Fepal se solidariza com Bruno Beaklini, que teve artigo retirado do site da Unisinos por denunciar Israel; íntegra da carta

Tempo de leitura: 7 min
Artigo do analista político Bruno Beaklini foi removido do site da Unisinos após pressão de grupos sionistas

FEPAL presta solidariedade a articulista atacado por denunciar Israel

FEPAL

Em carta encaminhada ao reitor da UNISINOS – Universidade do Vale dos Sinos, SÉRGIO MARIUCCI, a Federação Árabe Palestina do Brasil (FEPAL) prestou solidariedade ao articulista e analista político Bruno Beaklini, que teve retirado do site da instituição de ensino o artigo “A espionagem sionista e o risco de sabotagem nas eleições brasileiras”, publicado por diversos outros veículos de comunicação.

No artigo, Beaklini repercute e analisa a informação, trazida anteriormente por outros veículos de comunicação, de que o Brasil estaria contratando convênio de cooperação com a empresa israelense Cysource, a pretexto de segurança cibernética, inclusive das forças armadas e do sistema eleitoral brasileiro.

O convênio teria sido possibilitado graças aos recentes acordos de cooperação do Brasil com Israel nos campos militar e de segurança, recentemente aprovados pelo Congresso Nacional, mesmo enfrentando inédita oposição, incomum em acordos de cooperação com outros países.

O artigo acabou ultrapassando os limites da publicação original (na íntegra, ao final) ao ser reproduzido por diversos outros veículos de comunicação, o que levou, também, à sua grande repercussão.

O site da UNISINOS (ihu.unisinos.br) foi um dos que reproduziu o artigo.

Mas ele acabou sendo retirado após reação de apoiadores de Israel, que viram nele “antissemitismo” e perseguição aos judeus ao trocar a palavra “judeu” por “Israel”.

A UNISINOS foi fortemente atacada nas mídias sociais por ter publicado o artigo.

Num grupo de Facebook, por exemplo, um dos integrantes se referiu ao corpo docente e administrativo da UNISINOS como “vermes travestidos de acadêmicos”.

“Os jesuítas sempre foram, são e nunca deixarão de ser ‘antissemitas’”, escreveu outro. Para um terceiro, o “instituto humanitas da unisinos tem um site profundamente ‘antissemita’, travestido de antissionista” (sic).

E na terça-feira, 24, uma organização denominada StandWithUs, que se apresenta como “Instituição que educa sobre Israel ao redor do mundo” e que tem sucursal no Brasil, enviou carta à UNISINOS formulando acusações contra Beaklini e pedindo que seu artigo fosse excluído do site – “tome providências” – porque disseminaria o “ódio” aos judeus, dentre outros argumentos.

Mas para a FEPAL, o artigo apenas reproduz o que vem sendo noticiado na mídia internacional, que detectou ação israelense de espionagem massiva em todo o mundo há quase duas décadas, citando para exemplo como o “lobby israelense espionava cidadãos estadunidenses para prejudicar ativistas pró-Palestina, algo que remonta a 2006”.

Em sua carta à UNISINOS, a FEPAL também lembra que “o israelense Pegasus espionou mais de 50 mil pessoas em pelo menos 45 países, desde 2016, incluindo governantes, jornalistas e editores (CNN, New York Times, al-Jazeera, France 24, El País, Le Monde, Economist, Guardian e as agências AFP, Associated Press, Reuters e Bloomberg, entre outros)”.

Para a FEPAL, a ação contra Beaklini é uma “ação furiosa com que setores pró-Israel buscam criminalizar atores sociais, políticos, acadêmicos e profissionais dos meios de comunicação, no Brasil e no mundo, apenas por estes noticiarem os crimes de lesa-humanidade promovidos por Israel contra o povo palestino, dentre os quais os de limpeza étnica e de Apartheid”.

Rebatendo os argumentos da StandWithUs, a carta da FEPAL lembra que “criticar o nazismo e seus crimes não importa em criminalizar todo o povo alemão, ontem ou hoje, bem como não significa demonizar a Alemanha como nação e povo, negando-lhe o direito à autodeterminação” e que, pela mesma lógica, “criticar o sionismo não significa antijudaísmo, negação de direitos nacionais ou defesa do fim de Israel”.

A Carta da FEPAL é finalizada com um pedido à UNISINOS: “não sucumba aos chantagistas, pois ceder a eles é colaborar com a legitimação de suas ações, que têm por mister ocultar os crimes de lesa-humanidade na Palestina”.

