As raízes do excepcionalismo de Israel

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As raízes do excepcionalismo de Israel

28/6/2010, Mohamed El-Moctar El-Shinqiti, Al-Jazeera, Catar

Tradução de Caia Fittipaldi

Mohamed El-Moctar El-Shinqiti é pesquisador-coordenador da Qatar Foundation, especialista em história política e história das religiões.

Um professor norte-americano disse-me, certa vez, que “muitos, no mundo islâmico, pensam que os EUA não creem em direitos humanos. Estão errados. Os EUA creem em direitos humanos, sim. O problema é o que os EUA entendem por ‘humano’.”

Em outras palavras, a definição de “humano” nos EUA não é a mesma que opera no resto do mundo. Essa não é característica exclusiva dos norte-americanos; cada cultura enfrenta de um determinado modo o desafio de ampliar os próprios limites culturais e universalizar suas normas morais.

Mas dentre todas as culturas e ideologias humanas, o caso israelense é único, campeão absoluto de dois pesos e duas medidas. Criminalidade travestida de nobreza moral e agressão travestida de vitimismo são dois traços sempre presentes na realidade e no discurso dos israelenses.

A personalidade de Israel

O dualidade da “ênfase insistente que Israel dá ao próprio isolamento e à ambição de ser única, sem similar no mundo; a insistência em mostrar-se ao mesmo tempo como vítima e heroína”, como Tony Judt escreveu no Haaretz há alguns anos, reflete a fragilidade e a autorreferência, o autismo autocentrado na personalidade de Israel. Não é traço, infelizmente, exclusivo da elite política israelense, mas espalha-se pelos sionistas de todo o mundo que apoiam Israel, os mesmos que, como o escritor Elie Wiesel e o filósofo Bernard-Henri Lévy, criaram para eles mesmos imagens humanísticas e estéticas.

Sou dos que se emocionaram profundamente ao ver a descrição das atrocidades cometidas durante o Holocausto e que se leem no livro Night de Elie Wiesel. Lá se vê a experiência do autor e de seu pai de processo terrível que viola a vida e degrada a dignidade humana.

Mas incomodou-me muito o tom de autoelogio e autojustificação que se lê em Dawn, obra de ficção do mesmo Wiesel, quando escreve: “O mandamento ‘Não matarás’ foi entregue no pico de uma das montanhas aqui na Palestina, e fomos os únicos a respeitá-lo. Mas, apesar disso, nos dias, semanas, meses que virão, vocês só terão uma meta a alcançar: matar todos os que nos converteram em matadores.”

Quando o juiz sul-africano Richard Goldstone expôs os crimes que os israelenses cometeram em Gaza, Wiesel disse que teria havido “crime contra o povo judeu”. Aí está: é uso imoral de atrocidades passadas, para inventar justificativa moral para brutalidades atuais e opressão atual.

Além do mais, podem-se propor duas perguntas. Primeira, que direito exclusivo Wiesel reivindica para si, ele que nasceu de pai romeno e mãe húngara e que de nenhum modo estaria racial ou historicamente representado no Monte Sinai, no momento da entrega dos Mandamentos, em pleno coração de um deserto no Oriente Médio? Segunda, por que regra moral ou legal os palestinos de hoje seriam responsáveis por erros de alemães de ontem?

Mitos interessados, de autojustificação

O pior dessa linguagem de hipocrisia, contudo, apareceu no artigo assinado por Bernard-Henri Lévy sobre a agressão israelense contra a Flotilha da Paz em Gaza, publicado no Haaretz dia 8/6/2010.

Lévy apresenta-se em termos autoglorificantes, como “alguém que se orgulha de ter ajudado a conceber, com outros, esse tipo de ação simbólica (um barco para o Vietnã; a marcha pela sobrevivência do Cambodia, em 1979)…”.

No que tenha a ver com o suplício de Gaza, contudo, Lévy descarta a tragédia e simplesmente nega que haja o bloqueio israelense de Gaza e os ataques a alvos sitiados, e refere-se a “o governo fascislâmico de Ismail Haniya” e “a gangue islâmica que tomou o poder pela força há três anos.”.

Assim, sem se envergolhar, faz sumir o grande esforço de um grupo multiétnico, multinacional e de várias religiões, de líderes humanistas e pacifistas que se reuniram na Flotilha da Paz.

Não bastasse, não há qualquer objetividade na crítica e o autor nada diz das gangues fascissionistas – para recolher a terminologia dele – que agressivamente invadiram terra palestina há 60 anos, arrancaram de lá a população autóctone e a cercaram em novos Auschwitz e Buchenwald – os campos de concentração de Gaza e da Cisjordânia.

De fato, para quem ponha seus desejos autocentrados e egoístas acima dos princípios da justiça e da compaixão, os seus próprios mitos interesseiros, de autojustificação, são muito melhores, aos olhos deles mesmos, que a feia verdade que aí está.

Intelectuais judeus humanistas, como o professor Tony Judt e o músico Gilad Atzmon deploram a autoindulgência e a falta de maturidade dos israelenses. Judt escreve: “Israel ainda se comporta como adolescente: consumida na autoconfiança delirante de que seria única, certa de que é única no mundo; certa de que ninguém ‘a compreende’ e de que o mundo está ‘contra ela’; plena de autoestima ferida, rápida no ofender-se e rápida no ofender o próximo (…), certa de que pode fazer o que bem entenda, que suas ações não geram consequências e de que é imortal.”

Atzmon escreve: “Lidamos aqui com nação seriamente perturbada, imatura. Lidamos com uma criança narcisicamente autoapaixonada (…). Por mais que os israelenses se amem e amem uma infância ilusional fantasmática, quanto mais firmemente acreditarem na própria inocência, mais temerão que o mundo exterior seja tão sádico quanto os próprios israelenses provaram ser. A esse tipo de comportamento chama-se ‘projeção’. Os judeus têm boas razões para viverem apavorados. Seu Estado nacional é entidade genocida.”

‘Holocaustianidade’

O que mais desaponta, contudo, não é nem o narcisismo nem a empáfia dos sionistas. O que mais desaponta é a aceitação e o apoio que recebem do Ocidente, para sua atitude – atitude que se compreende melhor se se a põe em contexto histórico.

