“Presidente Obama, negocie com o Irã sem precondições!”

Tempo de leitura: 13 min

9/6/2010

por  Robert Naiman*, CommonDreams – traduzido por Caia Fittipaldi

“[Em 1951], para evitar que o Irã explorasse com sucesso o próprio petróleo que acabava de ser nacionalizado, os britânicos ordenaram que todos os técnicos [da British Petroleum] retornassem à Grã-Bretanha e moveram campanha de boicote ao Irã, para impedir que o país contratasse técnicos de outros países. Ao mesmo tempo, persuadiram outras empresas de petróleo, inclusive norte-americanas, a não comprar petróleo iraniano; impuseram boicote naval ao Irã, para impedir que navios-petroleiros atracassem para receber petróleo; congelaram todas as contas do Irã em Londres; e suspenderam todas as exportações de artigos de primeira necessidade para o Irã. A história soa familiar, em 2010?”

Até há pouco tempo, parecia que a Turquia teria papel bem claramente definido no Oriente Médio, do ponto de vista da política dos EUA. Os turcos eram os “muçulmanos bons”, integrados à OTAN, sempre houve soldados turcos ao lado de soldados norte-americanos nas guerras dos EUA; e a Turquia mantinha boas relações com Israel.

Nas últimas semanas, contudo, alguns norte-americanos podem ter-se assustado, ao ver o governo da Turquia em papel visivelmente diferente desse. Primeiro, em ação conjunta com o Brasil, a Turquia articulou um acordo de troca de urânio baixo enriquecido por combustível nuclear, pelo qual se superaria o impasse em torno do programa nuclear iraniano e que poderia fazer gorar os planos de EUA e Israel para impor novas sanções ao Irã, mediante a ONU. Por mais que o acordo fosse muito semelhante ao que propusera o presidente Obama – e Brasil e Turquia têm cartas de Obama, estimulando-os a trabalhar para construir o acordo –, parte do governo Obama bombardeou o acordo. Em vez de manifestar gratidão a Turquia e Brasil, o governo Obama montou um show de “sentir-se incomodado”.

Por sua vez, em vez de Brasil e Turquia sentirem-se repreendidos e desmentir-se, os dois países insistiram em que o acordo é bom – como argumento, invocaram as cartas recebidas de Obama – e insistiram em que os EUA melhor fariam se honrassem o acordo.

Simultaneamente – e com resultados muito mais espetaculares, como os fatos logo demonstraram –, a Turquia apoiava indiretamente a organização de um comboio de navios para levar ajuda humanitária a Gaza, como protesto e em aberto desafio ao sítio de Gaza, imposto por Israel e Egito e apoiado pelos EUA, contra população civil palestina. Quando os soldados israelenses atacaram o comboio, matando nove cidadãos turcos, a Turquia ameaçou romper relações diplomáticas com Israel, exigindo que Israel se desculpasse, que aceitasse que uma comissão independente internacional investigasse o ataque; e que levantasse o bloqueio de Gaza. No mesmo movimento, a Turquia criticou duramente a evidência de que o governo Obama não condenaria o ataque israelense, nem apoiaria a investigação independente. No bojo desse claro movimento de confrontação, o Egito anunciou que abriria, por tempo indeterminado, a fronteira com Gaza; e chegou mesmo a declarar que, na prática, “o bloqueio já não existia”.

A nova política externa da Turquia, política de independência, implica alguma ameaça aos EUA? Ou, bem diferente disso, a nova política turca cria uma nova oportunidade para um novo alinhamento que reforme e esvazie os atuais conflitos no Oriente Médio ampliado?

A maioria dos norte-americanos é absolutamente ignorante sobre a Turquia. Por isso, muitos acreditaram quando Liz Cheney declarou que “parece que” a Turquia “está apoiando o Hamás” nos planos “para destruir o Estado de Israel”.

É muito boa hora, portanto, para ouvir o que tem a dizer o ex-correspondente do New York Times e autor consagrado, Stephen Kinzer, cujo novo livro Reset: Iran, Turkey, and America’s Future [“Reiniciar: o futuro de Irã, Turquia e EUA”], foi lançado anteontem.

Kinzer argumenta que o mundo já mudou suficientemente, desde a Guerra Fria, a ponto de, hoje, já ser interessante para os EUA reavaliar completamente os relacionamentos dos EUA no Oriente Médio. Que é hora de desistir de um excessivo apego às políticas correntes dos governos israelense e sauditas. E que é hora de pensar em construir maior cooperação com Turquia e Irã. Isso, claro, considerados os interesses dos EUA.

Para muitos norte-americanos, a ideia de Kinzer, de refazer as bases do relacionamento com Turquia e Irã, talvez soe contra-intuitiva, sobretudo no que tenha a ver com o Irã. Mas o fundamento do argumento de Kinzer é uma visão estratégica de futuro que não é simples extrapolação do presente. Por isso consegue pensar num realinhamento fundamentalmente diferente, como o que Nixon anteviu como possibilidade para novo relacionamento com a China, “baseado em interesses mútuos e respeito”, como lembrou o presidente Obama em discurso ao Parlamento turco em abril de 2009.

