Artigo censurado de Greenwald aponta corrupção de Biden: demitiu promotor na Ucrânia e garantiu salário de U$ 50 mil mensais ao filho Hunter

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A renúncia de Glenn fez a direita vibrar no Brasil

O VERDADEIRO ESCÂNDALO: MÍDIA DOS ESTADOS UNIDOS USA FALSIDADES PARA DEFENDER JOE BIDEN DOS E-MAILS DE HUNTER

Por Glenn Greenwald, tradução do Viomundo

A publicação pelo New York Post de duas semanas atrás de e-mails do laptop de Hunter Biden, relacionados ao trabalho do vice-presidente Joe Biden na Ucrânia, e artigos subsequentes de outros meios de comunicação sobre a busca da família Biden por oportunidades de negócios na China, provocou esforços extraordinários dos meios de comunicação, de gigantes do Vale do Silício e da comunidade de inteligência para suprimir a divulgação das reportagens.

Um dos resultados é que a campanha de Biden concluiu, racionalmente, que não há necessidade de o candidato presidencial tratar até mesmo das questões mais básicas e relevantes levantadas pelos materiais.

Em vez de condenar Biden por ignorar essas questões — o instinto natural de uma imprensa saudável, quando se trata de uma eleição presidencial — os jornalistas abriram caminho, inventando desculpas para justificar seu silêncio.

Depois do primeiro artigo do Post, tanto aquele jornal quanto outros meios de comunicação publicaram vários outros e-mails e textos supostamente escritos de e para Hunter, refletindo seus esforços para induzir o pai a tomar medidas como vice-presidente benéficas para a empresa de energia ucraniana Burisma, em cujo conselho dos diretores Hunter recebia um pagamento mensal de U$ 50.000, bem como propostas para negócios lucrativos na China que contavam com a influência de seu pai.

Indivíduos incluídos em algumas das cadeias de e-mail confirmaram a autenticidade do conteúdo.

Um dos ex-parceiros de negócios de Hunter, Tony Bubolinski, apresentou-se oficialmente para confirmar a autenticidade de muitos dos e-mails e insistir que Hunter, juntamente com Jim, irmão de Joe Biden, planejavam incluir o ex-vice-presidente em pelo menos um negócio na China.

E o pesquisador do Partido Republicano, Frank Luntz, que apareceu em uma das cadeias de e-mail publicadas, pareceu confirmar a autenticidade também, embora tenha se recusado a responder perguntas subsequentes.

Até o momento, nenhuma prova foi oferecida por Bubolinski de que Biden tenha consumado sua participação em qualquer um dos negócios discutidos.

O Wall Street Journal diz que não encontrou nenhum registro corporativo refletindo um negócio finalizado e que “mensagens de texto e e-mails relacionados ao empreendimento que foram fornecidos ao Journal pelo Sr. Bobulinski, principalmente a partir da primavera e verão de 2017, não mostram Hunter Biden ou James Biden discutindo um papel para Joe Biden no empreendimento”.

Mas ninguém alegou que tais negócios foram consumados — portanto, a falta de conclusão não não nega a história. Além disso, alguns textos e e-mails cuja autenticidade não foi contestada afirmam que Hunter foi inflexível para que qualquer discussão sobre o envolvimento do vice-presidente fosse mantida apenas verbalmente e nunca por escrito.

Além disso, a colunista do Journal Kimberly Strassel revisou um estoque de documentos e “encontrou informações que corroboram e-mails publicados recentemente pelo New York Post“, incluindo aqueles em que Hunter insistia que sua ligação com seu pai era o maior trunfo procurado pelo conglomerado chinês com quem estavam negociando.

O New York Times chegou no domingo a uma conclusão semelhante: embora nenhum documento prove que tal acordo foi consumado, “registros produzidos por Bobulinski mostram que, em 2017, Hunter Biden e James Biden estiveram envolvidos em negociações sobre uma joint venture com uma empresa de energia e finanças chinesa chamada CEFC China Energy”  e deixa claro que Hunter Biden via o nome da família como um bem, “citando a ‘marca da família’ como uma razão pela qual ele é valioso para o empreendimento proposto”.

Esses documentos também demonstram, noticiou o Times, “que os países que Hunter Biden, James Biden e seus associados planejaram atingir com seus negócios coincidiam com países onde Joe Biden já havia estado envolvido como vice-presidente”.

