Europa, Índia e Rússia revisam usinas nucleares. No Brasil, está tudo bem

Tempo de leitura: 7 min

União Europeia aplicará testes de resistência em usinas nucleares

Em meio à crise no Japão, Alemanha ordena fechamento de reatores anteriores a 1980; Índia e Rússia também fazem revisão nuclear

iG São Paulo | 15/03/2011 13:44

Em meio à crise atômica do Japão, a União Europeia (UE) anunciou nesta terça-feira que imporá controles de resistências em suas 143 usinas nucleares e realizará testes para ver como reagem em emergências como eventuais terremotos, tsunamis e ataques terroristas.

As mais de 100 autoridades reunidas em Bruxelas também debatem a decisão da chanceler alemã, Angela Merkel, de ordenar nesta terça-feira o fechamento imediato de todos os reatores nucleares do país que entraram em atividade “antes do fim de 1980” – um total de sete, que deverão permanecer desligados durante três meses.

“Vamos iniciar um exame da segurança de todas as centrais nucleares”, disse a chanceler. “Os reatores que começaram a funcionar antes do fim de 1980 serão desligados durante a moratória”, explicou.

Apenas 13 dos 27 países do bloco europeu usam energia nuclear, mas qualquer acidente sério rapidamente envolveria todas as nações.

Na segunda-feira, Merkel havia anunciado que vai suspender por três meses a decisão previamente adotada por seu governo de prolongar a vida das centrais nucleares mais antigas da Alemanha. A Suíça também decidiu suspender temporariamente seus projetos de reforma das centrais, à espera de “normas de segurança mais estritas”.

O que acontece no Japão, onde as autoridades tentam por todos os meios evitar uma catástrofe nuclear na central de Fukushima, segundo Merkel, “muda a situação e na Alemanha, também”. “Não podemos fazer como se nada tivesse acontecido. Digo isso muito claramente: não há tabu algum no que diz respeito à análise das condições de segurança”, disse a chanceler na segunda-feira.

“O que acontece no Japão é claramente um acidente nuclear muito grave e o risco de uma grande catástrofe não pode ser descartado”, disse a ministra francesa do Meio Ambiente, Nathalie Kosciusko-Morizet, cujo país cobre 75% de suas necessidades energéticas com suas centrais. “Queremos o nível de segurança o mais elevado possível e determinar se a energia nuclear é ou não controlável”, afirmou a ministra, que considerou também que não é o momento de se precipitar.

Sem subestimar a “importância do debate sobre a segurança”, Elena Salgado, vice-presidente do governo espanhol, pediu que seja mantida uma “perspectiva global” e lembrou que as centrais no Japão, “até o momento, estão resistindo graças às medidas de proteção”.

Advertência

Na segunda-feira, a Áustria, que se opõe à energia nuclear, lançou uma advertência ao restante dos europeus: “Queremos segurança máxima para a nossa população e todos os nossos vizinhos devem poder garantir a das suas”, declarou o ministro do Meio Ambiente Nikolaus Berlakovitch.

Para a ministra do Meio Ambiente italiana, Stefania Prestigiacomo, “a catástrofe no Japão suscita muitas preocupações”. “Desejamos entrar no sistema nuclear da UE, mas esperamos informações sobre a situação das centrais,” indicou Prestigiacomo, cujo país abandonou esse tipo de energia em 1987. No bloco europeu, a maioria dos países tem centrais nucleares, principalmente a França (19 centras e 58 reatores), a Grã-Bretanha (9 e 19), a Alemanha (12 e 17), a Suécia (7 e 16) e a Espanha (6 e 9).

Diante do acidente do Japão, o governo da Índia determinou a revisão dos sistemas de segurança de todas as usinas nucleares do país para a comprovação de que podem resistir a catástrofes naturais. Nesta terça-feira, o país também ordenou a análise do nível de radiação dos alimentos que chegaram durante os últimos dias procedentes do Japão.

Um dos novos projetos atômicos da Índia está na zona de Jaitapur, na região ocidental de Maharashtra, em uma área de atividade sísmica. No país, há ao todo 20 reatores nucleares, com capacidade de 4.780 megawatts, mas 18 deles têm sistemas de fabricação local e apenas dois possuem tecnologia similar à da usina de Fukushima, informa a agência indiana “Ians”.

Nos EUA, o jornal americano The New York Times publicou uma matéria em que dizia que o acidente nuclear no Japão coloca em xeque o apoio a esse tipo de programa de energia no país.

