Quase metade dos mais ricos rejeita Bolsonaro, abrindo rombo por onde pode passar o impeachment

Tempo de leitura: 2 min
Foto: Marcos Corrêa/PR

Da Redação

O fim do isolamento social em algumas semanas abre caminho para manifestações de rua — ainda que com todos os cuidados — que podem enterrar lentamente o governo Bolsonaro.

A ideia é sustentada pelo resultado das pesquisas mais recentes, que mostram o presidente da República perdendo apoio entre os mais ricos — e, no Brasil, mais poderosos.

De acordo com o Datafolha, 49% dos que ganham mais de dez salários mínimos taxam o governo Bolsonaro de ruim ou péssimo, 42% dizem que é bom ou ótimo.

É um contraste com os resultados da eleição de 2018, que Bolsonaro venceu com forte apoio dos homens brancos ricos.

Ele venceu o petista Fernando Haddad por 72% a 28% entre homens que ganhavam mais de cinco salários mínimos e por 64% a 36% entre as mulheres da mesma faixa de renda, de acordo com o Ibope.

Foi a mobilização da classe média que sustentou nas ruas o golpe contra Dilma Rousseff em 2016.

Bolsonaro é o presidente mais rejeitado na série histórica do Datafolha a esta altura do mandato: o ruim/péssimo cresceu cinco pontos, atingindo 43%, mas o ótimo/bom manteve-se estável em 33%.

Apesar da fidelidade contínua de um terço dos entrevistados a Bolsonaro, este número pode ser impactado pela dupla crise sanitária e econômica causada pela pandemia da covid-19, cujo impacto vai se prolongar certamente até o ano que vem.

Os números do Datafolha são compatíveis com o de outra pesquisa divulgada recentemente, do Atlas Político.

Nela, Bolsonaro é desaprovado por 73% dos que ganham mais de dez salários mínimos e, por pequena margem, até mesmo na base evangélica (51% a 47%).

Outro fato que pode ter impacto em futuras manifestações: Bolsonaro é desaprovado por 75% dos jovens entre 16 e 24 anos de idade, que costumeiramente são os mais dispostos a protestar.


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Comentários

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Sandra

“Podíamos disparar mentiras, tipo ‘Haddad é o pai do kit gay’”, disse Otávio Fakhoury em reunião com apoiadores de Bolsonaro da campanha do genocida em 2018.
Fakhoury é dono do site Crítica Nacional e financiou campanhas de dois deputados alvos do inquérito das fake news: Bia Kicis (PSL-DF), R$ 51,7 mil, e Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL-SP), R$ 38 mil.

https://t.co/k13YYTd0dd

Zé Maria

Interessante é que somando os que votaram em Fernando Haddad e em branco
com os que anularam o voto e os que não compareceram para votar no 2º Turno das Eleições Presidenciais de 2018, a rejeição ao Jair Bolsonaro chega a quase 90%.
Esse percentual é bastante significativo em relação ao total de eleitores do Brasil. A base real de apoio a Bolsonaro, ou seja, os Fanáticos representam de 15% a 20%.

Zé Maria

“O pior erro da democracia brasileira
foi aceitar o ataque aos direitos humanos.
Quando instituições calaram diante do ódio,
criaram monstros q agora as atacam.
A imprensa tb fez isso.
Os #DireitosHumanos ñ podem ser relativizados
num sistema q pretenda ser e seguir democrático.”
https://twitter.com/mariadorosario/status/1266205725753315329

Zé Maria

Aqui, é um desafio encontrar 10 Juristas
que discordem de que o Jair Bolsonaro
cometeu ao menos um Crime no Cargo.
E não chega a meia dúzia os que dizem
que Salles e Weintraub não praticaram
ilícitos na Reunião Ministerial de 22/4.

William

Por quê, mesmo Bolsonaro fazendo tudo que está fazendo, com essa rejeição gigantesca, mesmo assim, as pessoas não querem saber do PT? E por que o PT não quer realmente a saída de Bolsonaro?

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