Márcia Denser: Obama e o duro materialismo feminino

Tempo de leitura: 5 min

25/03/2011 – 19h33

Obama e o duro materialismo feminino

por Márcia Denser*, no Congresso em Foco

“Ideias até que ele as tem, mas não tem o principal: poder real. Não tem bases sociais para implementá-las. A estrutura da sociedade americana hoje é a mais conservadora da sua história. Nem o Lula daria certo nos EUA”

De como a visão aguda de Conceição Tavares desnuda o cara

Muito se disse e se cogitou quando da passagem de Obama pelo Brasil e de tudo que li e reli a respeito, nenhum retrato foi mais vívido do presidente americano, nem painel mais preciso da atual conjuntura interna e externa dos EUA, do que o apresentado pela economista Maria da Conceição Tavares, em entrevista à Carta Maior.

Duma perspectiva sombriamente realista, para ela, os EUA se tornaram um país politicamente complicado, para o qual não bastam boas idéias. Obama até que as tem – algumas –, mas não tem o principal: poder real. Não tem bases sociais compatíveis para implementar suas ideias. A estrutura da sociedade americana hoje é a mais conservadora da sua história. Convenhamos: Obama não é nenhum um iluminado. Aliás, nem o Lula daria certo lá. Apesar de ter sido eleito a partir de uma mobilização real da sociedade, exerce um governo sem base efetiva: seu eleitorado é constituído massivamente pelos jovens e negros. Porém, nem a juventude nem a população negra têm presença institucional, pelos padrões democráticos norte-americanos: não detêm postos-chave onde se decide o poder. No limite, as bases de Obama não se localizam em parte alguma: não estão no Congresso, não comandam as finanças. Elas gritam, mas não decidem.

Conceição é categórica quando afirma: “Os EUA estão congelados por baixo. Há uma camada espessa de gelo que dissocia o poder do presidente do poder real hoje exercido, em grande parte, pelas finanças. Os bancos continuam incontroláveis; o FED (o Banco Central americano) não manda, não controla. O essencial é que estamos diante de uma sociedade congelada pelo bloco conservador, por cima e por baixo. Os republicanos mandam no Congresso, os bancos detêm a hegemonia econômica; a tecnocracia do Estado está acuada…”

Ironicamente, ainda que seja desagradável lembrar, os EUA chegaram a isso guiados, em boa parte do caminho, pelas mãos dos democratas de Obama. Foram os anos Clinton que consolidaram a desregulação dos mercados financeiros autorizando a farra que redundou em bolhas, crise e, por fim, na pasmaceira conservadora. Mas se tal colapso foi pedagógico – afinal, o poder financeiro ficou nu –, por que a reação demora?

Ainda segundo a economista, “a sociedade americana sofreu um golpe violento. No apogeu, vendia-se a ilusão de uma riqueza baseada no crédito e no endividamento descontrolados. Criou-se uma sensação de prosperidade sobre alicerces fundados em ‘papagaios’ e pirâmides especulativas. A reversão foi dramática do ponto de vista do imaginário social. Um despencar sem chão. A classe média teve massacrados seus sonhos do dia para noite. A resposta do desespero nunca é uma boa resposta. A resposta americana à crise não foi uma resposta progressista”.

“Na verdade, está sendo de um conservadorismo apavorante. Forças e interesses poderosos alimentam essa regressão. A tecnocracia do governo Obama teme tomar qualquer iniciativa que possa piorar o que já é muito ruim. Quanto vai durar essa agonia? Pode ser que a sociedade americana reaja daqui a alguns anos. Pode ser. Eles ainda são o país mais poderoso do mundo, diferente da Europa, que perdeu tudo, dinheiro, poder, autoestima… Mas vejo uma longa e penosa convalescença. Nesse vazio criado pelo dinheiro podre Obama flutua e viaja para o Brasil”.

Aliás, uma viagem pontuada de efeitos especiais; a mídia (leia-se PIG) querendo demarcá-la como um divisor de águas de repactuação entre os dois países, depois do “estremecimento com Lula”. Bobagens. Obama vem, sobretudo, tratar dos interesses norte-americanos. Petróleo, acima de tudo, já que dependem de uma região rebelada, cada vez mais complexa, e querem se livrar da dependência em relação ao petróleo da Venezuela.