Na Rússia, o primeiro-ministro Vladimir Putin ordenou nesta terça-feira um exame completo sobre o futuro do setor nuclear na Rússia. O premiê pediu a ministros que “analisem a situação atual das centrais e as perspectivas para o futuro” do setor, “apresentando suas conclusões em um prazo de um mês”.

Além disso, autoridades do país disseram que os níveis de radiação aumentaram ligeiramente no extremo leste do país por causa do acidente nuclear no Japão, mas o índice ainda continua dentro do que é considerado normal.

Brasil

O Brasil se disse preparado para enfrentar acidentes nucleares e não deverá retroceder nos planos de aumentar o seu parque nuclear por causa do acidente no Japão, de acordo com o assessor especial da presidência da Eletronuclear, braço da Eletrobras, Leonam Guimarães. “Esse problema sem dúvida vai causar perturbação em todos os planos (de novas usinas). Mas o que aconteceu no Japão não muda os cenários individuais de cada país que levam à necessidade da geração elétrica nuclear”, afirmou Guimarães à agência Reuters.

Para o representante da Eletronuclear, decisões como a da Suíça, que anunciou ter suspendido a aprovação de novas usinas nucleares, “são puramente emocionais” e um país que necessita de energia não poderá agir dessa forma. “O fato de ter ocorrido esse acidente não muda em nada as necessidades e os critérios que levaram vários países do mundo a recorrer à energia nuclear.”

O Brasil pretende decidir este ano o local para a construção de quatro novas usinas nucleares de 1 mil megawatts cada, que devem estar prontas até 2030. O país finaliza também a usina Angra 3, a terceira usina nuclear brasileira, com capacidade para gerar cerca de 1,3 mil MW.

Além do Brasil, Argentina e México, os outros países da América Latina que operam usinas uncleares na região, descartaram o risco de catástrofe nuclear.

Na Argentina, o gerente de Controle de reatores da Autoridade Regulatória Nuclear, Rubén Navarro, disse à AFP que as usinas de Atucha e Embalse têm “diferenças fundamentais” em relação às do Japão.

Distantes do mar e da zona de junção de placas tectônicas, elas não correm o risco de serem afetadas por terremotos ou tsunamis, e possuem um desenho diferente dos modelos construídos no Japão. “As usinas argentinas têm um circuito de refrigeração entre o núcleo e o setor externo. As japonesas não têm”, disse Navarro, para quem a situação no Japão não deverá motivar medidas extraordinárias nas usinas argentinas.

Já Epifanio Ruiz, especialista em Ciências Nucleares da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), lembrou que não há falhas geológicas nas proximidades de Laguna Verde, o que torna improvável a ocorrência de um maremoto. “No caso de furacões, os reatores são desligados gradualmente”, explicou Ruiz.

As usinas de Laguna Verde são alvos de críticas por terem sido instaladas em uma região exposta à ação de furacões. No ano passado, o furacão Karl tocou a terra a apenas sete quilômetros das usinas e causou a desativação dos reatores.

A crise nuclear no Japão não deve se tornar em outro Chernobyl, o pior acidente nuclear da história, disse o chefe da agência nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU). É “improvável que o incidente se desenvolva” como ocorreu em Chernobil, disse Yukiya Amano, diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Ele apontou para algumas diferenças, entre elas o projeto e a estrutura das usinas nucleares.

*Com AP, AFP, Reuters e EFE

*****

Acidente nuclear | 14/03/2011 16:52

Japão não abala programa nuclear brasileiro

O Brasil está preparado para manter a segurança em acidentes, diz o assessor especial da presidência da Eletronuclear, Leonam Guimarães

REUTERS, no Portal da Exame

Rio de Janeiro – O Brasil está preparado para enfrentar acidentes nucleares e não deverá retroceder nos planos de aumentar o seu parque nuclear por causa do acidente em uma usina no Japão, após o forte terremoto e tsunami que abalaram o país asiático na semana passada.

A avaliação é do assessor especial da presidência da Eletronuclear, braço da Eletrobras, Leonam Guimarães, que já prevê que o assunto dará munição aos opositores da expansão da energia nuclear no Brasil.

“Esse problema sem dúvida vai causar perturbação em todos os planos (de novas usinas). Mas o que aconteceu no Japão não muda os cenários individuais de cada país que levam à necessidade da geração elétrica nuclear”, afirmou Guimarães à Reuters nesta segunda-feira.

O Japão se esforçava nesta segunda para evitar o colapso em um reator nuclear atingido por uma segunda explosão de hidrogênio, dias depois dos desastres naturais que mataram ao menos 10 mil pessoas. O maior temor é de um grande vazamento de radiação do complexo em Fukushima, a 240 quilômetros de Tóquio, onde engenheiros lutam para evitar um colapso nos reatores.