O principal substrato teórico para a aceitação, na cultura ocidental, do excepcionalismo de Israel é uma variante – sobretudo no ramo protestante da cristandade –, da encarnação do Deus cristão na pessoa de Jesus, para uma nova encarnação de Deus, dessa vez nos judeus como povo, o “povo escolhido”.

Essa tendência começou com Martim Lutero (1483-1546) que reduziu a cristandade, teologicamente e moralmente, ao fator judeu, na pequena epístola “De Jesus Cristo nascido Judeu”. Lutero escreveu, nessa epístola: “Quando nos sentirmos inclinados a nos orgulhar de nossa posição, relembremos que somos gentio, e só os judeus são da linhagem de Cristo. Somos estranhos, não somos parentes de sangue. Os judeus são parentes de sangue, primos e irmãos de nosso Senhor.”

Através desse Lutero – o qual, paradoxalmente, foi aplicado antissemita – inadevertidamente se abriu uma janela teológica, a qual, séculos mais tarde, permitiria que o ‘culto de Israel’, como observou Grace Halsell, escritora norte-americana, substituísse a cristandade em quase todos os ramos da religião protestante, sobretudo entre os Batistas norte-americanos. Afinal, o que fazem hoje não passa de implementação literal da deificação, operada por Lutero, dos judeus.

A professora Yvonne Haddad do Centro para o Entendimento entre Muçulmanos e Cristãos da Georgetown University chama essa heresia de “holocaustianidade”. Nessa nova heresia estão as raízes do excepcionalismo israelense.

Trivializar o Holocausto

O professor Judt escreve que “O que Israel perdeu pela ocupação continuada de terras árabes é ganho, por outro lado, mediante a íntima identificação com a memória recuperada de judeus europeus mortos.” Mas o autor sabe muito bem que a memória dos mortos é a pior justificação moral que há, se se matam inocentes: “Aos olhos do mundo que observa, o fato de que o bisavô de um soldado judeu tenha morrido em Treblinka não obriga ninguém a perdoar o soldado bisneto, se abusa de uma mulher palestina que espera para atravessar um posto de controle de Israel. Não basta dizer ‘Lembrem Auschwitz’. Essa não é resposta aceitável.”

Pois essa é, precisamente, o tipo de justificação moral que Israel oferece ao mundo, hoje.

Quando um conselheiro de Shimon Peres, presidente de Israel, tentou atacar a resposta de Helen Thomas, que dissera que os israelenses deveriam “ir embora, voltem [para] a Polônia, a Alemanha!”, a única coisa que achou para dizer foi lembrar a ela que seus parentes haviam sido mortos na Polônia e na Alemanha há mais de meio século, como se essa fosse razão suficiente para explicar que os palestinos sejam postos a morrer de fome, ou para matar ativistas humanistas pacifistas em águas internacionais, hoje. Afinal, o conselheiro do presidente de Israel apenas confirmou o que Helen Thomas havia dito: “Vocês são europeus, não são daqui.”

Assim, a memória do Holocausto, a memória de uma tragédia humana gigantesca, sem limites, está sendo trivializada pela criminalidade dos israelenses.

Peso moral

Analistas políticos e políticos já perceberam que Israel vai-se convertendo em peso e ameaça estratégicos para os EUA. De fato, sempre foi um peso estratégico. Mas o problema é muito mais profundo que isso. Israel está-se tornando também peso moral que já ninguém com consciência ética suporta carregar, inclusive judeus, claro, para os quais a dignidade humana e a justiça social sejam valores a defender.

Muitos que dedicaram a vida a promover a causa sionista começam a ver hoje o paradoxo moral que se oculta no projeto sionista. Henry Siegman, escritor alemão-norte-americano que trabalhou como diretor executivo do Congresso Americano-judeu de 1978 a 1994, escreveu no jornal Haaretz de 11/6/2010: “Um milhão e meio de civis foram forçados a viver numa prisão a céu aberto, em condições desumanas, já faz mais de três anos. Diferente do que aconteceu nos anos de Hitler, hoje não são judeus. Hoje são palestinos. Os carcereiros, inacreditavelmente, são sobreviventes do Holocausto ou descendentes deles.”

Todos os seres humanos decentes têm, hoje, de defender os palestinos oprimidos, contra o opressor israelense. Os árabes oprimidos da Palestina (muçulmanos e cristãos) prestam, com seu sofrimento, grande serviço a toda a humanidade: obrigam a ver a ideologia israelense suprematista, a mais autocentrada ideologia que há no planeta – uma ideologia israelense de violência e terror, exibida ao mundo em manto banhado em sangue.


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Comentários

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Luis

Praticamente não há governo dos Estados Unidos mas sim, o governo de um país simbionte e submisso a outro e que precisa ser compreendido metafórica mas objetivamente como "Grande Israel", para que que se consolide uma visão mais abrangente e esclarecedora de todos os temas relacionados. A partir daí o encadeamento dos fatos terá outra dimensão.

    Confuso da Silva

    Ô Luis, agora quem está soando erístico é você… Deixa eu ver se entendi: você está afirmando que os Estados Unidos são submissos a Israel (provavelmente devido a alguma teoria da conspiração do tipo "os judeus são donos do mundo" ou algo assim), mas nem se dá ao trabalho de apresentar argumentos em defesa de sua hipótese.

    Eu posso até concordar que existe um forte lobby pró-Israel trabalhando incessantemente em Washington, mas daí a dizer que os EUA são submissos a Israel é um exagero tremendo. Além do quê, do outro lado da balança, existem os sheiks sauditas do petróleo, amigões do peito da família Bush (e que nem por isso podem ser ignorados por Obama), e existem várias outras forças atuando na política americana. Aliás, a política israelense, a palestina e todas as outras do Oriente Médio são tão fragmentadas e cheias de grupos tentando defender interesses confiltantes quanto a americana, ou qualquer outra. Nada é preto no branco, ninguém é inocente na política. Se fosse, o conflito já estaria resolvido faz tempo.