Carta da FEPAL à Unisinos em defesa da liberdade de expressão de Bruno Beaklini

A espionagem sionista e o risco de sabotagem nas eleições brasileiras

Por Bruno Beaklini, no MEMO

O governo brasileiro de extrema direita e apoiador da ocupação sionista na Palestina ampliou consideravelmente a profundidade da presença do inimigo colonial no Brasil.

Na primeira metade de maio de 2022, o presidente Jair Bolsonaro praticamente pautou o assunto da suspeição da lisura do pleito com urnas eletrônicas, e atiçou os quarteis neste sentido.

Ao contestar o resultado e sua provável derrota, prenuncia que nossa sociedade sofrerá um intento de desestabilização semelhante ao ocorrido na invasão do Capitólio, na capital dos Estados Unidos, em 6 de janeiro de 2021.

O tema já foi descrito com riqueza de detalhes e documentação, tanto neste portal, como no Brasil de Fato e no jornal eletrônico GGN, coordenado por Luis Nassif.

Cabe, portanto, a este analista, resumir a anunciada tentativa de autogolpe de Estado, a exemplo de Fujimori, no Peru, em 1992, e a manipulação de cerca de 20% do eleitorado brasileiro, através de redes sociais e dispositivos móveis.

Resumo comentado da possível conspiração 

Em 25 de março deste ano, o general brasileiro Héber Garcia Portella, responsável pelo setor de defesa cibernética (CDCiber) e ex-membro da comissão militar junto à corte eleitoral para conferir a segurança e a excelência do sistema de votação eletrônica no Brasil, esteve em Tel Aviv (capital do Estado invasor dos Territórios Palestinos de 1948) e fechou um contrato de convênio e cooperação com a empresa Cysource.

A Cysource tem como executivo o israelense Shai Alfasi e endereço físico em Rothschild 45 Blvd,Tel Aviv. Mas, seu sistema é inteligente e já opera em língua nativa, no caso, em português.

Esta empresa é a subsidiária da https://cyberint.com/, com presença nestes países (Israel/Palestina Ocupada, USA, UK, Cingapura, França), e o negócio teria sido montado com a consultoria da Ernst & Young (ao menos o logo deles consta no site da Cybersource).

O encarregado da Cybersource no Brasil é o analista de sistemas Hélio Cabral Sant’ana, que trabalhou na Secretaria-Geral da Presidência da República (já no governo Bolsonaro) e deixa o governo para aproveitar esta oportunidade de negócios, que teria sido fechada na última Expo Dubai.

Ocorre que o convênio da subsidiária israelense, no Brasil, tem como operadoras de seus sistemas a Agência Brasileira de Inteligência e o Centro de Defesa Cibernética do Exército Brasileiro.

Na matéria citada no Brasil de Fato, a nota da força terrestre brasileira afirma que o acordo visa treinamento e não teve custos para a União. Trata-se, portanto, de um raro modelo de negócios, em que uma empresa privada presta serviços e não recebe pagamento!

O jornalista Luis Nassif monta o desenho de um possível golpe de Estado e expõe, de forma racional, como seria um modus operandi factível.

O presidente, ao alegar que pode haver fraude nas eleições brasileiras, fundamenta e antecipa um princípio (hipotético) de insubordinação militar e agitação social através de grupos de mídia pró Bolsonaro e manipulação de redes sociais.

Estamos falando de uma subsidiária do complexo israelense de defesa e espionagem dentro da Inteligência e do Exército brasileiro. Essa é a “novidade”, pois a presença do inimigo era mais comum nas agências estaduais.

Isso decorre do convênio de cooperação na área de segurança junto ao Estado do Apartheid Colonial na Palestina Ocupada, assinado pelo Congresso depois de uma longa batalha parlamentar.

Quem promoveu o convênio foi o deputado federal Eduardo Bolsonaro, o terceiro filho do presidente.

O general que opera o setor de defesa cibernética do Exército é o mesmo que estava na comissão da urna eletrônica, e ajudou a levantar perguntas inócuas, ampliando a tensão nas redes sociais sobre a lisura do processo.

Os dois executivos brasileiros que estão à frente dessa empresa, no Brasil, são ex-militares, sendo que um deles plantou as dúvidas também sobre a contagem do voto eletrônico.