Para o representante da Eletronuclear, decisões como a da Suíça, que anunciou ter suspendido a aprovação de novas usinas nucleares, “são puramente emocionais” e um país que necessita de energia não poderá agir dessa forma.

“O fato de ter ocorrido esse acidente não muda em nada as necessidades e os critérios que levaram vários países do mundo a recorrer à energia nuclear.” O Brasil pretende decidir este ano o local para a construção de quatro novas usinas nucleares de 1 mil megawatts cada, que devem estar prontas até 2030. O país finaliza também a usina Angra 3, a terceira usina nuclear brasileira, com capacidade para gerar cerca de 1,3 mil MW.

Para Guimarães, o clima de catástrofe que está se dando à questão nuclear no Japão é exagerado, e fazer um paralelo com o Brasil é ainda mais complicado.

Uma comparação com o grave acidente de Chernobyl também é descartado por Guimarães, já que as tecnologias atuais são bem diferentes. “Ficar brandindo com o fantasma de Chernobyl chega a ser irresponsável e desrespeitoso com os milhões de japoneses que estão hoje procurando seus desaparecidos e chorando seus mortos”, disse.

De acordo com Guimarães, das 440 usinas nucleares existentes no mundo, 65 por cento usam sistema de água pressurizada, como o Brasil, e 25 por cento de água fervente, como o Japão. Apenas 10 por cento delas usam grafite ou moderador ou gás com fluído de resfriamento, que foi o caso de Chernobyl.

GEOLOGIA FAVORECE BRASIL

Além de não estar sujeito a terremotos na escala vista no Japão, o Brasil está preparado para enfrentar eventuais fenômenos naturais de médio porte. As usinas Angra 1 e 2 aguentariam terremotos de até 7 graus e ondas de até 6 metros, informou o assessor especial da presidência da Eletronuclear, assim como estão preparadas para ciclones de alta velocidade.

Para evitar que ondas afetem o funcionamento das usinas em Angra foi construído um quebra-mar, explicou Guimarães, apesar de não imaginar um tsunami abalando o país.

“Um abalo sísmico daquele porte é inviável pelo ponto de vista da geologia no Brasil”, afirmou. “O que acontece lá (no Japão) é o choque de placas tectônicas no Pacífico. No Atlântico é inviável, porque aqui existe também o encontro de duas placas tectônicas, mas as placas estão se afastando e isso não dá tsunami.”


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

Douglas B. R.

Aqueles que falam genericamente contra a energia nuclear, vocês aos menos entendem como funciona uma usina ou tem uma noção básica de relatividade restrita e mecânica quântica? Ou falam contra o que não compreendem? Desliguem todos os seus celulares, seus eletrônicos, todas as usinas de energia, todos os carros, todas as fábricas. Deixem que o medo governe o mundo.
Estão sendo sensacionalistas, toda tecnologia apresenta riscos, carros podem explodir, represas de hidroelétricas podem romper, mas isso não é motivo para pararmos nosso desenvolvimento. Vamos descobrir o que deu errado e fazer com que não ocorra mais. Além disso, pode ser que tenha havido relação com negligência humana.

@dbenndorf

Por que meus comentários não estão sendo publicados? Estou em algum tipo de lista negra aí do "Vi o Mundo"? Se sim, por quê? Já é a terceira ou quarta vez que isso acontece.

@dbenndorf

Aqueles que falam genericamente contra a energia nuclear, vocês aos menos entendem como funciona uma usina ou tem uma noção básica de relatividade restrita e mecânica quântica? Ou falam contra o que não compreendem? Desliguem todos os seus celulares, seus eletrônicos, todas as usinas de energia, todos os carros, todas as fábricas. Deixem que o medo governe o mundo.
Estão sendo sensacionalistas, toda tecnologia apresenta riscos, carros podem explodir, represas de hidrelétricas podem romper, mas isso não é motivo para pararmos nosso desenvolvimento. Vamos descobrir o que deu errado e fazer com que não ocorra mais. Além disso, pode ser que tenha havido relação com negligência humana.

De catástrofres, energias e umbigos | A Tal Mineira – Blog da Sulamita

[…] Leia matéria postada no Vi o Mundo. […]

Marcelo de Matos

Pessoal, alguém me ajuda? Eu quero copiar a música Angra dos Reis da Legião Urbana. O link é http://letras.terra.com.br/legiao-urbana/22504/ Não sei colar o quadro com a seta. Grato.