    Você pegou no pé do Nelson, mas ao invés de contra-argumentar de maneira informada, fez praticamente aquilo de que o acusa, discutindo apenas pela discussão. Em minha opinião, você tem até certa razão quando diz que o Nelson, assim como grande parte dos judeus brasileiros, cresceu aprendendo que Israel sempre teve que lutar para se defender – o que, apesar de não justificar de maneira alguma as ações contra os palestinos, não deixa de ter uma parte de verdade. Mas ao atacá-lo e reduzir seus argumentos a "trololó erístico", ao invés de apresentar contra-argumentos, você não colabora em nada com o debate que se espera em um site como esse.

    Vamos lá, você parece ser uma pessoa articulada e bem-informada. Colabore com o debate de forma construtiva.

    Luis

    Sua percepção de mundo mais honesta está entre a segunda e a terceira linhas da sua resposta e foi apenas sua, parabéns. A verdade? Nesse mundo de lugares-comuns é inatingível por falta de desejo, por medo, etc. Concurso de sabedoria, contra-argumentar? Para que, Silva? Os senhores já são bastante sabidos e convictos, sabem e podem se defender de todas as formas até o fim da história.

    Confuso da Silva

    Que segunda e terceira linha? Você se refere a "os judeus são donos do mundo"???

    Luis, não se trata de concurso de sabedoria. Mas a meu ver, se não tem nada a acrescentar a uma discussão e não lhe interessa contra-argumentar, então você está sendo erístico.

    Não entendi muito bem sua intenção com sua última frase, nem a quem você se refere como "os senhores", mas eu em particular estou sempre interessado em escutar opiniões diferentes da minha e fatos que eu desconhecia. E não tenho vergonha nenhuma de mudar minha opinião, se ouvir argumentos convincentes.

    Enfim, se quiser debater amigavelmente, seja bem-vindo.

Luciano LC

Muitos intelectuais de origem judaica não conseguem "ver" o que acontece na Palestina. Não adianta querer que pessoas inteligentes e bem informadas aceitem aquilo que eles não querem ver. Tem muitos pais de jovens delinquentes que sempre acham que a "culpa" é dos filhos dos outros.
A única forma de combater esta cegueira mundial é através da INTERNET (já que a grande mídia é comprometida somente com um dos lados) denunciando fatos e FOTOS das atrocidades cometidas por israelenses. Assim como o extermínio de judeus pelos nazistas foi denunciado através de fotos "contrabandeadas" dos campos de concentração, é preciso trazer mais e mais informações com imagens (fotos e vídeos) da violência israelense contra os palestinos. Já existe um pps circulando pela rede comparando os campos de concentração nazistas com os que existem na faixa de Gaza. Quem receber mensagens deste tipo deve repassar para o maior número de pessoas. A informação disseminada pode ser a grande força para busca da paz na região. Contudo, é importante lutar por uma PAZ com JUSTIÇA!

    Confuso da Silva

    Acho que a comparação dos campos de refugiados palestinos com os campos de concentração é um tanto quanto errônea, e parece uma tentativa de vitimizar os palestinos de forma a se utilizar da compaixão da comunidade internacional, correndo o risco de cair exatamente no ponto principal do artigo que estamos debatendo. Se quisermos comparar a miséria e o sofrimento dos palestinos com o de outros refugiados de guerra (Darfur me vem à cabeça), ou com a miséria nas nossas favelas, acho válido. Agora comparar a um campo de concentração da segunda guerra mundial, já acho exagerado.

    Concordo que muitos judeus não aceitam que o governo de Israel esteja errado, e se sentem obrigados a defender toda e qualquer ação de Israel, como já falei abaixo.

    Já sobre disseminar as fotos, a grande mídia já está circulando boa parte dessas imagens, pois o que choca vende jornal. E devemos sempre ter um pé atrás, pois sempre existe alguém tentando manipular a mídia, e algumas imagens e vídeos que vemos podem estar sendo manipuladas de alguma forma, ou ter certa controvérsia em questão (http://en.wikipedia.org/wiki/Muhammad_al-Durrah).

    E eu continuo a insistir que o governo de Israel não é o único a causar sofrimento ao povo palestino, o Hamas também não é nenhum santinho…

    Luciano LC

    É impressionante que defensores de Israel não conseguem admitir imagens de palestinos mortos por soldados israelenses. Tem miséria em todo lugar sim, mas na Palestina também tem. Porque só a miséria da Palestina não pode ser mostrada? Por anos seguidos um povo inteiro não tem acesso à água, não podem construir um teto para proteger seus filhos do frio… a Faixa de Gaza é SIM um CAMPO DE CONCENTRAÇÂO. Só falta dizerem que não o é porque não tem câmara de gás. E culpar o Hamas é exatamente a história do pai que culpa o garoto do vizinho pela delinquência do próprio filho. A força eleitoral do Hamas é posterior à ocupação de Jerusalém Oriental e da Cisjordânia e à construção do muro da vargonha. Antes que digam qualquer coisa, pessoas inteligentes e estudadas também precisam entender que denunciar crimes de guerra nada tem a ver com antissemitismo.

    Confuso da Silva

    Luciano, em primeiro lugar não estou defendendo Israel, nem afirmando que as fotos da miséria dos palestinos não deva ser mostrada – pelo contrário. O que eu falei é que as imagens circulam sim na grande mídia, pois miséria vende jornal.

    Já quanto a chamar Gaza de campo de concentração, ainda acho um exagero que tenta capitalizar no imaginário do Holocausto para 1) minimizar os argumentos apologéticos dos judeus que o artigo desta página denuncia; e 2) tentar se valer desses mesmos argumentos apologéticos para ganhar a compaixão da comunidade internacional. Deixo claro que não estou de forma nenhuma minimizando o sofrimento dos palestinos, mas acho essa comparação uma forçada de barra.

    E não estou culpando o Hamas pela situação, só estou falando que Israel não é o único vilão do conflito. O Hamas oprime sim seu povo, forçando seu fundamentalismo islâmico. O Hamas tem o poder de ajudar seu povo a combater a miséria, mas não o faz porque se aproveita da miséria para se manter no poder. Do mesmo jeito que grande parte dos judeus toma críticas às ações do governo israelense como anti-semitismo, muitos defensores dos palestinos tomam críticas ao Hamas e ao resto das lideranças árabes e/ou muçulmanas como um ataque à causa palestina ou uma defesa a Israel.