Quanto ao assento brasileiro no Conselho de Segurança, Conceição não tem ilusões: “Obama poderá fazer uma cortesia de visitante, manifestar simpatia ao pleito brasileiro, mas, de novo, está acima do seu poder. Não depende dele. O Congresso republicano vetaria. Quase nada depende da vontade de Obama, ou dito melhor, a vontade de Obama quase não pesa nas questões cruciais. Sem contar que Obama não é Lula e não tem as bases sociais que permitiram a Lula negociar uma pax acomodatícia para avançar em várias direções. A base equivalente na sociedade americana – os imigrantes, os pobres, os latinos, os negros –, em sua maioria, nem vota e, acima de tudo, está desorganizada. Não há contraponto à altura do bloco conservador, ao contrário do caso brasileiro. O que esse Obama de carne e osso poderia oferecer ao Brasil se não consegue concessões nem para si próprio?“.

E a economia mundial? “Não está crescendo a ponto de justificar esses preços vertiginosos. Isso tem nome: especulação. Não se pode subestimar a capacidade das finanças podres no sentido de engendrar desordem. Não estamos falando de emissão primária de moeda por bancos centrais. Não é disso que se trata. É um avatar de moeda sem nenhum controle. Derivam de coisa nenhuma; derivativos de coisa nenhuma representam a morte da economia; uma nuvem nuclear de dinheiro contaminado e fora de controle da sociedade provoca tragédia onde toca. Isso descarnou Obama”.

“É o motor do conservadorismo americano atual. Semeou na America do Norte uma sociedade mais conservadora do que a da própria Inglaterra vitoriana, algo inimaginável. É um conservadorismo de bordel, que não conserva coisa nenhuma. É o que resulta da aliança entre o moralismo republicano e a farra das finanças especulativas. Os EUA se tornaram um gigante de barro podre. Em pé, causa desastres; se tombar, o estrago é ainda maior.”

Esse horizonte ameaça o Brasil? “Felizmente, o Brasil, graças ao poder de iniciativa do governo, saiu-se muito bem. Estou moderadamente otimista quanto ao futuro do país. Mais otimista hoje do que no começo do governo Lula, que herdou condições extremas, ao contrário da Dilma. Se não houver um acidente de percurso na cena externa, podemos ter um bom ciclo adiante.”

Hum, menos mal. Mas minha visão positiva quanto à áspera e aguda análise da nossa economista não é nada incomum: afinal, para se obter uma perspectiva mais aproximada da realidade, é preciso atentar para o “duro materialismo das mulheres”– nas palavras que uma outra mulher, a escritora Marguerithe Yourcenar, colocou nos lábios do imperador Adriano.

*A escritora paulistana Márcia Denser publicou, entre outros, Tango fantasma (1977), O animal dos motéis (1981), Exercícios para o pecado (1984), Diana caçadora (1986), A ponte das estrelas (1990), Toda prosa (2002 – Esgotado), Caim (Record, 2006), Toda prosa II – obra escolhida (Record, 2008). É traduzida na Holanda, Bulgária, Hungria, Estados Unidos, Alemanha, Suíça, Argentina e Espanha (catalão e galaico-português). Dois de seus contos – “O vampiro da Alameda Casabranca” e “Hell’s Angel” – foram incluídos nos Cem melhores contos brasileiros do século, organizado por Ítalo Moriconi, sendo que “Hell’s Angel” está também entre os Cem melhores contos eróticos universais. Mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP, é pesquisadora de literatura e jornalista. Foi curadora de literatura, até outubro de 2010, da Biblioteca Sérgio Milliet em São Paulo.


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Comentários

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Marcelo Fraga

"Sem contar que Obama não é Lula e não tem as bases sociais que permitiram a Lula negociar uma pax acomodatícia para avançar em várias direções. A base equivalente na sociedade americana – os imigrantes, os pobres, os latinos, os negros –, em sua maioria, nem vota e, acima de tudo, está desorganizada."