Strassel observou que “um documento de ‘expectativas’ de maio de 2017 mostra Hunter recebendo 20% do patrimônio do empreendimento e mantendo outros 10% para um certo ‘grandão’ — que Bobulinski atesta ser Joe Biden.”

E o jornalista independente Matt Taibbi publicou um artigo no domingo com ampla documentação, sugerindo que a tentativa de Biden de substituir um promotor ucraniano em 2015 beneficiou a empresa para a qual seu filho trabalhava, a Burisma.

Todos esses novos materiais, cuja autenticidade nunca foi contestada por Hunter Biden ou pela campanha de Biden, levantam questões importantes sobre se o ex-vice-presidente e atual candidato à Casa Branca estava ciente dos esforços do filho para vender influência com fins lucrativos e também se o vice-presidente já agiu em sua capacidade oficial com a intenção, pelo menos em parte, de beneficiar os sócios de negócios de seu filho.

Mas nas duas semanas desde que o Post publicou sua história inicial, uma união das entidades mais poderosas do país, incluindo a mídia, tomou medidas extraordinárias para obscurecer e enterrar essas questões, em vez de tentar fornecer respostas a elas.

Os documentos iniciais, afirmou o New York Post, foram obtidos quando os laptops que os continham foram deixados em uma oficina de Delaware com danos causados ​​pela água e nunca foram retirados, permitindo ao proprietário acessar seu conteúdo e, em seguida, entregá-los ao FBI e a um advogado do conselheiro de Trump, Rudy Giuliani.

O dono da loja de reparos confirmou essa narrativa em entrevistas com agências de notícias e depois (sob pena de processo) para um Comitê do Senado; ele também forneceu o recibo supostamente assinado por Hunter. Nem Hunter nem a campanha de Biden negaram essas alegações.

A publicação dessa história inicial do New York Post provocou uma campanha de censura altamente incomum no Facebook e no Twitter.

O Facebook, por meio de um ex-agente do Partido Democrata de longa data, prometeu suprimir a história enquanto se aguarda sua “checagem de fatos”, que até o momento não produziu conclusões públicas.

E enquanto o CEO do Twitter, Jack Dorsey, se desculpou pela forma como o Twitter lidou com a censura e reverteu a política que levou ao bloqueio de todos os links da história, o New York Post, o quarto maior jornal do país, continua sem acesso à sua conta no Twitter, incapaz de postar com a aproximação das eleições, por quase duas semanas.

Depois que a censura inicial estourou no Vale do Silício, cuja força de trabalho e oligarcas doaram quase inteiramente para a campanha de Biden, foram os meios de comunicação do país e ex-agentes da CIA e outros oficiais de inteligência que tomaram a liderança na construção das razões pelas quais a história deveria ser rejeitada, ou pelo menos tratada com desprezo.

Como de costume na era Trump, o tema que ocupou o centro do palco para atingir esse objetivo foi uma afirmação infundada sobre a responsabilidade do Kremlin pela história.

Numerosos meios de comunicação, incluindo o Intercept, rapidamente citaram uma carta pública assinada por ex-funcionários da CIA e outros agentes de segurança alegando que os documentos têm as “marcas registradas clássicas” de um complô de “desinformação russa”.

Mas, como meios de comunicação e até as agências de inteligência estão agora admitindo lentamente, nenhuma evidência foi apresentada para corroborar essa afirmação.

Na sexta-feira, o New York Times relatou que “nenhuma evidência concreta surgiu de que o laptop contém desinformação russa” e o jornal disse que até o FBI “reconheceu que não havia encontrado nenhuma desinformação russa no laptop. ”

O Washington Post publicou no domingo um artigo de opinião — de Thomas Rid, um daqueles professores centristas que os meios de comunicação usam rotineiramente para fornecer a fachada de aprovação de especialistas para teorias de conspiração — que continha esta declaração extraordinária: “Devemos tratar o vazamento do Hunter Biden como se fosse uma operação de inteligência estrangeira — mesmo que provavelmente não seja. “

Até mesmo a carta dos ex-oficiais de inteligência citados pelo Intercept e outros meios de comunicação para insinuar que tudo isso era parte de algum esquema de “desinformação russa” admitia explicitamente que “não temos evidências do envolvimento russo”, embora muitos meios de comunicação tenham omitido este reconhecimento ao citar a carta para associar o caso a um enredo do Kremlin.