    Eu concordo que o Hamas é jogador novo, mas antes dele estava a Fatah de Arafat e Abbas, que sofreu várias acusações de desvio de dinheiro vindo da ajuda internacional, e que é tão corrupta quanto nosso glorioso congresso. Enquanto isso, o povo palestino continua a sofrer.

    Nunca escrevi que a culpa da situação é do Hamas. E não tiro a enorme parcela de culpa de sucessivos governos incompetentes, intolerantes e irracionais de Israel. Mas Israel não é o único responsável, é só o que estou dizendo. Denunciar as ações de Israel é fácil, todos estão fazendo em milhares de blogs, tweets e whatevers. Só não vejo ninguém falar mal das lideranças palestinas, árabes e muçulmanas, como se tivessem medo que isso fosse enfraquecer a causa palestina.

    E outro ponto que coloquei é que os fatos nesse conflito não são tão preto-no-branco assim, em alguns casos as coisas são nebulosas e fatos são manipulados para que uma coisa pareça ser outra – deixando claro novamente, não estou negando as atrocidades que ocorrem na região, apenas estou dizendo que nem tudo é o que parece.

Mar.

Vejam por onde anda se expandindo o sionismo: http://www.odiario.info/?p=1646

Dr Marcelo Silber

Caro Jairo Beraldo
Apenas uma retificação ao seu comentário…
Israel não é um anão atômico. Citando uma fonte do "Izvestia"-Russia, O Estado de Israel tem mais de 400 ogívas atômicas prontas para o uso…Perde "apenas" para EUA e Russia. (que tem cerca de 3000 cada um) Empata com a China e ganha fácil de Coréia do Norte, India, Paquistão e até dos " decadentes atômicos" França e principalmente Inglaterra" . Portanto, se o Irã "tentar" alguma coisa contra o Estado de Israel, ele é que seria "varrido do mapa"…
Abraço

Dr Marcelo Silber

Caros Blogueiros
Tentem dar um minímo de racionalidade a discussâo. Gostei da reflexão do Abdelnur. Se podem chamar o Nelson e o Henry (brasileiros da mais pura gema e de várias gerações !!) de "israelitas" tambem podem chamar os descendentes de "árabes" como ele de libaneses ou sírios e isso é um absurdo, preconceito mesmo.
Não vou entrar no mérito da discussão, pois todos conhecem as minhas opiniões e artigos críticos a Israel no " Vi o Mundo" vem na média de três por semana…
Agora gostaria muito apreciar alguns artigos sobre os "métodos democráticos do Hamas" . Como eles " assasinaram" seus irmãos do Fatah em Gaza (alguns foram arremessados do sexto andar de edífícios em Gaza (e sem ajuda de " fósforo branco" , Como eles mataram milhares de civis israelenses em atentados como o do mercado de legumes em Jerusalem que os cérebros e o sangue das vítimas se misturaram a tomates e outras comidinhas básicas…

Marcos C. Campos

Já vai começar nova estupidez ?

EUA e Israel a caminho do Irã
http://blogdobourdoukan.blogspot.com/

Marcos C. Campos

Caríssimos , o que vocês acham disto ?
http://passapalavra.info/?p=24723

De perseguidos a perseguidores: a lição do sionismo

mariazinha

Já estou rouca de gritar aos quatro ventos contra as barbáries praticadas por EUa/israel. Continuo gritando pois o Brasil esta infestado de seus seguidores e temo pelo que possam fazer dentro de nosso país, aos brasileiros. Precisamos continuar tentando deixa-los isolados em um boicote internacional; só isolando-os, será possível escapar de sua sanha de guerrear para tomar o que é dos outros, infelicitando a vida das pessoas e transformando-as em um inferno.

Israel está apagando os palestinos do mapa

Se Israel apóia a solução dos dois estados, pode começar pelo redesenho dos mapas oficiais que ignoram as fronteiras internacionalmente reconhecidas e a maioria das cidades palestinas. Uma olhada no mais recente material de divulgação do Ministério de Turismo de Israel dá uma resposta forte. O material do governo em 2009 elimina qualquer presença palestina. O ministro do Turismo, Stas Misezhnikov, é um quadro da direita radical do partido Yisrael Beiteinu, liderado pelo ministro de relações exteriores Avigdor Leiberman. O ministério apagou completamente a Cisjordânia e as áreas palestinas de seus materiais de divulgação. O artigo é de Daoud Kuttab.
Daoud Kuttab – Haaretz http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMos

    Confuso da Silva

    Mariazinha, a primeira parte do que você escreveu eu não entendi direito… O Brasil está infestado de seguidores de quem? Dos EUA? De Israel? Você está se referindo aos judeus brasileiros? Se for isso, você está sendo um tanto quanto preconceituosa. Não deve haver mais de 100.000 judeus (http://pt.wikipedia.org/wiki/Juda%C3%ADsmo_no_Brasil) dentro de uma população total de 190 milhões, o que dá pouco mais de 0.05% da população do país, o que não se caracteriza como "infestação", palavra esta, aliás, que carrega uma conotação negativa muito forte, e que não deveria ser utilizada para descrever qualquer etnia/povo/religião.

    Sustentando a suposição de que você esteja se referindo aos judeus, o que exatamente você teme que eles possam fazer dentro do Brasil, aos brasileiros ( lembrando que eles também são brasileiros)? E você sugere boicotar os judeus? Ou Israel?

    Você é a favor ou contra o boicote ao Irã? Tente usar os mesmos argumentos que imaginar para defender sua opinião, mas agora troque a palavra "Irã" por "Israel" e vice-versa. O fato é que um boicote sempre atinge e faz sofrer a populoação em geral, e não os governantes, que continuam a desfrutar de seu conforto. Boicotes não funcionaram em Cuba, no Iraque, no Irã, em Gaza, então por que funcionariam em Israel?

    Já quanto ao artigo de Daoud Kuttab traduzido no link que você postou, isso sim é pertinente, e muito grave. O mapa em questão está aqui: http://www.goisrael.com/NR/rdonlyres/1EB6BDEA-AEB

    O mapa mostra a faixa de Gaza como um território separado, mas não mostra as fronteiras da Cisjordânia, mostrando apenas em cores sutilmente diferentes as áreas do tipo A e B do acordo de Oslo. Isso realmente mostra que o governo israelense ainda não parece estar pronto a discutir as fronteiras do estado Palestino, e o status de Jerusalém , então, nem se fala…

Milton Hayek

Atualmente só nós,judeus,defendemos Israel.Por que será?????????????????????

