Miguel do Rosário: Uma reflexão importante

Tempo de leitura: 8 min

Esclarecimentos sobre minha ideologia

por Miguel do Rosário, no Óleo do Diabo

Nos últimos tempos, tenho sido bastante polêmico, divergindo bastante de muita gente, amigos, de outros blogueiros progressistas, em diversos temas. Como é de praxe na política, as pessoas acabam levando isso para o lado pessoal. Uma vez um comentarista me acusou de fazer polêmica apenas para chamar a atenção. Agora um outro disse estar surpreso pelo meu blog ainda estar linkado aos blogs “de esquerda”. Preciso esclarecer algumas coisas.

Não faço polêmica pela polêmica. O que eu afirmo aqui é porque eu acredito. Contudo eu gosto de polêmica. Não tenho medo de ter uma opinião diferente, que contrarie a maioria, ou pelo menos um grupo que se considere (mesmo que não seja) a maioria. O que eu vejo, sempre, são as pessoas tentando ganhar no grito. Não constituem a maioria, mas são os mais barulhentos, e que usam determinada circunstância política para falarem mais alto. Assim que as circunstâncias mudam, são forçados a baixar o volume da voz, e aí vemos outros comentaristas emergirem.

Acredito na social-democracia, ou pelo menos no que isso significava antes do PSDB difamar a expressão. Ou seja, um regime democrático deve ter saúde e educação públicas gratuitas e universais, ponto.

De resto, minha única posição mais radical à esquerda refere-se ao sistema bancário: acho que os bancos privados são uma reminiscência medieval. Se a moeda é única e estatal, o crédito também deveria sê-lo. Os Estados deveriam ter apenas um banco público e estatal. Com isso, evitaríamos esse absurdo que é termos uma crise bancária a cada dez anos, forçando os governos a se endividarem para salvar o mundo de uma bancarrota.

Gosto muito da ideia de autarquias públicas, independentes do governo. Tipo assim, um Instituto Nacional de Educação, onde os diretores das filiais nos estados seriam eleitos pelos próprios professores, com participação da sociedade como um tudo. Eu vi isso funcionar muito bem na Colômbia, com a Federación Nacional de Cafeicultores.

Tenho, porém, opiniões muito próprias e até, diríamos, originais sobre o que seria o socialismo, o capitalismo, direita ou esquerda. Já escrevi muito sobre isso ao longo dos últimos oito anos.

Por exemplo, não acho que o capitalismo exista. Para mim existe um problema conceitual que vem confundindo há séculos as lutas trabalhistas. Neste sentido, sou crítico da filosofia marxista. O capitalismo não é uma ideologia. Quer dizer, existe uma ideologia capitalista, mas não se pode confundi-la com o processo histórico-econômico. Ao dizer que o mundo de hoje é o que é em virtude do capitalismo, a esquerda confere ao capitalismo uma força muito maior do que ele tem na verdade. O mundo hoje é simplesmente mundo, sem adjetivos ideológicos. Ele é o que é em virtude do desenvolvimento natural das forças produtivas, do desenvolvimento da vida. Dizer que a nossa civilização é capitalista é como dizer que os macacos e as aves também são capitalistas. O homem é um animal, e como tal se organiza em função de suas possibilidades cognitivas e existenciais.

Da mesma forma, o conceito de esquerda também não existe. Não existe um conceito definido sobre o que é ser de esquerda. A coisa mais palpável são frases do Norberto Nobbio sobre “estar ao lado dos oprimidos”, o que é vago demais. Qualquer evangélico conservador ou político populista alega ser de esquerda pelos mesmos motivos. O presidente do DEM ao assumir, recentemente, declarou-se de esquerda. Roberto Freire repetia que o Serra estava muito mais à esquerda que Lula e Dilma. E durante muito tempo Lula repetiu que não se considerava “de esquerda”, mas apenas um torneiro-mecânico; mais tarde sofisticou a informação dizendo que era um homem “com tendências socialistas”.

No entanto, a gente consegue sempre, no ambiente concreto da luta política, identificar as forças de esquerda ou direita. As diferenças acentuam-se durante um embate eleitoral, mas sempre haverá confusão.

Eu me considero de esquerda, mas isso não quer dizer que eu ache maravilhoso todos os lugares comuns esquerdistas. Ao contrário, um dos focos do meu trabalho é a – digamos – elevação espiritual da esquerda, no sentido de aprimorar seus conceitos, estratégias e objetivos. Isso é uma luta, no seio da qual seus representantes costumam agredir-se mutuamente.

Eu não agrido ninguém, quer dizer, também dou minhas bordoadas aqui e ali, mas quase sempre em legítima defesa, e sobretudo procuro não julgar os outros como se eu fosse dono da razão.

O fato é que ser de esquerda não nos faz inteligentes. Muito pelo contrário, as pessoas ditas de esquerda costumam abraçar-se facilmente a clichês, jargões ideológicos.

Em “A estrutura ausente”, de Umberto Eco, há um capítulo que fala sobre “as interações entre retórica e ideologia”.

“Mas se retórica e ideologia estão tão intimamente ligadas, poderão os dois movimentos proceder independentemente um do outro?”, pergunta-se Eco.

Segundo Eco, a ideologia é “a conotação final da totalidade das conotações do signo ou do contexto dos signos”. Ou seja, a ideologia tem uma substância, um conteúdo, mas também possui uma forma. Não se trata, precisamente, de uma definição acerca de ideologia política. É uma ideologia de forma geral. Mas a ideologia política, hoje e sempre, confunde-se com a ideologia comum das pessoas. Com um pouco de sensibilidade e sorte, consegue-se adivinhar a ideologia da pessoa apenas por alguns gestos e frases. Até mesmo expressões faciais nos permitem intuir (às vezes) a que facção ideológica ela pertence.

É justamente isso que às vezes confunde os meus leitores. Eu combato a necrose ideológica decorrente do uso de lugares comuns. Por exemplo, ser de esquerda não é ser contra os Estados Unidos. Acho isso uma tolice. A pessoa está lá, digitando no Twitter, no Blogspot, usando a Internet, e querendo expulsar o Obama do território brasileiro! Além disso, ao apegar-se somente à frase feita, ao lugar comum, a pessoa perde o poder de análise. Nestes imbróglios sobre o oriente médio, por exemplo, culpa-se os EUA por tudo. Certo, os americanos têm culpa no cartório, mas a culpa principal é das próprias elites árabes, que venderam-se facilmente à ideologia americana, de um lado, ou abraçaram com volúpia sistemas de governo ditatoriais.

