Rosangela Buzanelli: Nova troca comando da Petrobrás é manobra para governo se eximir da responsabilidade dos preços dos combustíveis e gás

Tempo de leitura: 2 min
José Mauro Coelho (primeiro, da esquerda para a direita) ficou apenas 40 dias no cargo. O indicado para substituí-lo´é Caio Mauro Paes de Andrade (o segundo). Será o quarto presidente no governo Bolsonaro

Troca de mais um presidente da Petrobrás é manobra do governo para terceirizar responsabilidade

Por Rosangela Buzanelli*, em seu blog

Mais uma troca no comando da maior empresa brasileira, dessa vez com apenas 40 dias de diferença, tirando o foco dos grandes problemas nacionais e buscando se isentar da responsabilidade sobre a política de preços dos derivados.

Como representante dos trabalhadores no Conselho de Administração, independente dos nomes envolvidos, só tenho a lamentar mais essa troca de presidente da Petrobrás.

Para nós trabalhadores, técnicos ou gestores, e para a empresa em si, essas trocas frequentes são muito prejudiciais pois criam um clima de muita instabilidade.

Vivemos em constante sobressalto na companhia. A Petrobrás não é do governo de plantão, é do Estado brasileiro e não pode ser utilizada como um brinquedo, uma ferramenta de oportunidade.

A principal questão que se coloca é que, para esse “governo”, o caos é um método, uma tática operacional.

Para desviar o foco das grandes questões nacionais que não são encaradas e resolvidas, criam-se fatos relevantes.

Como uma guerrilha, cirurgicamente planejada. É uma irresponsabilidade, um desrespeito à empresa e às pessoas envolvidas, mas infelizmente isso não é uma surpresa, é o modus operandi.

Novamente insisto: o presidente almeja alguns objetivos com essas medidas:

— Desviar o foco dos problemas nacionais e de denúncias graves na mídia;

— Tentar se eximir da responsabilidade sobre a política de preços dos combustíveis e gás (PPI), que é dele;

—  Colocar a população contra a Petrobrás, buscando apoio popular à sua privatização;

— Agradar sua claquete, que se contenta com discursos.

Mas ele não assume sua responsabilidade, não faz o que deve e precisa ser feito: modificar a política de preços da estatal.

A Petrobrás é muito maior do que qualquer governante de plantão. É da dimensão territorial e histórica do Brasil e de seu povo que a criou.

A Petrobrás é do Estado brasileiro e nós, petroleiros, que a construímos e agigantamos com nosso trabalho e dedicação todos os dias, a defenderemos incansavelmente.

*Rosangela Buzanelli é a representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da Petrobrás; ela foi reeleita para o cargo


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Zé Maria

A Imprensa-Empresa Tradicional do Mercado (Globo e Mídia Fascispaulista)
esconde que a Política de Preços dos Combustíveis Dolarizados pela Petrobras
é de exclusiva responsabilidade do desgoverno Bolsonaro que importa os
Produtos Derivados de Petróleo (Gasolina, Diesel, Querosene e Gás de Cozinha).
Em vez de investir na Construção de Mais Refinarias, privatiza as que existem.
Exporta todo o Óleo Bruto do Pré-Sal – de Alta Qualidade – e importa Refinados
a Preço de Dólar, enquanto os Consumidores Brasileiros pagam em Reais (R$).

Aliás, sempre é bom que se frise, a Moeda Brasileira não é o Dólar, é o Real.
Os Salários dos Trabalhadores são pagos em Real, não em Dólar.

Quando o Temer (MDB/PSDB) assumiu depois do Golpe de 2016, obrigaram
a Petrobras a aplicar essa tal Política de Paridade de Preços Internacionais (PPI),
para beneficiar meia dúzia de Empresas Importadoras e Acionistas Privados.

Além de tudo, mentem que a Petrobras pode quebrar, se não dolarizar os Preços.
Isso é uma Grande MENTIRA. Antes de Golpearem a Dilma em 2016, os Governos
fizeram uma Política de Preços Justos, em Real, e a Petrobras sempre teve Lucro.

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