    Mar.

    Milton, nem os judeus defendem mais Israel. O governo de Israel é quem defende.

    Confuso da Silva

    Mar, os judeus ainda defendem Israel – pelo menos os judeus brasileiros em sua grande maioria, que parecem se esquecer que o governo israelense é feito de políticos, e acabam se vendo obrigados a defender todas as ações de Israel, as certas e as erradas, pois toda crítica a Israel é encarada como anti-semita (e em muitos casos não duvido que seja, mas isso não faz uma ação errada ou imoral virar certa ou moral).

    Milton, só os judeus defendem Israel porque até a guerra de 1967 a mídia retratava Israel como Davi enfrentando o Golias dos países árabes à sua volta; após a derrota humilhante desses países na guerra dos 6 dias (que na prática durou 4 horas, o resto foi só rescaldo), a mídia não podia mais retratar Israel como a vítima para suas manchetes, então resolveu procurar outra vítima para vender jornais.

    Demorou um pouco, mas abriram os olhos para um povo que já vinha sofrendo desde 1948, que fugiu de suas casas às pressas com medo do conflito (e em alguns casos com a promessa dos países árabes de que a guerra seria rápida, que os judeus seriam varridos da região, e que logo poderiam retornar), ou então foram expulsos pelos israelenses (sim, Milton, parte dos refugiados foi forçada a sair de suas casas em 1948 pelos judeus) – o povo palestino. Eles se tornaram o novo queridinho da mídia, a nova vítima que iria ser manchete para a venda de jornais.

    Os palestinos foram perseguidos tanto pelos israelenses quanto pelos países árabes em volta. O próprio rei da Jordânia ordenou a chacina de vários acampamentos de refugiados palestinos em seu território em setembro de 1970, no que ficou conhecido como o Setembro Negro (http://en.wikipedia.org/wiki/Black_September_in_Jordan), que deu o nome a uma organização terrorista que em 1972 cometeria o massacre da delegação israelense nas olimpíadas de Munique – apesar de Israel não estar envolvido nos eventos ocorridos em setembro de 1970 na Jordânia, e dos atletas israelenses terem menos ainda a ver com a história.

    Interessante notar que de 1948 a 1973 a faixa de Gaza ficou sob domínio do Egito, e a Cisjordânia sob domínio da Jordânia, mas nem um nem outro cedeu esses territórios para a fundação de um estado palestino. E depois esses países querem dizer que sempre apoiaram a causa palestina…

walter melo

se voce quizer entender "O POVO ESCOLHIDO POR D-E-U-S" (que presunção!) é só ler "A GENEALOGIA DA MORAL" de F.W. NIETZSCHE. tá tudo lá.

    NELSON NISENBAUM

    Walter, o fato de você fazer esta referência mostra que você não entendeu Nietzsche. Este poderoso autor analisa e "desmonta" os sistemas de valores ocidentais, judaicos e cristãos, como contribuição filosófica para a sua compreensão, jamais com intuito político ou de julgamento. O conceito de "povo escolhido" é presente em qualquer religião, pois é o fundamento de qualquer fé divina, com raras exceções, como o Budismo, por exemplo. Todas as igrejas cristãs pregam a "salvação em Cristo" – um equivalente óbvio à idéia de povo escolhido. Os islamitas consideram os não islamitas como "infiéis", separando o mundo em fiéis e infiéis, e assim por diante. De qualquer forma, a leitura de Nietzsche é recomendável a qualquer pessoa que queira uma reflexão mais profunda sobre a condição humana.

NELSON NISENBAUM

O autor mistura religião com política, compara coisas incomparáveis. Conduz-se a produzir numerosos e complexos sofismas, que mostram-se eficazes para conquistar seguidores. O movimento sionista vem do século XIX e nada tem a ver com o Holocausto – fato sobre o qual muitos bloqueiros e frequentadores mostram total desconhecimento. A excepcionalidade de Israel é a de ser um estranho no ninho, odiado e atacado desde seu nascimento e em constante risco de extinção, manifestamente pedid por Ahmadinejad. A excepcionalidade é ter construído em 60 anos o que os países e nações em torno não conseguiram em séculos – a democracia, um país que cuida e protege seus cidadãos, de pluralidade ideológica, religiosa e cultural. Infelizmente teve que recorrer à força para garantir isso. Para quem não entende o que é isso, sugiro uma visita ao OM e examinar essas questões pessoalmente.

    Bonifa

    O único documento que Israel virtualmente expõe ao mundo, aceito sem arrodeios pelos EUA e seus países-papagaios, é a suposta declaração de um presidente iraniano de que Israel deveria ser varrido do mapa. Baseada desta declaração, que hoje a maioria dos analistas tem como absolutamente falsa, os sionistas desejam mover guerra de extermínio a uma grande e magnífica nação, que é o Irã. Quem deseja que Israel suma do mapa são os crescentes movimentos de judeus lúcidos, a maioria ortodoxos, em redor do mundo inteiro. Eles pregam a dissolução radical do Estado de Israel e a devolução de terras às famílias palestinas, como único meio dos judeus sobreviverem e recuperarem sua dignidade.

    NELSON NISENBAUM

    Bonifa, não há suposição nenhuma quanto à declaração de Ahmedinejad. Ela foi gravada, filmada em mais de uma vez e exposta ao mundo para quem queira ouvir e ver. Claro, quem não quer ver nem ouvir, não vê e não houve, nega a realidade como Paulo Maluf nega a dele. Quanto a certas seitas ortodoxas, elas realmente existem, mas não tem qualquer representatividade no judaísmo mundial ou mesmo israelense. Fazem barulho apenas. E não são nada lúcidos, como você diz. O ataque da Síria em 1973 quase varreu Israel do Mapa; em 1967 Israel estava cercado de inimigos infinitamente mais poderosos, mas antecipou-se ao ataque por uma questão de horas ou dias. Em 1982 havia no Líbano dezenas de milhares de soldados sírios e um arsenal para liquidar Israel mais de uma vez. Mas é claro, nada disso existe na mente de quem não quer ver. Só quero te lembrar uma coisa: Se Israel cair, amigo, despeça-se da tua vida em um mundo democrático e prepare-se para a invasão islâmica radical, que começou com a destruição das estátuas de Buda no Afeganistão e terminará no quintal da tua casa.

