O slow motion está interferindo além da conta
POR CLÁUDIO ARREGUY, no Ultrajano
Quando se vê o lance em velocidade normal, segue o jogo, como o próprio árbitro entendeu antes de ser chamado à casinhola.
Mas, quando se examina a mesma imagem em slow motion, o que era normal ganha dramaticidade, adquire ares da agressão que não houve
Slow Motion ‒ Câmera lenta, no português, é muito usada em filmes de ação para criar tensão, ampliar o clímax, enfatizar gestos, esgares e fenômenos rápidos como o disparo de uma arma ou a queda de uma gota d’água.
No esporte, ajuda-nos, por exemplo, a esclarecer se a bola (ou bolinha) quicou dentro ou fora do gramado ou da quadra, se resvalou no bloqueio, se houve impedimento ou que nadador bateu primeiro a mão na borda da piscina.
No caso, dos filmes, o slow motion reforça a ação, aumenta a carga dramática, casa perfeitamente com a música.
Mas não deixa de ser ficção.
Recursos em auxílio da arte da interpretação e de nossa compreensão da obra exibida. No esportivo, auxilia a precisão.
Aí é que quero chegar ao ponto deste texto.
Tão ou mais discutido do que a possibilidade do Flamengo ou a do Internacional de se sagrar o campeão brasileiro de 2020 nesta quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021, foi o lance que resultou na expulsão do lateral-direito Rodinei, emprestado pelo primeiro ao segundo, no jogo entre os dois times no último domingo, no Maracanã.
Aliás, ainda está rendendo assunto nas redes sociais e resenhas televisivas.
Já adianto meu ponto de vista: não acho que era para expulsão.
O lateral-direito do Inter até pisou no pé do lateral-esquerdo do Fla, Filipe Luís.
Mas acidentalmente, não com o intuito de cometer a falta nem com a intensidade da agressão que o VAR sugeriu ao convocar à cabine o árbitro Rafael Klaus. Jogada para cartão amarelo, se tanto.
Será que esse pessoal nunca jogou pelada na infância?
Quantas pisadas dessas já não terá cometido ou sofrido na disputa de uma bola?
Por perder o tempo dela. Ou mesmo por ruindade.
Pisar no pé do adversário faz parte dos contatos inerentes ao futebol. Ainda mais sem a intenção de agredir.
Foi o caso típico da disputa entre Rodinei e Filipe Luís.
Este mesmo se espantou com o rigor da expulsão, chegou a comentar com o ex-colega e hoje rival que a consulta ao VAR lhe custaria no máximo um amarelo.
O vermelho aplicado pelo Klaus foi mais do que exagero.
Quando se vê o lance em velocidade normal, segue o jogo, como o próprio árbitro entendeu antes de ser chamado à casinhola.
Mas, quando se examina a mesma imagem em slow motion, o que era normal ganha dramaticidade, adquire ares da agressão que não houve.
E o simples lance de jogo parece entrar no terreno da ficção.
O que até antes da entronização do VAR seria impensável.
O recurso cinematográfico virou castigo na vida real do campo de futebol.
9 comentários
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Marcelo rezende
26 de fevereiro de 2021 às 19h27Como diz o Washington Rodrigues nos seus comentários sobre o VAR.
Está se criando um monstro que logo será motivo para corrupção por conta de apostas e resultados pré-fabricados.
O futebol tem como raiz as peladas de várzea, lá para ter impedimento a banheira tinha que ser visível- hoje é nanométrica. Para ser penal a bola tinha que bater na mão com intenção de se desviar a trajetória- hoje a bola bate na mão e nas costas do defensor e o juiz e Var punem.
O juiz não vê maldade maior nos lances de contato, mas o slow-motion do Var vê e a maioria dos comentaristas dão razão ao juiz e sugerem que o punido deve ir para um psicanalista.