Apesar da total falta de evidências, a campanha de Biden adotou esta frase usada por oficiais de inteligência e meios de comunicação como seu mantra para explicar por que os materiais não deveriam ser discutidos e por que eles não respondiam a perguntas básicas.

“Acho que precisamos deixar muito, muito claro que o que ele está fazendo aqui, está ampliando a desinformação russa”, disse a vice-gerente de campanha de Biden, Kate Bedingfield, sobre a possibilidade de Trump tratar dos e-mails de Biden no debate de quinta-feira à noite.

A conselheira sênior de Biden, Symone Sanders, da mesma forma alertou na MSNBC: “Se o presidente decidir ampliar essas últimas acusações contra o vice-presidente e seu único filho vivo, isso é desinformação russa”.

Os poucos jornalistas tradicionais que tentaram apenas discutir esses materiais foram difamados.

Pelo crime de simplesmente notá-lo no Twitter naquele primeiro dia, a repórter do New York Times Maggie Haberman teve seu nome nos trending topics durante toda a manhã, juntamente com o apelido depreciativo “MAGA Haberman”.

Bo Erickson, da CBS News, foi amplamente atacado, mesmo por alguns na mídia, simplesmente por perguntar a Biden qual era sua resposta à história.

E o próprio Biden se recusou a responder, acusando Erickson de espalhar uma “difamação”.

Que é irresponsável e até antiético mencionar esses documentos tornou-se uma visão difundida no jornalismo convencional.

O Ombudsman da NPR, em uma declaração surpreendentemente representativa de grande parte da mentalidade da mídia, justificou explicitamente a recusa da NPR de cobrir o caso com o fundamento de que “não queremos perder nosso tempo com histórias que não são realmente histórias. . . [ou] desperdiçar o tempo dos leitores e ouvintes com histórias que são apenas distrações. ”

Para justificar o fracasso de seu próprio programa em cobrir a história, Leslie Stahl, do 60 Minutos, recorreu a uma justificativa totalmente diferente.

“Não pode ser verificado”, afirmou a repórter da CBS ao ser confrontada pelo Presidente Trump em uma entrevista sobre o fracasso de seu programa em cobrir os documentos de Hunter Biden.

Quando Trump insistiu que havia várias maneiras de verificar os materiais no laptop, Stahl simplesmente repetiu a mesma frase: “Não pode ser verificado”.

Depois do debate presidencial final na noite de quinta-feira, um painel da CNN zombou da história como muito complexa e obscura para qualquer um seguir — uma profecia que se cumpriu, uma vez que, como o repórter de mídia da rede Brian Stelter observou com orgulho, a história mal foi mencionada na CNN ou MSNBC.

Como o New York Times observou na sexta-feira: “A maioria dos telespectadores da CNN e MSNBC não teria ouvido muito sobre os e-mails não confirmados de Hunter Biden … As menções da CNN a Hunter atingiram um pico de 20 segundos e as da MSNBC de 24 segundos em um dia da semana passada”.

No domingo, Christiane Amanpour, da CNN, mal fingiu estar interessada em qualquer jornalismo em torno da história, zombando dos pedidos feitos por Elizabeth Harrington, do Comitê Nacional Republicano, durante uma entrevista: “Não vamos fazer o seu trabalho para você.”

Veja como os jornalistas mais importantes dos EUA estão anunciando abertamente sua recusa em sequer considerar o que esses documentos podem refletir sobre o favorito democrata.

Esses jornalistas estão desesperados para não saber. Como Taibbi escreveu no domingo sobre este espetáculo espalhafatoso da imprensa: “As pessoas menos curiosas no país agora parecem ser da mídia, uma situação normalmente única em sociedades autoritárias.”

Todas essas desculpas e pretextos — emanados em grande parte de uma mídia nacional que é quase explícita em sua ânsia por Biden vencer — serviram durante a primeira semana ou mais após a história do Post para criar um cone de silêncio em torno desta história e, assim, um escudo protetor para Biden.