    José Vitor

    Não sei colar o quadro com a seta WTF ??? Num entendi…

    Deixa, se fosse sempre assim
    Quente, deita aqui perto de mim
    Tem dias, que tudo está em paz
    E agora os dias são iguais..

    Se fosse só sentir saudade
    Mas tem sempre algo mais
    Seja como for
    É uma dor que dói no peito
    Pode rir agora
    Que estou sozinho
    Mas não venha me roubar…

    Vamos brincar perto da usina
    Deixa pra lá
    A Angra é dos Reis
    Por que se explicar
    Se não existe perigo…

    Senti teu coração perfeito
    Batendo à toa e isso dói
    Seja como for
    É uma dor que dói no peito
    Pode rir agora
    Que estou sozinho
    Mas não venha me roubar
    Uh! Uh! Uh! Uh!…

    Vai ver que não é nada disso
    Vai ver que já não sei quem sou
    Vai ver que nunca fui o mesmo
    A culpa é toda sua e nunca foi…

    Mesmo se as estrelas
    Começassem a cair
    A luz queimasse tudo ao redor
    E fosse o fim chegando cedo
    Você visse o nosso corpo
    Em chamas!
    Deixa, pra lá…

    Quando as estrelas
    Começarem a cair
    Me diz, me diz
    Pr'onde é
    Que a gente vai fugir?

Dirceu Alves

AZENHA,
Apesar de Angra 2 possuir 4 geradores reserva, o circuito hidráulico de resfriamento é apenas UM, quando na verdade deveria haver duplicidade, no mínimo.
O mesmo ocorre em todas as usinas nucleares do mundo, sem exceção.
Havendo falha neste circuito único de resfriamento hidráulico, veremos reproduzido o desastre de FUKUSHIMA.
O caso de Fukushima foi mais grave pois os geradores reserva e os tanques de combustível estavam expostos a fenomenos naturais como o Tsunami, quando deveriam estar em sala blindada e com confinamento à prova dágua, situados bem acima do nível do mar.
Isto sujeitou mais ainda as usinas de Fukushima ao desastre nuclear.

Marcelo Fraga

Um grande problema das usinas brasileiras de Angra não é o modelo de reator, mas onde eles estão assentados. O solo abaixo das usinas não é muito firme, segundo os engenheiros na época da construção.

fernandoeudonatelo

Nem tanto ao mar nem tanto a terra. Quando foram construídas Angra 1 e Angra 2 o país ainda não necessitava da energia nuclear para atender ao consumo interno.

A necessidade do suprimento de energia a partir das termonucleares só se fez presente a partir da virada do século, com a necessidade de se diversificar a composição do Sistema Elétrico Nacional, junto às fontes alternativas.

Entretanto, a medida possibilitou o domínio soberano do ciclo tecnológico de produção do combustível nuclear, através não só do enriquecimento de urânio, mas de pesquisas em metais alternativos como o ciclo fechado do Tório, de reação muito menos residual e potencial de liberação controlada de energia, que infelizmente foi solapada pela crise fiscal do Estado e pela precipitação da corrida armamentista nuclear.

    fernandoeudonatelo

    Esses desdobramentos, permitiram posteriormente também, a criação de Centros Intensivos em alta pesquisa energética e nuclear, como o Aramar mantido pela Marinha, que desenvolveu protótipos de reatores a serem embarcados nos estratégicos projetos de Submarinos nucleares e possíveis navios-aerodromos de propulsão nuclear, que trariam imenso ganho na autonomia do deslocamento.

    Não só isso, o próprio processo de enriquecimento de urânio através de reatores com "pás" de levitação magnética, permitiu que o país criasse cadeias produtivas, industriais de subcomponentes e materiais logísticos.

Leonardo Gomes

Só que o caso japonês era extremamente complexo, o país passou por um crescimento econômico acelerado na década de 80 com imensos ganhos de capacidade produtiva, especialmente na matriz de média/alta intensidade tecnológica de forma continuada até meados de 90.

Junto ao fato de que o país se consolidou no perído como um dos mais populosamente densos (Pop. relativa).
Isso gerou um empurrão por demanda energética absurdamente superior a capacidade instalada de geração, já detectado por estudos de pesquisa energética no final de 70.

Como as prospecções, no período, apontavam todas para o planejamento trienal e até quaternal (30 ou 40 anos), o país usou das fontes de geração imediatas, as térmicas completadas por termonucleares mais imediatamente eficazes para cobrir o déficit que chegaria.

