Flavio Wittlin: Médico e rabino Maimônides remói os ossos em sua tumba com o silêncio de colegas; vídeos

Tempo de leitura: 2 min
Se vivesse nos dias atuais, Maimônides reprovaria o silêncio de médicos face aos bombardeios de forças militares de Israel a instalações hospitalares na Faixa na de Gaza. Em 17/10, o ataque ao Hospital Al Ahli Arab (Gaza Baptist Hospital) matou mais de 500 pessoas, entre médicos, enfermeiros, administrativos, pacientes e familiares. Os médicos deram entrevista coletiva em meio aos mortos. Em 10/11, Israel bombardeou os consultórios externos do hospital Al Shifa, o maior de Gaza e onde muitas famílias se refugiaram. Cenas que entrarão para a história do povo palestino. Fotos: Reprodução de vídeos

Por Flavio Wittlin*, especial para o Viomundo

Passagens do Juramento de Maimônides

“Pois os inimigos da verdade e da filantropia poderiam facilmente me enganar e me fazer esquecer o meu sublime objetivo de fazer o bem a Teus filhos.
Que eu nunca veja no paciente nada mais do que um
semelhante em sofrimento”.

Rabino, filósofo, astrônomo, juiz, escritor e médico, ficou reconhecido como a Grande Águia, no medieval século XII.

Nascido em Córdoba, falecido no Egito, escreveu seus livros de medicina em árabe, foi médico de muçulmanos e respeitado por cristãos. Muitos o têm como o mais destacado médico judeu da magnífica medicina árabe na Idade Média.

Se vivesse nos dias atuais, com seu humanismo estendido a árabes e judeus, e sua obra vindo a influenciar escolásticos cristãos, Maimônides estaria sendo com certeza tachado de antissemita.

O silogismo dos sionismos convergentes de judeus e cristãos neofundamentalistas, useiros e vezeiros em acusar seus críticos de antissemitismo, seria aplicado agora contra o velho sábio.

Como médicas e médicos judeus, israelenses ou de fora, permanecem silentes face aos bombardeios diários contra o povo de Gaza e Cisjordânia?

Pior: há até colegas que aprovam a barbárie de Estado praticada com armas de destruição de massa pela única força de ocupação ali presente!

Explodir hospitais, ambulatórios, e até estacionamentos conexos; metralhar ambulâncias; fechar o acesso a cuidados de palestinos com câncer e de outros necessitados de hemodiálise; barrar o suprimento de anestesia para cirurgia de feridos, de vacinas e de outros fármacos em Gaza.

Tudo foi naturalizado por colegas desprovidos ou unilateralmente providos de empatia.

As lágrimas, se é que um dia foram derramadas pelos colegas judeus e judias, já secaram? – é uma pergunta que não cala!

A repetição, na Palestina ocupada, do hediondo Lebensunwertes Leben (“vidas indignas de viver”, mote nazi que serviu para exterminar judeus, ciganos, LGBTs, doentes mentais, povos eslavos, social-democratas, comunistas, católicos resistentes, etc) não lhes traz nenhuma comoção nem lhes causa revolta?

Se não, sua identificação com o legado humanista de Maimônides é zero e sua medicina uma ciência da morte, nunca da vida!

*Flavio Wittlin é médico, mestre em saúde pública e educomunicador em saúde.


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Comentários

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Zé Maria

https://www12.senado.leg.br/ril/acervo

“O Tribunal Penal Internacional”
“Integração ao Direito Brasileiro e sua Importância
para a Justiça Penal Internacional

Por Valerio de Oliveira Mazzuoli (*),
na Revista de Informação Legislativa Nº 164,
Ano 41, 4º Trimestre (Out/Dez 2004),
do Senado Federal. [Página 160 (9 do pdf).]

“[Conforme] ‘Resolução 260-A (III)’, da Assembléia Geral das Nações Unidas, da ‘Convenção sobre a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio’, em 9 de dezembro de 1948, nos termos do art. 2º, ‘entende-se
por genocídio qualquer dos seguintes atos, cometidos com a intenção
de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso, tais como:

a) assassinato de membros do grupo;

b) dano grave à integridade física ou mental de membros do grupo;

c) submissão intencional do grupo a condições de existência que
lhe ocasionem a destruição física total ou parcial;

d) medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio do grupo; e

e) transferência forçada de menores do grupo para outro grupo’.”