Como resultado, o candidato presidencial sabe que não precisa responder nem às perguntas mais básicas sobre esses documentos, porque a maior parte da imprensa nacional já sinalizou que não o pressionará a fazê-lo; pelo contrário, eles vão inventar defesas em seu nome para evitar discutir o assunto.

As questões relevantes para Biden levantadas por este assunto são tão evidentes quanto importantes.

No entanto, Biden teve de responder a poucas delas porque não foi perguntado e, quando o fez, os meios de comunicação justificaram sua recusa em responder, em vez de exigir que o fizesse.

Enviamos nove perguntas para a campanha democrata sobre esses documentos que o público tem o direito absoluto de saber, incluindo:

se ele afirma que algum dos e-mails ou textos são fabricados (e, em caso afirmativo, quais são específicos);

se ele sabe se Hunter realmente deixou laptops na loja de conserto de Delaware;

se Hunter alguma vez o convidou para se encontrar com executivos da empresa ucraniana Burisma ou se ele de fato o fez;

se Biden já sabia sobre propostas de negócios na Ucrânia ou na China sendo buscadas por seu filho e irmão das quais Biden seria um participante e,

como Biden pode justificar o gasto de tanta energia, quando era vice-presidente, exigindo que o Procurador Geral ucraniano fosse demitido, e por que aceitou a substituição por Yuriy Lutsenko, alguém que não tinha experiência em Direito; era amigo do presidente ucraniano Petro Poroshenko; e tinha um histórico de alegações de corrupção. Era aceitável, se o objetivo de Biden realmente era combater a corrupção na Ucrânia em vez de beneficiar a Burisma ou controlar os assuntos internos do país com algum outro objetivo?

Embora a campanha de Biden tenha indicado que responderia às perguntas do Intercept, não o fez.

Uma declaração que a campanha divulgou para outros meios de comunicação não contém respostas para nenhuma dessas perguntas, exceto para afirmar que Biden “nunca considerou se envolver em negócios com sua família, nem em qualquer negócio no exterior.”

Até o momento, mesmo que a campanha de Biden ecoe as alegações infundadas dos meios de comunicação de que qualquer um que esteja discutindo esta história está “ampliando a desinformação russa”, nem Hunter Biden nem a campanha de Biden disseram se reivindicam que os e-mails e outros documentos — que eles e a imprensa continuam a rotular “desinformação russa” — são falsificações ou se são autênticos.

A campanha de Biden acredita claramente que não há necessidade de responder a nenhuma dessas perguntas em virtude de uma panóplia de desculpas da mídia oferecidas em seu nome, que desmoronam com o mínimo escrutínio.

Primeiro, a alegação de que o material é de autenticidade suspeita ou não pode ser verificada — a desculpa usada em nome de Biden por Leslie Stahl e Christiane Amanpour, entre outros — é flagrantemente falsa por vários motivos.

Como alguém que pesquisou grandes arquivos semelhantes em parceria com vários meios de comunicação ao redor do mundo (incluindo o arquivo de Snowden em 2014 e o Arquivo Brasil da Intercept no ano passado, mostrando corrupção de altos funcionários do governo Bolsonaro), e que também participou da reportagem de arquivos semelhantes de outros veículos (Panama Papers, WikiLeaks war logs de 2010 e e-mails DNC / Podesta de 2016), está claro para mim que o tesouro de documentos dos e-mails de Hunter Biden foi verificado de maneira bastante semelhantes aos outros casos.

Com um arquivo deste tamanho, nunca se pode autenticar independentemente cada palavra em cada documento, a menos que o alvo da reportagem o confirme voluntariamente com antecedência, o que raramente acontece.

O que foi feito com arquivos semelhantes é que os jornalistas obtêm verificação suficiente para criar altos níveis de confiança jornalística nos materiais.

Alguns dos materiais fornecidos pela fonte podem ser confirmados de forma independente, comprovando o acesso genuíno da fonte a um disco rígido, telefone ou banco de dados.

Outras pessoas em cadeias de email podem confirmar a autenticidade do email ou das conversas de texto de que participaram.

Uma investigação de fatos não públicos contidos nos documentos pode determinar se eles estão de acordo com o que os documentos refletem.

Especialistas em tecnologia podem examinar os materiais para garantir que nenhum sinal de falsificação seja detectado.

Este é o processo que permitiu aos maiores e mais estabelecidos veículos de comunicação em todo o mundo relatarem grandes arquivos semelhantes, obtidos sem autorização.

