Massacre de Paraisópolis: Familiares dos 9 jovens assassinados pela PM de Doria fazem ato nesta terça, às 16h30

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Diante de barreira policial, moradores de Paraisópolis fazem protesto em 4 de dezembro de 2019; mostram fotos dos nove jovens assassinados pela PM de governo João Doria. Foto: Daniel Arroyo/Ponte Jornalismo

Sob ângulos diferentes, a viela onde sete dos nove jovens foram encurralados pelos policiais e assassinados. Para Valdemir José Trindade e José Maria Lacerda, respectivamente dirigente e presidente da associação de moradores União em Defesa da Moradia,  a PM age há muito tempo com truculência contra os moradores de Paraisópolis. Fotos: Lúcia Rodrigues/ Viomundo

UM ANO SEM RESPOSTAS: Familiares das 9 jovens vítimas do massacre de Paraisópolis realizam ato em memória e para exigir justiça

Rede Liberdade (veja PS)

Nesta terça-feira, 1º de dezembro de 2020, familiares dos 9 jovens mortos em decorrência da ação policial no Baile da 17, em Paraisópolis, na Zona Sul de São Paulo, realizarão ato em memória de seus familiares e para reforçar as reivindicações sobre a responsabilização por essas mortes.

Um ano se completou sem que as famílias tivessem respostas institucionais sobre esse crime. Foi durante um baile funk que os jovens, em sua maioria negros, Paulo Oliveira dos Santos, 16 anos, Bruno Gabriel dos Santos, 22 anos, Eduardo Silva, 21 anos, Denys Henrique Quirino da Silva, 16 anos, Mateus dos Santos Costa, 23 anos, Gustavo Cruz Xavier, 14 anos, Gabriel Rogério de Moraes, 20 anos, Dennys Guilherme dos Santos Franca, 16 anos e Luara Victoria de Oliveira, 18 anos, foram assassinados.

Segundo vídeos de moradores da região, testemunhas e reportagens, agentes da Polícia Militar empenharam o uso indevido e desproporcional da força diretamente contra pessoas desarmadas e rendidas, em um contexto de atividade cultural.

Na versão da PM, as mortes e os ferimentos em mais de 20 pessoas, se deram por pisoteamento.

Os familiares dos jovens contestam e alegam que eles não resistiram às violências que foram submetidos por policiais.

A ação configura a criminalização de expressões culturais da periferia e o genocídio contra a população negra, jovem e periférica. As organizações do movimento negro e a família das vítimas exigem a responsabilização do Estado pelas intervenções violentas, pelas mortes e pela desestruturação de nove famílias.

O ato por justiça e em memória das vítimas, será realizado no dia 01 de dezembro de 2020, às 16h30, em frente ao Portão 2 do Palácio dos Bandeirantes do Governo do Estado de São Paulo.

O ato conta com apoio da Uneafro Brasil, Coalizão Negra por Direitos, Rede de Proteção ao Genocídio, Instituto de Defesa do Direito de Defesa e Rede Liberdade

PS do Viomundo: A Rede Liberdade é um coletivo de advogados que atua em casos emblemáticos de violação de direitos humanos e liberdades. Lançada em setembro de 2019 como Projeto Aliança, atua essencialmente na articulação de uma rede composta por advogados, defensores públicos, representantes dos Ministérios Públicos Federal e Estaduais e entidades do terceiro setor. Assim, é uma ”rede de redes”.


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Zé Maria

A Luta Continua, Companheiros, Camaradas!

Juíza Federal dá 24 horas para saída
da Ocupação Emmanuel Bezerra,
mas famílias não são notificadas

| Reportagem: Mirella Lopes | Agência Saiba Mais |

Com o argumento de que o prédio abandonado
da antiga Faculdade de Direito da UFRN, na Ribeira,
está com a estrutura precária e oferece risco,
a juíza federal Gisela Leite determinou a saída
das famílias da Ocupação Emmanuel Bezerra
do local num prazo de 24 horas.

As cerca de 65 famílias já estão no local há um mês
e para justificar a decisão, a juíza cita o Relatório
de Vistoria Técnica elaborado por engenheiros da UFRN
e do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional),
que aponta riscos para os ocupantes do espaço.
O documento também foi encaminhado à Defesa Civil,
para que vistorie o local, analise a segurança da estrutura
e adote as providências para a desocupação.

No entanto, até a manhã desta terça (01),
as famílias não tinham recebido qualquer notificação.

“Nós não fomos notificados, está todo mundo no prédio
e ninguém entrou em contato.
Estamos receosos porque não queremos sair.
Se vierem, vamos fechar as portas e resistir,
são eles que vão ter que arrombar a porta
e depredar o patrimônio público”, avisa Alex Feitosa,
militante do MLB (Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas).

https://www.saibamais.jor.br/justica-federal-da-24-horas-para-saida-da-ocupacao-emmanuel-bezerra-mas-familias-nao-sao-notificadas/

“Acabo de chegar da Ocupação Emanuel Bezerra,
onde conversamos sobre a decisão judicial
que negou a suspensão do despejo e
determinou remoção em 24 horas.
O poder público não pode mais tardar
em definir o destino das famílias.
Realocação urgente! Estamos em vigília!”

Natália Bonavides
Deputada Federal (PT=RN)

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