[…]

“O Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional [TPI],
acompanhando essa evolução do direito internacional
dos direitos humanos e do direito humanitário, definiu
o crime de genocídio no seu ‘art. 6º’:

‘Para os efeitos do Estatuto de Roma, entende-se por ‘genocídio’
qualquer um dos atos a seguir enumerados, praticado com intenção
de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial
ou religioso, enquanto tal, a saber:

a) homicídio de membros do grupo;

b) ofensas graves à integridade física ou mental de membros do grupo;

c) sujeição intencional do grupo a condições de vida com vista
a provocar a sua destruição física, total ou parcial;

d) imposição de medidas destinadas a impedir nascimentos
no seio do grupo; e

e) transferência, à força, de crianças do grupo para outro grupo’.”

[…]

*( http://lattes.cnpq.br/9864274763325158)

Íntegra:

https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/1013/R164-10.pdf

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Zé Maria

https://twitter.com/i/status/1723282173690589406

“Centenas de Pacientes do Maior Hospital de Gaza
são Expulsos pelos Militares Israelenses”

“Diretor-Geral dos Hospitais da Faixa de Gaza Alerta
que as Vidas de 650 Pacientes, incluindo 36 Crianças,
Estão em Risco Devido à Situação Catastrófica no
Hospital al-Shifa.”

A Ministra da Saúde Palestina, Mai al-Kaila, afirma que
as Forças Terrestres Israelenses “não estão evacuando
pessoas dos hospitais; em vez disso, despejam à força
os feridos para as ruas, deixando-os confrontados
com a morte inevitável”.

O Hospital al-Shifa da Cidade de Gaza foi atacado durante
a Ofensiva Terrestre de Israel; e as Autoridades de Saúde
locais dizem que a sua Enfermaria Cardíaca foi Destruída.

UTIs Sem Eletricidade e Geradores Sem Combustível

Guillemette Thomas, Coordenadora Médica da Organização
Internacional de Assistência à Saúde “Médicos Sem Fronteiras
(MSF) Para a Palestina”, com sede em Jerusalém, nos dá esta
atualização:
“Sem eletricidade, muitos pacientes morrerão – especialmente
aqueles em cuidados intensivos, UTIs neonatais e em máquinas
de suporte respiratório.” [Fonte: MSF Internacional]

Israel se recusa a permitir a entrada de combustível em Gaza.

Médicos em Gaza recorrem à histerectomia para salvar a vida
das mulheres grávidas feridas, devido à falta de especialistas – nomeadamente obstetras – e de material médico necessário.

Cadáveres Espalhados nos Arredores do Hospital, até no Pátio

Um funcionário da Al-Shifa disse que dezenas de corpos
permanecem abandonados perto do hospital e no seu pátio.

“Pedimos para podermos enterrar os corpos, mas qualquer pessoa que saia
para o pátio do hospital al-Shifa leva um tiro”, disse Mohammed Zaqut,
diretor-geral dos hospitais de Gaza.

O Ministério da Saúde de Gaza, acrescentou, “não é mais capaz” de informar
sobre os mortos e feridos devido à falta de acesso.

Um motorista de ambulância al-Shifa também confirmou que seus veículos
foram atacados por atiradores israelenses enquanto tentavam se aproximar
dos corpos.

Cirurgião-Chefe do Hospital Al-Shifa Descreve a Cena Sombria

O Dr. Marwan Abusada, chefe de cirurgia do Hospital al-Shifa,
diz que os tiros continuam nas instalações e que a situação
fica mais desesperadora a cada hora.

“Tiroteios e bombardeios estão em todos os lugares que você ouve,
a cada segundo, no Hospital al-Shifa.
Ninguém pode sair. Ninguém pode entrar.
Pessoas que tentaram evacuar o hospital foram baleadas nas ruas.
Alguns foram mortos, alguns ficaram feridos”, disse ele à Al Jazeera.