    Confuso da Silva

    Nelson, você pediu, e eu voltei. Mas desta vez é para responder a você.

    Quanto ao Ahmadinejad ter dito que Israel deveria ter sido varrido do mapa, sua fala original em persa não diz exatamente que Israel deva ser varrido do mapa, mas sim que o regime deva ser varrido das páginas do tempo. A frase "varrido do mapa" foi cunhada pela tradução para o inglês feita pelo órgão de imprensa oficial do governo iraniano (http://en.wikipedia.org/wiki/Mahmoud_Ahmadinejad_and_Israel#2005_.22World_Without_Zionism.22_speech). Então Bonifa neste ponto até tem certa razão, mas se perde em uma retórica virulenta anti-americana.

    Confuso da Silva

    O site não gosta de respostas compridas, então vou dividir em pedaços:

    O Nelson coloca alguns fatos que não vêm ao caso. Concordo que durante muito tempo os países ao redor de Israel tentaram por diversas vezes "varrê-lo do mapa", e alguns líderes árabes o declararam abertamente nas décadas de 60 e 70. Mas isso nada tem a ver com Ahmadinejad, que é muuuito mais esperto com o que fala – se bem que o que ele fala incomoda tanto quanto os discursos do ensandecido Hugo Chaves, mas com uma maior sutileza e espaço para desmentir interpretações que lhe sejam inconvenientes.

    Confuso da Silva

    Mas o que me incomodou no que o Nelson disse foi que ele dá a impressão de que se Israel não estiver de pé para deter Ahmadinejad, ninguém o fará e ele irá liderar o Islã na dominação do mundo. Não, ele é mais esperto do que isso, e pretende ser visto pelos muçulmanos como grande herói e líder político, mas não pretende lançar uma guerra aberta a Israel, aos EUA ou a quem quer que seja, pois um conflito desses seria catastrófico para o Irã. Mas que eu fico com um pé atrás do Irã ter intenções puramente pacíficas para o programa nuclear, isso eu fico.

    Confuso da Silva

    Nelson, se você parar de enxergar Israel como último bastião da democracia no oriente médio e enxergá-lo como um país, com suas disputas políticas internas e seus interesses econômicos como os de qualquer outro país (o que alías todos deveriam fazer, já que é o que ocorre), deixaria de defender toda e qualquer ação de seu governo. Políticos corruptos e gananciosos não são exclusividade do Brasil. E, infelizmente, devido à estrutura do sistema político em Israel, qualquer primeiro-ministro precisa fazer alianças impensáveis com os partidos religiosos de extrema direita para se manter no poder. Por isso, para cada plano de orçamento que se quer aprovar, os religiosos condicionam seus votos à aprovação de novos assentamentos. Isso é política. E política, assim como salsichas, é melhor não saber como é feita…

    Abdelnur

    Estive no OM. Conheci alguns Palestinos dos mais de 350 mil refugiados no Líbano. Um deles, taxista, convidou-me gentilmente à um almoço em sua casa e lá me contou e mostrou fotos da tragédia de sua família. Ele, quando criança, viu o pai e o avô serem fuzilados por soldados de Israel, no dia em que foram expulsos de sua casa, fugindo para a Jordânia e posteriormente para o Líbano. Hoje sua casa abriga uma família de israelitas.
    Desta forma, caro Nelson, se apresenta a "democracia, um país que cuida e protege seus cidadãos, de pluralidade ideológica, religiosa e cultural." Com a benção e principalmente o DINHEIRO dos americanos.
    A propósito, você é brasileiro ou Israelita?

    Henry ajl

    Se vc nao sabe, uma pessoa pode ser brasileira E israelita. Uma coisa eh nacionalidade e outra eh religiao. A proposito, o que isso tem a ver com a discussao? A opiniao valera menos caso a pessoa seja brasileira e israelita? A sua opiniao vale menos por vc ter Abdel no seu nome?

    Abdelnur

    Prezado Henry e prezado Nelson. Peço desculpas se o ofendi. Tentei encontrar um termo para não ofender ninguém. Vejo que não fui capaz. Sinto muito. Quanto ao meu nome, ele não contém Abdel ele é Abdelnur. Sou brasileiro descendente de libaneses e nem por isso defendo o Líbano com unhas e dentes. Opinião é opinião e cada um tem a sua. Se elas valem alguma coisa ou não independe do nome, sobrenome, nascionalidade etc. Apenas tentei narrar um fato acontecido comigo e que achei que poderia ilustrar o texto. Sobre o que tem a ver com a discussão, por favor, releia o primeiro parágrafo do tópico "A personalidade de Israel".
    Abraços

    beattrice

    A resposta a todo esse trololó se resume a uma frase do articulista:
    "Criminalidade travestida de nobreza moral e agressão travestida de vitimismo "
    Perfeito o artigo.

    Mar.

    Nelson,
    o que é democracia para você, um estado que apresenta um processo eleitoral e pronto? O que você tem a dizer de um país que tem constituição racista declarando que só é cidadão o judeu e que impede crianças de etnia diferentes de estudar na mesma sala de aula? O que você tem a dizer sobre o único país do mundo que não tem fronteira declarada em sua constituição, é um país democrático ou é um projeto de expansão??

    Confuso da Silva

    Mar, queira ou não, Israel é uma democracia. Todos os cidadãos têm direito a voto, mesmo os árabes. E existem partidos árabes, com membros no parlamento (infelizmente de vez em quando isso gera uns bate-bocas feios, coisa que se pode ver também no congresso brasileiro, e em quase qualquer país).

    Israel não tem uma constituição. Você deve estar se referindo à declaração de independência de Israel (http://en.wikipedia.org/wiki/Israeli_Declaration_of_Independence), mas nela não está declarado que só é cidadão o judeu, pelo contrário, ela defende a igualdade de direitos sociais e políticos independente de raça, religião ou sexo. O problema é que como não é uma constituição, é considerada como sugestão pelos legisladores israelenses, e não como lei.