Está aí um ótimo motivo para o voto obrigatório. Só com ele é que o povo pode manter algum controle sobre o governo.

André

Quanta besteira.

Essa aí demonstrou saber muito sobre os EUA, sua história e seu presente com o fraco Obama no poder.

Bernardo

Essa entrevista/artigo já havia sido publica em Carta Maior

P A U L O P.

Aqui estão trechos da 'insuspeita' Wikipedia sobre o FED….
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The Plan called for the establishment of a National Reserve Association with 15 regional district branches and 46 geographically dispersed directors primarily from the banking profession. The Reserve Association would make emergency loans to member banks, create money, and act as the fiscal agent for the U.S. government.

…the Aldrich Plan essentially gave full control of this system to PRIVATE bankers,

Some of the questions raised include: whether Congress has the Constitutional power to delegate its power to coin money or issue paper money, whether the Federal Reserve is a public cartel of PRIVATE banks (also called a banking cartel) established to protect powerful financial interests…

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Espero que a Maria Inez recomende estes textos para a Maria Conceição.

Leider_Lincoln

Eles merecem coisa bem pior: http://pragmatismopolitico.blogspot.com/2011/03/o… .

P A U L O P.

SEJA FEITA VOSSA VONTADE…

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Chart of who "owns" the Federal Reserve

Chart 1
Federal Reserve Directors: A Study of Corporate and Banking Influence

Published 1976
Chart 1 reveals the linear connection between the Rothschilds and the Bank of England, and the London banking houses which ultimately control the Federal Reserve Banks through their stockholdings of bank stock and their subsidiary firms in New York. The two principal Rothschild representatives in New York, J. P. Morgan Co., and Kuhn,Loeb & Co. were the firms which set up the Jekyll Island Conference at which the Federal Reserve Act was drafted, who directed the subsequent successful campaign to have the plan enacted into law by Congress, and who purchased the controlling amounts of stock in the Federal Reserve Bank of New York in 1914. These firms had their principal officers appointed to the Federal Reserve Board of Governors and the Federal Advisory Council in 1914. In 1914 a few families (blood or business related) owning controlling stock in existing banks (such as in New York City) caused those banks to purchase controlling shares in the Federal Reserve regional banks. Examination of the charts and text in the House Banking Committee Staff Report of August, 1976 and the current stockholders list of the 12 regional Federal Reserve Banks show this same family control.

    P A U L O P.

    Agora trechos de uma página de Portugal, terra da Conceição Tavares…
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    A Grande Mentira

    Agora temos as peças necessárias para construir o nosso jigsaw.
    Tudo começa em 1919, com o Federal Reserve Act assinado pelo Presidente dos Estados Unidos T.W. Wilson: a moeda dos EUA é emitida agora pelos privados.
    Continua em 1971, dia 15 de Agosto, com a revogação da convertibilidade da moeda e ouro por o Presidente R. Nixon. Com esta medida o dinheiro já não representa a riqueza dum País, o seu ouro, mas torna-se uma riqueza volátil.
    Com esta medida, a riqueza do País é retirada das mãos dos cidadãos.
    A seguir, temos a supressão dos bancos centrais nacionais da Europa em favor dum só banco central, o BCE, privado, que emite moeda própria.
    Como resultado, os cidadãos perderam definitivamente qualquer contacto com o ouro do Estado e são obrigados a utilizar exclusivamente um meio de pagamento privado, sem valor intrínseco.
    Entretanto, os bancos (nesta altura todos privados ou controlados pelos privados) capturam os Estados no mecanismo da dívida pública e conseguem enriquecer cada vez mais.
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    http://informacaoincorrecta.blogspot.com/2011/03/

carmen

Os norte americanos ainda vão aprender a duras penas que o mito do poder do indivíduo não é capaz de mudar nada.O indivíduo só tem força quando se incere na sociedade e junto com os demais lutam por seus direitos.Posso estar errada,mas como povo eles são isolacionistas em relação as demais nações e individualistas em relação a eles mesmos.Meio caminho andado para uma derrocada e que dentro da dinâmica da história pode estar bem próxima.