Kinzer começa seu raciocínio com uma história de Howard Baskerville, o Rachel Corrie, se quiserem, das relações EUA-Irã. HB foi um jovem norte-americano, cuja vida e morte sugerem a possibilidade de relacionamento diferente entre EUA e Irã, baseado em compreensão nas aspirações nacionais dos iranianos. Baskerville foi professor presbiteriano de Nebraska, que trabalhava na cidade de Tabriz quando as forças do rei, apoiadas por Rússia e Grã-Bretanha – que em 1907 haviam dividido o país em duas esferas de influência – sitiaram Tabriz durante a Revolução Constitucional. Baskerville – como os nove turcos – tentava romper aquele sítio, quando foi morto, em abril de 1909. Hoje, conta Kinzer, Baskerville é dos heróis estrangeiros mais honrados e amados no Irã: há escolas e ruas com seu nome; no Palácio da Constituição, em Tabriz, há um busto dele.

Outro norte-americano no Irã, naquele período, cuja contribuição sugere a possibilidade de relacionamento diferente entre EUA e Irã foi Morgan Shuster, indicado Tesoureiro Geral da Pérsia, pelo Parlamento iraniano, em maio de 1911. Essa indicação visava a resistir contra o controle de britânicos e russos. Shuster dizia que seria fundamental pra o funcionamento efetivo do Estado iraniano que o próprio Estado recolhesse os próprios impostos – inclusive impostos devidos pelos ricos proprietários de terras que viviam sob proteção de britânicos e russos. Britânicos e russos não aceitaram e, em dezembro de 1911, a Rússia exigiu que o Parlamento demitisse Shuster em 24 horas; alegou que  nenhuma nomeação seria válida, sem a permissão de russos e britânicos. Quando o Parlamento recusou-se a obedecer, as tropas russas ocuparam Teerã. Afinal, sob pressão militar de russos e britânicos, Shuster foi demitido.

Em fevereiro de 1921, ante a ampliação da resistência iraniana contra o controle britânico, o comandante geral das forças britânicas no Irã, general Edmond Ironside, disse ao Xá Reza que, se encenasse um golpe, os britânicos não se oporiam. Quatro dias depois, o Xá Reza apresentou seu golpe, bem-sucedido. Embora o Xá Reza tenha chegado ao poder com o apoio dos britânicos, mesmo assim tomou várias medidas para limitar a influência britânica; quando tentou manter a neutralidade do Irã, na II Guerra Mundial, os britânicos o obrigaram a renunciar em favor do filho, Xá Mohammad Reza, em setembro de 1941.

Depois da guerra, muitos iranianos esperavam mais democracia e mais independência em relação aos britânicos. Em 1950, Mohammad Mossadegh encarnava, pessoalmente, essas duas bandeiras. Quando os norte-americanos da empresa Aramco de petróleo, fizeram uma partilha, meio a meio, com a Arábia Saudita, dos ganhos com o petróleo, os iranianos exigiram acordo semelhante, da Anglo-Iranian Oil Company, controlada pelos britânicos, hoje conhecida como British Petroleum. Os britânicos negaram-se a aumentar os 16% que pagavam aos iranianos. Em resposta à negativa dos britânicos, que se recusaram a negociar, na primavera de 1951 o parlamento iraniano votou a lei de nacionalização do petróleo e designou Mossadegh primeiro-ministro.

Para evitar que o Irã explorasse com sucesso o próprio petróleo, os britânicos ordenaram que todos os técnicos retornassem à Europa e moveu campanha de boicote ao Irã, para impedir que o país contratasse técnicos de outros países. Ao mesmo tempo, persuadiu outras empresas de petróleo, inclusive norte-americanas, a não comprar petróleo iraniano; impôs boicote naval ao Irã, para impedir que navios-petroleiros atracassem para receber petróleo; congelou todas as contas do Irã em Londres; e suspendeu todas as exportações de artigos de primeira necessidade para o Irã. A história soa familiar?

Todas essas medidas, é claro, implicaram tremendas dificuldades econômicas para o Irã. Cresceram o desemprego e a miséria. Mas o governo iraniano de Mossadegh recusou-se a capitular ante a pressão dos britânicos. Os britânicos tentaram o jogo de “promover a democracia” –, subornando membros do Parlamento iraniano para que apoiassem uma moção de desconfiança contra Mossadegh. O complô foi descoberto, e Mossadegh expulsou todos os ‘diplomatas’ britânicos – inclusive, é claro, os espiões que lá trabalhavam e cuja única missão era derrubar seu governo – e fechou a embaixada britânica. Os britânicos recorreram ao governo Truman dos EUA, mas Truman não tinha qualquer interesse em derrubar governos no Irã e acreditava que o impasse era resultado de excessiva cobiça britânica. O problema foi que, imediatamente depois, o governo Eisenhower comprou, sem dificuldades, a ideia de derrubar Mossadegh.

Como Kermit Roosevelt, agente da CIA, orquestrou o golpe que derrubou Mossadegh? Hoje, seria mais uma ação de “promover a democracia” e muito provavelmente seria ação patrocinada pelo “National Endowment for Democracy”[1]. Roosevelt subornou “jornalistas, colunistas, mullahs e membros do Parlamento”, para uma campanha de ‘desqualificação’ de Mossadegh. Os jornais o chamavam de “ateu, judeu, homossexual e até, de espião britânico”, escreve Kinzer.

Roosevelt contratou gangues de rua para promoverem agitação em Teerã “atirando a esmo, quebrando vidros e gritando slogans como “Amamos Mossadegh e o Comunismo!”. Depois, Roosevelt contratou outra gangue de rua, para atacar a primeira, “para mostrar Mossadegh como governante incapaz de controlar até a vida na própria capital.” Uma multidão de vários milhares, sem saber que agia por inspiração da CIA, marchou sobre a casa de Mossadegh. Unidades militares iniciaram o bombardeio da casa. Morreram centenas de pessoas. Mossadegh foi preso e permaneceu encarcerado por três anos. Depois, foi posto sob prisão perpétua, em casa.

