Duas mortes no SBT não evitam negacionismo na emissora

Tempo de leitura: 2 min

Da Redação

O vídeo do editor-chefe do programa Conexão Repórter, Roberto Cabrini, no SBT, que teve grande repercussão nas redes sociais, demonstra que há espaço para negacionismo na TV de Silvio Santos apesar de duas mortes por covid-19 terem sido registradas na sucursal carioca da emissora.

Os profissionais foram devidamente homenageados em notas oficiais.

Sem apresentar provas, qualificar suas afirmações ou citar nomes de hospitais, Cabrini disse, dentre outras coisas, que não existe situação de emergência em hospitais e que a estratégia do Brasil de enfrentar a pandemia já se mostra a segunda mais eficaz do mundo, depois da Coreia do Sul.

É uma comparação descabida, pois Brasil e Coreia estão em fases distintas da pandemia.

 A Coreia agiu com rapidez, testou em massa, indiscriminadamente, com resultados rápidos — no Brasil, só pacientes mais graves são testados, faltam testes e equipamento de proteção para profissionais de Saúde e os resultados podem demorar dias.

A UTI de referência do Hospital Emílio Ribas, em São Paulo, está lotada, pacientes não conseguem vagas em hospitais de Manaus e a situação é crítica em Fortaleza, Recife e Belém.

Hoje, o Brasil tem um morto por covid-19 por 100 mil habitantes, taxa que é superior à de China, Índia, Rússia e Japão — dentre muitos outros países.

Há indícios de altíssimas taxas de subnotificação em várias cidades brasileiras, diferentemente do que aconteceu na Coreia do Sul.

No Brasil, a própria sede carioca do SBT testemunhou uma situação dramática, quando o editor de imagens José Augusto Nascimento Silva, de 57 anos de idade, denunciou a emissora antes de morrer de covid-19.

“Nenhum lugar no Rio de Janeiro tem mais casos suspeitos que no SBT”, ele disse em áudio disseminado no whatsapp.

“Eu agora estou sob suspeita, inclusive com atestado de 14 dias que o doutor deu porque me calcei, sabe que não sou burro. Se tiver que processar essa turma eu vou processar”, afirmou antes de morrer.

Nesta quarta-feira, 22, foi anunciada a morte de um segundo funcionário do SBT no Rio, o cinegrafista Robson Thiago Mesquista, conhecido como Tio Chico.

Colegas disseram nas redes sociais que ele mal teve tempo de conhecer a filha recém-nascida, Valentina.

O SBT é alinhado ao governo de Jair Bolsonaro.

Durante a reforma da Previdência, o apresentador Ratinho recebeu R$ 915 mil do governo federal para fazer quatro elogios à proposta do governo.

“Você acha que se a Previdência fosse ruim para o povo, eu estaria a favor?”, disse Ratinho numa das inserções pagas.

No total, em merchandising embolsado pelos apresentadores e a emissora, durante a campanha pela reforma, o SBT ficou com R$ 5,8 milhões.

Em 2019, na distribuição total das verbas da Secretaria de Comunicação do governo Bolsonaro, o SBT recebeu uma fatia de 27%, contra 18% da Globo — apesar de, na audiência, a Globo ter tido média de 36%, contra 15% do SBT.

Apesar da opinião de Cabrini não ter sido paga, ela tem o tom negacionista que é a marca do governo Bolsonaro em relação à pandemia.


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Comentários

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Valeria

Infelizmente mesmo com toda essa tragédia que se abateu sobre o Planeta ainda assim os mercenários sem nenhum caráter, empatia ou resquício de humanidade no sentido bíblico da palavra, continuam existindo e disseminando/ reafirmando a ignorância fazendo o povo com menor acesso à informações de boa qualidade permaneça chafurdando nessa lama.
Tudo por dinheiro.
Muito triste.

“Quando as pessoas que organizaram o carnaval vão pedir desculpas pela aglomeração?”
Não é preciso dizer o óbvio aqui e mostrar o que essa frase tem de absurdo. Mas eu fico me perguntando quem escreveu isso, ou a mando de quem isso foi escrito.
Fora isso, quanto ao apresentador, deve ser alguma patologia, coitado… Estar chegando aos 60 anos, com essa cara que parece plástico de tanta plástica, perdendo o respeito dos colegas de profissão… Eu esperava mais desse profissional.

Maurício

O GENERAL QUE SÓ QUER SABER DE NOTÍCIAS BOAS

AQUI ESTÃO AS BOAS NOTÍCIAS, GENERAL!

Colunista Eric Nepomuceno reforça que, segundo o general Luís Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, a imprensa esconde fatos positivos sobre o Brasil. A imprensa destaca, diz o colunista, “as agruras que os profissionais enfrentam a cada minuto pelo desastre que é o governo ao qual o senhor não só pertence, e portanto se faz cúmplice, como defende”

23 de abril de 2020, 07:51 h Atualizado em 23 de abril de 2020, 08:13

Luís Eduardo Ramos
Luís Eduardo Ramos (Foto: Isac Nóbrega/PR)

Nesta quarta-feira, o general Luís Eduardo Ramos, ministro-chefe da Secretaria de Governo, despotricou a imprensa.

Disse que os meios de comunicação escondem os casos positivos que estão acontecendo Brasil afora.

E talvez sem querer, deu mostras claras desses casos.