Aqui nas Américas, a mesma coisa. A culpa da ditadura militar que vivemos não é dos EUA, embora eles tenha ajudado. É nossa, de nossas elites. Durante muito tempo canalizamos mal a nossa revolta. Tínhamos que focá-la nos verdadeiros culpados pelo golpe de Estado: os donos da mídia, as elites econômicas e a classe média moralista e manipulável.

Um dos grandes avanços propriamente ideológicos trazidos por Lula foi justamente o de pararmos de culpar os países ricos por nossa pobreza e passarmos a olhar de frente nossos próprios defeitos, para corrigi-los. Toda a novidade trazida por Lula veio de sua ideologia original, quase anti-esquerdista. Lula quase não usava jargões esquerdistas, e apenas por isso conseguiu conquistar o povão e, mais tarde, todas as classes sociais. O jargão, o lugar comum, o clichê, só fazem sucesso entre um grupo reduzido de militantes.

Eu queria saber tambem qual a explicação, dentro da ciência política, para a emergência dessa ideologia impaciente, radical, irritadiça, sempre que um governo de esquerda ganha uma eleição. Aconteceu no Chile, lembrou-me Wanderley Guilherme dos Santos. Allende foi emparedado pelo radicalismo. Aconteceu na República de Weimar, na Alemanha do entreguerras. Aconteceu no governo de João Goulart. O resultado sempre foi desastroso.

A defesa do meio ambiente é algo fundamental no mundo de hoje, e no Brasil em particular. Mas não é propriamente uma bandeira da esquerda, ainda mais num país que precisa desesperadamente se desenvolver para superar mazelas sociais. É uma bandeira da civilização. Não pensem que eu ponha o meio-ambiente em segundo plano. Evidentemente sou contra o desmatamento, qualquer um, seja de grandes ou pequenos.

Não acho, porém, que este será resolvido com aplicação de multas para 3 ou 4 milhões de proprietários rurais, que era o estava em vias de acontecer. Acho a ideia do Aldo Rebelo bastante sensata, que é forçar o produtor, em troca da anistia, a ingressar num programa de regulamentação ambiental. Em vez do governo tomar um calote, e a floresta continuar desmatada, ele ensinará o produtor o que fazer e como fazer. Também não podemos expulsar os pequenos produtores de suas terras por causa de uma legislação draconiana. O resultado seria desastroso: os pequenos não sairiam, haveria um problema social, e não resolveríamos igualmente o impasse ambiental. A solução, mais uma vez, é monitorar, regulamentar, ensinar o produtor a respeitar o meio ambiente.

Tenho esperança que o Congresso Nacional, depois que o Código Florestal for revisado pelo Senado, passar pelos últimos ajustes na Presidência e voltar à Câmara dos Deputados para se tornar lei, será um Código bastante sensato, que contemple as necessidades do agronegócio, do produtor familiar e do meio ambiente. E se não for perfeito, será melhor do que o anterior, e sempre poder-se-á aprimorá-lo ao longo do tempo. Talvez seja ingenuidade, sim, ou talvez seja simplesmente esperança!

Outro ponto que gerou atrito entre este blog e alguns leitores foi um post sobre Bin Laden. Mais uma vez, acho que as pessoas se deixaram levar pelo lugar-comum de culpar os americanos. Bin Laden era o cabeça de uma organização militar não-convencional. Um julgamento justo para Bin Laden apenas seria possível se a Al Qaeda depusesse as armas, como fez o Ira, na Irlanda. Como aconteceu, tratava-se de uma situação de guerra, onde os soldados americanos que invadiram a casa do terrorista enfrentaram risco e portanto podiam perfeitamente alegar legítima defesa. O Chomsky escreveu um texto falando que seria como um outro país invadisse a Casa Branca, assassinasse o presidente e lançasse seu corpo ao mar.

Ora, foi exatamente isso que a Al Qaeda tentou fazer. Um dos aviões sequestrados no 11 de setembro (se não me engano), seria jogado contra a Casa Branca. Acho um erro, enfim, que a esquerda assuma a defesa de Bin Laden, porque isso a afasta do bom senso comum e a põe na marginalidade política. Escrevi já milhões de artigos detonando os EUA, detonando a guerra no Iraque e no Afeganistão. Mas entendo que Bin Laden era o inimigo número 1 dos EUA, e que sua morte foi justificada por ser o homem mais perigoso do mundo, um verdadeiro homem-bomba. A violência sempre existirá entre os homens, mas a ideologia democrática define que esta deva ser monopólio dos governos. No futuro, o combate ao terrorismo deve ser tocado apenas pelo exército da ONU, e não de nenhum país em particular.

Por fim, quero deixar claro que não tenho certeza absoluta de nada. Meu ídolo na filosofia é Sócrates e seu jeito irônico, sua dialética e simplicidade. ἓν οἶδα ὅτι οὐδὲν οἶδα. Só sei que nada sei. (Escrevi em grego só para tirar onda, não sei grego. Ainda. Daqui a uns sessenta anos, talvez aprenda. A frase pronuncia-se assim: hen oída hoti oudén oída). Sou apenas um blogueiro diletante e presunçoso, que gosta de dar pitaco sobre tudo. Não me odeiem, por favor.

Pra ser franco, eu sofro à beça quando me vejo obrigado a discordar de meus colegas “de esquerda”, mas não posso agir de outra maneira. Tenho que dizer o que penso. De qualquer forma, todos nós morreríamos de tédio se houvesse sempre o consenso. E há um ponto bastante positivo em nossas divergências. A gente está começando a esquecer a grande mídia. Nossos debates tem, aos poucos, escapado da simples crítica ao “PIG” e ganhado independência. Em alguns casos, nem damos mais bola ao que diz a imprensa, e fazemos o debate entre a gente, com informações que colhemos diretamente na realidade, através desse maravilhoso “portal” que é a internet.

Juro que estou disposto a mudar de opinião, sempre que me forem apresentados argumentos convincentes. Nem tenho ideia fixa. Também não tenho nenhuma obrigação com o governo Dilma. Às vezes dá vontade até de falar um palavrão, tipo: quero que o governo se… que a Dilma se… Mas isso seria ridículo. Pode parecer piegas e demagógico, e talvez seja mesmo, mas meu único interesse é o bem do povo brasileiro. A gente que gosta de política parece que tem um gene a mais (ou a menos) e sente na carne o que acontece a nosso redor, na sociedade.

