O repórter que “matou” para provar que existe crime

Tempo de leitura: 2 min

Publicado em: 08/11/2010 15:56

“A mensagem serviu de denúncia”, diz editora de repórter que usou celular durante o Enem

Por Eduardo Neco/Redação Portal IMPRENSA

Provas alteradas; falhas na fiscalização; estudantes prejudicados em diversos locais do país e, por fim, o Ministério da Educação (MEC) estuda processar um repórter do Jornal do Comércio Online, de Recife (PE), que enviou uma mensagem de texto de seu celular a redação enquanto fazia o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), no último domingo (07).

“Trabalho”, era isso o que dizia a mensagem, informou Benira Maia, editora-chefe do JC Online, em entrevista ao Portal IMPRENSA, no começo da tarde desta segunda-feira (08). O repórter teria relatado, com uma única palavra, o tema da prova de redação. Para o MEC, isso configura ato de infração. “Cometeu ato ilícito ao atentar contra as regras do certame”, declarou o Ministério pelo Twitter.

Segundo ela, a “mensagem serviu de denúncia” e o contato com o JC Online não estava previsto; quando o repórter percebeu brechas na fiscalização, reportou por meio da mensagem, que serviria de prova.

“Não foi uma coisa pautada. Era mais para mostrar o seguinte: ‘olha como isso aqui está frágil’; ainda mais depois do sábado (06), em que a gente já tinha registrado reclamações. No domingo (07), o repórter foi e viu como estava sem fiscalização e pensou: ‘vou mostrar essa fragilidade'”, explicou a editora.

Para ela, antes do MEC se preocupar em processar o repórter, a pasta precisa se ater a questões mais graves. “Antes de ver isso ou aquilo, tem que ver se alguém foi prejudicado com a falta de fiscalização, teria que ver o que permitiu isso”.

Questionada do por que o nome do repórter não foi revelado no resposta ao MEC, Benira informou que a notícia foi publicada pelo JC Online, “então a responsabilidade é nossa”. Segundo ela, o portal ainda não foi informado oficialmente a respeito da suposta ação anunciada pelo Ministério.

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