Enchentes na Bahia: Lula pede ação urgente das Forças Armadas para ajudar vítimas, enquanto Bolsonaro terceiriza responsabilidade e tira férias

Tempo de leitura: 3 min
Fotos: Mateus Pereira/GovBA, Isac Nóbrega/PR e reprodução de Instagram

Da Redação

Nesta segunda-feira, 27-12, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse  que é “importante e urgente” que as Forças Armadas atuem no apoio às vítimas das enchentes na Bahia, com sua estrutura de enfrentamento de calamidades.

No seu perfil no Twitter, Lula pediu apoio “sem nenhum tipo de veto político, mas sim para ajudar o povo da Bahia”.

De acordo com a Superintendência de Proteção e Defesa Civil da Bahia (Sudec), o estado tem 16.001 desabrigados pelas chuvas, 19.580 desalojados, dois desaparecidos e 18 mortos.

São 72 municípios baianos em situação de emergência reconhecida pelo Governo do Estado.

Do total, 58 deles estão também em situação de crise por conta das enchentes, segundo o governo da Bahia.

Já o presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) se manifestou nesta segunda-feira com uma postagem burocrática no Facebook e no Twitter (veja abaixo).

“O silêncio em meio às férias do presidente estava pegando mal”, observa o jornalista Leonardo Sakamoto, do UOL.

Na postagem,  Bolsonaro listou algumas ações do governo federal na região e afirmou que os ministros João Roma (Cidadania) e Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) estão por lá.

“Dessa forma, terceiriza, mais uma vez, a sua gestão”, atenta Sakamoto. “O que é compreensível, uma vez que ele não saberia o que fazer se coubesse a ele tomar decisões.”

Sakamoto prossegue:

Na primeira onda da catástrofe, há duas semanas, Bolsonaro preferiu participar de uma formatura de aspirantes da Marinha no Rio de Janeiro a visitar o Sul da Bahia e o Norte de Minas Gerais. Diante das críticas, sobrevoou a região e bizarramente usou a tragédia para atacar as medidas de isolamento social que salvaram vidas na pandemia. Ao invés de levar conforto, transformou a morte em mais um palanque eleitoral.

E não só isso. Durante sua visita a Itamaraju (BA), no dia 12, equipes de imprensa foram agredidas por seus seguranças e fãs diante de seus olhos e ele não fez nada.

Agora, mais uma vez, Jair preferiu entregar as responsabilidades a seus assistentes enquanto se preocupa com ações visando à sua reeleição e com suas férias. Deve chegar ainda nesta segunda em São Francisco do Sul, litoral de Santa Catarina, onde está prevista a sua passagem de ano.

Vale lembrar que essas viagens não saem de graça para nós. Ele e sua equipe de apoio custaram para nós cerca de R$ 1,8 milhão em hospedagem alimentação, passagens aéreas e gastos no cartão corporativo no Carnaval deste ano, na mesma São Francisco do Sul. E ele já tinha usado R$ 2,3 milhões dos cofres públicos para curtir o final do ano na mesma São Francisco do Sul e no Guarujá (SP). Um total de R$ 4,1 milhões.

O mais irônico disso tudo é que, em 23 de julho de 2019, ele brigava para aparecer no Sul da Bahia. Naquele dia, inaugurou o aeroporto de Vitória da Conquista após uma disputa sobre a paternidade da obra com o governador do Estado, Rui Costa (PT). Os recursos federais foram liberados durante as gestões Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB), mas surfou em cima.

Para o nosso azar, o presidente gosta é de um bom comício e festinha. Trabalhar, contudo, não é com ele não.


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

Zé Maria

Esse desgoverno Genocida vai mesmo fazer de tudo para
boicotar o Governo do Estado do Petista Rui Costa(PT=BA).

Riaj Otim

o exército é de propriedade exclusiva do seu comandante em chefe

Deixe seu comentário

Leia também