O presidente Bolsonaro falou em transmissão semanal dia 05 de maio desse ano que seu partido, o PL, vai se utilizar de uma auditoria privada para atestar ou não a lisura do pleito.

Embora o TSE permita a auditagem de instituições privadas e da sociedade civil, conhecendo as manobras ocorridas entre 2015 e 2016 e, depois nas eleições de 2018, toda razoabilidade indica que se trata de um gesto concreto contra o processo eleitoral.

Importante ressaltar que à frente da ABIN está o general Augusto Heleno, um dos maiores defensores do “partido militar”, e propagandista da extrema direita.

O envolvimento dos altos mandos é uma evidência, sequer se trata de um “segredo público”. Nunca é exagerado esquecer que o ex-comandante chefe do Exército Brasileiro, general Eduardo Villas Bôas, ameaçou o Supremo antes da votação do habeas corpus do ex-presidente Lula,  em 3 de abril de 2018.

Risco real, ainda que com baixa probabilidade de sucesso

É possível que tenhamos um tipo de agitação como ocorreu nos EUA, com a não aceitação do resultado.

A diferença substantiva é que aqui o inimigo está dentro do governo, em seu núcleo decisório, auxiliando os generais golpistas.

Os EUA estão contra (incluindo vazamento propositado da Reuters comentando  aviso da CIA), assim como o maior grupo de mídia do Brasil, a Rede Globo. Mas, uma parcela das camadas mais empobrecidas está manobrada por empresas de exploração neopentecostal sionista, a exemplo do chamado “cinturão bíblico dos EUA”.

Os golpistas também contam com o apoio de conglomerados de comunicação. A chance de gerar uma desestabilização ainda maior no Brasil é grande, a capacidade de reação das lideranças políticas (como Lula) é sempre tímida, e o modus operandi da fraude já foi testado nas eleições do Rio de Janeiro em 1982 e quase saiu vitorioso.

As chances de sucesso do intento de golpe são pequenas – graças à antecipação e a difusão feitas no país –, mas o presidente Bolsonaro, seus generais e o inimigo sionista não vão desistir. Ainda que com baixas chances de vitória, a probabilidade de tentativa do autogolpe com o auxílio dos sionistas e seu aparato de espionagem cibernético é muito grande.

A meta permanente

A meta é a mesma de sempre: operar no nível que o general Golbery do Couto e Silva classificava como psicossocial.

O “bruxo da ditadura” foi um dos intelectuais do partido militar brasileiro, pioneiro da inteligência para defesa interna e um dos responsáveis diretos pelo golpe de 1964 e a legitimação da quartelada em conquista do Estado.

O Exército brasileiro  tem experiência acumulada nesta frente da guerra interna e está muito motivado, tanto pelo golpe dado em 2016, como pelos espaços de poder dentro do governo de Bolsonaro.

Realmente o intento dos altos mandos militares é de retorno à tutela das instituições nacionais, assim como a conquista direta de privilégios em termos de orçamento, ganhos reais e desvio de função.

Se observarmos com atenção, é o modelo de privilégios da ditadura de Pinochet (no plano dos oficiais das forças armadas em cargos da administração), adequado a um desgoverno de economia neoliberal e alianças externas com o inimigo sionista.

Insisto com a tese. Nenhum brasileiro ou brasileira descendente de árabes pode fingir não ver tamanha profundidade da presença do invasor também aqui. 

O conjunto das entidades e instituições árabe-brasileiras deve confrontar a ameaça contra o jogo eleitoral e rechaçar a sua execução amparada com o longo braço do Apartheid.

É preciso estar atento e forte, porque se depender dos golpistas, amanhã pode não ser outro dia.


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Comentários

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Jean M

Vídeo, em inglês, da Anistia

Israel’s Apartheid Against Palestinians – Explained

https://youtu.be/p8aD4p3Z1XQ

André Álvaro Hinnah

Pequenos, mas sucessivos, casos como este, em que uma instituição que deveria primar pela pluralidade acaba por curvar a espinha para um ou mais grupos poderosos, é que vão minando a frágil democracia. A estratégia de classificar como antissemitas todos aqueles que denunciam os crimes praticados por Israel – que ao que parece não aprendeu nada com a história de seu povo, é cortina de fumaça para permitir a continuidade dos mesmos. Toda solidariedade ao povo palestino e ao articulista ora perseguido.