Nesses outros casos, nenhum meio de comunicação foi capaz de verificar cada palavra de cada documento antes da publicação.

Não havia como provar o negativo de que a fonte ou outra pessoa não alterou ou falsificou parte do material. Esse nível de verificação é inatingível e desnecessário. O que é necessário é evidência substancial para criar alta confiança no processo de autenticação.

Os documentos de Hunter Biden têm pelo menos tanta verificação quanto aqueles outros arquivos que foram amplamente divulgados.

Existem fontes nas cadeias de e-mail que verificaram se os e-mails publicados são verdadeiros. O arquivo contém fotos e vídeos privados de Hunter cuja autenticidade não está em dúvida.

Um ex-parceiro de negócios de Hunter declarou, inequívoca e oficialmente, que não apenas os e-mails são autênticos, mas também descrevem os eventos com precisão, incluindo a proposta de participação do ex-vice-presidente em pelo menos um negócio que Hunter e Jim Biden estavam buscando na China.

E, o mais importante de tudo, nem Hunter Biden nem a campanha de Biden sequer sugeriram, muito menos alegaram, que um único e-mail ou texto é falso.

Por que o fracasso dos Bidens em alegar que esses e-mails são falsificados é tão significativo?

Porque quando os jornalistas fazem uma reportagem sobre um arquivo enorme, eles sabem que o evento mais importante no processo de autenticação da reportagem ocorre quando os alvos da reportagem têm a oportunidade de negar que os materiais sejam genuínos.

É claro que isso é o que alguém faria se os principais meios de comunicação estivessem se preparando para publicar, ou de fato estivessem publicando, fabricando ou forjando materiais em seus nomes; diriam isso para semear dúvidas sobre o material ou para matar a credibilidade do relato.

O silêncio dos Bidens pode não ser determinante sobre a questão da autenticidade do material, mas quando adicionado à montanha de outras evidências de autenticação, é bastante convincente: pelo menos igual à evidência de autenticação em outras reportagens sobre arquivos semelhantes.

Em segundo lugar, a alegação frequentemente repetida de meios de comunicação e ex-agentes da CIA de que os e-mails e textos publicados eram “desinformação russa” foi, desde o início, obviamente infundada e imprudente.

Nenhuma evidência — literalmente nenhuma — foi apresentada para sugerir o envolvimento de quaisquer russos na disseminação desses materiais, muito menos que fosse parte de algum complô oficial de Moscou.

Como sempre, tudo é possível — quando não se sabe ao certo qual é a proveniência dos materiais, nada pode ser descartado — mas no jornalismo, as evidências são necessárias antes que os meios de comunicação possam culpar algum governo estrangeiro pela divulgação das informações. E nenhuma prova jamais foi apresentada.

No entanto, a alegação de que se tratava de “desinformação russa” foi publicada em incontáveis ​​veículos de notícias, programas de televisão e relatos de jornalistas nas redes sociais, normalmente apontando para alegações sem evidências de ex-funcionários da CIA.

Pior é a parte da “desinformação” da mídia.

Como esses materiais podem constituir “desinformação” se são emails e textos autênticos realmente enviados de e para Hunter Biden?

A facilidade com que os meios de comunicação — que deveriam ser céticos em relação aos pronunciamentos sem evidências da comunidade de inteligência — publicaram suas afirmações sobre a “desinformação russa” é alarmante ao extremo.

Mas eles fizeram isso porque instintivamente queriam encontrar um motivo para ignorar o conteúdo desses e-mails, alegando que a Rússia estava por trás disso. Que os materiais eram “desinformação”, tornou-se seu substituto até que pudessem descobrir o que mais deveriam dizer para justificar ignorar os documentos.

Terceiro, a mídia se apressa em exonerar Biden sobre a questão de se ele se envolveu em corrupção vis-à-vis a Ucrânia e a Burisma no que são, na melhor das hipóteses, defesas factualmente duvidosas do ex-vice-presidente.

Grande parte dessa controvérsia gira em torno dos esforços agressivos de Biden enquanto vice-presidente, no final de 2015, para forçar o governo ucraniano a demitir seu procurador-chefe, Viktor Shokhin, e substituí-lo por alguém aceitável para os EUA, que acabou sendo Yuriy Lutsenko.