Frequentemente falo besteira, sobretudo no Twitter, onde estou exposto aos repuxos do meu sarcasmo, irritação, desejo de ser “engraçadinho”, etc. Tanto que às vezes prometo a mim mesmo que não usarei mais o Twitter. Peço que sejam tolerantes comigo nessa rede social, onde geralmente boto meu bom comportamento de lado e ajo como um verdadeiro delinquente. Estou tentando me cuidar, porque o número de seguidores está crescendo e a responsabilidade aumentando, mas nunca deixarei de ser irreverente (ou tentar sê-lo).

E já que abri os portões da pieguice, seguem os primeiros versos de Tabacaria, um poema piegas, batido, mas lindíssimo de Fernando Pessoa, que uso à guisa de conclusão e para resumir como eu me sinto:

Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

PS do Viomundo: Sou leitor diário do excelente Óleo do Diabo. Concordo com algumas opiniões do Miguel, discordo de outras. Acho importantíssimo que a blogosfera reflita a pluralidade de opiniões existente na sociedade, inclusive dentro da esquerda — na qual, por falta de embasamento teórico, não me incluo. Caso contrário, refletiremos o porre que é o pensamento único. O combate ao pensamento único foi uma das forças motrizes da blogosfera.


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Comentários

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FrancoAtirador

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Esta é para a página de humor do Viomundo

CRUELDADE DA OPOSIÇÃO ou INCOMPETÊNCIA DA SITUAÇÃO ?
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A oposição conseguiu aprovar na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados na manhã desta quarta (1º) requerimento convocando o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, para que vá ao Congresso explicar sua evolução patrimonial.

Durante a votação do requerimento apresentado pelo deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), o presidente da comissão, Lira Maia (DEM-PA), consultou os integrantes do colegiado:

“Os deputados que aprovam permaneçam como estão.”

Nesse momento, os integrantes da base governista, em maioria na comissão, ficaram confusos e não levantaram os braços para rejeitar a matéria. (!!!)

Diante da indecisão dos deputados, o presidente da comissão, que é da oposição, declarou a votação encerrada e aprovou o requerimento convocando Palocci.

Diante da falha, líderes governistas foram para a sala do presidente da comissão e ainda tentam reverter a votação.

O requerimento do deputado do DEM solicita a convocação de Palocci para “explicar os termos da consultoria prestada pela projeto a empresas do ramo agroindustrial objeto de denúncia vinculadas na internet”.

Ainda não há data para a convocação de Palocci e também não se sabe se os deputados governistas irão conseguir reverter a votação.

A reunião da Comissão de Agricultura foi suspensa até 13h.

Todos os líderes da base aliada foram convocados para, juntos, tentarem derrubar a convocação com base no regimento da Câmara. Eles alegam que as regras da votação não foram seguidas pelo presidente da comissão.

O líder do DEM, ACM Neto, rejeita os argumentos dos governistas. "A base governista, habituada a votar sim em tudo, não prestou atenção na hota de votar. E agora o presidente da comissão está encontrando uma forma de convalidar essa votação. A matéria foi vencida, o requerimento foi aprovado e Palocci está convocado."
Pelo regimento da Câmara, Palocci, por ser ministro, tem o privilégio de escolher a data para comparecer à comissão.

O deputado Zonta (PP-SC), da base de sustentação do governo, afirmou que o encaminhamento da votação gerou "dúvida". "Foi uma confusão generalizada. A forma de encaminhamento da votação é o que gerou dúvida. O presidente proclamou o resultado sem dar tempo para que a base conferisse o voto."
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José Cláudio

Gosto muito do Miguel do Rosário e concordo com a maioria das opiniões dele.

@NilvaSader

Apesar de não concordar com tudo o que o Miguel escreve, gpsto da maneira como ele elabora seus argumentos e por isso o leio diariamente.
Abraços Miguel, abs, Azenha.

Roberto Locatelli

Também discordo de algumas opiniões do Miguel do Rosário. Mas concordo com outras

É preciso erradicar bancos particulares. Se a blogosfera, com razão, considera que é nocivo ao país que a mídia esteja na mão de 5 famílias, imagine-se então a situação de que o sistema bancário brasileiro está, em grande parte, também nas mãos de 5 ou 6 famílias. Situação inaceitável.

assalariado.

Conceição/Azenha,outra vez,cade meu comentário das 19;46 h

    Luiz Carlos Azenha

    Sumiu? Tem certeza que foi neste post?

    betinho2

    Azenha
    De repente é muito comentário ao mesmo tempo e entope a "ribombeta da parafuseta"…rsrs
    Hoje teve 3 meus não recepcionados ai, inclusive um respondendo a você no meu comentário abaixo.
    Mas tenho certeza que não é censura, algum problema de tráfego possivelmente.
    Dos 3 repuz um lá pra Waleria.

    assalariado.

    Sim,foi neste post do Miguel do Rosário.Por que vc viu ele em outro post?

    Abraços para voces.

Marcelo Eichler

Eu leio diversos blogs que são os chamados progressistas (e leio o inimigo também!). As idéias expressas pelo Miguel do Rosário me parecem as mais parecidas com as minhas. Dessa forma, para mim é o melhor blogueiro do Brasil. Parabéns ao Azenha por postar essa reflexão de Miguel do Rosário em seu blog!

    Luiz Carlos Azenha

    Eu não tenho muita paciência com quem pensa muito parecido comigo. Por isso, leio os comentaristas do site. abs

bentoxvi-o santo

AZENHA.

