Rede dos EUA em defesa da democracia no Brasil: Que 7 de Setembro não repita ataque de chifrudo ao Capitólio!

Tempo de leitura: 3 min
Reprodução

Que a Esplanada não seja o novo Capitólio

Da Rede Estadunidense pela Democracia no Brasil, via-email

No próximo dia sete de setembro, o Brasil comemora quase 200 anos de independência política.

Tragicamente, dadas as ações do presidente Bolsonaro, esse ano é possível que a data seja marcada por altos índices de violência que podem levar o país a uma desestabilização política sem retorno.

Acreditamos que a democracia brasileira enfrenta hoje seu maior ataque dos últimos 35 anos e é por isso que a Rede nos Estados Unidos pela Democracia no Brasil urge que as classes políticas brasileira, norte-americana e internacional se unam na defesa inequívoca das instituições democráticas do Brasil.

A Constituição brasileira é clara ao afirmar que “constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis e militares, contra a ordem constitucional e o Estado democrático”.

Porém, desde que chegou ao poder em janeiro de 2019, Jair Bolsonaro, que conta com 24% de aprovação, age sistematicamente para destruir as instituições da democracia brasileira.

Eleito com base na narrativa antipolítica do “tem que mudar isso aí”, Bolsonaro tem feito tudo para comprometer as bases da legalidade e do Estado de Direito.

Apenas nos últimos meses, o ex-capitão do exército já participou de demonstrações pedindo o fechamento do Supremo Tribunal Federal; afirmou que o sistema político não o deixa governar; questionou a legitimidade do sistema eleitoral eletrônico; e, nos últimos dias, tem convocado seus mais fiéis apoiadores para que se dirijam à Brasília no próximo dia 7 de setembro, dia da independência, para uma demonstração de apoio.

Parte desses seguidores mais aguerridos dispõe de armamentos: são policiais militares, membros das forças armadas, ruralistas que vêm acirrando conflitos violentos pela terra contra camponeses, lideranças do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e ativistas ambientais, ou defensores do acesso ao porte de armas pessoais.

Por tudo isso, e por manifestações de oposição ao seu (des)governo estarem marcadas para o mesmo dia ao redor do país, é de esperar que conflitos violentos ocorram, especialmente na capital federal.

Bolsonaro é um político com traços fascistas claros e que vem obtendo inegáveis dividendos políticos por meio do constante enfrentamento às instituições.

Quando, por exemplo, o Supremo Tribunal Federal forçou Bolsonaro a retroceder em seus ímpetos autoritários, e garantiu o direito aos governadores de implementar políticas sanitárias no combate à crise da Covid-19, ele se valeu da derrota para exacerbar a narrativa de que o sistema o impede de governar.

Embora com isso tenha perdido alguns de seus eleitores originais, ele também acirrou os ânimos de seus seguidores mais fiéis.

Parte deles trabalha dentro dos aparatos de repressão do Estado: são policiais militares e civis e de vários segmentos das forças armadas.

Não se sabe o grau de apoio que Bolsonaro tem nessas corporações, nem é certo que todos os comandantes das forças militares venham a apoiar uma tentativa de fechamento do Supremo Tribunal ou do Congresso.

Ainda assim, caso as aglomerações no dia 7 de setembro gerem confrontos violentos entre manifestantes na capital federal ou em outras partes do país, Bolsonaro poderá usar tais eventos para alegar a necessidade de tomar medidas especiais, tais como fazer um pedido pela decretação de Estado de Sítio, o que caberia ao Congresso Nacional decidir.

Se o Congresso se recusar a conceder tal pedido, ele ainda poderá usar essa negativa como justificativa entre seus apoiadores armados para aumentar as ações por fora das instituições, acirrando ainda mais o contexto político, com consequências trágicas.  

O país vem enfrentando ao longo do último ano uma crise sanitária profunda, com agravamento da crise social e econômica.

O aumento da inflação, do preço dos combustíveis e alimentos, dos juros, do desemprego e da miséria são graves.