Esses eventos são indiscutíveis em virtude de um vídeo de Biden se gabando diante de uma platéia de como ele voou para Kiev e forçou os ucranianos a despedir Shokhin, sob pena de perder US$ 1 bilhão em ajuda.

Mas há muito que duas questões gigantescas foram levantadas por esses eventos, e os e-mails publicados recentemente os tornam mais importantes do que nunca: 1) a demissão do Procurador-Geral da Ucrânia era uma alta prioridade para Biden como vice-presidente dos Estados Unidos por causa da demissão de seu filho do cargo altamente lucrativo no conselho de administração da Burisma?, e 2) se esse não fosse o motivo, por que era tão importante para Biden ditar quem era o promotor-chefe da Ucrânia?

A resposta padrão à pergunta sobre o motivo de Biden — oferecida por Biden e seus defensores da mídia — é que ele, junto com o FMI e a UE, queriam que Shokhin fosse demitido porque os EUA e seus aliados estavam ansiosos para limpar a Ucrânia — e ele viu Shokhin como insuficientemente vigilante no combate à corrupção.

“A missão de Biden era falar com simpatia e influenciar o presidente Poroshenko a fazer reformas que os benfeitores ocidentais da Ucrânia desejassem ver”, escreveu Glenn Kessler do Washington Post no que o Post chama de “checagem de fatos”.

Kessler também endossou a defesa-chave de Biden: que a demissão de Shokhin era ruim para a Burisma, não era boa para ela.

“Os Estados Unidos viam [Shokhin] como ineficaz e em dívida com Poroshenko e os oligarcas corruptos da Ucrânia. Em particular, Shokin não conseguiu investigar o fundador da Burisma, Mykola Zlochevsky ”, afirma Kessler.

Mas essa afirmação nem passa no teste do riso.

Os EUA e seus aliados europeus não se opõem à corrupção de seus regimes fantoches.

Eles são aliados dos regimes mais corruptos do planeta, de Riad ao Cairo, e sempre foram.

Desde quando os EUA se dedicam a garantir um bom governo nas nações que tentam controlar?

No mínimo, permitir que a corrupção floresça tem sido uma ferramenta fundamental para permitir que os EUA exerçam poder em outros países e abram seus mercados às empresas americanas.

Além disso, se aumentar a independência do Ministério Público e fortalecer a vigilância anticorrupção fosse realmente o objetivo de Biden, por que o sucessor de Shokhin, Yuriy Lutsenko, seria aceitável?

Afinal, Lutsenko não tinha “antecedentes jurídicos como procurador-geral”, era conhecido principalmente como lacaio do presidente ucraniano Petro Poroshenko, foi forçado em 2009 a “renunciar ao cargo de ministro do Interior depois de ser detido pela polícia no aeroporto de Frankfurt por estar bêbado e confuso”, e” foi posteriormente preso por peculato e abuso de poder, embora seus defensores tenham dito que a sentença teve motivação política. “

É remotamente convincente para você que Biden teria aceitado alguém como Lutsenko se seu motivo realmente fosse fortalecer os processos anticorrupção na Ucrânia?

No entanto, foi exatamente isso que Biden fez: ele disse pessoalmente a Poroshenko que Lutsenko era uma alternativa aceitável e prontamente liberou US$ 1 bilhão após o anúncio de sua nomeação.

Qualquer que seja o motivo de Biden para usar seu poder como vice-presidente dos EUA para mudar o promotor na Ucrânia, sua aceitação de alguém como Lutsenko sugere fortemente que o combate à corrupção não era o objetivo.

Quanto à outra alegação em que Biden e seus aliados da mídia confiaram fortemente — que despedir Shokhin não foi um favor para a Burisma porque Shokhin não estava conduzindo nenhuma investigação contra a Burisma — as evidências não justificam essa afirmação.

É verdade que nenhuma evidência, incluindo esses novos e-mails, constitui prova de que o motivo de Biden em exigir a demissão de Shokhin foi para beneficiar a Burisma.

Mas nada demonstra que Shokhin estava impedindo investigações sobre a Burisma.