    Não conheço nenhum caso em que o governo israelense não permitiu a alunos de etnias diferentes estudarem juntos na mesma sala de aula, mas se você puder me mostrar, agradeço. Inclusive há alguns projetos de educação conjunta que são um exemplo de tolerância e convivência. Só não vá achar que uma criança muçulmana possa se inscrever em uma yeshivá (escola ortodoxa judaica), do mesmo jeito que se um judeu tentar estudar numa madrassa (escola muçulmana fundamentalista), ele provavelmente não sairá vivo de lá.

    Finalmente, quanto a seu último ponto, como eu já disse, Israle não tem constituição. E que eu saiba o Brasil não tem fronteira declarada em sua constituição também – se eu estiver errado, por favor me corrija.

    A maioria das pessoas vem aqui desfiar sua revolta e sua indignação trazendo preconceitos e factóides, colocando os EUA e Israel como os grandes vilões do mundo, e todo o mundo árabe como vítima. Já eu, parto do princípio que os povos são as vítimas de seus próprios governos (e às vezes de outros governos também), e que todo governo é vilão. Mas antes de mais nada, verifiquem os fatos antes de fazer afirmações.

    Mar.

    Quem mistura religião com política é o estado de Israel!!

    Confuso da Silva

    Mar, não é só em Israel que isso acontece. Só que lá o estado foi fundado como sendo laico, e o que aconteceu é que de uns 20 anos para cá os partidos religiosos ganharam espaço no parlamento, dificultando em muito a vida dos políticos moderados de lá. Mas esse mesmo fenômeno é comum nos países árabes também.

    Luis

    Então Nelson, na verdade tudo é bem simples. Vai à luta lá na terrinha "filho", literalmente. No mais, o teu discurso é isso aí, sem novidade, apenas trololó de erística. Provas a cada post que "informação" não é saber e muito menos é compreender. E compreendes um nada de tudo porque tudo que te ensinaram é… isso aí. Uma fratura exposta. Mas, tens toda a razãoe é teu jeito de pensar, de berço, que se há de fazer, não é? Sei com absoluta certeza que não morrerias pelo que escreves porque justificas a morte dos outros, então és isso aí. Só vazio.

Confuso da Silva

Ué, por que será que ninguém comentou nada sobre isso: http://english.aljazeera.net/news/middleeast/2010
que já havia acontecido antes: http://english.aljazeera.net/news/middleeast/2010
E que tal isso: http://news.meedan.net/index.php?page=events&…

Se alguém não souber inglês, peça para a Caia Fittipaldi traduzir.

Graças a [Deus/Allah/Jeová/Nosso Senhor Jesus Cristo/Insira aqui sua divindade], ninguém saiu ferido nesses episódios. Mas com certeza se fosse Israel a fazer isso, iríamos ver manchetes de jornal, protestos, queima de bandeiras…

Não estou tentando justificar ou defender as ações do governo de Israel, mas acho necessário lembrar que as únicas vítimas nesse conflito, como em todos os outros, são os cidadãos dos dois lados da fronteira, que de um lado sofrem com a miséria, e de outro sofrem com a violência aleatória dos foguetes e atentados. O Hamas não é e nunca foi santo nessa história.

Ao mesmo tempo em que a comunidade internacional deve pressionar o governo de Israel a levantar o bloqueio que só prejudica o povo palestino, o Hamas deve ser pressionado a investir na infra-estrutura e no bem-estar de seu povo, e não em mais armamentos para perpetuar o conflito. Ambos os lados devem abrir os olhos e perceber que nenhum irá varrer o outro da face da Terra (ao contrário do que sugeriu Helen Thomas que, segundo ela mesma, também deveria voltar para casa no Líbano, onde seus pais nasceram), então é melhor aprenderem a conviver lado a lado o quanto antes.

    Bonifa

    Você está confuso, Confuso.

    Pedro Ayres

    Antes de mais nada, para que haja a recuperação física do território palestino é preciso que existam as seguintes condições: 1-) Israel abandone as terras ocupadas desde 1947; 2) que o Estado sionista aceite coexistir em paz com os naturais da Palestina; 3) que ao Hamás lhe sejam dadas as condições para administrar, o que não é possível com as seguidas invasões, expulsões e grilagem de terras por parte dos sionistas e comparar estilingue com metralhadora é realmente uma prova de total "imparcialidade", tal a desigualdade militar entre as FFAA sionistas e os militantes do Hamás. E à guisa de esclarecimento:
    Um pequeno aporte para que melhor se entenda as motivações sionistas e o sentido do Estado sionista que eles criaram na Palestina.
    Um dos grandes truques de ilusionismo político que foi criado pelo sionismo, foi a invenção do que ele chama de povo judeu. O judaísmo é uma religião que pode ser professada por qualquer habitante do planeta e isso não o torna diferente e nem lhe dá privilégios sobre os que têm outra crença. Pode ser entendido também como uma espécie de cultura, embora sempre que se faz a análise dos que se dizem aculturados pelo judaísmo, é interessante notar que, se forem alemães há o mesmo padrão cultural existente na Alemania, se forem russos e assim sucessivamente. Até mesmo para os que são oriundos do Oriente Médio, como os que habitavam os países árabes ou islâmicos da península ibérica, essa assertiva é veraz. Aliás, para melhores esclarecimentos o melhor é ler o livro de Shlomo Sand, historioador israelense – La invención del Pueblo Judío -, que pode ser entendido pro meio de algumas entrevistas que deu há algum tempo: http://www.publico.es/internacional/121692/el/puehttp://www.tlaxcala.es/pp.asp?lg=es&reference=6081; http://www.taringa.net/posts/info/3061020/El-pueb
    Aliás, de acordo com o moderno pensamento do Direito Constitucional (a partir do século XVIII), que acompanhou o próprio desenvolvimento do Estado capitalista, povo é o conjunto dos cidadãos de um país, ou seja, pessoas que estão organizadas em um determinado regime jurídico, a um Estado. Um povo para existir, necessita estar vinculado a um Estado nacional, que até pode ser constituído por diferentes etnias. Um povo, segundo a sociologia, refere-se a um agrupamento humano com cultura semelhante (língua, religião, tradições) e antepassados comuns; supõe certa homogeneidade e desenvolvimento de laços espirituais entre si. Uma situação que exige a territorialidade como conditio sine qua non para que essas características sociológicas possam surgir e existir. Ou seja, a Palestina estava habitada por um agrupamento humano que preenchia todas essas características, inclusive uma que precisa ser recordada – a perenidade local, como é caso dos palestinos das mais diversas opções religiosas.
    E antes que venham com a famosa lenga-lenga do antisemitismo, que é sempre arguido quando há qualquer crítica ao sionista Estado israelense, informo que a minha origem é sefaradí, embora isso pouco importe para esses fascistas, tanto que até os rabinos do Naturei Karta também são acusados de antisemitas,

    beattrice

    Pedro,
    sempre excelentes as suas análises sobre a política do Oriente Médio.