Zé Maria

Só mesmo por Insensatez e Fanatismo Religioso uma Denominação,
que se afirma Cristã, pode consentir com a Espionagem de Sionistas
Fascistas operando fora de Israel, principalmente se for com o intuito
de fraudar as Eleições Gerais ou precipitar um Golpe Militar, no Brasil .

Zé Maria

As ‘MilíSSias do Mossad são Mais Fascistas e Perigosas que as Milícias de Bolsonaro.

    Zé Maria

    A gente só fala na CIA/USA,
    mas o Mossad/Israel opera
    em parceria com a CIA
    para executar os serviços
    mais sujos em outros Países,
    tanto presencialmente, ‘in loco’,
    como à distância, notadamente
    via Internet.

    Zé Maria

    Espionagem: Hackers Corporativos Expõem o Lado Mais Sombrio de Israel

    Software Pegasus, da empresa israelense NSO, foi usado por governos
    inclusive tirânicos ao redor do mundo para hackear telefones celulares

    Por Hadas Gold (*), na CNN Business

    ‘Audaciosas’ Operações de Espionagem do Mossad (Serviço Secreto do Estado
    de Israel) por todo o mundo.
    A ‘corajosa nação das startups’ abriga resmas de ideias de bilhões de dólares. Essas são duas áreas que impulsionam a imagem de Israel no exterior, a qual
    seus líderes políticos e empresariais há muito tempo gostam de promover.

    Essa imagem aparentemente elogiosa parece ter sido atingida com novos
    relatos de que mais uma vez a tecnologia fundada por israelenses, como o
    software Pegasus da empresa NSO, foi usada por governos de todo o mundo
    para hackear os celulares de ativistas de direitos humanos, jornalistas, dentre outros.

    A NSO e seus defensores dizem que seu ‘software serve apenas para capturar
    terroristas [sic] e outros criminosos, dizendo que salva [sic] vidas regularmente
    e opera sob rígidos [sic] controles de exportação’.

    A empresa também menciona que ‘não controla o que seus clientes fazem com
    o software, mas segue as leis israelenses sobre exportação de tecnologia de nível
    militar, é seletiva na verificação de seus clientes e corta o acesso se descobrir uso
    indevido’.

    No entanto, as recentes revelações de um Consórcio Internacional de Mídia e Grupos de Direitos Humanos [sem os quais não teria vindo à tona a Informação]
    sobre o Pegasus trouxeram os holofotes de volta, tanto para a empresa
    quanto para Israel.

    Agora, como muitos reprovam a imoralidade e a ilegalidade de tais programas,
    há apelos tanto dentro de Israel quanto na comunidade internacional sobre
    a melhor forma de regular o ‘Mercado de Espionagem Cibernética’ [sic].

    Um ‘Casamento’ de Espionagem e Tecnologia
    O domínio de Israel no campo da ‘segurança cibernética’ [leia-se: ‘Espionagem e
    Contra-Espionagem’]* não ocorreu no vácuo.

    As divisões de inteligência [espionagem] e operações secretas do país, em especial
    sua força de segurança Mossad, há muito têm uma reputação de se envolver
    em ‘espionagem astuta, ousada e implacável’, polida pelas representações
    de Hollywood [e da Imprensa Ocidental “Branca Judaico-Cristã”].

    À medida que crescia a proeminência de Israel como centro de inovação
    tecnológica e startup, as duas áreas convergiam para dar ao pequeno país
    uma influência descomunal no setor de segurança cibernética [*].

    O sistema educacional com bons recursos do país, além do serviço militar
    obrigatório, traz dezenas de jovens israelenses para treinamento de alto nível
    em segurança cibernética [*] e guerra cibernética antes mesmo de muitos deles
    irem para a universidade, de acordo com Tal Pavel, chefe de estudos de segurança
    cibernética [*] do The Academic College. de Tel-Aviv Yaffo.

    Grande parte da tecnologia de ponta do país tem suas raízes no desenvolvimento
    militar, observou Pavel.