Porque, além da fraca capacidade de exploração da biomassa, por extensão territorial e natureza geográfica (baixo potencial hidroelétrico ou pouca margem de cultivo dos gêneros do biodiesel), no período as alternativas renováveis como eólica e solar estavam despontando.

    Leonardo Gomes

    A diversificação deveria ter vindo a partir da segunda metade de 90, o que mesmo assim não reduziria a importância das fontes termicas/termonucleares na capacidade total de geração interna.

Mateus Braga

A energia nuclear é um risco totalmente DESNECESSÁRIO.

Independente de haver risco ou não de acidente, lembrem-se que existe o LIXO RADIOATIVO. O que fazer com o lixo radioativo, que continua radioativo e perigoso por SÉCULOS após deixar de ser usado?

Chega desse maldito lobby nuclear! Tem que dizer com todas as letras: ABAIXO A ENERGIA NUCLEAR!

Marquem a passeata pelo fechamento de Angra 1 e 2 que eu vou na hora!

Sou "eco-chato" com orgulho!

Marcelo de Matos

O pessoal que deu início à queda do império soviético pregava a perestroika (abertura?) e glasnost (transparência). É um belo discurso, mormente esse da “transparência”. Os técnicos que evitam comparar Fukushima a Tchernobil também falam em falta de transparência do regime soviético. Teriam morrido muito mais pessoas do que foi anunciado. Falam que os mil operários que lacraram com aço o reator morreram em seguida. Hoje, a principal manchete da Folha presta homenagem aos “50 de Fukushima”, técnicos que tentam evitar o derretimento da usina. Quantos operários estão ajudando esses técnicos? Quantos sobreviverão? Segundo o Wikileaks, “deputado japonês acusa governo de encobrir informações sobre acidentes nucleares, além de ocultar os custos e problemas associados a esse ramo da indústria”. O imperador Akihito dirigiu-se pela primeira vez à população, em seus 22 anos de reinado, pela televisão, para declarar que a situação da usina nuclear é “imprevisível”. Isso é que é transparência! Me engana que eu gosto.

Zeratul

Como opção de leitura segue a tradução feita pelo pessoal do PLANO BRASIL. http://planobrasil.com/2011/03/15/porque-nao-esto

Zeratul

Os sistemas utilizados em usinas nucleares são muito seguro. Há uma manipulação por parte da mídia sensacionalista. Para entender o que está realmente acontecendo no Japão ver o link "Porque não estou preocupado com os reatores nucleares japonese. http://morgsatlarge.wordpress.com/2011/03/13/why-

    Francisco Lira

    Realmente, a mídia mundial está superpreocupada em "manipular" a opinião pública mundial CONTRA as usinas nucleares… Sei…

Fernando

A Eletronuclear era uma ameaça ao Brasil durante o governo FHC.

Desde 2003 está em outro nível de segurança, apesar do PIG dizer que está aparelhada de petistas incompetentes.

Marcelo de Matos

Qual a diferença essencial entre o desastre de Chernóbil, ou Chernobil, e o de Fukushima? Essa pergunta tem sido feita à exaustão aos chamados especialistas. Sem pestanejar eles tascam: em Chernobil não houve transparência por parte do governo comunista (o que é verdadeiro). Se pensassem melhor, porém, não dariam tanto realce a essa questão da transparência. Na essência, os dois desastres são muito parecidos. E como é a transparência em questões nucleares no Japão e no Ocidente? O reator Mark 1, de Fukushima, foi desenvolvido na década de sessenta pela General Eletric. “Em 1972, Stephen Hanauer, que à época era funcionário do setor de segurança da Comissão de Energia Atômica, recomendou que a fabricação do sistema Mark 1 fosse suspensa porque ele apresentava riscos inaceitáveis”. Esse mesmo reator ainda é utilizado em larga escala nos States. A população é alertada por esses governos sobre os riscos a que está sujeita? Resumo da ópera, curto e grosso: você prefere ser contaminado com ou sem “transparência”?

    Marcelo Fraga

    O problema dos reatores de Chernobyl é que o modelo deles, o chamado RBMK, tinha um sistema de segurança muito perigoso, que funcionava usando hastes de grafite. Quando estas hastes eram inseridas para parar a reação, elas primeiro a aumentavam a velocidade da reação. Outro grande problema é que o total dessas hastes pesavam 600t, que queimaram por dias.

    As usinas de Fukushima e de Angra usam o modelo PWR, que por sua vez usa água como moderador, e não grafite.