Muita gente confundiu o apoio a um degrau acima…com adesão cega…"CONTINUAREMOS TENTANDO SUBIR OS DEGRAUS DA NOSSA HISTORIA"…

FrancoAtirador

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A Revolução Russa

"…é um fato absolutamente incontestável que sem liberdade ilimitada de imprensa, sem inteira liberdade de reunião e de associação é inconcebível a dominação das grandes massas populares.
Lênin diz: 'o Estado burguês é um instrumento de opressão da classe operária e o Estado capitalista é um instrumento de opressão da burguesia'.
É de certo modo o Estado capitalista de cabeça para baixo.
Essa concepção simplista esquece o essencial:
se a dominação de classe da burguesia não tinha necessidade de uma educação política das massas populares, pelo menos além de certos limites bastante estreitos, para a ditadura proletária, ao contrário, ela é o elemento vital, o ar sem o qual esta não poderá viver.
(…)
Na realidade, é tudo ao contrário. São justamente as tarefas gigantescas, às quais os bolcheviques se pegaram com coragem e resolução, que necessitavam da mais intensa educação política das massas e de uma acumulação de experiências impossíveis sem liberdade política.
Liberdade somente para os partidários do governo, para os membros de um partido, por numerosos que sejam, não é liberdade.
Liberdade é sempre a liberdade daquele que pensa de modo diferente.
Não por fanatismo de 'justiça', mas porque tudo quanto há de instrutivo, de salutar e purificante na liberdade política, prende-se a isso e perde sua eficácia quando a 'liberdade' torna-se um privilégio…

Rosa Luxemburgo
1918

Íntegra em:

http://www.socialismo.org.br/portal/images/storie

    josaphat

    Achei bontio isso!

    FrancoAtirador

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    Muito bom seu blog.
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Francisco

Na blogosfera não tem pau-de-arara. Vai escrevendo aí, meu rei!!!

assalariado.

Miguel,tudo vem do nada,nada tem raiz.(como diria o Francisco.latorre,vc esta sendo metafisico logo,não pensa dialético,que é a história em movimento).Seu raciocinio é de um verdadeiro social democrata, pretende salvar/consertar o capitalismo,ou seja,manter a lógica do capital,de acumular riquezas as custas do suor alheio.Esta luta esta enraizada nesta sociedade que esta dividida entre exploradores e explorados(CAPITAL X TRABALHO).O nome capitalismo advém pelo motivo da burguesia ser proprietária particular dos meios de produção(fabricas e terra) que,em ultima analise garantem a sobrevivencia dia/dia dos seres humanos. Estes meios de produção constituem um capital,e são utilizados pela burguesia, dentro de uma relação de exploração.Isto é,eles,são donos do capital,por isso o nome,sociedade capitalista,e usam estes meios para se enriquecerem.Sendo que,no socialismo,se propõe acabar com a (exploração do capital sobre o trabalho),socializando estes meios de produção e,logo de inicio,voce descarta a possibilidade desta ser a origem de todos estas situações que voce levanta.A pluralidade de opiniões só se dara numa sociedade socialista que subentende-se democrática.

EUNAOSABIA

Tem que dizer a ele que o capitalismo nunca foi uma ideologia, o capitalismo é um "modo de produção"…

Me pareceu um rapaz sem rumo e meio perdido, mas tenho certeza que foi sincero, mesmo errado, a sinceridade já o torna um bom sujeito.

Lula nunca foi mesmo de esquerda, Lula só deu certo por ter dado total sequência as medidas implantadas por Fernando Henrique, medidas essas que ele mesmo foi contra, menos mal para o país que ele não mudou praticamente NADA, a macro economia é 100% a de Fernando Henrique, e o seu carro chefe eleitoral e político, o Bolsa Família, é a cópia pirata do Bolsa Escola de Dona Ruth, o Fome Zero, foi um grotesco e retumbante fracasso.

No fundo esse rapaz é um bom homem.

    Edson

    Voce nao entendeu o Programa Fome Zero… O programa lancado hoje faz parte do "conteudo" do Fome Zero.
    E mais, FHC eh que copiou os programas desenvolvidos pelo Instituto Perseu Abramo e aplicados nas "prefeituras" administradas pelo PT- base.

Kleber

Hoje sou Coxa e Cerro, Minas Gerais não torce para os clubes do eixo de jeito nenhum.

    Luiz Carlos Azenha

    Ei, Conceição, como é que este comentário passou?

    dukrai

    sou paraguaio desde menino rs

    Gerson Carneiro

    até então eu tinha certeza apenas dos óculos rs

    dukrai

    atrasado como sempre, mas os óculos eu comprei em Maiami, USA

Renato Fernandes

"…desenvolvimento natural das forças produtivas, do desenvolvimento da vida."
Entendi.
Decerto a ideologia liberal, o consumismo e a postura de tratar a natureza como simples matéria-prima são manifestações da nossa "natureza".

FrancoAtirador

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O CLUBE

Os donos do poder no Brasil vivem num clube fechado, no qual só entra quem lhes convém.

Mas é um clube curioso.

Pelas suas janelas, não são os sócios do clube que vêem a história acontecer aqui fora.

São os do lado de fora que vêem a história do seu país acontecer lá dentro.

Ela acontece: períodos se sucedem, grupos progridem e declinam, a economia muda, o poder se desloca.

Mas nada dessa pantomima de transformações afeta o Brasil do lado de fora, o grande e miserável país dos que não são sócios.

Lá dentro, exportadores e banqueiros brigam para dominar o “modelo”, e não se tem para quem torcer.

A oligarquia rural cede um pouco de espaço à oligarquia industrial e é como o movimento de placas continentais, uma acomodação geológica cuja energia ninguém aproveita e cujo único efeito social é a catástrofe.

Nem a perda do poder da oligarquia rural nos livra do feudalismo e da escandalosa concentração de terras, nem a ascensão da oligarquia industrial nos garante um capitalismo moderno e inteligente, nem o terremoto derruba o clube.

Tudo se passa lá dentro como numa usina desconectada cujo produto é a sua autoperpetuação e que usa o país como matéria-prima e não lhe dá nada em troca. Salvo lixo.

O clube tem uma das dez maiores economias do mundo [hoje, é a sétima].

Já o país que cerca o clube tem alguns dos piores índices do mundo nas áreas da saúde, educação e qualidade de vida.

Não se espera uma mudança voluntária nos estatutos do clube para que todo mundo possa entrar – é preciso pensar nos tapetes e nos lustres – mas pelo menos um pouco da história do Brasil poderia começar a acontecer aqui fora, e a condicionar a pantomima de poucos lá dentro.

Só isso já bastaria para atenuar o contraste entre o clube e a sua circunstância.

E é preciso conectar a usina à nação.

Países com elites tão safadas quanto as nossas, pelo menos, aproveitaram a sua energia.

Não existe um país do novo mundo que não tenha sido desenvolvido por uma forma ou outra de banditismo empreendedor.

Em alguns, a cumplicidade mais ou menos aberta entre ganância e poder teve proveito social, em outros, como o Brasil, ela não teve este perdão.

Em vez de construir um país, limitaram-se a melhorar as dependências do clube.

