode fazer -, nos demais casos, é melhor aumentar a oferta do que deprimir a demanda (depressão da demanda por meio, por exemplo, de aumento de juro e contenção de salário). Estudos criteriosos das causas das pressões internas inflacionárias orientariam o governo na escolha de quais ações têm de ser tomadas para estimular a oferta, reduzindo, assim, a inflação. Tratar-se-ia de desenvolvimento seletivo derivado da constatação de quais segmentos econômicos são preponderantes para a inflação. Aliás, fora do desenvolvimeto, não há salvação.

Cumpre observar de passagem que conter salário para reduzir a inflação produzida fora do Brasil não passa de estupidez cavalar, simples assim.

Este artigo importante de Rosane Bertotti foi pouco comentado até agora. Talvez por ser longo, talvez por ser o assunto árido, talvez por qualquer outra razão. É preciso que alguém competente com as palavras e conhecedor de comunicação transforme o assunto em – quem sabe? – antagonismo que chame a atenção de mais pessoas, pessoas estas que enriqueceriam o debate. Falta um "Chacrinha" para "bombar" o debate sobre a ideologia subjacente às ações econômicas, bem como seus fundamentos técnicos, tudo em termos modernos, instigantes e atraentes. Quem se habilita?

João

Se aumento de salário gerasse inflação, não teríamos tido nenhuma inflação nos anos 1980 e início dos anos 1990.

Gilberto Carvalho perdeu a ótima oportunidade de ficar quieto.

Francisco De Olavo

Os esquerdopatas e pelegos planfeteiros pagos e que vivem as custas dos recursos da nação não deram as caras neste excelente post do Azenha, é claro, esses esquerdopatas que vivem das beneces do estado não tem coragem, moral ou disposição para criticar quem quem os alimenta.

Cadê vocês comentaristas metidos a progressistas??? cometem essa verdade…

    Ramalho

    Teu português é de lascar, tua capacidade de entender o que lê, também. O pior, contudo, são tuas ideias.

    Luiz Fortaleza

    Onde vc aprendeu o português? BeneSSes?

    Marcelo Fraga

    Como eu sou um cara legal, eu vou te emprestar um pouco do que eu, segundo vosmecê, recebo do governo (as tais beneCes) para que o senhor possa fazer um curso de língua portuguesa em turno integral.

    Vou até dar um nome para isso: Bolsa-Analfascista, monde misturo analfabeto com fascista.

Narciso

“Governo é datado, tem dia para acabar e atua no limite da correlação de forças. Nosso papel é fazer a realidade no limite do possível”, Estamos atentos Sr. Ministro e prontos pra responder na hora certa.

claudio

Ué, mas a Dilma não era a herdeira política do Lula?
Não foi por isso que votamos nela?
Por que foi que o Brasil foi o último a entrar na crise e o primeiro a sair dela?
Por que o Agnelli caiu?
Não foi o crescimento da massa salarial que possibilitou a alavancagem do país?
E o projeto do país de classe média? Era mise-en-scène?
Sei, não, depois do aniversário da Folha e de chamar a si própria de presidentE, parece um governo normal das oligarquias.
Acho que tá na hora de tirar o adesivo do carro pra não passar vergonha…

Sergio Navas

Tem de haver equilíbio e ponderação de ambas as partes, tem que haver equilíbrio entre a oferta e a procura, para poder se manter a inflação sobre controle.A responsabilidade de qualquer governo é buscar este equilíbrio.
abcs.

Marcio

Em breve o FHC, o Serra e cia estarão elogiando a Dilma. E nós trabalhadores voltando à estaca Zero. Um governo que tem Palocci e Cardozo, amiguinhos da velha mídia e dos princípios neoliberais do tucanato, não poderia dar boa coisa. Que tristeza.

gilberto

Assino embaixo, eta mulher porreta…será que estão armando uma arapuca pra Dilma ?
Salarios sem aumentos farão com que haja naturalmente uma diminuição no crescimento do pais.
Com isso , caso haja uma crise externa novamente , como é que o povão vai sair na rua pra comprar se
não tera dinheiro ?

Douglas O. Tôrres

O Nassif em um post comentou a "paulistização" do PT.a volta da turma que nem queria primeiro que o Lula fosse candidato,vão engrossando as filreiras dos Pessdebistas tendo como seu Chefe o Palloci e mais o Cardoso,o Dirceu,Genoino,Mercadante e agora o Delubio,E o que tudo indica,o Giberto Carvalho e Pimentel sõa do mesmo DNA.Se tentarem o confronto,é a hora de vermos a posição da presidente e impõe sua vontade,ou se está captulada por esta turma mercadista.

ZePovinho

Vamos lembrar,pela enésima vez,como os bancos privados criam inflação por meio do mecanismo de reservas fracionárias.Quem diz é o comunista da Escola Austríaca de Economia(vertente americana),Murray Rothbard:

2/5 Dinheiro como débito (2006) [Captions + legendas Pt ]

[youtube Dy-hNY5KBEA http://www.youtube.com/watch?v=Dy-hNY5KBEA youtube]

http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=311

O sistema bancário de reservas fracionárias
por Murray N. Rothbard, terça-feira, 11 de maio de 2010

"….Essas contas-correntes que os bancos mantêm junto ao Banco Central são obrigatórias e constituem suas reservas compulsórias, sobre as quais eles podem 'piramidar', criando uma quantia fictícia de dinheiro inversamente proporcional à taxa que determina essas reservas compulsórias. É o Banco Central quem determina o valor dessas taxas. [Nos EUA, o compulsório é 10% do valor total dos depósitos em conta-corrente, o que significa que os bancos americanos podem criar dinheiro no valor de até 10 vezes o total de reservas compulsórias (1/0,10); no Brasil, como o compulsório atual é de 28%, esse valor é de até 3,6 vezes (1/0,28)].