Dirceu Alves

AZENHA,
Um fato assustador emergiu neste acidente nuclear do Japão.
O fato é que todas as usinas nucleares do mundo contém um erro básico de projeto, que é usar apenas um circuito hidráulico de resfriamento.
As usinas mais modernas usam o chamado CIRCUITO EXTERNO, de refriamento, que é um avanço em relação às antigas usinas. Porém este circuito externo é apenas um, e em caso de falha causaria o mesmo fenomeno de Fukushima.
O princípio é básico na engenharia: se voce tem um na verdade não tem nenhum.
A engenharia aeronáutica usou largamente este princípio, usando dois motores nos aviões, no lugar de apenas um.
Além de dois circuitos hidráulicos de resfriamento, seriam necessários: dois geradores elétricos reserva independentes para movimenta-los. E dois tanques de combustivel independentes para garantir o abastecimento.

    FrancoAtirador

    .
    No Ponto.
    .

FrancoAtirador

Segundo o professor Aquilino Senra, a usina de Angra 2 possui quatro geradores a diesel reservas, enquanto que Fukushima, no Japão, tinha apenas dois, que foram danificados pelo tsunami.
“Em uma situação em que a energia é cortada, o reator é desligado automaticamente e os geradores a diesel são acionados”, diz.

“Quando tivemos um blecaute no Rio (em novembro de 2009), houve queda da energia elétrica externa, como houve no Japão, mas os geradores de Angra 2 deram conta”, acrescenta Laercio Antonio Vinhas, da Comissão Nacional de Energia Nuclear.

Outra diferença das usinas brasileiras e japonesas é o sistema de geração de energia.
Enquanto as usinas com problemas no Japão empregam o sistema Boiling Water Reactor (BWR), de reator com água fervente, todas as usinas brasileiras e as novas que serão construídas empregam o sistema Pressure Water Reactor (PWR), de reatores de água a pressão.
No sistema BWR, a água pressurizada ferve e o vapor fica dentro do núcleo do reator, enquanto que no PWR, a água pressurizada não ferve e o vapor entra em um circuito independente.

“No sistema PWR há um circuito com maior número de barreiras contra liberação de radioatividade para o meio ambiente”, diz o professor.

Fonte: DebateDemocrático

    Rodrigo Santos

    Um problema detectado em Fukushima parece ser de que os tanques de combustivel dos geradores foram feitos sem proteção em relação à Tsunami, consequentemente foram parcialmente destruidos deixando a usina sem a necessária energia eletrica.
    Leitores do Viomundo no Japão: Salve-se quem puder!!!

FrancoAtirador

O QUE A MÍDIA OLIGÁRQUICA OCIDENTAL ESCONDE

Neste caso, de iminente acidente nuclear de grandes proporções no Japão,
há uma questão político-empresarial mercantil,
diretamente relacionada à segurança das usinas nucleares,
que os governos e a mídia oligárquica dessas "potências" ocidentais
estão tentando esconder da população, desviando o assunto:

A PRIVATIZAÇÃO DAS USINAS NUCLEARES

Não é a primeira vez que a TEPCO (Tokyo Electric Power Company),
empresa privada que opera um terço do setor elétrico japonês,
que projetou, construiu e administra as usinas nucleares de Fukushima,
tem problemas relacionados à segurança no Japão:

Em 29 de agosto de 2002, o governo do Japão revelou que a TEPCO era culpada de divulgar informações falsas à fiscalização governamental de suas usinas nucleares e ocultação sistemática de incidentes de segurança na planta dessas usinas.
Todos os dezessete de reatores de água fervente (em inglês: BWR = Boiling Water Reactor) foram fechados, após o resultado da inspeção.
Em 30 de setembro de 2002, foram afastados o presidente da TEPCO, Hiroshi Araki, e todos os membros da direção executiva da empresa, que acabou admitindo que, entre 1977 e 2002, em mais de duzentas ocasiões houve a apresentação de dados técnicos falsos às autoridades japonesas.

Ao assumir responsabilidades de liderança, o novo presidente da TEPCO assumiu um compromisso público garantindo que a empresa iria tomar todas as medidas preventivas necessárias para evitar fraudes e restaurar a confiança do país.
Até o final de 2005, a geração nas usinas suspensas havia sido reiniciado, com a aprovação do governo.

Em 2007, entretanto, a empresa anunciou ao público que uma investigação interna revelou um grande número de incidentes não declarados.
Entre eles, uma unidade de criticidade inesperada em 1978 e falsa sistemática de informações adicionais, que não haviam sido revelados durante o inquérito de 2002.
Porém novamente a empresa não fez qualquer esforço para identificar os responsáveis.

