Nota dos coletivos judaicos progressistas sobre encontro de Bolsonaro com deputada da extrema direita alemã: “Lamentável”; íntegra

Tempo de leitura: 2 min
A deputada alemã Beatriz von Storch, do partido de extrema direita AfD, reuniu-se com o presidente Bolsonaro e outros membros do seu governo. Ela é neta de Lutz Graf von Krosigk, ministro de Finanças do governo nazista de Adolph Hitler. Foto: Reprodução do Instagram

NOTA CONJUNTA

Instituições e coletivos judaicos progressistas brasileiros sobre o encontro do presidente e de governistas com representante da extrema-direita alemã

A recepção amistosa do Presidente Jair Bolsonaro e dos deputados federais do PSL, Eduardo Bolsonaro e Bia Kicis, à deputada Beatrix Von Storch, do partido de extrema-direita Alternative für Deutschland, representa o alinhamento do atual mandatário do país e sua base de apoio não com aquilo que eles chamam vagamente de “valores judaico-cristãos”, mas com um nacionalismo violento e excludente, que ignora minorias, o desenvolvimento sustentável e a democracia.

Esse encontro é mais um episódio lamentável dentre tantos que indicam que as associações entre o presidente e seus apoiadores com movimentos supremacistas e neonazistas não são mera coincidência, e sim concordância ideológica.

Nesse caso especificamente, destacamos que ele significa o engajamento com a intolerância a refugiados e outras minorias e o revisionismo histórico em relação ao Holocausto, pautas caras e inegociáveis para as entidades progressistas da comunidade judaica.

Aproveitamos para denunciar os ataques antissemitas que muitos indivíduos e organizações vêm sofrendo, sob o argumento daqueles que supõem que a comunidade judaica é homogênea e alinhada com o governo Bolsonaro.

Desde bem antes de 2017, quando o atual presidente fez sua palestra no clube A Hebraica do Rio de Janeiro, membros da comunidade se posicionaram contra o então deputado, fato que se repetiu nas eleições de 2018 e em diversos momentos depois de Bolsonaro ter sido eleito.

Essas manifestações foram amplamente divulgadas pela mídia e jamais arrefeceram.

Esquecê-las ou ignorá-las a fim de fazer uma generalização grotesca da comunidade judaica brasileira é reproduzir estereótipos e uma prática comum do antissemitismo, negando-nos nosso papel como agentes políticos e vozes críticas.

Assinam:

Judeus Pela Democracia RJ (JPD)

Judias e Judeus Pela Democracia SP (JPD-SP)

Observatório Judaico de Direitos Humanos no Brasil

Instituto Brasil Israel (IBI)

Centro Cultural Mordechai Anilevitch (CCMA)

Associação Cultural Mordechai Anilevitch (ACMA)

Movimento de Mulheres Judias Me Dê Sua Mão

Núcleo Interdisciplinar de Estudos Judaicos (NIEJ)

Associação Scholem Aleichem (ASA-RJ)

Habonim Dror-SP

Associação Cultural Moshe Sharett

Meretz Brasil

Avodá Brasil

Associação Janusz Korczak do Brasil AJKB


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Comentários

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Morvan

Na primeira noite eles debocham dos negros
E não dizemos nada (somos alvinhos, ora pois)
Na segunda noite, se encontram lépidos com nazis
O mais fuleiragem deles arrancou-nos a voz da garganta
Nada fazemos, pois estávamos a rir dos ‘que não servem nem para procriar’
E já não podemos dizer nada.
Somos iguais ou piores que os achincalhadores. Ninguém por nós, estamos sós. Somos ninguém.
No Caminho com Maiakovski (Eduardo Alves da Costa), adaptação.

Lulinha do Beco

depois que aceitaram ele nos templos e lá até pregar tortura, não tem moral pra nada, Deviam ficarem calados

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