Petrobrás: Privatômetro contabiliza venda de mais de R$ 263 bi em ativos; R$155 bi, só no governo Bolsonaro

Tempo de leitura: 2 min
De novembro de 2021 até agora, a direção da Petrobrás vendeu sete ativos. O principal foi o Polo Potiguar, no RN. Envolve 22 concessões de campos de produção terrestres e de águas rasas e toda sua infraestrutura de processamento, refino, logística, armazenamento, transporte e escoamento de petróleo e gás natural. Fotos: Divulgação da Petrobras

Ativos da Petrobrás

Privatômetro já contabiliza venda de mais de R$ 263 bilhões

Por Alessandra Martins*, Observatório Social da Petrobrás

A venda de ativos da Petrobrás já alcançou a soma de R$ 263,4 bilhões, de janeiro de 2015 a 23 de fevereiro de 2022.

De acordo com o relatório financeiro divulgado esta semana pela estatal, neste último trimestre foram negociados R$ 17,1 bilhões, um crescimento de 9,8% em relação ao período anterior.

Os dados são do Privatômetro do Observatório Social da Petrobrás (OSP), organização mantida pela Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). Os valores em reais já estão deflacionados, considerando o câmbio e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para janeiro de 2022.

De novembro até agora, a gestão da Petrobrás se desfez de mais sete ativos.

A principal venda foi do Polo Potiguar, no Rio Grande do Norte. As 22 concessões de campos de produção terrestres e de águas rasas e toda sua infraestrutura de processamento, refino, logística, armazenamento, transporte e escoamento de petróleo e gás natural foram negociadas por R$ 7,6 bilhões.

Também foi vendida, por R$ 6,2 bilhões, a participação integral da estatal no Polo Carmópolis, um conjunto de 11 concessões de campos de produção terrestres, com instalações integradas, em Sergipe.

No início desta semana foi vendido o Polo Norte Capixaba, quatro campos de produção terrestres no Espírito Santo, por R$ 3 bilhões.

Os outros negócios incluíram a privatização da Unidade de Industrialização do Xisto (SIX), em São Mateus do Sul, no Paraná, por R$ 189 milhões, além da venda da participação da Petrobrás em bloco exploratório na Bacia Potiguar, por R$ 4 milhões, e em duas concessões na Bacia do Paraná, totalizando R$ 4 milhões.

Na distribuição percentual por país, segundo o Privatômetro, 44% dos ativos vendidos neste último período foram adquiridos por empresas brasileiras, 36% ficaram para a Espanha e 17% com o Reino Unido.

Campeão das privatizações

Os dados apontam ainda que o presidente Bolsonaro foi o recordista das privatizações.

Durante seu governo, foram vendidos R$ 155,5 bilhões em ativos, representando 59% da soma total.

O maior valor anual de venda de ativos foi registrado no primeiro ano do seu mandato, em 2019, contabilizando R$ 74,8 bilhões, ou seja, 28% do acumulado.

Na relação setorial, a maior parte dos desinvestimentos foi de ativos de exploração e produção (43%), seguido por transporte (28%) e distribuição e revenda (21%).

“No momento em que mais precisamos de uma estatal forte, voltada para o bem do seu povo e do seu país, preocupada em conter o preço da gasolina e do gás de cozinha e os impactos que essa alta traz no custo de vida do brasileiro, o governo acelera a privatização da Petrobrás e deixa o país cada vez mais vulnerável às oscilações do mercado internacional”, afirma Tiago Silveira, economista do OSP e do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps).

*Alessandra Martins é jornalista e assessora de Imprensa do Observatório Social da Petrobrás (OSP)


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Comentários

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Zé Maria

“PRIVATIZAÇÃO DA ELETROBRAS É DUPLO ESTELIONATO”
Estatal será vendida por menos da metade do preço,
roubando riquezas do povo, e causará grandes aumentos
nas contas de luz”.

Maurício Tolmasquim

Assista à entrevista: https://youtu.be/R8KhUET3q4I

https://twitter.com/DilmaBR/status/1495420165919588354?cxt=HHwWhIC-ufit5sApAAAA

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