Junto com outros escândalos em empresas japonesas de energia, esta falha para assegurar o cumprimento das normas técnicas de segurança, resultou em fortes críticas públicas à indústria de energia elétrica e ao governo do Japão.

Agora, em 2011, veio à tona um outro dado importante, que diz respeito ao projeto de construção das usinas nucleares japonesas:

A TEPCO, no projeto original de construção das usinas nucleares de Fukushima, não previu a possibilidade de ocorrência de um evento como este que atingiu a costa japonesa, tanto que o tsunami ultrapassou a barreira de contenção, construída externamente à usina, e inundou os geradores de segurança, a diesel, que estavam localizados abaixo do nível do mar, deixando toda a estrutura sem alternativa de geração de energia elétrica.
Este foi o fator fundamental desencadeante de todo o processo de falhas subsequente.

Detalhes em: http://archives.cnn.com/2002/BUSINESS/asia/09/02/
http://en.wikipedia.org/wiki/Tokyo_Electric_Power

Klaus

Kraftwerk denunciou o perigo da energia nuclear antes de todos. STOP RADIOACTIVITY!

    Andre

    RADIAÇÃO EM TOKIO.
    http://www.zerohedge.com/article/tokyo-update-rad

    NIVEIS DE ACIDENTE NUCLEAR
    Os eventos são classificados na escala de sete níveis: Nível 0 A classificação é atribuída a desvios de nenhuma relevância para a segurança, uma classificação no nível 1 é atribuída às anomalias como vazamentos de baixo nível, um nível 2 de classificação é atribuída a incidentes com nenhum off-site impacto, uma classificação de nível 3 é atribuído aos incidentes com impacto mínimo fora do local, uma classificação de nível 4 é atribuído a acidentes que causem impacto fora do local, resultando em menor exposição pública, um nível 5 de classificação é atribuída a um acidente, resultando em graves prejuízos para núcleo de um reator ou barreiras radiológicas; um nível 6 de classificação é atribuída a um acidente, resultando na liberação de off-site significativo, e, um nível 7 de avaliação é atribuída a um acidente grave com a saúde generalizada e ramificações ambientais. Até à data, apenas Chernobyl recebeu o rating do INES mais alto de segurança.

    QUANTO É A EXPOSIÇÃO À RADIAÇÃO NORMAL OU ACEITAVEL:
    Normal é de aproximadamente 0,15 usv (microSieverts, ou milionésimos de Sievert) por hora. Isso varia muito. Uma dose de 1-2 Sieverts você terá vomitando. Depois de passar 2 Sieverts você começa a ver uma doença grave e, possivelmente, morte, após cerca de 50 Sieverts você vai morrer. Você pode tolerar mais a radiação, se é uma dose baixa durante um longo tempo do que uma dose mais elevada por um tempo curto.
    Então vamos chamar 1 Sv de "ruim", e vamos também dar-lhe uma semana para chegar a essa dose (figura evacuação, etc.) Uma semana tem 168 horas em que, por isso uma taxa de dose de 1 Sv em uma semana equivale a uma contaminação contínua de 0,00595, ou seja 5950 micro Sv. É o nosso limite "ruim". Vou arredondar para 0,006 Sv para tornar a vida fácil, o que é de 6 mSv (milliSeiverts) ou 6000 usv (microsieverts.) Assim, 6000 usv / 0,15 usv (nossa base) = 40.000 o normal aceitável de 0,15 uSv..
    Isto é para a doença aguda por radiação. Câncer, infertilidade, e coisas semelhantes podem acontecer em níveis muito inferiores, na verdade aumento da radiação ionizante aumenta taxas de mutação e, teoricamente, aumenta o risco de câncer. Muito poucos consideram 100 mSv como o limite de corte “cut-off”, que é um décimo de Sievert, e faria o corte de 4.000 vezes fundo normal de 0,15 uSv.
    Tokio atingiu 4.200 nGy (nanoGrays), aproximadamente 4,2 usv, cerca de 28X dos níveis de fundo normal de 0,15 uSv. Para se ter perspectiva, a zona quente ao redor de Chernobyl durante o acidente foi de ~ 3600 Sv. Isso é 24.000.000.000 vezes a radiação de fundo normal.
    Se eu estivesse em Tóquio, eu ficaria preocupado, porém os níveis de radiação seriam necessários mais de 100 vezes o que foi medido para chegar a um nível conseqüente grave.
    A radiação hoje sendo de aprox 4,2 usv x 168 horas (uma semana) dará uma contaminação de 700usv , ou seja, 0,7 mus, ou seja 0,0007 Sieverts. Não é normal nem admissível a contaminação de populações inteiras por radiação, mas o nível ainda está longe de ser crítico.