    Uma das unidades de elite das Forças de Defesa de Israel é a secreta Unidade 8200,
    a agência de espionagem cibernética que produziu algumas das maiores
    ‘superestrelas’ da tecnologia do país.
    “Uma das coisas únicas em Israel é a ‘cinergia’, a união de cibernética e sinergia
    entre as indústrias”, disse Pavel à CNN, antes de aludir a uma característica que
    ele diz estar talvez enraizada na ‘psique israelense’.
    […]
    Queda da NSO
    A NSO foi fundada em 2009, mas foi somente em 2016 que o poder da tecnologia
    da NSO passou a ser examinado.
    Foi nesse ano que surgiram relatos de que o Ativista de Direitos Humanos
    dos Emirados [Árabes Unidos], Ahmed Mansoor, recebeu mensagens de texto
    com links suspeitos, que pesquisadores do Citizen Lab da Universidade de Toronto
    revelaram conter malware da NSO que teria hackeado seu iPhone
    (Em 2018, Mansoor foi condenado a 10 anos de prisão por “prejudicar
    a reputação” dos Emirados Árabes Unidos nas redes sociais.)

    O software Pegasus também foi conectado ao assassinato em 2018 do colunista
    do Washington Post, Jamal Khashoggi, por meio do colega dissidente [Saudita]
    Omar Abdulaziz, cujo telefone foi hackeado por meio do software Pegasus.

    Abdulaziz processou a NSO em 2019, acusando a empresa de violar a lei
    internacional ao vender o software a regimes ditatoriais opressores.
    No início do ano passado, um juiz israelense rejeitou o pedido da NSO de arquivar
    o processo, ao qual a NSO argumentou que faltava “boa fé”, segundo o The Guardian.
    A NSO negou repetidamente que seu software tenha sido usado para monitorar
    Khashoggi ou sua família.

    A recente Investigação [ – chamada “Pegasus Project”, organizada pela Forbidden Stories -] do Consórcio Internacional de Mídia e Direitos Humanos encontrou evidências do software Pegasus em 37 telefones pertencentes a pessoas que, com base na própria descrição da empresa sobre o propósito do programa,
    não deveriam ser alvos [de espionagem] pelo software da NSO, como jornalistas
    e ativistas de direitos humanos.
    […]
    Como resultado, países como a França anunciaram investigações sobre o uso
    da tecnologia, enquanto a Amazon anunciou que “encerrou a infraestrutura e
    as contas relevantes” vinculadas ao NSO que usava os serviços da Amazon.

    A Ponta do Iceberg
    A NSO é simplesmente uma parte de uma vasta indústria de espionagem cibernética [*], de acordo com Israel Bachar, Consultor de Estratégia e Comunicação
    que trabalhou com muitos dos principais líderes políticos de Israel, incluindo
    o ex-Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu e o atual Vice-Primeiro-Ministro
    e Ministro da Defesa, Benny Gantz.

    “Vamos ser honestos, a inteligência está sendo coletada pelos estados uns
    contra os outros constantemente.
    Todo mundo espiona todo mundo.
    E quando se trata de uma empresa israelense há muita hipocrisia”, disse Bachar,
    apontando para revelações anteriores sobre a espionagem da Agência de Segurança Nacional [NSA] dos EUA. sobre os líderes mundiais e seus próprios
    cidadãos.
    “A NSO é outra ferramenta, mas existem muitas outras ferramentas.”

    Além de suas capacidades reais, empresas como a NSO também ajudam Israel
    diplomaticamente, disse Bachar, já que Israel há anos cultiva discretamente,
    e agora publicamente, relacionamentos com ex-adversários [como a Arábia Saudita].

    “Uma das ferramentas que Israel usa diplomaticamente é sua habilidade em
    inteligência [espionagem].
    Não é segredo que Israel está compartilhando inteligência sensível mesmo
    com países árabes, porque temos interesse em protegê-los”, esquivou-se Bachar.

    Porém o Professor Yuval Shany, Presidente do Departamento de Direito
    Internacional Público da Universidade Hebraica de Jerusalém, afirma
    que a tática está começando a sair pela culatra na imagem de Israel.

    “A lógica é que Israel pode estar disposto a fechar os olhos para transações
    que são conduzidas com regimes amigos no sentido de que eles são amigos
    de Israel, mas não necessariamente amigos dos direitos humanos”, disse Shany.

    “Acho que esse escândalo recente, que é bastante embaraçoso tanto para a NSO
    quanto para Israel, levaria, pelo menos a curto prazo, a um aperto nos padrões de
    controle de exportação”.

    Como Controlar o Incontrolável
    Ao contrário das armas convencionais, o software é muitas vezes intangível e
    pode ser facilmente vendido e transferido em todo o mundo, dificultando as
    tentativas de controlar tecnologias como o sistema Pegasus.