    Confuso da Silva

    Ok, então vamos lá. Quando você diz que Israel deve se retirar das terras ocupadas desde 1947, deve estar se referindo à Linha Verde, a linha do armistício de 1967, certo? Se for isso, concordo plenamente. No entanto, não se consegue chegar a um acordo sobre onde exatamente passa a tal linha.

    Para piorar, ao contrário da Fatah de Arafat e Abbas, que com a declaração da independência da Palestina em 1988 acenaram com uma possível aceitação da Linha Verde como fronteira entre a Palestina e Israel, o Hamas formalmente se recusa a aceitar a Linha Verde ou qualquer coisa próxima a ela como fronteira (eles consideram a existência de Israel como ocupação). Se não fosse isso, a retirada unilateral do exército israelense de Gaza em 2005 poderia ser considerada pelo Hamas como uma legitimação de sua fronteira. Mas o Hamas continuou lançando foguetes mesmo depois da retirada.

    Já no lado da Cisjordânia, Israel deveria retirar os assentamentos de colonos ultra-ortodoxos, que são muitos, e volta e meia se aprova no parlamento israelense uma expansão de alguma colônia (que como falei anteriormente se deve a acordos políticos escabrosos do tipo "uma mão lava a outra", iguaizinhos aos do PT com o PMDB, ou do PSDB com o DEM). Além disso, já houve no passado alguns governos israelenses que promoveram a retirada de algumas colônias, o que se mostrou uma medida tão impopular quanto cortar aposentadoria de pensionista.

    Supondo que os obstáculos políticos internos a Israel sejam superados, e Israel retire sua presença militar da Cisjordânia, deixando os colonos fanáticos escolherem entre voltar ao lado israelense da fronteira ou se submeter à soberania palestina, creio que isso poderia ser considerado como um gesto de Israel para aceitar coexistir em paz com os palestinos, cumprindo seu item de número 2, certo? Infelizmente segundo o estatuto do Hamas isso não seria suficiente, pois como já disse, eles consideram Israel como uma ocupação.

    Concordo com seu item 3, Israel deve acabar com o bloqueio naval, para que a Palestina possa estabelecer uma relação de comércio saudável com outros países, e assim se reerguer. Mas algo me diz que novamente o Hamas iria aproveitar para se rearmar e continuar a atirar mísseis do outro lado da fronteira. Aliás, sua visão romântica do estilingue me surpreende. O Hamas pode não ter o poderio bélico do exército de Israel, mas ainda assim tem capacidade de destruir e matar.

    Quanto a sua argumentação sobre o livro de Shlomo Sand (muito bom por sinal), se você ler melhor entenderá que a tese de Sand diz que o povo judeu não foi o único a ser inventado no século XIX, e sua legitimidade seria tanta quanto a do povo francês ou alemão. Já no tocante à definição de povo que você deu, eu posso até concordar que no passado etalvez durante a criação do Estado de Israel o povo judeu não se encaixasee nessa definição, mas no estado atual das coisas, Israel já existe há mais de 60 anos, o que por bem ou por mal cumpre a tal condição sine qua non de que você fala. Hoje em dia discutir se o povo judeu era um povo ou não, ou discutir se os judeus tinham mais ou menos direito à terra, ou se deveriam ter ficado na Europa, ou quem estava lá na região primeiro, nada disso faz mais sentido.

    O fato é que nenhum lado vai conseguir aniquilar ou expulsar o outro à força, e nenhum dos dois vai se retirar por vontade própria da região. Então, quanto antes os governos acordarem e entenderem que o único caminho é aprender a conviver uns com os outros, melhor.

    Enquanto isso, o governo israelense vai metendo os pés pelas mãos, cometendo atrocidades lideradas pelo imbecil do Lieberman e sua corja. Do outro lado, o Hamas se refastela na miséria de seu povo, um cenário perfeito para o surgimento de jovens dispostos a se explodirem pela sua causa, e aproveita cada oportunidade para atacar os civis do outro lado da fronteira, ao invés de legitimamente tentar ajudar seu povo sofrido.

    NELSON NISENBAUM

    Nada confuso, você foi ao ponto. Israel não pode errar, o resto do mundo pode, inclusive o Hamas, que trucida os que discordam de seu governo. Muito bem colocado, Sr. Confuso! Volte sempre!

    Luis

    Nelson, olhe-se no espelho. Consegues fazer isso sem te transformares em pedra? Seu discurso de dialética erística, insinuando, mudando de assunto quando convém é tão pobrezinho… só não dá pena porque é um recurso deliberado de desinteligência.

Julia Campos

Durante muito tempo fiquei chocada com o holocausto. Hoje, diante das atrocidades cometidas por Israel, não consigo assistir nem filme sobre o tema. Parabéns pelo texto.

Jairo_Beraldo

"A comunidade internacional, aquela que conseguiu escapar da senzala, está exultante.O Irã já conseguiu produzir mais de 17 quilos de urânio enriquecido.E a boa notícia não para aí. Ali Akbar Salehi, chefe do programa atômico do pais, informou que os cientista podem produzir, a partir de agora, pelo menos cinco quilos por mês.É claro que isso está deixando os senhores da Casa Grande preocupados. Tanto que já instruíram seus vassalos a utilizarem de todos os meios para acabar com esse despropósito.Um Irã atômico será um exemplo contagiante para os amantes da liberdade.Os senhores da Casa Grande não querem correr o risco de ver as portas das senzalas escancaradas.Tanto, que já instruíram o seu anão atômico, que atende pelo vulgo de Israel, a preparar futura ofensiva." Blog do Bourdoukan

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