“Não temos electricidade, não temos água, nem sequer temos comida.
Temos muitos mortos e gostaríamos de enterrar seus corpos.
Mas é triste dizer que é muito perigoso.
Tentamos fazer uma grande cova, mas os israelenses nos atacaram.”

Mais de 11.100 Civis Palestinos foram Mortos em ataques de Israel a Gaza
desde 7 de Outubro até agora.

[ Reportagem: Mersiha Gadzo, Virginia Pietromarchi, Priyanka Shankar,
Lyndal Rowlands and John Power | Al Jazeera: (http://aje.io/6snb2)] https://t.co/5Is1YM8Ax0
https://twitter.com/AJEnglish/status/1723698265323901279
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Sionista: – Mas isso é Direito de Defesa [SIC]. Não é Genocídio …

Direito Internacional: – Não?
Então como Denominaríamos o “Extermínio Deliberado de um Grupo Étnico” para Anexação e Domínio Territorial de uma Nação por um Estado Nacional?
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Ibsen

Temo que a medicina mundo afora está tomada por oportunistas que juraram não Hipócrates, mas Hipócritas.
Sabemos que a ciência é intencionada, mas creio que, sob o capitalismo, tenhamos chegado ao ápice do cinismo dos interesses privados. Felizmente ainda há muitos bons médicos comprometidos com a vida humana sem complementos. Embora não creia, desejo muitíssimo que esse seja o fundo do poço e que não haja possibilidade de cavarmos mais fundo.

Zé Maria

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Médicos Sem Fronteiras (MSF) relata Situação “Catastrófica” em Gaza.

A situação em Gaza foi descrita pelas nossas equipes locais
como “horrível” e “catastrófica”.

Hospitais e clínicas – os que estão em funcionamento – estão
sobrecarregados e mal funcionam, ficando sem electricidade
e sem material médico.

Os cirurgiões do hospital Al-Shifa agora operam sem anestésicos
ou analgésicos suficientes.

Os hospitais recebem ordens de evacuação – muitas vezes com
apenas algumas horas de antecedência – com decisões difíceis
a tomar.

Os pacientes – incluindo os que se encontram em estado crítico
– arriscam as suas vidas ao mudarem-se ou ao ficarem para trás,
em ambos os casos talvez para morrerem sem tratamento.

O estado de sítio foi imposto a Gaza pelo governo israelense, incluindo
a retenção de alimentos, água, combustível e electricidade.

Estão privados de necessidades essenciais – água, comida, abrigo
protegido, medicamentos.

Isso é injusto!

Como resultado do bloqueio, a escassez de água em Gaza atingiu agora
um limiar crítico.

As pessoas estão bebendo água salgada.

O bombardeio Israelense em Gaza é implacável.

Pessoas foram mortas enquanto eram forçadas a deslocar-se
em busca de segurança, incluindo familiares dos nossos colegas.

As pessoas estão presas; aqueles que desejam sair não podem fazê-lo.

Nenhum lugar em Gaza é seguro.

https://www.msf.org/gaza-israel-war

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Aracy Balbani

Prezado Dr. Wittlin, sou sua colega . Há anos escrevo protestando contra a falta de articulação dos médicos num movimento mundial contra a violência e em ação pela paz. Equipes de saúde e pacientes são vítimas de catástrofes políticas, de violações do Direito Internacional e dos Direitos Humanos.
O Senhor não está sozinho na sua tristeza, angústia e revolta.