Veja como esse processo de fraudulência funciona no mundo atual. Digamos que o Banco Central, como de praxe, decide que quer expandir (leia-se inflacionar) a oferta monetária. O Banco Central então vai até o mercado (chamado de "open market" ou mercado aberto) e compra um ativo. Não importa qual ativo ele compra; o ponto importante é que ele vai criar dinheiro eletronicamente, simplesmente apertando teclas em um computador. O Banco Central poderia, caso quisesse, comprar qualquer ativo que lhe aprouvesse, inclusive ações, edifícios ou moeda estrangeira. Na prática, ele compra títulos do Tesouro.

Suponhamos que o Banco Central queira comprar $10.000.000 em títulos do Tesouro. Esses títulos estarão em posse de um dealer "aprovado" pelo governo. [Dealers são instituição credenciadas para efetuar essas operações de mercado aberto. No Brasil, os dealers são os principais bancos do país. Veja a lista deles]. Nesse caso, o Banco Central vai simplesmente acrescentar eletronicamente $10.000.000 na conta-corrente que esse dealer tem junto ao BC (o compulsório) em troca dos títulos do Tesouro. De onde o BC tirou os $10.000.000 para pagar o dealer? De lugar nenhum. Ele criou esse dinheiro do nada. O dealer (um banco qualquer) agora está com excesso de reservas depositadas junto ao BC. A "oferta monetária" do país aumentou em $10.000.000; nenhuma outra conta-corrente sofreu qualquer decréscimo. Houve um aumento líquido de $10.000.000.

Mas isso é apenas o início do processo inflacionário e fraudulento. O banco que recebeu esses $10.000.000 ainda está com esse dinheiro parado em suas reservas compulsórias junto ao BC. Isso significa que suas reservas cresceram $10.000.000 e que – a menos que haja alguma elevação da taxa do compulsório – o banco pode agora 'piramidar' sobre elas. Esse banco pode agora criar novas contas-correntes baseadas nessas reservas e, à medida que esse dinheiro recém-criado vai vazando para outros bancos (como aconteceu com o Banco Rothbard), cada um desses outros bancos, através do mesmo processo, pode montar seu próprio esquema inflacionário, até que o sistema bancário como um todo tenha aumentado seus depósitos à vista em $100.000.000, dez vezes a compra original de ativos feita pelo BC [nesse exemplo, a taxa de compulsório foi de 10%. No Brasil, como uma taxa de 28%, o valor final seria de aproximadamente $35.700.000].

Quando o sistema bancário pode manter reservas que totalizam apenas 10% de seus depósitos, como no exemplo acima, o "multiplicador monetário" – a quantia de depósitos que os bancos podem expandir sobre suas reservas – é 10. Uma compra de ativos no valor de $10 milhões feita pelo BC gera um aumento de dez vezes – $100 milhões – na oferta monetária do sistema bancário como um todo"…………

SILOÉ -RJ

Vossa exelência perdeu uma boa oportunidade de ficar calado.
E por falar em salário, como é que anda o abaixo assinado contra o aumento dos parlamentares em 70%, Isso não é inflacionário???

SILOÉ -RJ

Esse papo a gente já conhece de longa data, não é mesmo?

assalariado.

A social democracia,do ponto de vista da luta de classes,sempre esteve ao lado,melhor,sempre caminhou e caminha lado a lado com o capital,defendendo os interesses da burguesia capitalista, desde sua nascença no século 19.Seja defendendo as elites do capital nacional ou capital multinacional.Embora eu não ache este Gilberto Carvalho um analfabeto politico. Mando um poema de Bertolt Brechet ,de nome "O Analfabeto politico". Esta aqui: [youtube 2RwJemF_9tY&NR=1 http://www.youtube.com/watch?v=2RwJemF_9tY&NR=1 youtube]

    ZePovinho

    Se a gente não ficar em cima desses caras do PT(principalmente os de São Paulo),Assalariado,eles não têm coragem de fazer nada.Ficam esperando a gente criar a onda para surfar por cima dela.Isso já está cansando minha moringa e falta muito caminho pra gente andar.

    assalariado.

    ZePovinho,conheço este partido por dentro.Quando falo que são da social democracia,os assessores de plantão deste partido vem negativar os comentários em vez de argumentar… Basta olhar o tanto de comentários negativados,embora eu tenha positivado quase todos.O grande problema,é que, quem é de esquerda(de fato),sente muito a ausencia de um partido que organize as massas,através de um trabalho de base.

    Saudações Socialistas.

Carlos Cruz

Só faltou dizer que o "bolo tem que crescer para depois se dividir…"A ambição desmedida por lucro, a especulação, a cobrança despudorada de juros pelos bancos – lucros de 10bi ou mais- não causa inflação. O salário do trabalhador brasileiro rejustado, quando muito, apenas em sua "data base" é quem a causa. Sr. Ministro ele é, pelo contrário, o ,maior prejudicado. Se há luta por reajuste salarial, é pq há perda de poder aquisitivo. Se há lutas por melhoria salarial, é a valorização profissional quem está na mesa. Capital x Trabalho, esqueceu? Nenhum empresário concede melhorias sem a luta de seus empregados. Devia estudar ou deixar de demagogia Sr. Ministro, ou não esquecer o que dizia em um passado tão próximo.

Sônia Bulhões

E agora Min Giba, meu filho ? A Rosane te encostou na parede e tenho de dizer que ela tem razão.

Lucrecio barato

Que não me venha dizer que é preciso esperar o bolo crescer para depois repartir.

    gustavo

    Assim espero…

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