    A NSO e tecnologia similar de nível militar são reguladas por uma estrutura de
    controle de exportação dentro do Ministério da Defesa de Israel, disse Shany.

    Esse sistema analisa tanto a tecnologia quanto o alvo; qual entidade – estatal ou
    não estatal – está comprando essa tecnologia, incluindo seu registro de direitos
    humanos, acrescentou.
    Mas, disse Shany, analisando as alegações em torno do software Pegasus da
    NSO, “os resultados não são impressionantes, são bastante preocupantes”.

    Uma solução rápida, disse Shany, seria Israel ‘assinar formalmente’ o Acordo
    Wassenaar entre 42 países, que tenta trazer transparência à exportação de
    tecnologia militar e de uso duplo e tenta impedir que tal tecnologia seja
    adquirida por ‘elementos perigosos’.
    Shany disse que Israel atualmente ‘adere’ ao acordo, mas não é um ‘membro
    formal’.

    Entretanto as reformas mais importantes para ajudar a controlar essa tecnologia virão de dentro, disse Karine Nahon, professora do Centro Interdisciplinar Herzliya
    e presidente da Associação de Internet de Israel.

    “Se Israel não exporta, outra pessoa o faria, se você não der a esses engenheiros
    e licenças de inicialização e fornecer um tipo de supervisão, nada os impede de
    se mudar para outro país e vendê-lo de lá”, disse ela.
    [A imoralidade e a ilegalidade de uns justifica a de outros? É isso?]

    Nahon está pedindo a consideração ética e a possibilidade de que essa
    tecnologia seja explorada para se tornar uma parte mais significativa de
    uma decisão de exportação.

    E, ela sugeriu, as empresas deveriam colocar mais limitações no uso do software
    e ter mais supervisão [SIC] sobre como seus clientes estão usando o software – algo que a NSO diz ter pouco controle.

    “Isso torna mais complicado em termos de responsabilidade dessas empresas e de Israel, mas, por outro lado, pode minimizar o número de países para os quais esse software está sendo exportado”, disse Nahon.

    Embora possa parecer que a NSO e a imagem de Israel estão sendo arrastadas
    na lama por sua conexão com uma vigilância tão alarmante, Bachar disse que,
    no geral, pode ter um efeito positivo para aqueles que querem continuar polindo
    Israel como líder em tecnologia avançada e operações de inteligência.
    “Acho que às vezes as pessoas vêm para amaldiçoar e o resultado é que há
    uma bênção, porque o que acontece no final do dia é que as pessoas lembram
    que a melhor tecnologia é a tecnologia israelense, NSO”, disse Bachar.
    “Isso é o que as pessoas daqui a três meses vão se lembrar.”
    [Ou seja: ‘falem mal, mas falem de mim’; ‘pelo menos, eu fiz o meu comercial’;
    estratégia muito usada nos presentes dias pela Extrema-Direita Fascista.]

    (*) Hadas Gold é Jornalista. Nascida em Tel Aviv,
    onde residiu com os Pais até os 3 anos de idade,
    transferiu-se com a família judia para o estado
    do Arizona, nos EUA.
    Atualmente, (@Hadas_Gold) é Correspondente
    da CNN Estadunidense em Jerusalém.

    Zé Maria

    Íntegra da Reportagem (em inglês):

    https://edition.cnn.com/2022/05/24/middleeast/shireen-abu-akleh-jenin-killing-investigation-cmd-intl/index.html
    .
    .
    Por Oportuno

    https://cdn.cnn.com/cnnnext/dam/assets/220524081530-06-abu-akleh-investigation-super-169.jpg
    https://cdn.cnn.com/cnnnext/dam/assets/220524081353-02-abu-akleh-investigation-super-169.jpg

    “Novas Evidências” [SIC]:
    “Jornalista da TV Al Jazeera, Shireen Abu Akleh,
    foi Assassinada por Forças Militares Israelenses”

    “Eles estavam atirando diretamente nos jornalistas”
    Jamal Huwail

    Professor da Arab American University, em Jenin,
    que ajudou a arrastar o corpo sem vida de Abu Akleh
    da estrada, disse que os tiros vieram de um dos
    veículos israelenses, que ele descreveu como um
    “novo modelo que tinha uma abertura para
    franco-atiradores”, por causa da elevação e
    direção das balas.

    https://edition.cnn.com/2022/05/24/middleeast/shireen-abu-akleh-jenin-killing-investigation-cmd-intl/index.html

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