Se a ideia de Truman tivesse vencido, em vez da de Eisenhower, e se os EUA não tivessem derrubado o governo de Mossadegh, é possível que, hoje, Mossadegh fosse conhecido como um George Washington do Irã. O “assassinato do pai de Hamlet” na história de Kinzer está em que, em vez de apoiar um George Washington do Irã, os EUA o derrubaram… porque ele nacionalizara o petróleo iraniano.

A questão central do argumento e do livro de Kinzer não é vingar a morte do pai de Hamlet, mas tentar corrigir o erro. A meta é que, no último ato, não reste aos EUA e ao mundo, só, um palco semeado de cadáveres. Em vez disso, talvez os EUA possam ter um acordo negociado e um novo relacionamento com o Irã.

Para ilustrar o impacto que o golpe contra o governo de Mossadegh teve e ainda tem, nas relações Irã-EUA, Kinzer relata história que ouviu de Bruce Laingen, veterano diplomata norte-americano, que foi refém em 1979, quando estudantes iranianos ocuparam a embaixada dos EUA em Teerã. A ocupação foi motivada, em parte, por os iranianos temerem que naquela embaixada se estivesse articulando, outra vez, outro golpe contra o governo. Um dia, depois de Laingen estar preso como refém há mais de um ano, um dos invasores o visitou em sua cela. Laingen explodiu; pôs-se a gritar que sua prisão, como refém, era imoral, ilegal e “absolutamente errada”. E o sequestrador respondeu-lhe: “O senhor não tem direito de reclamar de nada. Os EUA capturaram nosso país e nos fizeram seus reféns, em 1953.”

Ainda em fevereiro de 1980, em resposta a um repórter que lhe perguntava sobre o golpe que derrubou Mossadegh – e quase um ano antes daquela conversa entre Laingen e seu sequestrador – o então presidente Carter disse: “Sempre essa velha história. São histórias muito antigas. Não acho nem adequado nem útil discutir fatos ocorridos há 30 anos.”

Se for verdade, como tantos gostam de repetir, que “os que esquecem o passado estão condenados a repeti-lo”, corolário óbvio é que os que tenham interesse em repetir o passado tenham interesse também em jamais trazê-la à mesa de discussão. E se se consideram as políticas defendidas, dentre outros, pelo corpo editorial do Washington Post, hoje, em relação ao Irã, é visível que são muito semelhantes às adotadas pelos britânicos e pelos EUA, para o Irã, em 1953: sanções, “promoção da democracia”, derrubar o governo.

No discurso do Cairo, há um ano, o presidente Obama reconheceu o envolvimento dos EUA no golpe de 1953: foi o primeiro presidente a fazê-lo. “Em plena Guerra Fria, os EUA participaram da derrubada de um governo iraniano democraticamente eleito” [2], disse Obama.

Evidentemente, a intervenção dos EUA não terminou no golpe de 1953; durante os 23 anos seguintes, os EUA apoiaram fortemente o regime ditatorial do Xá. Escreve Kinzer: “Com os EUA firmemente a apoiá-lo, o Xá converteu-se em ditador absoluto.” Vários membros do Congresso levantaram questões sobre direitos humanos; e ouviam explicações de que o Xá implantara “mudanças significativas” e que haveria lá “gratificantes tendências” de respeito à diversidade de opinião. Mas, como Kinzer registra, a Anistia Internacional dizia, em 1975 que “nenhum país do mundo tem pior relatório, em matéria de direitos humanos, que o Irã [do Xá].”

Pois o presidente Carter, que dissera que “direitos humanos são a alma de nossa política externa”, disse ao Xá, no final de 1977: “O Irã, sob a grande liderança do Xá, é uma ilha de estabilidade, numa das áreas mais conturbadas do mundo. Isso se deve a Sua Alteza e a sua liderança – e é tributo do respeito, da admiração e do amor que seu povo lhe devota.” Um ano mais tarde, as ruas tremiam aos gritos de “Morte ao Xá dos EUA”. E em janeiro de 1979, o Xá fugiu.

Mas mesmo depois da queda do Xá, a intervenção dos EUA prosseguiu, na avaliação de muitos iranianos. Muitos iranianos acreditam que os EUA tiveram participação ativa na decisão de Saddam Hussein, de invadir o Irã, em 1980. Há certeza absoluta de que os EUA apoiaram vigorosamente o Iraque naquela guerra, num tempo em que “a inteligência dos EUA sabia que os comandantes iraquianos empregavam armas químicas” contra o Irã, segundo matéria de agosto de 2002, do New York Times, onde se lê: “o fato de o Iraque ter usado gás na guerra contra o Irã é repetidamente citado pelo presidente Bush (…) para justificar a necessidade de “mudança de regime” no Iraque”.

Pois, apesar de tudo isso, observa Kinzer, depois dos ataques de 11/9 o Irã colaborou muito ativamente com os EUA na luta contra a al-Qaeda e os Talibã no Afeganistão, inimigos comuns. O Departamento de Estado produziu relatório em que se lê que “há real oportunidade para que os EUA reconstruam suas relações com o Irã”, opinião confirmada pela CIA. Mas de repente, em janeiro de 2002, para estupefação dos iranianos, o presidente Bush incluiu o Irã no seu “eixo do mal”.