Os juízes perderam a moral – permitem muitas simulações e paralizações excessivas, que NUNCA são compensadas com mais 3 minutos. Os técnicos também contribuem para o fim do futebol: trocam 2/3 jogadores do seu time quando faltam 5 minutos para o final da partida – falta de respeito !
Não demora muito, o futebol vai ser virtual !
Ricardo Oliveira
26 de fevereiro de 2021 às 17h12O futebol é tão corrupto que até o recurso eletrônico é usado para interesses escusos, depende de quem está comandando o equipamento, o correto seria utilizar o critério adotado em todos os lances semelhantes como padrão, se o árbitro no caso deu amarelo em lances anteriores este seria para amarelo também, assim como nos pênaltis, se mão no chão é pênalti este deve ser marcado em todas as situações iguais, mas dependendo do time as coisas mudam, no brasil em tudo se dá um jeitinho.
Zé Maria
26 de fevereiro de 2021 às 16h51.
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Na Última Rodada do Campeonato Brasileiro (Brasileirão) 2020/2021,
a Partida entre Internacional e Corinthians no Gigante da Beira-Rio
pode ser resumida assim:
Três Gols do Inter Anulados pelo VAR e um Pênalti Pró-Inter marcado
pelo Arbitro e Desmarcado pelo VAR.
Com a Derrota do Flamengo para o São Paulo no Morumbi,
o Inter precisava vencer o Jogo para ser Campeão.
O Corinthians, que não almejava mais nada no Campeonato,
“fez cera” do início ao fim do Jogo que terminou Empatado.
O Flamengo, que só conquistou a Liderança na Penúltima
das 38 Rodadas, para felicidade da Globo, da CBF e da Total,
foi o Campeão que fez por merecer o Investimento Milionário
da Petrolífera Francesa.
Afinal, o Futebol, como Negócio que é, foi feito para dar Lucro,
a qualquer custo, ainda que em Prejuízo do Espetáculo que
deveria ser, e já foi.
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Zé Maria
26 de fevereiro de 2021 às 17h48VAR/Total/Globo/CBF: Braço de Apoio do Flamengo
https://twitter.com/Intervideos1/status/1365110024666836992
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https://twitter.com/VIOMUNDO/status/1365130049645670400
https://twitter.com/VIOMUNDO/status/1365129396789592065
Zé Maria
26 de fevereiro de 2021 às 17h54– Alguém se lembra do Mala-Preta que perambulava pelos CTs oferecendo um “Extra”?
-TOTALmente.
Morvan
26 de fevereiro de 2021 às 16h47Muito bem explicitado, faz-nos pensar como nós, brasileiros temos o condão de distorcer tudo! A Teoria do Domínio de Fato virou um puxadinho, aqui, para punir os inimigos ideológicos, por exemplo; a delação premiad, um Ex-Machina para lawfare e enriquecimento. no caso do VAR (ou AAV), o jeitinho (via de regra, deletério) brasileiro o torna uma muleta para favorecimento do time que mais traga dividendos à Vêm-nos, Para Ti, Nada. Um verdadeiro VARgabundo!
Marco
26 de fevereiro de 2021 às 15h47Não consigo entender esse tipo de opinião. A maioria dos esportes utiliza, há tempos, recursos de imagem para eliminar dúvidas e promover o equilíbrio nas competições. O VAR, no futebol, inexplicavelmente, demorou muito a chegar. E agora que chegou, a imprensa especializada não se cansa de criticar. Pelo amor de Deus, parem com isso! O VAR não atrapalha nada. O que atrapalha, e sempre atrapalhou, é a desonestidade de alguns árbitros, com VAR ou sem VAR.
Daniel C.ardoso
26 de fevereiro de 2021 às 08h02Vamos Alterar o Resultado (VAR) no Brasil e, funciona conforme seha o tine a ser beneficiado.
Zé Maria
25 de fevereiro de 2021 às 19h38Humano Mecanizado.
Vida Mecanizada.
Futebol Mecanizado.