Zé Maria

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“Mentiras de Guerra: Cobertura da Mídia Chega a Seu Ponto Crítico”

Programa da ABJD com José Arbex Jr. no Canal TVT:

https://youtu.be/MyB29ypx3qM
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Zé Maria

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Em Relação aos Médicos Sionistas Israelenses é Muito Pior do que ‘Silêncio’.
Os Profissionais de Saúde que trabalham nos Hospitais na Faixa de Gaza –
que estão sendo Bombardeados indiscriminadamente pelo Estado Sionista –
estão denunciando que os Médicos Israelenses estão não só apoiando como
“EXIGINDO” os Ataques Militares de Israel às Instituições Hospitalares.

https://pbs.twimg.com/media/F-J0sciWIAAuE1p?format=jpg
“Médicos Israelenses assinam uma Carta Aberta
exigindo que as Forças Armadas Israelenses
Bombardeiem Hospitais em Gaza.”
https://t.co/AoELHIJWIo
https://twitter.com/AJEnglish/status/1723366224283988116
https://www.aljazeera.com/opinions/2023/11/11/israel-is-bombing-hospitals-in-gaza-with-israeli-doctors-approval
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https://twitter.com/i/status/1721595816823898513
Médicos Palestinos em mensagem
aos ‘Colegas’ israelenses que pediram
o bombardeio dos hospitais de Gaza:
“Nós, como médicos, somos embaixadores da paz. Nós salvamos vidas.”
“Os médicos israelenses que assinaram uma carta promovendo o bombardeio de hospitais com pacientes dentro cometeram uma
traição à sua nobre profissão e são responsáveis ​​por estes crimes”.
https://twitter.com/HoyPalestina/status/1721595816823898513

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Zé Maria

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Carta Aberta de Jornalistas Baseados nos EUA
Condenando o Assassinato de Repórteres por Israel
na Palestina e Pedindo Integridade na Cobertura
Jornalística Ocidental sobre as “Atrocidades”
Israelenses em Gaza.

“Condenamos o assassinato de jornalistas em Gaza por Israel
e apelamos à integridade na cobertura dos meios de comunicação
ocidentais sobre as atrocidades cometidas contra os Palestinos”.

“Os redatores da Carta são um grupo de repórteres baseados nos EUA
em redações locais e nacionais.
Alguns membros do grupo também estiveram envolvidos numa Carta Aberta
de 2021 descrevendo preocupações com a cobertura da mídia dos EUA
sobre a Palestina.”

“Todas as assinaturas foram verificadas.
Cerca de 600 jornalistas atuais e antigos assinaram a Carta
desde a sua publicação em 9 de novembro de 2023.
Cerca de 300 mais assinaram desde então, elevando o total
para cerca de 900.”

“Todos os números foram atualizados em 10 de novembro de 2023.”

“Dois jornalistas pediram a remoção de suas assinaturas em
10 de novembro, a pedido de seu empregador, a Associated Press.
Essas assinaturas foram removidas.”

Íntegra da Carta: https://www.protect-journalists.com
.
.
Jornalistas Norte-Americanos
Denunciam Cobertura Ocidental
sobre Ataques de Israel:
“Islamofobia e Racismo”

Com Desinformação Espalhada
pelas Autoridades Israelenses,
Cobertura Ocidental Não Traz
Contexto Histórico do Conflito
e Deixa de Proteger Jornalistas
que fazem a Cobertura de Gaza,
apontam os Repórteres em Carta

Os Assinantes Responsabilizam, ainda,
as Redações Ocidentais “pela Retórica
‘Desumanizadora’ que Serviu para
Justificar a Limpeza Étnica dos Palestinos”.

[ Reportagem: Duda Blummer, no Opera Mundi ]

Um grupo de 600 jornalistas dos Estados Unidos da América (EUA)
assinaram nessa quinta-feira (09/11) uma carta denunciando que
atuação da imprensa ocidental sobre a ofensiva israelense
na Faixa de Gaza reforçou discursos islamofóbicos e racistas
contra os palestinos.

“As redações minaram as perspectivas palestinas, árabes e muçulmanas,
descartando-as como pouco confiáveis e invocando uma linguagem
inflamatória”, instaram tanto repórteres que estão trabalhando na cobertura
das ofensivas israelenses contra a Faixa de Gaza quanto profissionais não mais atuantes.

Segundo o documento, as redações publicaram “desinformação espalhada
por autoridades israelenses e não examinaram a matança indiscriminada
de civis em Gaza – cometida com o apoio do governo dos EUA”.