O clube, fora os intervalos em que os seguranças tomaram conta, como em 64, é democrático.

Há eleições regulares da diretoria, e os novos diretores tomam posse.

Nem todos terminam seu mandato, como os que acompanham a vida dentro do clube pelas suas janelas sabem, mas isso se deve às turbulências naturais da sua história, já que o clube é granfino, mas não deixa de ser latino-americano…

Mas alguns sócios começam a se dar conta que existe alguma coisa lá fora, que aquelas caras prensadas na vidraça não são só de curiosos.

São de gente que não se contenta mais em só assistir sua história, a salivar com os banquetes.

LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO
(Jornal da CUT-RS, ago-set 1994, página 4)
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Post Scriptum:

Citando Manuel Bandeira

Onde estão aqueles sonhos da Frente Popular (PT/PCdoB/PSB),
da CUT e da militância da esquerda brasileira ?
"Estão todos dormindo
Estão todos deitados
Dormindo
Profundamente…"
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. http://nelifce.files.wordpress.com/2010/11/pginashttp://nelifce.files.wordpress.com/2010/11/texto-

arlindo b mendonca

presado miguel do rosario,discordo de voce no caso do aldo rebelo,pois ele so esta pagando a fatura
da eleiçao pois ganhou um bom dimdim,agora esta promovendo a destruiçao de todas as florestas.

dukrai

eu fui relendo o texto do Miguel do Rosário pra ver se tinha alguma coisa que eu concordava e achei uma, a sua proposta amalucada da existência de um único banco, central, e ponto final. Mas desconfio que a questão em questão não sejam as questões que levanta e sim uma que tem a ver com a venda da minha motocicleta, que como o Rosário e eu, nunca bateu, só apanhou. já que misteriosamente esse assunto da venda de moto surgiu e aproveitando o espaço comunitário aqui do feicibúquiduazenha, inauguro a seção de anúncios individuais e participo a todos e todas que estou vendendo uma moto Suzuki GS500, 95/95, bicilíndrica, preta, único dono, eu mesmo, em estado de zero. os interessados favor falar comigo no II Encontro Nacional de Blogueiros Progessistas em Brasília, de 17 a 19 de junho.

FrancoAtirador

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A Crise Mundial do Imperialismo e Rosa Luxemburgo
Mário Pedrosa
Editora Civilização Brasileira
Ano: 1979
Páginas: 161
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@wilsoncjunior

O bom do Miguel é que ele, como a maioria de nós, sabe que não está absolutamente certo em tudo. Ai fica bom de ler porque é como conversar com um amigo. Uma hora a gente diz: "Ta certo". Noutra: "Perái, isso pode não ser bem assim". E rola umas tretas também de vez em quando, rs. Mas no fim a gente acaba voltando pra mesa do buteco.

Francisco Hugo

Sr. Viomundo!
Venho pelo presente solicitar a publicação de (ou um endereço onde possa obter) um índex positivo, ou seja: a totalidade das obras que devo ler para adquirir embasamento teórico para ser de esquerda.
Desde já, agradecido.

Sr. Miguel!
Homo sum et humani nihil a me alienum puto, como bem Terêncio resumiu o Humanismo.
Ingênuo, não é mesmo.
Fique à vontade.

O desencanto de um leitor | Viomundo – O que você não vê na mídia

[…] leitor Leonardo, em comentário aqui [post que reflete um sentimento generalizado de desencanto, que às vezes pipoca no […]

Leider_Lincoln

Olha, eu respeito muito o Miguel do Rosário. Continuo respeitando. Como continuo respeitando, como continuo respeitando o PHA. Discordo de ambos em vários pontos, mas concordo em vários outros. Se eu concordasse em todos ou discordasse em todos, eu seria um fiel, mais que isso, um fundamentalista. Considero ele um progressista, como também me considero, e ao Azenha, às Conceições, ao Eduardo e a tantos outros.
Ouso dizer que estamos no mesmo time, do mesmo lado; mas as posições, como em qualquer time, são diferentes, e por isso se completam. Não dá para sermos 11 Raphaéis Tsavkkos nem 11 Miguéis do Rosário. Uns são atacantes, outros defendem, uns na meia cancha, outros nas laterais; os melhores são centroavantes, os mais habilidosos, ponteiros. Eu sou gandula. Nosso time só vencerá se aceitarmos que, embora o objetivo seja o mesmo, as posições são _ E DEVEM_ ser diferentes.
Me perdoem as alusões futebolísticas, mas o Azenha, como santista que está a uns passinhos da glória, deve entender o que este vascaíno, a uns passinhos do que para nós é possível, sente…
=]

    Marcelo Silber

    Leider
    Concordo com você. Acho que o campo progressista ficou muito tempo preso a um "centralismo democrático do politicamente correto" e isso no limite leva a uma estagnação do debate e das idéias.
    Acho que terei um Congresso de Pediatria em Goiás no final do ano.
    Levo os "guefilte fish"e as cervejas são por sua conta (hehehehe)
    Hoje o seu Vasco da Gama atropela o Coritiba….
    Abraços

    Leider_Lincoln

    Dr. acredite, se há duas pessoas das quais discordo com o maior prazer do mundo, pela civilidade, é com você e o Klaus… Tomo as cervejas com prazer, e daquelas mineiras muito boas, "Becker", de trigo, não sei se já tomou!

    dukrai

    véi, não é backer? a de trigo é ótima, mas eu acho a pale ale maravilhosa!

    Leider_Lincoln

    Realmente, é Backer! E de fato, a pale ale deles é de outro mundo: forte e encorpada…

    Antônio de Sampaio

    Quanta bobagem rapaz.

    Leider_Lincoln

    Tu, poréns, és sábio?

Antonio Morais

Eu estava "doido" para ver os blogueiros sujos discutirem entre si. Agora sim, além de ficar mais consciente das manipulações do PIG, vamos ver um debate mais profundo.

Elisabeth

Desejo uma republica laica. Estou também ansiosa por uma sociedade democrática mais PLENA. Também espero que não exista sociedade "critãofobica". Estou achando muita paranóia! Eu tenho medo de acharem que todas as questões ligada aborto, drogas,homossexual esta ligada a religiosos, igreja católica e evangélicos. As pessoas que não religiosas tem direito de opinar ser contra aborto, liberação de aborto e casamento civil entre gays. Sou a favor do aborto e liberação das drogas, mas defendo que meus pais que não são religiosos a discordar de mim. Eu mais que defender uma republica LAICA eu defendo uma democracia mais PLENA. E acho que ATEUS e defensores da republica LAICA deviam praticar tolerância e não se transformar em "critãofobicos". Tolerância é um principio DEMOCRATICO.