Da mesma forma, a própria democracia brasileira enfrenta hoje um dos seus maiores desafios. É urgente que todos e todas que prezam pelos valores e instituições democráticas se manifestem de maneira contundente pela defesa da democracia no Brasil.

Caso contrário, poderemos vir a ter um 7 de setembro que ficará marcado na história como uma tentativa de golpe de estado, ecoando a tentativa de invasão do Congresso norte-americano no dia 6 de janeiro passado.

Que a Esplanada não seja o novo Capitólio!  

US Network for Democracy in Brazil (USNDB) 

www.democracybrazil.org – [email protected]


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Comentários

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Zé Maria

Sociopatas
BolsoFascistas Perigosos Fugiram do Hospício
https://twitter.com/i/status/1434727398864470019

Se um protesto grande no 7 de Setembro
basta para convencer os militares,
então já teve golpe

Vai dar certo? É difícil dizer, pois não está claro
se as Forças Armadas teriam que ser convencidas
pelas massas a dar um golpe (nesse caso,
não vai ter golpe) ou se só querem uma desculpa
vagabunda qualquer para fazê-lo (nesse caso, vai).

Por Celso Rocha de Barros:
(https://outline.com/FRvNNr)

Zé Maria

AFA, CBF, Conmebol, FIFA,
BolsonaroCornoGenocida.
Tem Alguém Inocente aí?

Cartolas [de AFA, CBF e Conmebol]
disseram à Anvisa que negociavam
com Governo Brasileiro “exceção”
para Jogadores da Seleção Argentina

[Reportagem: Malu Gaspar | O Globo]

Em reunião com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no sábado (4), cartolas da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e da confederação sulamericana, a Conmebol, confirmaram que os quatro jogadores argentinos investigados por prestar informação falsa à agência de fato haviam estado no Reino Unido num prazo inferior a 14 dias.
Pela regra em vigor no Brasil, esses atletas teriam de cumprir quarentena e portanto não poderiam participar do jogo entre Brasil e Argentina pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2022.

Os cartolas, porém, disseram que estavam em conversas com o governo brasileiro para conseguir uma excepcionalidade a essa regra.
A norma foi estabelecida na portaria interministerial 655, de 2021, assinada pelos titulares da Casa Civil, da Saúde e da Justiça.

Os representantes da CBF e da Conmebol não disseram com quem estavam falando no governo, mas segundo fontes da Anvisa o ministério que teria poder para conceder essa “excepcionalidade” é a Casa Civil, hoje ocupada por Ciro Nogueira.
A “exceção”, porém, não foi concedida até o horário do jogo, que acabou sendo cancelado.

A reunião virtual do sábado foi feita depois que a Anvisa constatou que os quatro argentinos – Emiliano Martínez, [Emiliano] Buendía, Cristian Romero e Giovani Lo Celso – declararam no formulário eletrônico de entrada no Brasil que não haviam estado no Reino Unido num prazo inferior a 14 dias.

Diante da confissão dos dirigentes, os técnicos da agência reguladora alertaram que os atletas deveriam cumprir quarentena e não deveriam treinar.
A reunião começou as 17h, e o treino estava previsto para as 18h30.
Os atletas, porém, descumpriram a ordem e foram treinar mesmo assim.

Como nem eles cumpriram quarentena e nem apresentaram nenhuma excepcionalidade, nesta manhã a Anvisa pediu à Polícia Federal que entrasse no caso e acompanhasse seus fiscais até o hotel onde estava a seleção argentina.

O objetivo era notificar os atletas e já conduzi-los ao aeroporto de Guarulhos, onde deveriam ficar numa área segregada até serem enviados de volta à Argentina.
Quando chegaram lá, porém, o time já tinha saído para o estádio do Corinthians, onde o jogo seria realizado.

Os fiscais [da ANVISA] e os policiais federais então foram até o estádio, mas os jogadores se trancaram no vestiário e disseram que, se os quatro atletas não pudessem jogar, nenhum deles jogaria.
Em meio à confusão, os cartolas ainda garantiam que até o último momento a tal “excepcionalidade” chegaria.

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