Os assinantes ainda responsabilizam as redações ocidentais “pela retórica
desumanizadora que serviu para justificar a limpeza étnica dos palestinos”.

“Padrões duplos, imprecisões e falácias abundam nas publicações
norte-americanas e foram bem documentadas”, caracterizam sobre
trabalho da imprensa dos EUA sobre o conflito.

Em defesa da “integridade na cobertura dos meios de comunicação
ocidentais sobre as atrocidades cometidas por Israel contra os palestinos”,
a carta é assinada porque os jornalistas reconhecem que os bombardeios
aéreos de Israel e o bloqueio dos meios de comunicação social em Gaza
“ameaçam a apuração de notícias de uma forma sem precedentes”
na região.

“Escrevemos para apelar aos líderes das redações ocidentais para que
tenham clareza na cobertura das repetidas atrocidades cometidas por Israel
contra os palestinos”, declara o documento.

A exigência dos profissionais norte-americanos decorre, em especial,
após o Sindicato dos Jornalistas Palestinos pedir, em um comunicado
em 31 de outubro “aos colegas jornalistas de todo o mundo para que
tomem medidas para interromper o horrível bombardeamento do
nosso povo em Gaza”.

Segundo os jornalistas, a cobertura noticiosa do conflito, iniciado
com os ataques em 7 de outubro, “não ofereceu o contexto histórico
necessário” para entender o pano de fundo que cerca a guerra.

Assim, explicaram que “Gaza é uma ‘Prisão de Refugiados’ da Palestina
Histórica, que a ocupação de Israel ao território é ilegal diante do direito
internacional, e que os palestinos são bombardeados e massacrados
regularmente pelo governo israelense”.

Enquanto especialistas da ONU alertam que os palestinos correm
‘grave risco de genocídio’, “os meios de comunicação ocidentais
continuam hesitantes em citar especialistas em genocídio
e descrever com precisão a ameaça existencial que se desenrola
em Gaza”, identifica a carta.

Os jornalistas ainda especificam que tal cobertura responsável
pode ser feita “utilizando termos precisos e bem definidos pelas
organizações internacionais de direitos humanos”, como:
“Apartheid”, “Limpeza Étnica” e “Genocídio”.

“Distorcer as nossas palavras para esconder provas de crimes de guerra
ou da opressão dos palestinos por parte de Israel é negligência jornalística
e uma abdicação da clareza moral”, declaram ainda.

Jornalistas Assassinados por Israel em Gaza

O documento também condena os assassinatos de jornalistas cometidos
por Israel em Gaza.
Após quatro semanas de cerco israelense em Gaza, mais de 11 mil palestinos
foram mortos, sendo pelo menos 35 jornalistas em campo.

Diante desse dado, o grupo lembra que o “Comitê para a Proteção dos Jornalistas” chamou o conflito de “o ‘Mais Mortal’ para jornalistas” desde
que começou a contabilizar mortes, em 1992. “Muitos outros foram feridos, detidos, desaparecidos ou viram seus familiares serem mortos”.
“Como repórteres, editores, fotógrafos, produtores e outros trabalhadores
em redações de todo o mundo, estamos consternados com o ‘massacre
dos nossos colegas e das suas famílias’ pelas forças armadas e pelo governo
israelense”, declararam.

A carta ainda denuncia que além da violência dos bombardeios,
‘os repórteres em Gaza’ sofrem ‘boicotes e ataques deliberados
por atuarem na profissão’, exemplificando dois ataques no sul
do Líbano, em 13 de outubro, que vitimaram o cinegrafista da
agência britânica Reuters, Issam Abdallah, e feriram outros
seis jornalistas.

Também não deixam de mencionar as mortes de familiares dos repórteres,
como no caso de Wael Dahdouh, da Al Jazeera, que perdeu sua esposa
e filhos em um ataque aéreo, e o caso do jornalista Mohammad Abu Hassir,
da agência palestina Wafa, que morreu e também perdeu outros 42 familiares em ataques.