    Klaus

    Tentei colocar um link para a música mas fui incapaz.

Leonardo Gomes

Acho que, primeiramente deve-se obter um panorama de fatos e mitos, bem como de suas vantagens e desvantagens reais em relação a alternativas disponíveis.

Além disso, diferentemente da percepção comum, mais adequado é classificar em diversos tipos a geração por fissão, bem como considerar ainda a possibilidade do aprimoramento da tecnologia visando eliminar as principais deficiências dos sistemas atuais.

Um dos pontos recorrentes é quanto à tecnologia de Angra, julgada como comprada já obsoleta.
No entanto, os reatores PWR (Pressurized Water Reactors) respondem por cerca de metade dos reatores em uso, enquanto Angra II foi recentemente colocada como 16a no ranking mundial das usinas nucleares com maior volume de geração de energia, segundo a Eletronuclear.

Outro ponto é a utilização de sistemas passivos de segurança, que tornam muito reduzidos os riscos de um
meltdown, embora também haja um plano de emergência para os arredores.
Tais fatos, porém, não eliminam a desconfiança, bem como os resíduos e o custo no limite da competitividade (cerca de R$78,00 por MWh).

O Brasil manteve pesquisas sobre reatores de ciclo fechado em combustível tório, com menor geração de resíduos, cuja maior meia-vida é também da ordem de 100 vezes mais curta do que o Urânio. Um outro estudo expõe a possibilidade de uso de tório em reatores PWR, embora não seja a opção ótima.

Quanto aos reatores ADS, uma proposta de roadmap nacional foi apresentada pelo professor MAIORINO do próprio Instituto de Pesquisa Energetica Nuclear.

kalango Bakunin

todas as agencias (até a da ONU) refletem o lobby nuclear
esse senhor da agencia brasileira também faz parte deste lobby
chernobil e three miles island provocaram catástrofes sem terremoto nem tsunami
é um criminoso tecnocrático; o Brasil tem o maior potencial de energia limpa, mais barata e mais segura do mundo

    Jorge Nunes

    chernobil foi acidente causado por cortes verbas para a manutenção da usina, a URSS estavam falindo. O Brasil está com dinheiro e a usinas nucleares garantem 20% da energia do Estado do Rio de Janeiro. Sem falar que uma usina nuclear é mais ecológica do que construir uma hidrelétrica.

    Rodrigo Santos

    Com licença seu Jorge, mas, a questão economica não amortiza ou neutraliza o risco, tanto que angra foi feita antes do Brasil ter $$ e sem saber que ia ter. O planejamento não pode garantir que daqui a 20 ou 30 anos (que é quando as usinas precisarão de mais investimento em Manutenção) o pais estará na mesma bonança, como por ex ocorreu na URSS segundo seu argumento. A usina ser mais ecológica é uma balela do ponto de vista ambiental, Como pode ser mais ecológico se quando as pessoas tem que ficar a 80 km de distancia por causa do vazamento, ou se o residuo radioativo que lhe é inerente precisa de cuidados caros e de longuissimo prazo, sob pena de contaminação do solo e do ar e da cadeia vivente (alimentos incluidos)?

    Rodrigo Santos

    É falso o mito de que somos livres de terremotos ou a salvo de tsunamis. Um quebra mar e a resposta de que não existe a chance de tsunami no Atlântico soa patetica. O senhor Guimarães desconhece o Terremoto seguido de Tsunami que arrasou Lisboa no seculo XVIII deixando 40.000 mortos? Alguem precisa avisá-lo que lá tambem está na margem do Oceano Atlântico onde segundo ele não ocorre tsunami. O risco é bem menor que no Japão, mas… melhor bater 3 vezes na madeira e fazer estudos mais sérios (ou evitar declarações estapafurdias na imprensa) sobre o risco geológico do país. Pesquisem o boletim geofisico brasileiro para saber dos terremotos ocorridos no brasil http://moho.iag.usp.br/sismologia/boletim.php

Smirdiakov

Engenheiro nuclear do governo americano há 40 anos, especialista em reatores, é demitido após denúncias apocalípticas. Não podemos continuar a permitir, japoneses não foram alertados e planos americanos são de exterminar população, ajudem a divulgar! Por favor traduzam esse vídeo horripilante:
http://www.youtube.com/watch?v=DDdjlHkLVzU

    Klaus

    como vc tem certeza que é verdade o que está no video?

Deixe seu comentário

Leia também