Barroso: ‘Motivo real’ de impeachment de Dilma foi falta de apoio, não pedaladas; elas foram apenas ‘justificativa formal’

Tempo de leitura: 2 min
Foto: Lula Marques

‘Motivo real’ de impeachment de Dilma foi falta de apoio, não pedaladas, afirma Barroso

Ministro escreveu em artigo na revista do Cebri que manobra fiscal foi apenas “justificativa formal”

Por Mônica Bergamo, em sua coluna na Folha

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso escreveu, em artigo para a edição de estreia da revista do Cebri (Centro Brasileiro de Relações Internacionais), que “o motivo real” para o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) foi a falta de apoio político, não as pedaladas.

“A justificativa formal foram as denominadas ‘pedaladas fiscais’ —violação de normas orçamentárias—, embora o motivo real tenha sido a perda de sustentação política”, afirmou Barroso.

A publicação, que será lançada no dia 10, tem Hussein Kalout, ex-secretário de Assuntos Estratégicos da Presidência, como um dos editores.

Na sequência do texto, ainda inédito, Barroso comparou o quadro com o vivido pelo ex-presidente Michel Temer (MDB), que sucedeu a petista.

“O vice-presidente Michel Temer assumiu o cargo até a conclusão do mandato, tendo procurado implementar uma agenda liberal, cujo êxito foi abalado por sucessivas acusações de corrupção. Em duas oportunidades, a Câmara dos Deputados impediu a instauração de ações penais contra o presidente.”

Barroso já havia expressado esse raciocínio em julho de 2021, durante um simpósio em que afirmou: “Creio que não deve haver dúvida razoável de que ela [Dilma] não foi afastada por crimes de responsabilidade ou corrupção, mas, sim, foi afastada por perda de sustentação política. Até porque afastá-la por corrupção depois do que se seguiu seria uma ironia da história”.

Em outras ocasiões, o ministro afirmou também que “impeachment não é golpe” e que não acha que, “do ponto de vista jurídico, tenha sido um golpe [contra Dilma], porque se cumpriu a Constituição”.

Além do artigo do magistrado do STF, a primeira edição da revista tem textos dos ex-ministros Rubens Ricupero, Celso Amorim, Izabella Teixeira e Marina Silva, além de uma entrevista com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, conforme informou o Painel no mês passado.

O Cebri, uma das principais instituições brasileiras dedicadas à política externa, incluirá na publicação artigos e entrevistas com especialistas na área, publicados em português, espanhol e inglês.

Hussein Kalout é um dos editores da revista trimestral, ao lado do professor do Instituto de Relações Internacionais da USP Feliciano Guimarães.


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

robertoAP

Falta de apoio, que foi na verdade chantagem do MDB, que já tinha um vice traíra e queria ministros e mais ministros.
E a Dilma caiu na desgraça de aceitar o Joaquim Levy, logo para a economia. O cara simplesmente destruiu tudo que ela tinha feito com o Mantega.

Henrique Martins

Recebi no meu WhasApp de um número de outro estado a seguinte mensagem:

“Pode me enviar o livro o poder do chá de sumiço?”

Ué, turma ordinária, vocês estão assustados com a série de sugestões que eu fiz para a Vênus Platinada?
Vocês não viram nada. As cerejas de bolo são melhores ainda e isso só confirma que eu estou no caminho certo.
Saibam que não tenho medo de nada. Na verdade, me deu muita vontade de rir, pois vocês não fazem a menor noção do nível de proteção espiritual que eu tenho…. Idiotas….

Henrique Martins

Recebi no meu WhasApp de um número de outro estado a seguinte mensagem:

“Pode me enviar o livro o poder do chá de sumiço?”

Ué, turma ordinária, vocês estão assustados com a série de sugestões que eu fiz para a Vênus Platinada? Vocês não viram nada. As cerejas de bolo são melhores ainda e isso só confirma que eu estou no caminho certo.
Saibam que não tenho medo de nada. Na verdade, me deu vontade de rir, pois vocês não têm a menor noção do nível de proteção espiritual que eu tenho….

Marcos W.

O impeachment foi em 2016, estamos em 2022.
Acho que ele quer ser amiguinho do PT de novo.

sergio

Foi golpe … com Supremo e tudo …
O supremo é composto por um bando de covardes … uns mais, outros menos, mas todos covardes.
Aceitaram a violação da Constituição ou por interesse ou por covardia, não a defenderam como haviam jurado que fariam.
E quando uma testemunha falta com a verdade sob juramento ela se torna uma criminosa …
Então por analogia se sob juramento, os ministros do supremo, disseram que iriam defender a constituição e no final não fizeram prestaram falso juramento, portanto deduz-se que são criminosos.
Viram ascender o Fascismo, as tentativas repetidas de golpe, mas por pura covardia nada fazem, a não ser enxugar gelo, passar a mão na cabeça do menino mal comportado.
Agora estamos onde estamos, e tem uns ai, que apoiaram o Golpe de corpo e alma, tentando reescrever a história. Não conseguirão.

O STF é cumplice de tudo que estamos vivendo: nas mais de 630 mil mortes por COVID, na volta da fome, do desemprego, do desespero e da miséria do país e da destruição do país, quando participou do golpe, seja por covardia, por omissão ou por interesse.
As instituições está funcionando normalmente (é o que sempre dizem)… diga-se de passagem funcionando para aqueles que elas foram constituídas … para a elite brasileira … para a nata do serviço público … não para o povo em geral.

sergio

Foi golpe … com Supremo e tudo …
O supremo é composto por um bando de covardes … uns mais, outros menos, mas todos covardes.
Aceitaram a violação da Constituição ou por interesse ou por covardia, não a defenderam como haviam jurado que fariam.
E quando uma testemunha falta com a verdade sobre juramento ela se torna uma criminosa …
Então por analogia se sob juramento, os ministros do supremo, disseram que iriam defender a constituição e no final não fizeram prestaram falso juramento, portanto deduz-se que são criminosos.
Viram ascender o Fascismo, as tentativas repetidas de golpe, mas por pura covardia nada fazem, a não ser enxugar gelo, passar a mão na cabeça do menino mal comportado.
Agora estamos onde estamos, e tem uns ai, que apoiaram o Golpe de corpo e alma, tentando reescrever a história. Não conseguirão.

O STF é cumplice de tudo que estamos vivendo: nas mais de 630 mil mortes por COVID, na volta da fome, do desemprego, do desespero e da miséria do país e da destruição do país, quando participou do golpe, seja por covardia, por omissão ou por interesse.
As instituições está funcionando normalmente (é o que sempre dizem)… diga-se de passagem funcionando para aqueles que elas foram constituídas … para a elite brasileira … para a nata do serviço público … não para o povo em geral.

Zé Maria

Em Síntese: FOI GOLPE!

ed.

Ora, se “do ponto de vista jurídico não foi golpe”, foi o quê, se não vivemos num regime parlamentarista?
A frase de Barroso apenas confirma que FOI GOLPE, pois o impeachment precisa ter uma razão jurídica para ser feito, ainda que seu julgamento seja por políticos.
Não pode ser mera decisão de apoio ou oposição politica.
No caso do parlamentarismo, há paridade política, pois tanto o Congresso pode derrubar o chefe de governo (primeiro-ministro) quanto este pode dissolver o parlamento convocando novas eleições.
O “golpichment” não passou de “ordens superiores” para desimpedir o secular assalto à nação, que estava sendo sustado pelo “petê” e seus governos.
Difícil vai ser reverter o estrago feito desde então…

Deixe seu comentário

Leia também