“Apoiamos os nossos colegas em Gaza e proclamamos os seus esforços
corajosos em reportar no meio da carnificina e da destruição.
Sem eles, muitos dos horrores no terreno permaneceriam invisíveis”,
finalizou a carta pedindo por apoio das redações ocidentais na proteção
dos jornalistas de Gaza.

Se você é jornalista e deseja assinar a declaração, está disponível neste link:
https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSf9_e0aWC7Ya2jNtJabM4-4RLGYq_LmdV2e52h2M2gTIsUWIQ/viewform

https://operamundi.uol.com.br/guerra-israel-hamas/83853/jornalistas-dos-eua-denunciam-cobertura-ocidental-sobre-ataques-de-israel-islamofobia-e-racismo
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Zé Maria

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Carta Aberta de Jornalistas Baseados nos EUA
Condenando o Assassinato de Repórteres por Israel
na Palestina e Pedindo Integridade na Cobertura
Jornalística Ocidental sobre as “Atrocidades”
Israelenses em Gaza.

“Condenamos o assassinato de jornalistas em Gaza por Israel
e apelamos à integridade na cobertura dos meios de comunicação
ocidentais sobre as atrocidades cometidas contra os Palestinos”.

“Os redatores da Carta são um grupo de repórteres baseados nos EUA
em redações locais e nacionais.
Alguns membros do grupo também estiveram envolvidos numa Carta Aberta
de 2021 descrevendo preocupações com a cobertura da mídia dos EUA
sobre a Palestina.”

“Todas as assinaturas foram verificadas.
Cerca de 600 jornalistas atuais e antigos assinaram a Carta
desde a sua publicação em 9 de novembro de 2023.
Cerca de 300 mais assinaram desde então, elevando o total
para cerca de 900.”

“Todos os números foram atualizados em 10 de novembro de 2023.”

“Dois jornalistas pediram a remoção de suas assinaturas em
10 de novembro, a pedido de seu empregador, a Associated Press.
Essas assinaturas foram removidas.”

Íntegra da Carta: https://www.protect-journalists.com
.
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Jornalistas Norte-Americanos
Denunciam Cobertura Ocidental
sobre Ataques de Israel:
“Islamofobia e Racismo”

Com Desinformação Espalhada
pelas Autoridades Israelenses,
Cobertura Ocidental Não Traz
Contexto Histórico do Conflito
e Deixa de Proteger Jornalistas
que fazem a Cobertura de Gaza,
apontam os Repórteres em Carta

Os Assinantes Responsabilizam, ainda,
as Redações Ocidentais “pela Retórica
‘Desumanizadora’ que Serviu para
Justificar a Limpeza Étnica dos Palestinos”.

[ Reportagem: Duda Blummer, no Opera Mundi ]

Um grupo de 600 jornalistas dos Estados Unidos da América (EUA)
assinaram nessa quinta-feira (09/11) uma carta denunciando que
atuação da imprensa ocidental sobre a ofensiva israelense
na Faixa de Gaza reforçou discursos islamofóbicos e racistas
contra os palestinos.

“As redações minaram as perspectivas palestinas, árabes e muçulmanas,
descartando-as como pouco confiáveis e invocando uma linguagem
inflamatória”, instaram tanto repórteres que estão trabalhando na cobertura
das ofensivas israelenses contra a Faixa de Gaza quanto profissionais não mais atuantes.

Segundo o documento, as redações publicaram “desinformação espalhada
por autoridades israelenses e não examinaram a matança indiscriminada
de civis em Gaza – cometida com o apoio do governo dos EUA”.

Os assinantes ainda responsabilizam as redações ocidentais “pela retórica
desumanizadora que serviu para justificar a limpeza étnica dos palestinos”.

“Padrões duplos, imprecisões e falácias abundam nas publicações
norte-americanas e foram bem documentadas”, caracterizam sobre
trabalho da imprensa dos EUA sobre o conflito.

Em defesa da “integridade na cobertura dos meios de comunicação
ocidentais sobre as atrocidades cometidas por Israel contra os palestinos”,
a carta é assinada porque os jornalistas reconhecem que os bombardeios
aéreos de Israel e o bloqueio dos meios de comunicação social em Gaza
“ameaçam a apuração de notícias de uma forma sem precedentes”
na região.