Mesmo assim, um ano depois, o Irã propôs conversações amplas com os EUA. O Irã queria que os EUA levantassem as sanções econômicas, que garantissem ao Irã acesso a tecnologia nuclear pacífica, e que combatessem os grupos terroristas anti-iranianos. Em troca, o Irã oferecia transparência total em seu programa nuclear e fim de qualquer tipo de “apoio material” ao Hizbullah, Hamás e Jihad Islâmica, maior cooperação com os EUA contra al-Qaeda e reconheceria Israel se voltasse às fronteiras de 1967. Mas o governo Bush ignorou a proposta.

É importante observar que o presidente do Irã mudou, depois de 2003, tempo dessa proposta; mas o Supremo Líder – árbitro final de todas as questões de política externa e segurança – ainda é o mesmo. Isso sugere que negociação semelhante ainda pode ser possível. De fato, a recente e bem-sucedida negociação com Brasil e Turquia, para troca de combustível nuclear, e que seguiu linhas previamente aprovadas pelo governo Obama, também sugere que há reais possibilidades de construir-se acordo significativo entre EUA e Irã – desde que o governo Obama decida trabalhar nessa direção.

E a Turquia está em posição única para atuar como ponte, não só como ponte entre os EUA e o Irã, mas também entre Israel e os países árabes, e potencialmente entre os EUA e os Talibãs. Nos últimos vários anos, a Turquia persegue uma política estrangeira de trabalhar para melhorar relações com vizinhos, e tentar ajudar os vizinhos a melhorar as relações mútuas. A Turquia mediou conversações entre Israel e Síria.

A Turquia ajudou a persuadir os sunitas iraquianos a participar no processo político do Iraque pós-Saddam. Apesar do conflito recente com Israel, a Turquia ainda é, de longe, o país muçulmano que mantém o melhor relacionamento com Israel, incluindo forte relacionamento entre os militares dos dois países. “Nenhuma outra nação é respeitada, como a Turquia, pelo Hamás, pelo Hizbullah e pelos Talibãs, ao mesmo tempo em que mantém também bons laços com os governos de Israel, Líbano e Afeganistão”, escreve Kinzer.

A Turquia escapou da órbita dos EUA… Mas, mesmo assim, o novo papel da Turquia é excelente oportunidade também para os EUA. Como país muçulmano que conhece intimamente a Região, a Turquia pode ir a lugares, engajar parceiros e acertar acordos que são inacessíveis para os EUA. O que a Turquia fez para separar-se dos EUA – recusar passagem por seu território, de soldados norte-americanos a caminho de invadir o Iraque, por exemplo; ou denunciar as ações de Israel em Gaza – só fez aumentar sua reputação em outros países muçulmanos; o que aumenta a capacidade da Turquia para influenciá-los.

Alguns norte-americanos poderosos parecem supor que negociar, reconciliar-se e talvez construir uma parceria com o Irã seria uma forma de rendição. Foi o que disse Henry Kissinger, quando perguntado se os EUA deveriam negociar com os adversários muçulmanos: “Eles querem nos humilhar”, disse ele. “Temos de humilhá-los.”

Mas o objetivo da diplomacia é fazer avançar interesses, não castigar uns ou outros, argumenta Kinzer. Nenhum dos principais objetivos dos EUA no Oriente Médio, inclusive estabilizar o Iraque, chegar a um acordo de paz entre israelenses e palestinos e marginalizar a Al-Qaeda, é viável sem a cooperação do Irã. Um Irã isolado é risco grande demais. Um Irã integrado pode ser poder estabilizador, garantia de segurança, motor de desenvolvimento econômico.

Kinzer lista algumas das potenciais vantagens de um novo relacionamento entre EUA e Irã, dentre os quais:

* O Irã, mais do que qualquer outro país, pode ser garantia de paz no Iraque.

* O Irã pode ajudar a estabilizar o Afeganistão.

* O Irã pode ajudar a moderar e a construir acordos com grupos como o Hamás e o Hizbullah.

* Uma aliança entre EUA e Irã pode enfraquecer a Al-Qaeda, inimigo comum.

* Melhores relações abrirão novas oportunidades de cooperação econômica.

Os presidentes dos EUA têm rejeitado qualquer concessão ao Irã, porque implicaria reconhecer o Irã como poder importante, com interesses legítimos de segurança. Mas, diz Kinzer, o Irã já é poder regional importante. Isso não mudará, façam os EUA o que fizerem. Política inteligente terá de reconhecer esse fato, exatamente como a política de Nixon reconheceu o poder regional da China.

Quando EUA e China assinaram o Shanghai Communiqué de 1972, a China tinha atitudes e comportamentos que eram, pelo menos, tão ofensivos aos EUA quanto qualquer das atitudes e comportamentos do Irã hoje. A China fornecia armas à guerrilha anti-EUA no Vietnã. Nixon não impôs qualquer exigência de “bom comportamento” como condição para negociar. Primeiro, cuidou do acordo; as mudanças de comportamento vieram como consequência.

Durante a campanha presidencial, o senador Obama chegou a articular algumas dessas ideias: não imponha, como precondição para negociar, exatamente o que você tenta obter. Mas, recentemente, o governo Obama parece ter revertido à política do governo Bush, que parece insistir em que o Irã suspenda o enriquecimento de urânio antes de EUA e Irã terem construído, sequer, alguma pauta de temas a serem discutidos.

A presença da Turquia, nesse cenário, pode mudar a tendência de todo o jogo. Nas últimas semanas, fomos, de uma situação em que o sítio de Gaza não era assunto que mobilizasse os EUA, para outra situação em que os EUA já declararam que o sítio de Gaza não pode continuar. Entre uma posição e outra houve vários movimentos; em todos eles a Turquia desempenhou papel indispensável. Se a Turquia tiver meios para desempenhar papel similar na disputa entre os EUA e o Irã em torno do programa nuclear iraniano, o mundo certamente se converterá em algo fundamentalmente diferente – e melhor.