glapido

Sei lá, mas depois que li que a família toda do Obama trabalhava para a CIA, não consigo mais acreditar nessa visão de santinho.

http://contextolivre.blogspot.com/2011/03/biografia-oculta-dos-obama-uma-familia.html” target=”_blank”>http://contextolivre.blogspot.com/2011/03/biograf…http://contextolivre.blogspot.com/2011/03/biograf

É, dizem que o jornalista que lançou essa hipótese é meio chegado a teorias da conspiração, mas, mesmo que seja, eles costumam estar sempre muito bem documentados.
Mas, onde há fumaça …

FrancoAtirador

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SENTENÇA MÁXIMA

“É o motor do conservadorismo americano atual. Semeou na America do Norte uma sociedade mais conservadora do que a da própria Inglaterra vitoriana, algo inimaginável.

É um conservadorismo de bordel, que não conserva coisa nenhuma.

É o que resulta da aliança entre o moralismo republicano e a farra das finanças especulativas.

Os EUA se tornaram um gigante de barro podre. Em pé, causa desastres; se tombar, o estrago é ainda maior.”
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DEFINIÇÃO PERFEITA
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Leonardo Vasconcelos

A autora do texto apenas esquece de mencionar que boa parte dos latinos e dos imigrantes vota, também, nos candidatos republicanos, pois muitos desses latinos, por incrível que pareça, são mais reaças do que vários norte-americanos. Basta lembrar que esses latinos são compostos, em sua maioria, por "exilados" (???) cubanos que são os que mais defendem as sanções contra seu próprio país. Esses imigrantes também saíram às ruas para protestar contra a reforma do sistema de saúde do Obama, chamando-o de socialista. O mesmo ocorre com americanos filhos de mexicanos que moram em estados como Texas. É lamentável mesmo, quando grupos tradicionalmente alvo de preconceitos acabam, por má fé ou por ingenuidade, apoiando seus próprios inimigos…

Fabiano Araujo

Excelente análise da sábia Maria da Conceição Tavares! Aliás, esta análise ilumina a posição cínica de Obama diante de Lula, o que, talvez, explique o não comparecimento deste no almoço que Dilma ofereceu a Obama, pois este solicitou que Lula e o primeiro-ministro da Turquia buscassem um acordo com Teerã e, quando isto foi conseguido, Obama negou, publicamnte, a solicitação que havia feito. Este Obama se revela um anão político quando comparado a Franklin Roosevelt .

Polengo

Obama é um pobre coitado, a quem resta mostrar seu poder quando visita outros países mandando seus gorilas revistarem até a Madre Teresa de Calcutá.

Ana cruzzeli

Maria da Conceição Tavares lembra muito Raquel de Queiroz…
A Marcia faz referencia ao materialismo feminino, Raquel de Queiroz tinha uma frase para isso:
¨Aos homens cabe sonhar , as mulheres parir¨ .
Raquel era afiadissima assim como Maria da Conceição Tavares
Aí está porque a mulher é materialista, pois é mais Terra do Lua.

    Laurindo

    Ana, com todo respeito, mas você reduziu a Maria da Conceição. Raquel foi apenas uma escritora de valor médio e, à exceção de seu primeiro livro – O quinze – pouco se envolveu com preocupações sociais, efetivamente, a não ser quando jovem, professando o Comunismo. São áreas distintas – literatura e economia – mas se considerarmos cada uma, na sua, Maria da Conceição Tavares, na dela, é top, enquanto que Raquel, como eu disse, é média.
    Abraços.

pperez

Obama é um boneco de ventriloquo do congresso americano e, todo mundo sabe disso!
A America alardeia em todo o planeta sua condição de legitimos defensores da democracia.
É uma contradição acatar uma contestação destas, considerando que o destemido povo Americano é na verdade totalmente alienado, anestesiado ,e porque não dizer engessado nas suas vontades politicas básicas considerando a aniquilação dos movimentos sociais pelo poder do conservadorismo das elites e da rede do capitalismo hegemonico.
Espremidos por um sistema politico que se alterna entre seis e meia duzia, os americano sonham um dia serem atores das grandes mobilizações de massa como ocorre agora em varias partes do mundo!

