Celso Amorim: Comunista Xi salvou Bolsonaro, mas Brasil precisa de líder com L maiúsculo para enfrentar guerra comercial no mundo

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Da Redação

Na terceira parte de nossa entrevista com o chanceler Celso Amorim, ele fala sobre o alinhamento automático do governo de Jair Bolsonaro a Donald Trump, que rendeu alguns carinhos públicos do presidente dos Estados Unidos — e nada mais.

Na hora agá, quem veio em resgate do megaleilão do pré-sal foi o comunista chinês Xi Jipeng, que participou com 10% da compra de um campo de petróleo como parceiro da Petrobras, através de duas estatais chinesas.

As empresas privadas norte-americanas ficaram de fora, esperando melhores condições para arrematar as riquezas brasileiras: querem o fim do sistema de partilha implantado pelo governo Lula, que reduz o lucro e impede as multinacionais de ditarem totalmente o ritmo da produção.

Na hora agá, Trump abandonou seu eleitor Eduardo e escolheu a Argentina para a OCDE

Amorim aponta para os resultados da balança comercial brasileira de 2019 para afirmar que o país precisa de uma liderança com L maiúsculo para disputar mercados no mundo.

Segundo a Associação de Comércio Exportador do Brasil (AEB), as exportações terão queda de 6,7% em 2019, em relação a 2018. O superávit comercial, de 10,9% para o mesmo período.

Os resultados da balança comercial de outubro de 2019 foram os piores em cinco anos, com queda de quase 80% em relação a outubro de 2018.

As piores perdas foram para a indústria de transformação, puxados para baixo pela crise na Argentina, país com a qual o presidente Jair Bolsonaro entrou em rota de colisão depois da eleição da chapa Alberto Fernández-Cristina Kirchner.

O gráfico abaixo foi publicado em O Cafezinho:

Celso Amorim deve comparecer à posse de Fernandez, mas Jair Bolsonaro afirmou que não irá.

O chanceler Amorim lembra que Jair Bolsonaro escolheu um ministro das Relações Exteriores mergulhado em ideologia de extrema direita, depois de ter sido eleito acusando os governos do PT de fazer política externa “ideológica”.

A política externa dos governos Lula e Dilma foi extremamente pragmática e voltada para abrir mercados para empresários brasileiros, gerando empregos no Brasil.

Bolsonaro bajulou publicamente o governo Trump, mas recorreu ao comunista Xi para sustentar seus objetivos políticos de curto prazo — o dinheiro do megaleilão do pré-sal foi uma forma de reforçar o caixa e desafogar a situação precária de estados e municípios.

Bolsonaro acelerou o desmanche da política externa que buscava abrir mercados na África, quando o continente em conjunto já comprava mais do Brasil que a Alemanha.

Na entrevista, feita no Hotel Pestana, em São Paulo, aparecem obras do artista plástico Davi Rezende.

Ele trabalha com materiais de reciclagem.

As obras não tem relação com o conteúdo da entrevista e foram “livremente interpretadas” pelo olhar do entrevistador.

Abaixo, os dois primeiros trechos da entrevista.

A situação da Bolívia
Histórias do futebol


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