    Elisabeth

    Oh não! perdão !Entrou comentario no lugar errado. rs

    Elton

    Os cristãos é que costumam ser "Ateufóbicos", usando expressão semelhante Às suas…………..
    Experimente, por exemplo ser professor em um colégio confessional e declarar-se ateu pra ver o que acontece…..

    operantelivre

    Posso confirmar sua afirmação por ter ensinado alguns anos numa escola confessional. Mesmo não sendo ateu um dos motivos que me expulsaram de lá (demissão), uma forma moderna de fogueira santa e caça às bruxas, foi que ao ensinar teoria evolucionária eu não a comparava com o criacionismo. Acreditem, isto acontece em diversas instituições religiosas, políticas e empresariais. Todas são isntituições quem tem um DNA comum para a sobrevivênciaa qualquer custo.

    Não critico cristãos, muçulmanos, judeus ou ateus, mas defendo o meu direito de não pactuar com alguns comportamentos e idéias desses e de outros grupos, de poder externar pacificamente minha discordância, sejam eles majoritários ou minoritários.

    E percebo que algumas críticas são policiadas pelos grupos como se fossem contra pessoas e não uma simples e pacífica explicitação de discordância. Discordância vem se tornando em muitos locais e temas um sinônimo de intolerância, quando o que não deveria ser tolerado é uma certa maneira belicosa de discordar, como fazem, por exemplo, alguns Estados unidos em santíssimas trindades.

    Leider_Lincoln

    Richard Smith (nome verdadeiro de Carmem Lrporace/Susana Alves/Paulo Amaral/Henderson Sousa/Ubaldo)?

Leonardo

"O brasileiro é um povo perfeito. A educação pública e em muitos casos privada de nível lamentável que temos, a falta de empreendedorismo, a cultura da desonestidade e do jeitinho, a glorificação da malandragem, a inércia individual (aqui tudo é culpa do governo e dele esperamos tudo), a cultura rasa, os 40% de PIB oriundos de impostos etc, é culpa dos EUA"

Em outras palavras, esse é o discurso da maioria absoluta de esquerdistas que eu conheço.

Você observa um país como o nosso, onde o sonho da maioria dos jovens é conseguir um emprego público (vide concorrências absurdas e inimagináveis nas seleções públicas) e constata que alguma coisa nao vai bem, tem algo errado.

Nunca vi os EUA como inimigo, mas sim um país que deve ser referencia no quem de melhor, e nao são poucos os exemplos.

Essa conversa de que tudo é culpa dos outros, nao tem mais lugar em nossa sociedade. O que temos obrigação de fazer é reconhecer nossos erros e tentar corrigí-los se quisermos ter horizonte.

China, Singapura, Coréia do Sul etc fizeram isso ha muito tempo e hoje colhem os frutos desse pragmatismo.

Enquanto isso no Brasil, as pessoas estão preocupadas é conseguir o "direito" de consumir MAIS drogas livremente.

Nossa classe política se resume a fofocas em torno de casos de corrupção que se acumulam aos milhares, sem que ninguém seja realmente punido.

Não temos uma agenda séria de desenvolvimento. Não temos projeto de futuro.

Tem algo MUITO errado no nosso país e enquanto essa mentalidade provinciana e medíocre prosperar, jamais seremos um povo e país que esperamos um dia ser.

    Zé Fake

    Comentário generalizante, reducionista e superficial. E falacioso. É cansativo ficar respondendo esse tipo de coisa, então vou "emprestar" algumas palavras do excelente comentarista Morales, no blog do Nassif, a respeito do que escreveu um outro comentarista:
    ———————————————————————————
    O texto executa a chamada falácia do espantalho: http://pt.wikipedia.org/wiki/Fal%C3%A1cia_do_home

    Atribui ao Greenpeace aos "esquerdistas" o que ele interpreta que sejam as posições do Greenpeace dos "esquerdistas".

    Comete, também, a falácia da associação:
    http://es.wikipedia.org/wiki/Falacia_de_asociaci%

    porque generaliza as posições que atribui ao Greenpeace a certos esquerdistas para TODO o movimento ecologista TODOS os esquerdistas.
    ———————————————————————————
    O comentário completo do Morales (que é sobre outro assunto) está aqui. (É preciso procurar na página).

    Marcelo Fraga

    E o discurso direitista é o seu: descer a lenha no que está bom e no que está ruim no Brasil tanto faz, o que importa é descer a lenha.

    Bom mesmo é lá no estrangeiro. Bom mesmo é o gringo.

    Aqui é uma porcaria. Que desenvolvimento pode sair daqueles morros infestados de pobres e traficantes?

    Desenvolvimento é afundar o mundo em uma crise e depois sugar o restinho de dinheiro que sobrou para tirar os bancos do buraco.

    Aqui, no entanto, o governo dá crédito fácil pr'o povo comprar carro popular e congestionar a ruas. Aqui se criminaliza o produtor rural por ele produzir alimento!

    Esse país NÃO PODE dar certo!

Elisabeth

BBom, isso foi bom , muito bom… Bom saber que outros pensam de outra maneira. Vamos então fazer reflexão com argumentos !Concordo que não devemos achar que EUA é culpado de todos os problemas do Brasil ! E que a ESQUERDA do Brasil não é preciso ELOGIAR TUDO no governo e D.DILMA! Aliás, e preciso lembrar, temos muita gente de ESQUERDA contra o governo, PT e Dona DILMA. PV é oposição que apresenta a oposição de terceira via.Sou contra acharem que esquerda devem pensar "assim" ou não deve pensar de tal forma.Porém todavia para ser contra ou favor governo de EUA é preciso ARGUMENTOS e razão para isso. Eu DIGO:não tenho SIMPATIA pela política de EUA para o resto do Mundo. Tenho inúmeras razões para citar contra coisa contra decepcionante SR OBAMA.
E SIM tenho meu motivos em ter simpatia DONA DILMA.Estou vestindo a camisa dela. Porque gosto do seu discurso. Eu defendo que TODOS possam criticar governo, Dilma e AMAR o EUA . Como eu tenho direito a defender DILMA, GOVERNO e não se SIMPATICA as políticas de EUA para mundo. e como Dilma diz maior patrimônio que nós temos é a DEMOCRACIA. E eu como ela acho q prefiro mil vezes o barulho da criticas do silencio das DITADURAS.