ZePovinho

O FED manda sim,manda muito.Do contrário,como poderia acontecer do governo tirar dinheiro do orçamento para salvar os bancos privados que são donos do FED?Foram TRILHÕES de dólares.As notas dos EUA são notas do Federal Reserve(impressas por um banco privado que cobra juros ,só por essa operação,do tesouro dos EUA).
A última vez que os EUA tiveram notas do Tesouro dos Estados Unidos ocorreu com Kennedy,quando assinou a ordem executiva 11110,criando dinheiro dos Estados Unidos e não do FED(Lincoln tinha feito a mesma coisa com os greenbacks).Depois de 5 meses da assinatura dessa ordem,em 22/11/1963,Kennedy foi assassinado em um triângulo de fogo de 11 tiros e no qual três acertaram o irlandês católico.

    Mariano S. Silva

    Estarei, daqui em diante, abrindo meus ouvidos para você…Traga mais coisas novas que jamais foram publicadas.

    P A U L O P.

    Caro amigo,

    só porque vc. nunca leu, não significa que não foi publicado…. se desejar procure nos 'sites' de busca.

    Boa sorte.

    Maria Inês Azambuja

    Mas parece que a Maria da Conceição também não leu que o FED é uma instituição privada… Aprendi neste blog… nuns videos referidos, muito interessantes…´por exemplo http://www.youtube.com/watch?v=iYZM58dulPE

    ana db

    O FED fede!

    ZePovinho

    A ordem executiva de Kennedy,lastreando o dólar em prata e não em moeda fiduciária:
    http://www.presidency.ucsb.edu/ws/index.php?pid=5

    Executive Order 11110 – Amendment of Executive Order No. 10289 as Amended, Relating to the Performance of Certain Functions Affecting the Department of the Treasury
    June 4, 1963

    Read more at the American Presidency Project: John F. Kennedy: Executive Order 11110 – Amendment of Executive Order No. 10289 as Amended, Relating to the Performance of Certain Functions Affecting the Department of the Treasury http://www.presidency.ucsb.edu/ws/index.php?pid=5

    By virtue of the authority vested in me by section 301 of title 3 of the United States Code, it is ordered as follows:

    SECTION 1. Executive Order No. 10289 of September 19, 1951, as amended, is hereby further amended —

    (a) By adding at the end of paragraph 1 thereof the following subparagraph (j):

    "(j) The authority vested in the President by paragraph (b) of section 43 of the Act of May 12, 1933, as amended (31 U.S.C. 821 (b)), to issue silver certificates against any silver bullion, silver, or standard silver dollars in the Treasury not then held for redemption of any outstanding silver certificates, to prescribe the denominations of such silver certificates, and to coin standard silver dollars and subsidiary silver currency for their redemption," and

    (b) By revoking subparagraphs (b) and (c) of paragraph 2 thereof.

    SEC. 2. The amendment made by this Order shall not affect any act done, or any right accruing or accrued or any suit or proceeding had or commenced in any civil or criminal cause prior to the date of this Order but all such liabilities shall continue and may be enforced as if said amendments had not been made.

    JOHN F. KENNEDY
    THE WHITE HOUSE,
    June 4, 1963
    Citation: John T. Woolley and Gerhard Peters, The American Presidency Project [online]. Santa Barbara, CA. Available from World Wide Web: http://www.presidency.ucsb.edu/ws/?pid=59049.

    Read more at the American Presidency Project: John F. Kennedy: Executive Order 11110 – Amendment of Executive Order No. 10289 as Amended, Relating to the Performance of Certain Functions Affecting the Department of the Treasury http://www.presidency.ucsb.edu/ws/index.php?pid=5

    Aqui Murray Rothbard analisa o sistema de reserva fracionária:
    http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=311

    Aqui os ultraliberais do Instituto Von Mises desencam a geringonça monetarista de Milton Friedman,apoiada pelo FED, e que ajudou a acabar com o padrão ouro:

    A geringonça criada por Milton Friedman
    http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=935

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