Vamos lá: ele disse o que disse no dia em que os números oficiais de casos confirmados de coronavírus, e de mortos, que sabemos todos que são muito muito muito inferiores aos números reais, se aproximaram, respectivamente, a 45 mil e roçaram os três mil.

Pediu notícias boas quando o sistema público de saúde colapsou no Amazonas e se aproxima em velocidade assustadora do colapso em São Paulo, Minas Gerais, Ceará, Pernambuco e Rio de Janeiro.

Pediu que os jornais hegemônicos, que tanto contribuíram para que seu chefe, Jair Messias, chegasse onde chegou, e agora são achincalhados por ele dia sim e o outro também, destacassem o “trabalho maravilhoso” dos profissionais de saúde.

Acontece, general Ramos, que esses jornais não apenas destacam esse trabalho como relatam as agruras que os profissionais enfrentam a cada minuto pelo desastre que é o governo ao qual o senhor não só pertence, e portanto se faz cúmplice, como defende.

De resto, cabe registrar outras boas notícias que, essas sim, os jornais não registram, mas que o senhor, com talento único e sem perceber, destacou.

Por exemplo: na entrevista em que reclamou boas notícias, estava ao seu lado o ministro de Turismo que tem nome de ator de rádio novela, um sacripanta chamado Marcelo Álvaro Antônio.

E qual a boa notícia para essa nulidade olímpica?

Que seu laranjal continua vicejando, intocável, graças à falta de ação não apenas de uma corte suprema lotada de poltrões, mas a uma Polícia Federal controlada por outro sacripanta chamado Sérgio Moro.

Outra boa notícia: o empresário de saúde privada, Nelson Teich, que assumiu o ministério de Saúde tendo do sistema público o mesmo conhecimento que tenho eu do idioma sânscrito (sei que existe, mas não tenho ideia de como é), concedeu uma coletiva.

Não disse nada de concreto, exceto uma coisa: anunciou que o secretário-executivo, ou seja, o segundo na hierarquia do ministério, será o general Eduardo Pazuello. Disse que foi escolha pessoal dele.

Bem: dizer que foi escolha pessoal dele é tão verdadeiro como eu dizer que Mariana Ximenez está me chamando com urgência para me juntar a ela no chuveiro.

Para essa figura lúgubre (por favor: o ministro, não a Mariana!!), o servilismo parece tão natural como respirar.

A boa notícia, no caso, é para o general Pazuello. Ganhou um reforço na aposentadoria, e agora terá outra coisa a fazer além de nada.

Para o país, uma tragédia. Afinal, Pazuello sabe de saúde pública o que sei de Mariana Ximenez: que existe, e ponto final.

Meditou ainda o empijamado general Ramos: como se sente a população diante da divulgação de informações negativas?

Ora, ora, general: as pessoas sentem-se exatamente como deveriam sentir-se. Desamparadas, tendo na poltrona presidencial um psicopata cercado de aberrações como um ministro de Relações Exteriores que diz que a pandemia é coisa de comunista, e vamos parar por aqui, que o quadro é tenebroso. E pior: vai se agravar mais e mais.

O novo ministro da Saúde começa a deixar claro a que veio: a nada.

Eu fico pensando no que faria, diante deste quadro tenebroso que vivemos, não um civil, um dirigente partidário, mas um militar, esse sim, decente, e que se chamava Henrique Teixeira Lott.

Faça uma consulta ao dr. Google, general Ramos.

E mostre o resultado a essa milicagem toda que está à sua volta e à volta do demente presidente.

E morram de vergonha pelo que vocês são, se é que sabem do que estou falando, e de medo.

Esta a outra boa notícia para essa laia: já não se fazem mais militares como o marechal Lott.

https://www.brasil247.com/blog/aqui-estao-as-boas-noticias-general

UMA SUGESTÃO: se o general Eduardo quer ler notícias boas no Brasil de Bolsonaro, ele deve seguir o exemplo de um tal de Gurbanguly Berdimuhamedow, ditador do Turcomenistão.

Veja, general, como é fácil acabar com as noticias ruins:

O regime autoritário do Turcomenistão tem implementado uma política extrema que parece seguir o lema escapista “o problema não existe se você não falar dele”.

O governo dessa ex-república soviética da Ásia Central já vinha afirmando de maneira pouco convincente não ter registrado nenhum caso de coronavírus no país. Agora, quer banir até mesmo o uso do termo “coronavírus” da vida pública.

Segundo a ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF), o autoritário e excêntrico líder do país, Gurbanguly Berdimuhamedow, determinou que a palavra desapareça por completo da mídia estatal e até mesmo de conversas privadas.

De acordo com a ONG, a população de 5,8 milhões foi proibida de usar a palavra em público. O serviço em turcomeno da Radio Free Europe aponta que agentes do regime começaram a prender pessoas que foram ouvidas falando sobre a doença ou que estavam usando máscaras na capital do país, Asgabate.

https://g1.globo.com/mundo/noticia/2020/03/31/turcomenistao-proibe-uso-da-palavra-coronavirus.ghtml

Nunca uma expressão foi tão literal: é a paz dos cemitérios, GENERAL!.

marcio

Será que algum “colega” do Cabrini ligou para ele dizendo: – Para com isso , rapaz! Não f…* com nossa profissão mais ainda!

Zé Maria

O Patrão mandou e o Cabrini obedeceu.
Questão de Ideologia … ou de (mau) Caráter … ou Ambos …

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