PS: Estou vestindo camisada querida Dona Dilma e tenho razões para isso. Digo estou confiante na data de 2 de junho começo do programa "Brasil sem miseria"

Luiz Fernando

O Miguel do Rosário é um dos mais lúcidos blogueiros e ao mesmo tempo um dos mais corajosos, por dizer com clareza o que pensa e enfrentar fundamentalismos ideológicos de todos os matizes.

Cássia

Você é coerente. E isso, já é um grande mérito!

Rasec

Uma coisa é pluralidade de idéias. Outra coisa, completamente diferente é não saber criar pautas próprias e ficar alimentando o PIG, seja repercutindo seus analistas, articulistas e "idéias plurais" , seja fazendo críticas mais pesadas ainda. Uma coisa é não concordar com o PL que pune a homofobia, por exemplo, outra coisa é aceitar passagens da bíblia contra o projeto. A pluralidade de idéias é mais um chavão pra se meter o pau, num governo que mal começou ou pra se defender idéias ultrapassadas, conservadoras (vai citar a bíblia como argumento contra o projeto?, coisas do tipo "o homem criou macho e fêmea"- passagem do gênesis?).
Tem que se ter muito cuidado com o chavão de pluralidade de idéias. Afinal, o PIG também se diz pluralista!
Pautas próprias já para a blogosfera!

betinho2

A parte que não concordo com Miguel é referente ao Código da Impunidade. Não sou contra a flexibilização das RL que já foram eliminadas, da agricultura familiar até pequenos agricultores. Mas na questão das APP sou radicalmente a favor que sejam respeitadas conforme o Código atual. Quanto as multas, para agricultura familiar e pequenos agricultores, desde que reponham as APP podem ser isentadas. Porém para os médios e grande agricultores linha dura, pois não destruiram as APPs por necessidade de sobrevivência, mas por ganância. E nos não podemos continuar pagando por isso com nossos rios destruídos.

betinho2

Grande Miguel do Rosário. Esse jamais vai precisar de psiquiatra, nem de fala nem medicamentoso…rsrs.
Acho que Miguel (também não concordo 100%) simplificou bastante essa questão de esquerda/direita, para nosso entendimento. Eu retroagiria à origem dos termos, à Câmara dos Lordes, onde ESQUERDA era estar ao lado do povo, suas necessidades, seus anseios, seu convívio sócioambiental e consequentemente seu bem estar, e DIREITA estar ao lado e com o poder governante, na administração da nação e seus bens (diga-se bens comuns a todos os cidadãos, no conceito, não de fato). Naquela época a DIREITA sempre estava no poder, e nem se cogitava que um dia seria diferente.
O que é ESQUERDA no poder? O comunismo que tivemos?…eu diria que não, isso nunca foi esquerda no conceito acima exposto (da Câmara dos lordes), pois uma nação tem de ser dinâmica, evolutiva como um todo. O comunismo só foi dinâmico na corrida armamentista, e ressalvada a questão do ensino ( combate ao analfabetismo) engessou o Estado e não distribuiu avanços significativos ao principalmente, apesar de subir o "piso", colocou também um "teto" muito baixo, prensando todo o dinamismo que pudesse surgir do meio não governante, diga-se do povo. Donde tenho a tempo dito que, esse comunismo que conhecemos, veio apenas como linha auxiliar da DIREITA (essa também não mais aquela conceitual da Câmara dos Lordes). Portanto, capitalismo e comunismo com a mesma mãe geradora, uma para escravisar por uma pseudo democracia e outra para escravizar através de um pseudo poder do povo.
A solução é o meio termo,uma SOCIAL DEMOCRACIA de fato, não retórica como apendice dessas duas corrente, que não querem que ela surja na sua excência, nos conduzindo a um eterno FlaxFlu, e que nos, condicionados, alimentamos no dia a dia.
Sem achar que a solução está na religião, pois também torcedoras de FlaxFlu, mas tem de lembrar das palavras de Jesus Cristo: "A verdade vós salvará".

    Luiz Carlos Azenha

    Betinho, há uma linha de pensadores que diz que a dicotomia URSS vs. EUA serviu aos dois. Como, simplificando grosseiramente, Coca vs. Pepsi. Os dois se alimentaram de suas respectivas esferas de influência. Deixamos de pensar que poderia haver alternativas.

    betinho2

    Correto Azenha, é o que tento dizer, mas vou mais além. Não duvido a Coca e Ppsi terem acionistas comuns na alta cúpula, escondidos nas centenas de holdings de investimento. Se surgir uma possível concorrente, estarão as duas unidíssimas para brecar.
    O grupo Agco por exemplo, hoje é proprietária de mais de 15 grandes industrias de máquinas agricolas no mundo, que "concorrem" no mercado. Todas nasceram independentes, hoje são um trust internacional. Dai a subir na esfera de mercado e poder, é só ligar as pontas.

    Thiago M Silva

    O Chomsky pensa assim…e é anarquista…Mas qualquer coisa que saia das relações de viés imperialismo/colonialismo e que cuide dos interesses na nação, como uma genuína social-democracia, seria uma grande vitória nessa altura do tempo…

    Roger

    Sou filósofo de fundo de quintal e teórico de conspiração confesso. Nem faculdade tenho (ainda). Mas cá na minha simplicidade, penso que a humanidade está toda dividida: esquerdas x direitas, ateus x crentes, palestinos x israelenses, republicanos x democratas, PIG x nós, ingleses x franceses, e um looooongo etecetera.

    Enquanto nós (humanidade) ficamos divididos, alguns sempre lucram com a divisão. Dividir para conquistar. Funciona (tá funcionando até hoje!). Penso que precisamos, nem que seja aos poucos, deter um pouco o olhar sobre o que (ou quem) nos divide. Sobre quem ganha com essa divisão. Sobre quem joga nos dois lados, nas sombras.

    Tá, tudo bem, a gente tem que escolher um lado (fazer o quê, né?), e nessa barafunda, escolhi votar no Lula desde 89. Estou feliz porque sei que acertei (como muitos outros). Nem por isso posso deixar de criticar o que vejo de errado na era Lula/Dilma. Penso que Lula concorda comigo (conosco?).

