Evaldo Stanislau: A dra. Nise não é vítima; vítimas são as as pessoas sob a terra devido ao papel catastrófico dela na covid-19

Tempo de leitura: 2 min
Ao lado de seu advogado, a médica Nise Yamaguchi depõe na CPI do Senado. Foto: Jefferson Rudy, Agência Senado

por Evaldo Affonso de Araújo Stanislau*, em perfil de rede social

É necessário ter claro que a dra. Nise colocou-se como a maior expert em terapia de Covid no Brasil.

Além disso, assumiu (com muita satisfação) o papel de conselheira-mor do Poder Executivo brasileiro.

Após meio milhão de mortos, ela é inquerida (voluntariamente) na CPI e foi um constrangimento até para quem não a conhece.

Não pela aspereza do ambiente (alguém esperava algo diferente? Foi assim, e é assim, com todos, não é questão de gênero).

Mas pela falta de conhecimentos básicos. E nem dos ligados à Covid.

Penso que ela tenha uma psicopatia. Mitomania. Ela criou para si um personagem e não mais saiu. Muito triste isso.

O pior é ela ter contribuído decisivamente (minha opinião) para o atual estado das coisas.

E, ainda, ao vivo e a cores dizer bobagens sobre vacinas em um momento grave como o atual.

Foi desmentida ao vivo pela Sociedade Brasileira de Reumatologia, que disse que ela estava errada e não o coletivo da Sociedade (e mais toda a Ciência).

A coisa piora quando o seletivo, omisso e partidário Conselho Federal de Medicina  — CFM (sim, partidário!) arvora-se em “denunciar” a contundência e misoginia da CPI e, ainda, fazer isso em nome de todos os médicos (menos os milhares que, como eu, não se sentem representados pela entidade).

Oras, onde estavam os membros do CFM quando milhares morreram com esperanças vãs em falsos colegas profetas, kits ineficazes e perigosos amparados por pseudo-ciência?

Onde estava o CFM (e todos que se indignam agora ante a “indefesa” Nise) quando nesses anos tantas mulheres, públicas ou não, foram vítimas de assédio e misoginia?

Para os que acabam de ser atingidos por “amnésia transitória seletiva”, aqui vão alguns exemplos.

A presidenta Dilma.

A primeira-dama Marisa Letícia.

E, ainda agora, a valente Manuela D’Ávila, cuja filha de 5 anos foi ameaçada de estupro!

Ou a jornalista Daniela Lima quando é constrangida pelo “presidente-mito” que a mandou ficar de quatro ou algo semelhante… Foi, sim, o presidente do Brasil que fez isso. Algum dos indignados de plantão viu?

Sou um profissional e cidadão que busca preservar o equilíbrio.

E isso significa ter claro que temos que ter lado. O meu é contra as (verdadeiras) injustiças.

Nesse episódio, a dra. Nise não é vítima. As vítimas estão sob a terra.

A dra. Nise, insisto, merece acolhida de seus familiares e terapia, para que se refaça. E, aí, tenha a honradez de  reconhecer algum dia seu papel catastrófico na covid-19.

Quanto ao CFM, que seus dirigentes voltem às bancadas para estudar.

Ver o “currículo” desse presidente dá muita vergonha pela insignificância.

*Evaldo Affonso de Araújo Stanislau é médico infectologista


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

Zé Maria

Observando as Atitudes desses Dirigentes
do Conselho Federal (CFM) e dos Conselhos
Regionais de Medicina (CRMs), percebe-se
que não foi por acaso que na Alemanha,
a partir da Década de 1930, os Médicos
Alemães aderiram em massa ao Nazismo.

Deixe seu comentário

Leia também