Notas de tradução

*Esse artigo é parte de uma campanha de cidadãos nos EUA, organizada pelo blog pacifista “Just Foreign Policy”, sob o mote “Escreva ao presidente Obama e diga: Presidente, não tenha medo de negociar sem precondições com o Irã”. Detalhes da campanha e uma carta-modelo a ser enviada ao presidente Obama, são encontrados em “Democracy in Action” .

Robert Naiman é diretor de Política, de Just Foreign Policy

[1] A National Endowment for Democracy (NED) é organização sem finalidades de lucro, fundada em 1983, para promover a democracia em países amigos dos EUA, oferecendo fundos, alocados anualmente pelo Congresso dos EUA. Embora administrada como organização privada, vive de recursos inteiramente públicos. Além do programa de distribuição de fundos, a NED também mantém um jornal (Journal of Democracy), o Movimento Mundial pela Democracia, o Fórum Internacional de Estudos Democráticos, o Programa Reagan-Fascell de Bolsas de Estudo, uma rede de institutos de pesquisa e o Centro de Apoio à Mídia Internacional. A NED tem sido acusada de interferir em governos estrangeiros e de criar condições para operações ilegais da CIA no exterior. Para saber mais, leia em National Endowment Democracy (Wikipedia) ;

[2] Em português leia: Discurso de Barack Obama no Cairo em junho de 2009

O artigo original, em inglês, pode ser lido em: Reset: Stephen Kinzer’s Vision of a New U.S. Relationship with Turkey and Iran


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Comentários

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Luciano

“O mundo é governado por personagens muito diferentes dos que imaginam os indivíduos cujo olhar não penetra os bastidores”… Disraeli, primeiro-ministro da Inglaterra.
Libertarmo-nos da mão que nos aprisiona na matrix.
A libertarmo-nos do mito da caverna de Platão.

Carlos Botelho Filho

O autor é o mesmo do livro "Todos os homens do Xá", sobre o golpe de estado no Irã.

Pelo visto, mais um livro dele pra ler.

Valeu demais, Azenha

Pitagoras

Viva a Palestina! Somos todos Hezbollah, somos todos Hamas, somos todos Ahmadinejad!

Robert Naiman: Reiniciar. Por um novo relacionamento dos EUA com Turquia e Irã | Maria Frô

[…] Em português em Viomundo buzzvolume_url = "http://mariafro.com.br/wordpress/?p=2715";buzzvolume_title = "Robert Naiman: […]

Yuri

Não sei a que interesses serve o autor deste texto. Quer enganar quem? É evidente que as guerras recentes que reforçaram o domínio de EUA e Reino Unido sobre Iraque, Kwait, Afeganistão e Paquistão são um estratégico cerco ao Irã. Por razões óbvias: petróleo. Estávamos na iminência do dia "D" do ataque. Graças ao acordo Brasil-Turquia-Irã e à trapalhada de Israel no caso da flotilha, a paz na região ganhou um novo fôlego – alguns meses, talvez. É preciso mais! E se quiserem, Rússia e China podem fazer a diferença e acelerar o advento da nova ordem mundial.

    O índio

    A importância desse artigo (muita!) eu acho, está em mostrar uma necessidade, uma carência, de todos os governos democráticos, e que o presidente Lula registrou, logo no início do primeiro mandato: "Se vocês não exigirem, não poderei fazer coisa alguma."
    O mundo não é feito por meia dúzia de governantes, nem por meia dúzia de empresas, nem por meia dúzia de 'analistas' de jornalão, metidos a querer ensinar receitas eruditíssimas e supostamente 'bem informadas'. O mundo é feito pela força dos muitos, os anônimos (parecidos, eu acho, com quem, num sábado de Copa do Mundo, está aqui, escrevendo, como nós). É movimento pacifista, de gente cujos filhos e amigos estão sendo mandados morrer no Afeganistão, no Paquistão. É bom movimento. É a única força com que TODOS, hoje, ainda podemos contar. Força, lá para eles! MUITO BOM, o Azenha ter publicado esse artigo. Menos denuncismo, e mais ação de cidadãos! Esse é o caminho. Temos de continuar andando.

Milton Hayek

Did the U.S. Army help spread Morgellons and other diseases?
by Hank P. Albarelli Jr.*, Zoe Martell*

Last week’s Voltaire Network article concerning the mysterious spread of a fungus disease in the Northwest United States provoked a number of readers to contact Mr. H. P. Albarelli Jr., the author of both these articles, with new information concerning strange diseases and the U.S. Army’s covert biological warfare activities which involve the use of chemical and biological weapons against human beings. There is a history of U.S. secret human experimentation. In this case, it is unsuspecting U.S. citizens who are the victims.
http://www.voltairenet.org/article165450.html

    Emilio_Matos

    Marco Aurélio, eu respondi pra você o que tanto queria saber da minha posição. Estou aguardando um post lá.

    Milton Hayek

    Tem um cara,Emilio,que usa esse nome por mim.Não sou eu.Portanto,desconsidere o que ele falou.
    Pensando bem,acho que fui muito ríspido com você.Me desculpe pelas palavras duras,Emilio.Eu também não gosto desse tipo de comportamento.Talvez eu tenha me alterado porque estava com um problema de pesquisa que não tinha nada a ver com você.
    Continuo achando que você confundiu as coisas.Quando usei o termo nomenklatura foi no sentido usado por Michael Hudson.Não foi comparando o regime de democracia limitada dos EUA com o da URSS.
    Um abraço.