    Por outro lado, tenho que ressaltar que essa dualidade (ou dicotomia, se preferirem – ao gosto do freguês) é bem diferente da pluralidade de que fala o Miguel.

    Pois bem: diferentemente da imprensa, que joga para um lado e para outro, na blogosfera impera a pluralidade. Acho que é por aí o caminho. Lá atrás, nos Protocolos dos Sábios de Sião (não sou antissemita, e já confessei que sou teórico de conspiração) – que não é nenhuma invenção hitlerista, já se falava nesse tal de poder de imprensa, como uma força que caiu na mão do capital (aquele, da pior espécie!) manipulativo.

    Penso que quando nós nos unirmos – todos nós – respeitando nossas diferenças, e tendo calado essa força infame que pretende falar por nós, todos falaremos a mesma língua.

    Aí vem alguém me dizer: "tá atacando a liberdade de imprensa". Não, tô atacando a libertinagem de imprensa – em prol da liberdade de expressão. Que todos nós possamos produzir conteúdo, em vez de somente a imprensa. Que todos nós possamos SER a imprensa.

    Em suma, quando essa nossa pluralidade de idéias e opiniões tomar o poder, não terá mais sentido pensar em esquerda e direita. Seremos nós, apenas.

    Agora deixo um pensamento: a gente precisa de politicos pra governar? Será que já não temos viabilidade tecnológica para gozar a democracia direta? Quais poderiam ser as implicações de um sistema assim?

    betinho2

    Roger
    Muito bom seu raciocínio. E ler os protocolos é uma abertura de horizonte, um tirar as viseiras. Seguidamente os releio e cada vez mais se reafirmam como verdadeiros, apesar da tentativa de trata-los como falsos. A cronologia dos acontecimentos mundiais demonstram sua veracidade.
    Sobre a política e os políticos, creio não estarmos ainda no ponto de evolução para abrir mão, mas lutar por um nova imprensa e ampliação da blogosfera…e que surjam mais uns 30 Assanges..rsrs

    Roger

    Betinho,

    Legal, obrigado!! Finalmente achei alguém que não pensa que os protocolos são apenas uma sandice. Agora veja só esse trecho, da versão que possuo:

    "A literatura e o jornalismo são as duas forças educativas mais importantes; por isso, nosso governo será proprietário da maioria dos jornais. Assim, a influência perniciosa da imprensa particular será neutralizada e adquiriremos enorme influência sobre os espíritos. Se autorizarmos dez jornais, fundaremos logo trinta, e assim por diante.

    O público nem desconfiará disso. Todos os jornais editados por nós terão, aparentemente, tendências e opiniões as mais opostas, o que despertará a confiança neles, e atrairá a eles nossos adversários confiantes, que cairão na armadilha e se tornarão inofensivos."

    Durante a pesquisa bem fundamentada que embasou "O Santo Graal e a Linhagem Sagrada" (Michael Baigent, Henry Lincoln, Richard Leigh) – um livro cuja tese foi – supunha-se – duramente desprestigiada -, os escritores toparam com os Protocolos; veja o que dizem a respeito:

    "Com base em uma pesquisa prolongada e sistemática, chegamos às seguintes conclusões sobre os Protocolos dos sábios do Sion: (…) Houve um texto original com base no qual a versão publicada dos Protocolos foi baseada. Este texto original não é uma farsa. Pelo contrário, é autêntico. Mas ele não tinha nada a ver com o judaísmo ou com uma 'conspiração judia internacional' (…) O texto original no qual a versão publicada dos Protocolos foi baseada não usava necessariamente uma linguagem provocadora ou inflamada. Mas pode bem ter incluído um programa para ganhar poder, (…) controlar instituições sociais, políticas e econômicas.(…) Assim, a versão publicada dos Protocolos não é um texto totalmente fabricado, mas radicalmente alterado. A despeito das alterações, alguns vestígios da versão original – que se referem a um rei, um papa, uma igreja internacional e a Sion – podem ser discernidos.(…)"

    Recomendo esse livro (os dois!)
    Abraços

    betinho2

    Roger
    Venho estudando e pesquisando a anos sobre essa questão. Tenho bastante coisa guardada.
    Na época não dei muita importância a um comunicado de uma Revista Judaica, logo no início do século 20, denunciando o roubo dos protocolos. Tenho procurado essa referência e não tenho mais encontrado. No início das minhas pesquisas pensei ser uma questão judaica. Hoje não penso assim, depois de estudar um pouco sobre os dois principais ramos, os sefarditas e os askenazis, esses últimos originários dos bárbaros da Floresta Negra na Alemanha, que tem uma história que nada tem a ver com os semitas, mas que por volta do século 8 assumiram a religião judaica e a partir dai passaram a ter uma ascensão e hegemonia na mesma, donde o sionismo à revelia mesmo de setores internos da própria religião judaica.
    Sabendo-se isso tudo, leia lá nos protocolos onde fala, "se necessário for sacrificaremos alguns de nossos irmãozinhos menores" e "se enfrentados os canhões da Rússia e da China nos defenderão". É "teoria da conspiração", pra mais de metro, mas os documentos estão aparecendo. A história de Hitler considero mais escabrosa do que vem sendo contada, no meu entender foi um laranja do sionismo (não confundir com judaísmo, pois foram vítimas)
    Abraço.

FrancoAtirador

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O velho e sábio arquiteto Oscar Niemeyer,
um histórico comunista brasileiro,
ao tratar sobre a solução política para o Brasil,
certa vez afirmou, numa entrevista:

"Eu não gosto muito de repetir isso,
mas a única alternativa é a revolução.
Só que no Brasil não se consegue fazer revolução,
porque todo brasileiro é um revolucionário
que quer fazer a sua própria revolução."
.
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Bruno

Interessante que exista gente sensata desta forma na esquerda brasileira – e no Brasil como um todo. Estava hoje, no almoço, justamente pensando na falta de dissonância que existe no discurso dos blogueiros "progressistas" brasileiros. Me parecia justamente que era falta de capacidade de pensar com a própria cabeça de alguns, e em especial do público. Enfim, texto irretocável. E olha que eu raramente falo isso de um esquerdista.

Álvaro

Miguel

Assino embaixo. Penso quase igualmente como você. Parabéns. O òleo do Diabo acabou de ganhar um leitor assíduo.

ZePovinho

Eu gosto do Miguel é repito(se o Azenha publicar):consenso dá pau mole.

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