Clamor por vacinas nas ruas faz sentido: linhagem B.1.617 ameaça suspender fim das restrições no Reino Unido, que já vacinou 57% da população

Tempo de leitura: 3 min
Reprodução

Da Redação

A linhagem B.1.617, primeiro detectada na Índia, pode colocar em risco o fim das restrições contra a pandemia no Reino Unido, previsto para o dia 21 de junho.

De 50% a 75% dos novos casos no país são causados pela linhagem, uma autoridade médica estimou à BBC.

Na região de Bolton, que vive um surto, das 49 pessoas internadas com covid, cinco já tinha sido vacinadas com as duas doses.

Mais de 57% dos britânicos já foram imunizados.

Casos por dia no Reino Unido

Autoridades de Saúde estão de olho no aumento do número de casos, que subiram para cerca de 3 mil por dia depois que algumas restrições foram retiradas. 

O jornalista John-Burn Murdoch, que acompanha a pandemia para o Financial Times, escreveu no twitter que “o que estamos vendo no Reino Unido provavelmente aparecerá em outros países ocidentais em breve. Esse tópico é um sinal do que pode vir, mas também um chamado para vacinar, rápido. As vacinas já estão tornando a terceira onda do Reino Unido menos letal. Com doses suficientes, o próximo país poderia se sair ainda melhor”.

Ele resumiu:

• B.1.617.2 provocou aumento de casos novamente, mesmo em um país com cobertura vacinal muito boa

• Mas as vacinas estão mantendo os casos e internações hospitalares em grande parte entre os grupos de idade mais jovens, cujo risco de morte por Covid é muito menor.

A nova onda

Gráfico publicado no FT compara a onda do outono com a atual: a maioria das internações agora é de pessoas entre 18 e 64 anos de idade (em azul).

Isso significa que a vacinação está dando resultados.

Porém, no Brasil pouco mais de 21% da população recebeu as duas doses e o patamar de casos permanece alto, na média móvel de 60 mil nos últimos sete dias, de acordo com o painel do Conselho Nacional de Secretários de Saúde.

Ou seja, o impacto da disseminação da linhagem B.1.617 poderá encontrar boa parte da população brasileira ainda vulnerável.

A BBC constatou o descaso das autoridades brasileiras com a ameaça:

A linhagem B.1.617, detectada pela primeira vez em outubro de 2020 na Índia, foi encontrada na maior cidade da América Latina: o Instituto Adolfo Lutz confirmou o primeiro caso em São Paulo de um paciente com covid-19 provocada por essa nova versão do coronavírus.

Trata-se de um indivíduo de 32 anos, que desembarcou no Aeroporto Internacional de Guarulhos após uma viagem à Índia e chegou a ser identificado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que monitora os passageiros e trabalhadores no local.

O problema é que o homem foi liberado para seguir viagem antes que os resultados do seu teste estivessem disponíveis: ele embarcou num voo doméstico, para Campos dos Goytacazes (RJ), onde mora.

Sem esse isolamento, há uma chance razoável de ele ter tido contato e transmitido o vírus para muitas pessoas, o que dificulta ainda mais o acompanhamento da evolução dessa nova variante pelas cidades brasileiras.


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