Milton Hayek

FOTOS FORTES!!!!

National Security secrecy
Morgellons Victims Across the US and Europe (Part 1)
by Hank P. Albarelli Jr.*, Zoe Martell*

Over the past ten years, more than 100 000 people in the United States and in Europe have complained about a strange and devastating skin disease known as Morgellons. The medical community is divided between those who dismiss it as psychological disorder and those who regard Morgellons as an emerging disease deserving further study. This issue would normally be confined to scientific medical journals if the Pentagon and federal agencies were not so actively engaged in hiding it from the public. In the first part of his investigation, Hank Albarelli reports on a controversy which leads directly to new weapons experiments of the most secret order. http://www.voltairenet.org/article165822.html

Tomudjin

O poder e a influencia dos que verdadeiramente mandam nos EUA é muito forte.
Têm capacidade, inclusive, de mudar até mesmo as idéias e a cor de um Presidente.

Mário Salerno

Muitos já apontaram para o fato de que os Estados Unidos hoje são, efetivamente, uma plutocracia. Ela se constitui de uma pequena elite que, encastelada nos negócios de Estado e tirando seu suporte do domínio das corporações e do sistema financeiro, impõe sua visão imperialista e ultraconservadora às políticas do Estado. Obama é mais um caso de que isso é essencialmente verdade. Basta observar suas escolhas políticas. Aumentou as tropas no Afeganistão apesar da oposição popular, pôs em cargos chave da equipe econômica pessoas envolvidas até a medula nas (anti) reformas regulatórias que propiciaram a crise (e que hoje promovem os mesmos interesses, a despeito da revolta popular contra o salvamento dos bancos sem contrapartida de salvamento de quem ficou endividado e perdeu seus imóveis).

Obama chegou a assinar um decreto autorizando assassinatos ATÉ MESMO DE AMERICANOS pela CIA.

E no caso do Irã, depois de solicitar ao Lula sua intervenção na negociação de um acordo com o Irã, voltou atrás e passou a ter a mesma posição belicista de sua Secretária de Estado (que lá está por conta de uma composição partidária). Ou seja, Obama não responde aos anseios populares, mas aos interesses dessa plutocracia que vai insistir no imperialismo bélico e na visão unilateral de mundo.

    Guanabara

    Obama não é Presidente, é empregado. Nada mais é que o "funcionário do mês" das grandes corporações e indústria bélica estadunidense.

Ramalho

Excelente artigo, indispensável, não só para se entender a ação imperialista inglesa e americana passada, mas, principalmente, a atual. Ajuda a explicar a razão de governantes de países com recursos energéticos, como Venezuela e Bolívia, serem demonizados.

Para os brasileiros, o artigo é um alerta.

Artigo para se ler e guardar.

Ana Cruzzeli

As aparências enganam!
Teremos boas surpresas com Barack Obama para o futuro, lembremos do primeiro mandato de Lula, foi bom agora o segundo está sendo estupendo. Obama está enfrentando uma crise econômica sem precedentes vamos dar um tempo a ele ( está colocando a casa em ordem, isso leva tempo ).
A natureza de Obama não é a mesma de Bush.
Esse mestiço vai fazer história …

Urbano

Até porque lhe deram um prêmio como tal, ou seja, sem precondições.

Jairo_Beraldo

Obama cairá do pedestal que ele criou para si, de tal forma, que não se levantará jamais….tal qual o Iluminado cavernoso.

Eduardo

Essa questão é muito intessante. Primeiro, porque mostra a insanidade do governo Obama em escolher o pior caminho, ou seja, o caminho do acirramento, do confronto, da falta do diálogo, etc. Nesse episódio, o Brasil, na minha opinião, marcou um gol de placa.
Claro, que aqueles que concordam com os americanos vão continuar criticando o Brasil por ter feito acordo com Irã, em parceria com a Turquia. Mas não se esqueçam que os EUA foram responsáveis por diversas desgraçadas de muito povos. A América Latina, por exemplo, sofreu com as ditaturas que se proliferaram na região apoiadas pelos EUA.
As únicas bombas atômicas lançadas no mundo, foram feitas por eles. A questão do Iraque foi outro absurdo. Invadiram o Iraque dizendo que lá havia arma química e não encontraram nada.

“Presidente Obama, negocie com o Irã sem precondições!” « Projeto ORBIS – Observ@tório de Relações Internacionais

[…] Fonte http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/presidente-obama-negocie-sem-precondicoes-com-o-ira.html […]

C.C. Bregamin

Não posso acreditar… Mas tenho uma pergunta: o que é o "Ocidente"?
O imperialismo americano? Você fala em nome dele?

carmen silvia

Onde estaria o calcalnhar de Aquíles de Obama?Esse homem não rende mais nada,a reforma da saúde foi pífia,as relações internacionais se parecem a cada dia mais com os anos Bush?O candidato da esperança me parece que virou o presidente refém do poderio bélico,de uma estrutura de governo em que o Estado aparece só pra validar os grandes interesses econômicos pegando inclusive dinheiro público pra salvar o grande cassino que é sistema financeiro daquele país.Se eu fosse cidadã americana me perguntaria por que pagar impostos se o governo retorna pouco em termos de serviços.Enfim os EUA estão se desnudando frente ao mundo, a democracia vendida por eles está com cheiro de produto que já venceu,azedou ,as boas intenções de Obama me parece que já foram parar no inferno junto com tantas outras , a crise econômica ainda tem seus efeitos Essas questões são apenas exercício de livre pensar,mas em tempo de internet me parece que fica um pouco mais difícil fazer o jogo político sem mostrar pelo menos o punho do paletó.

