Pedro dos Anjos: Pra não dar a cara à torta em briga de compadres neoliberais e neofascistas

Tempo de leitura: 2 min
O Gordo e o Magro. Foto: Reprodução

PRA NÃO DAR A CARA À TORTA EM BRIGA DE COMPADRE

Por Pedro dos Anjos, especial para o Viomundo

No basta sólo el lamento, miremos la realidad (verso da Cantata Santa Maria de Iquique)

Ao final da última Grande Guerra uma decepção.

Pelo menos, em alguns países como a França e a Itália. Afinal, a esquerda tinha se notabilizado pelo heroísmo na Resistência. Todavia, nas eleições que teriam lugar naqueles países após a derrota do Eixo, a direita venceu.

No Brasil, a ditadura varguista foi seguida pela eleição, não de alguém do campo anti-nazifascista, mas do entreguista e anti-comunista Dutra, em cujo mandato jogaram-se fora as reservas guardadas durante a guerra, ao torrá-las na importação de ioiôs e bambolês, eletrodomésticos e carros de luxo.

As esquerdas têm sido a força combativa na luta contra o bolsonarismo.

Mas, teria sido um golpe de sorte vencer a batalha das eleições e levar de roldão tanto ele quanto seus ex-sócios de golpeachment, prisão do Lula e liquidação dos direitos trabalhistas e previdenciários das maiorias.

Desde a era dos governos petistas, nos falta trabalho cotidiano com o povo. Só com a sua retomada poderemos voltar a ser uma força de verdade e batalhar em eleições com chances reais de vitória!

Por ora, qualquer pessoa pode constatar que a preocupação com o semelhante e o bem querer do outro esfumaçaram-se.

O maligno espírito competitivo do capitalismo baixou na massa.

Do paraíso das classes dominadoras foi instalar-se – como um anjo caído – no inferno das periferias e rincões onde vivem as multidões dominadas.

Ali, a competição – evidentemente – não é pelo deus-lucro. Não. É pelo favor miúdo, a pequena vantagem, talvez a cesta básica das próximas semanas.

Em escala difícil de estimar, numa parcela dos dominados entranhou-se ainda mais a “esperteza” cínica, legado maldito aprendido com os dominadores.

Pior, o negacionismo acerca da pandemia da Covid-19 transcendeu o bozonanismo. E tornou-se horizontal, associando-se à quase alienação frente ao sofrimento alheio e diante da denúncia do genocídio em curso.

Os neofascistas escarram que há uma guerra cultural travada pelas esquerdas. Nisto eles têm razão.

Só que a estamos perdendo de lavada, ora para eles, ora para os neoliberais de verniz mais educado.

Devemos, pois, assumí-la, com combatividade, criatividade e retomada do trabalho de formiguinha com o povo.

Não carecemos apenas de teorias sociais reoxigenadas, mas fundamentalmente de uma nova práxis entranhada no cotidiano e nas lutas da gente dominada deste país.

Do contrário, seremos todas e todos nós, agora e geracionalmente, meras vítimas inglórias das externalidades dos conflitos próprios do capital, sofrendo passivamente os efeitos da luta entre a direita neoliberal e a direita neofascista.

No gif pastelão abaixo – tomado emprestado do pungente documentário canadense The Corporation –, dá pra ver a tal da externalidade explodindo na cara de quem não produziu, animou ou cogitou a briga dos compadres.


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Comentários

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Zé Maria

No braZil, os Neoliberais são Neofascistas Maquiados
pela Mídia Venal patrocinada pelo Império do Capital.

Por exemplo, com os dados divulgados hoje, pelo IBGE,
o PIB ANUAL DO BRASIL CAIU 3,9%.

Mas os NeoFascicapitalistas estão chamando o Guedes
de Mito, porque, de um trimestre para o outro, houve alta.

“Segundo a projeção compilada pela Bloomberg,
a expectativa era de que o PIB brasileiro registrasse
expansão de 8,7% na comparação trimestral.
A queda projetada na comparação anual era de 3,5%,
de acordo com consenso da Refinitiv e da Bloomberg,
mas a baixa efetiva foi de 3,9%.” (InfoMoney)

Zé Maria

O “trabalho de formiguinha com o povo”,
isto é, o “trabalho cotidiano com o povo”
há tempos é feito pelos Neofascistas
que se utilizam de signos místicos e
míticos que não se identificam com
a política-partidária da Esquerda.
Dada a Superstição d@s brasileir@s,
essa Místi-mitificação política é
facilmente aceita e incorporada
à subjetividade, principalmente
pelas camadas mais necessitadas:

é mais fácil acreditarem num candidato
da Direita [ou do ‘Centro Midiático’], gestor,
supostamente ‘honesto’ que promete ‘a todos’,
sob falsos fundamentos metafísicos, que
cada um vai ganhar ‘sozinho’ o Prêmio
da Mega-sena,

do que crerem n@ candidat@ acusad@
de ser um(a) criminos@ degenerad@,
e corrupt@ – espiritualmente inclusive –
ainda que proponha um governo honesto
e ofereça a todos habitação, saúde, educação,
creches para as crianças e benefícios sociais.

Pois a miséria crônica, o descrédito nos políticos
demagogos (que paradoxalmente são os da Direita)
e a desesperança são tantos, que somente por ação
de uma força sobrenatural, em virtude da fé individual,
haverá mudança da péssima situação pessoal e familiar.

Aliás, há muito tempo, esses Símbolos são utilizados
pela Mídia Venal na Propaganda Comercial. E foi por
meio deles, acrescentando muito ódio e Difamação,
que os Empresários de Comunicação, no Brasil,
conseguiram destruir eleitoralmente a Esquerda.

Portanto, sem considerar esses elementos simbólicos,
será difícil a Esquerda reconstruir um discurso convincente.

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