“Escrevemos para apelar aos líderes das redações ocidentais para que
tenham clareza na cobertura das repetidas atrocidades cometidas por Israel
contra os palestinos”, declara o documento.

A exigência dos profissionais norte-americanos decorre, em especial,
após o Sindicato dos Jornalistas Palestinos pedir, em um comunicado
em 31 de outubro “aos colegas jornalistas de todo o mundo para que
tomem medidas para interromper o horrível bombardeamento do
nosso povo em Gaza”.

Segundo os jornalistas, a cobertura noticiosa do conflito, iniciado
com os ataques em 7 de outubro, “não ofereceu o contexto histórico
necessário” para entender o pano de fundo que cerca a guerra.

Assim, explicaram que “Gaza é uma ‘Prisão de Refugiados’ da Palestina
Histórica, que a ocupação de Israel ao território é ilegal diante do direito
internacional, e que os palestinos são bombardeados e massacrados
regularmente pelo governo israelense”.

Enquanto especialistas da ONU alertam que os palestinos correm
‘grave risco de genocídio’, “os meios de comunicação ocidentais
continuam hesitantes em citar especialistas em genocídio
e descrever com precisão a ameaça existencial que se desenrola
em Gaza”, identifica a carta.

Os jornalistas ainda especificam que tal cobertura responsável
pode ser feita “utilizando termos precisos e bem definidos pelas
organizações internacionais de direitos humanos”, como:
“Apartheid”, “Limpeza Étnica” e “Genocídio”.

“Distorcer as nossas palavras para esconder provas de crimes de guerra
ou da opressão dos palestinos por parte de Israel é negligência jornalística
e uma abdicação da clareza moral”, declaram ainda.

Jornalistas Assassinados por Israel em Gaza

O documento também condena os assassinatos de jornalistas cometidos
por Israel em Gaza.
Após quatro semanas de cerco israelense em Gaza, mais de 11 mil palestinos
foram mortos, sendo pelo menos 35 jornalistas em campo.

Diante desse dado, o grupo lembra que o “Comitê para a Proteção dos Jornalistas” chamou o conflito de “o ‘Mais Mortal’ para jornalistas” desde
que começou a contabilizar mortes, em 1992. “Muitos outros foram feridos, detidos, desaparecidos ou viram seus familiares serem mortos”.
“Como repórteres, editores, fotógrafos, produtores e outros trabalhadores
em redações de todo o mundo, estamos consternados com o ‘massacre
dos nossos colegas e das suas famílias’ pelas forças armadas e pelo governo
israelense”, declararam.

A carta ainda denuncia que além da violência dos bombardeios,
‘os repórteres em Gaza’ sofrem ‘boicotes e ataques deliberados
por atuarem na profissão’, exemplificando dois ataques no sul
do Líbano, em 13 de outubro, que vitimaram o cinegrafista da
agência britânica Reuters, Issam Abdallah, e feriram outros
seis jornalistas.

Também não deixam de mencionar as mortes de familiares dos repórteres,
como no caso de Wael Dahdouh, da Al Jazeera, que perdeu sua esposa
e filhos em um ataque aéreo, e o caso do jornalista Mohammad Abu Hassir,
da agência palestina Wafa, que morreu e também perdeu outros 42 familiares em ataques.

“Apoiamos os nossos colegas em Gaza e proclamamos os seus esforços
corajosos em reportar no meio da carnificina e da destruição.
Sem eles, muitos dos horrores no terreno permaneceriam invisíveis”,
finalizou a carta pedindo por apoio das redações ocidentais na proteção
dos jornalistas de Gaza.

Se você é jornalista e deseja assinar a declaração, está disponível neste link:
https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSf9_e0aWC7Ya2jNtJabM4-4RLGYq_LmdV2e52h2M2gTIsUWIQ/viewform

https://operamundi.uol.com.br/guerra-israel-hamas/83853/jornalistas-dos-eua-denunciam-cobertura-ocidental-sobre-ataques-de-israel-islamofobia-e-racismo
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