Vinícius Vitoi

Azenha, será que não está na hora de uma campanha similar aqui no Brasil… Do tipo: Presidente LULA, nós apoiamos mudanças radicais na política… Senta a Púa, Presidente!!!! A esperança já venceu o medo….

Maria Dirce

Esqueci de escrever que adorei a música que o Chavez cantou para Hilary kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Maria Dirce

Acontece que a Turquia ja esta dentro das negociações com a liga àrabe, formando novos blocos de negociações direcionando um novo olhar para o mundo prepotente e mesquinho que formam os 5 países da ONU que faz anos que esta desmoralizada, desde o dia que colocaram a corda no pescoço de Sadam sem um julgamento internacional.Quero ver mais do que nunca a OPEP e o Brasil junto, e adiós yanques e quem mais os acompanha!!!!!!!!!

Ubaldo

O bombardeio às instalações de enriquecimento de urânio do Irã é só uma questão de tempo.
Os EUA, certos ou errados, já estão determinados a fazer isso, a menos que um muito improvável recuo dos iranianos ocorra.
O povo iraniano está unido, mais ainda após as sanções da ONU, contra os americanos e assim o Irã não vai mudar seu posicionamento.
Ao Brasil que se aventurou e perdeu só resta dizer que caiu em pé.

    Polengo

    Sim, Ubaldo, eles estão determinados a bombardear o Irã.
    Tão determinados quanto o serra está certo de que vai ganhar a eleição.

    Edv

    Pô Debaldo! Vou ter que concordar com vc nessa? Como na fábula do lobo e do cordeiro, o objetivo é comer o cordeiro e ponto. Principalmente quando jorra petróleo da lã dele. Não tem argumento que o cordeiro possa dar. (o gozado nessa história é que o Irã é que é vendido como o lobo, hehe).
    Só faço 2 ressalvas:
    1) Espero que vc lamente, tanto quanto eu, por essa estratégia farsesca, já praticada tantas vezes na História, inclusive recentemente no Iraque cheio de armas de desturição em massa e tão pouca democracia. Agora "tá bão"!…
    2) O Brasil nem se aventurou nem caiu! Mediou, buscou acordo para trazer o Irã à mesa de negociações!… e teve sucesso! Se não tivesse tido, aí sim, teria caído de pé!

    Leider_Lincoln

    Fala o grande Ubaldo, o homem que, como profeta, vem se revelando um excelente troll.

    Jairo_Beraldo

    Ubaldo…a idade traz sabedoria…menos aos portadores da loucura!

    Geloca

    Vc é um ventríloquo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Um fake, não tenho dúvida, por incrível que pareça.

Jorge N Rebolla

Acreditar em negociações sérias com os aiatolás iranianos, o hamas e o hezbollah é para ingênuos ou algo pior. O mesmo pode ser dito de todos que tentam negociar com outros fundamentalistas. Sejam eles políticos ou religiosos.
A única cláusula viável para um grande acordo com os islâmicos autênticos, os moderados ou não são ou são apenas de fachada, é o fim da existência do Estado de israel. Qualquer outro acordo que não contemple isto eles não cumprirão. Concordariam até que alguns judeus permanecessem no território, desde que aceitassem pacificamente o papel de dhimi. (para quem não sabe os dhimis são os súditos que professam as outras religiões citadadas no corão, o cristianismo e o judaísmo, que podem manter a sua fé mas se resignarem a se tornar cidadãos de segunda classe).
A proposta destes "cidadãos americanos" só pode ter se originado de duas maneiras. Acredito mais na primeira das minhas opiniões, são os tolos do pacifismo. A segunda é mais simples, não passam de inimigos do ocidente.
P.S. O velho ditado romano é o único válido: se queres paz prepara-te para a guerra.

    Edv

    Mas que rebolada é essa? Os tolos do pacifismo? Fundamentalistas significa muçulmanos? Aqueles que se implantam à força em terras habitadas por outros há séculos, por razões eminentemente religiosas e deflagram um conflito permanente, que incomoda o mundo todo, cria crises mundiais (petróleo), etc., não tem fundamentalistas? Quer dizer que os milhões de pessoas que morrem direta ou indiretamente por guerras, conflitos e explorações são por mera "esperteza?! Quem não quer isso e propõe a diplomacia é tolo ou ingênuo? Um país judeu tem o direito de existir sim! Só me pergunto porque não negociaram, digamos, uma Guiana européia, que tem uma geografia mais privilegiada, para finalmente montar o seu país? A ONU poderia ter ajudado. Por que uma áreazinha semi-desértica?
    (continua)

    Edv

    Mas que rebolada é essa? (parte 2)
    Mediar significa, antes de mais nada, ajudar a resolver, e não "tomar partido". O romano ditado "válido" foi tão usado que o império foi pro buraco. Pensar a lógica pela "lei do mais forte", do "manda mais quem pode mais", e outras "brilhâncias" similares, sem ofensas, não é inteligente, é apenas "estupidez esperta"…

    Christian Schulz

    E, no entanto, o Serra continua ladeira abaixo.

    Mas não se preocupe.

    Já o vemos fazer como faz seu dono.

    Vai morrer atirando!

    Se a Hillary abrir o zíper, alguns comentaristas aqui vão correndo… admirar!

