Pedro dos Anjos: Entre o pesadelo e a distopia, um sonho libertário, Haddad 13

Tempo de leitura: 3 min
Foto e montagem: Pedro dos Anjos

ENTRE O PESADELO E A DISTOPIA, UM SONHO LIBERTÁRIO: HADDAD 13

por Pedro dos Anjos, especial para o Viomundo

I. O PESADELO NA DORMIDA

ERA um pouco antes da hora habitual. Faltavam cinco minutos para as 17h, quando fecharam-se os portões da maior praça do centro da cidade do Rio de Janeiro, famosa por suas cotias.

Quem tinha saído, tinha; quem não, estranhou o súbito fechamento forçado do lugar.

Para esta gente, a surpresa de se ver presa no imenso quadrilátero da praça deu lugar rapidamente à apreensão.

Ali, à parte dos desesperados, permanecera um pequeno grupo, cujos membros exibiam um ar de discrepante excitação.

Em número, eram cerca de 20 caras, quase todos marombados. Havia também uns 3 franzinos e mais 2 mulheres, uma gorda de meia idade, a outra magra e mais jovem reunidas àquela turba.

Alguns deles portavam aventais e entre todos e todas estranhos instrumentos de suplício eram passados de mão em mão.

Do lado de fora, centenas e centenas de transeuntes aglomeravam-se, espontaneamente, para assistir, por entre as enormes grades da praça, um inesperado reality show que se anunciava.

Não, não eram mais aquelas banalidades tipo BBB, sustentadas por grandes anunciantes sérios.

Agora, o distinto público, uma parte dele presencialmente, outra via TV, assistiria ao vivo e em cores uma farra escatológica sem precedentes.

Torturas com modelos medievais de torniquetes. O velho e eficiente pau de arara. Choque elétrico controlado por laptops de última geração.

Chicotadas à moda do pelourinho.

Estupros, seguidos da introdução de ratos e baratas nos orifícios íntimos das vítimas.

Aplicação de modernas drogas de indução de pânico, solidão e dor excruciantes.

Roleta russa na cabeça das presas da praça das cotias – que a tudo assistiriam estressadas com os gritos inumanos saídos das gargantas daquela gente indefesa.

Estava tudo em seu lugar para dar início ao dantesco espetáculo. Então, com o inconsciente alcançando o máximo do suportável, acordei…

II. A DISTOPIA NA VIGÍLIA

ACORDEI. E foi daquele jeito oprimido, como vinha acontecendo desde 2013.

Desde aquele ano em que coxinhas e extrema-coxinhas passaram a se infiltrar nos movimentos, como o do Passe Livre.

Dali por diante, muitos de nós não possuiriam mais qualquer leveza ao despertar.

Quando não invade o sono, a lembrança das aves de rapina humanas tem assaltado os sentidos tão logo acordamos,
provocando um aperto no peito que não larga mais a gente até a dormida seguinte.

Tudo em moto contínuo. Todos os dias, o dia inteiro, atravessando noites e madrugadas. Um espectro pungente de mal-estar e sintomas avança sobre nós como a cólera de deuses malditos contrariados.

Numa orquestração que não quer conhecer limites, a cena contemporânea brasileira é tomada outra vez pelos versos do Milton:??E no andor dos nossos novos santos/_O sinal de velhos tempos/Morte, morte, morte ao amor_.

E, nesta toada, os “novos santos” passam a dirigir aos mais fracos continuadas ofensas e humilhações; guerra psicológica sem fim; intimidações, prisões e atentados; golpes políticos; notícias falsas espalhadas sem punição; invasões policiais sem mandado; arbitrariedades, torturas e espancamentos; suicídios induzidos e assassinatos em escala industrial, praticados por celerados agentes da lei e da ordem, ou não.

E, coroando a distopia, a ascensão meteórica – manipuladora do senso comum, do baixo instinto e da alta tecnologia eleitoreira – de um mitômano, um Bo卐o a concentrar toda a força do mal absoluto, com capinha de aventureiro “anti-sistema” para na verdade tomar conta do sistema.

Hora de dormir.

III. O SONHO LIBERTÁRIO  

MAS, como dormir numa hora dessas?!

Não! Não dá pra dormir nunca não numa hora assim não, diria um nordestino arretado.

Tá na hora de sonhar!

Tá na hora de lutar pela liberdade!

Tá na hora de virar o jogo e eleger e apoiar Fernando Haddad!

Por nós e pelos que virão!

Vamos eleger o 13 da sorte!

#EleSim!


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