    Leider_Lincoln

    Cara, você é muito fraco. Não é diplomata, não entende de diplomacia, inventa coisas, acredita no que te falam e tece elocubrações que são, na melhor das hipóteses, malucas. Resumidamente, você me fez perder 2 minutos da minha vida com este texto ridículo. A pérola foi o seu post scriptum, que fala como se os Estados Unidos e o Estado de Israel não fossem Estados que mais do que preparados, VIVEM para a guerra. Você deveria ter vergonha de ter escrito tanta besteira.

    Eutímio Pimentel

    Rebola Jorge,rebola. Talvez consiga tirar algo de proveito dessa tua cabeça de camarão !!

Daniel Xavier

Azenha, eu mandei esse vídeo pra você antes, não sei se viu: um debate presidencial com o Obama prometendo se encontrar com o Ahmadinedjad "sem pré-condições, em qualquer lugar, ainda no primeiro ano de mandato". Olha:
http://www.youtube.com/watch?v=HEXrtgf06v4

Coloca ele no ar pra ilustrar o post!

abs!
:D

    C.C. Bregamin

    Impressionante como o Obama candidato era solto e firme! Diferente do homem acuado e apagado de hoje…

    Ramalho

    O vídeo que vc mencionou:

    [youtube HEXrtgf06v4 http://www.youtube.com/watch?v=HEXrtgf06v4 youtube]

Jairo_Beraldo

Obama…Premio Nobel da Paz – 2009. Este premio, era moralmente de Lula. Fizeram o caminho inverso. Paguem pela imbecilidade!

    Maria Dirce

    O próximo a receber esse premio é a Hilary

    Werner_Piana

    junto com o primeiro ministro do estado assassino de Israel, Netanyahu… que casal bombástico, porreta!
    coisa linda, este Nobel da Guerra – digo, da paz… nauseante!

    Jairo_Beraldo

    Para a Hilary e para o Netanyahu. Barbada!

    Leider_Lincoln

    Até o Sharon, o carniceiro que tentou vender armas nucleares para o regime do apartheid, ganhou um Nobel destes… Sem falar no Kisinger. Por outro lado o Ghandi jamais foi laureado!

william porto

O sonho acabou em relacao a Obama. A masscara caiu. Ele enganou por pouco tempo. So faz o que os belicistas mandam., e um marionete dos falcoes. E a Hillary e apenas uma boneca barbie esclerosada e ridicula. Nao tem nem a competencia da Condolleza Rice.

    Rafael Andrade

    Rice pelo menos era mais elegante, Hillary é uma histérica, mas no fundo são farinha do mesmo saco.

sidinei

Obama é uma grande decepção. Eu pensava que ele teria uma postura totalmente diferente do Bush, que estaria aberto a negociar, a ouvir mas o que percebemos é que para o Obama o que vale é aquilo que era praticado pelo Bush:arrogância, unilateralismo e desrepeito a determinação dos povos. Obama sequer foi capaz de dar uma mínima chance ao acordo costurado pelos Governos Brasileiro e Turco com o Irã. Já desqualificou este acordo e antes mesmo que o Irã pudesse colocar em prática os termos do acordo já enviou para o CS da ONU a proposta de praticar sanções contra o Irã. Parece mesmo é que o Irã será a bola da vez e os indicadores sugerem que será o Obama que pode vir a invadir este país.

    Guilherme Souto

    Obama só tem importância, para a própria sociedade estadunidense, pois – eu duvidei! – surpreenderam
    e elegeram um negro para presidente.

    Agora, esperar postura externa diferente, ainda mais com o império em decadência, aí já é demais.

    Geo-politica, avanço da China e recuperação da Rússia. Energia, petróleo, orienta essa coisa toda, e eles,
    mais dia menos dia, vão aprontar com o Irã.

    O problema disso tudo será se a questão irá se tornar maior, pois tratasse de luta imperialista.

    Para quem conhece um pouquinho de história, sabe bem o que isso significa.

Marcos C. Campos

O texto remete novamente à 1) ao despreparo do Pres. Obama, pois ele não conhece a realidade do Oriente Médio; 2) à fraqueza de princípios do Pres. Obama, pois ele pregou uma coisa e faz outra e 3) à interesses disfarçados dentro do Gov. Obama mais fortes que ele, que querem um novo Iraque …

Almeida Bispo

Nenhuma máquina de guerra se mantém sem a guerra. Os Estados Unidos da América, há muito que se converteu numa máquina de matança indiscriminada. Repete Roma. Para uma nação que vive de saques, e que se agigantou como ocorreu a Roma e agora aos Estados Unidos, há sempre que invocar demônios terríveis como forma de manter a "tropa" em forma. Roma usou o Irã (então conhecido como Pérsia) para justificar horrores. Os Estados Unidos está no mesmo caminho. Durante a Guerra Fria, os Estados Unidos manteve-se o tempo inteiro perigosamente em confronto com a ex-União Soviética, já que não havia outro inimigo maior (Kadafi era muito pequeno pra isso). Esse susto passou com o desmoronamento do império comunista. Seu sucessor natural seria a China, porém os Estados Unidos preferem o Irã. Sem os riscos de uma guerra total que correram contra a ex-União Soviética. Vamos ouvir muito falar do Irã daqui pra frente. Eles precisam manter sua máquina da morte azeitada. Pra isso precisam manter a idéia do demônio terrível do "outro lado".

    Jairo_Beraldo

    E qual foi o final deste imperio romano, Almeida. Sou descendente de italianos, e meus avós nos considerava árabes. Veja como o nariz dos italianos, são semelhantes ao dos árabes.

Carlos

Adaptar o texto da mensagem para a realidade de quem emite a partir do Brasil, para possamos enviar para a embaixada.

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