De fato, o New York Times publicou em 2019 uma das investigações mais abrangentes até hoje sobre as alegações feitas em defesa de Biden quando se trata da Ucrânia e da demissão deste promotor, e, embora observando que “nenhuma evidência apareceu de que o vice-presidente intencionalmente tentou ajudar seu filho pressionando pela demissão do procurador-geral”, assim concluíram seus repórteres sobre Shokhin e a Burisma:

A campanha de pressão [de Biden] acabou dando certo. O procurador-geral, há muito alvo de críticas de outras nações ocidentais e credores internacionais, foi eliminado meses depois pelo Parlamento ucraniano.

Entre aqueles que tinham interesse no resultado estava Hunter Biden, o filho mais novo de Biden, que na época estava no conselho de uma empresa de energia de propriedade de um oligarca ucraniano que estava na mira do promotor-geral demitido.

O Times acrescentou: “O escritório do Sr. Shokhin supervisionou as investigações sobre [o bilionário fundador da Burisma] Zlochevsky e seus negócios, incluindo a Burisma.”

Em contraste, eles disseram, Lutsenko, o substituto aprovado pelo vice-presidente Biden, “inicialmente continuou investigando Zlochevsky e a Burisma, mas o inocentou de todas as acusações 10 meses depois de assumir o cargo”.

Portanto, quer fosse ou não a intenção de Biden conferir benefícios à Burisma exigindo a demissão de Shokhin, acabou sendo bastante favorável à Burisma, visto que o totalmente inexperiente Lutsenko “inocentou [o fundador da Burisma] de todas as acusações 10 meses depois de assumir o cargo”.

A reportagem do jornalista Taibbi, publicada no domingo, também apóia fortemente a visão de que havia antagonismos claros entre Shokhin e a Burisma, de forma que despedir o promotor ucraniano teria sido benéfico para a Burisma. Taibbi, que reportou por muitos anos enquanto morava na Rússia e continua muito bem informado na região, detalhou:

Apesar de toda a imprensa negativa sobre Shokhin, não há dúvida de que houve vários casos ativos envolvendo Zlochevsky / Burisma durante seu curto mandato. Isso foi até mesmo admitido por repórteres americanos, antes que se tornasse tabu descrever tais casos como “dormentes”. Veja como Ken Vogel do New York Times colocou em maio de 2019:

“Quando o Sr. Shokhin se tornou procurador-geral em fevereiro de 2015, ele herdou várias investigações da empresa e do Sr. Zlochevsky, inclusive por suspeita de evasão fiscal e lavagem de dinheiro. O Sr. Shokin também abriu uma investigação sobre a concessão de licenças lucrativas de gás para empresas propriedade do Sr. Zlochevsky quando ele era chefe do Ministério de Ecologia e Recursos Naturais da Ucrânia.”

Autoridades ucranianas que contatei esta semana confirmaram que vários casos estavam ativos durante esse período.

“Havia números diferentes, mas de 7 a 14”, disse Serhii Horbatiuk, ex-chefe do departamento de investigações especiais da Procuradoria-Geral da República, quando questionado sobre quantos casos contra a Burisma havia.

“Pode ter havido dois ou três episódios combinados, e alguns já foram encerrados, então não sei a quantidade exata.” Mas, insiste Horbatiuk, houve muitos casos, a maioria deles tecnicamente iniciados com o antecessor Yarema, mas pelo menos ativos sob Shokin.

Os números citados por Horbatiuk conferem com os oferecidos pelo Procurador-Geral Rulsan Ryaboshapka, que no ano passado disse que houve em um momento ou outro “13 ou 14” casos envolvendo a Burisma ou Zlochevsky.

Taibbi trabalha na Ucrânia e nos Estados Unidos para documentar várias outras investigações pendentes contra a Burisma e Zlochevsky que foram supervisionadas pelo promotor cuja demissão Biden exigiu.

Ele observa que o próprio Shokhin disse repetidamente que estava realizando várias investigações contra Zlochevsky no momento em que Biden exigiu sua demissão.

Em suma, conclui Taibbi, “não se pode dizer que não há evidências de casos ativos contra a Burisma, mesmo durante os últimos dias de Shokin, que diz que foi a ordem de apreensão de fevereiro de 2016 [contra os bens de Zlochevsky] que o fez ser despedido.”

E, observa Taibbi, “a história parece ainda mais estranha quando nos perguntamos por que os Estados Unidos usariam tanto poder de política externa para fazer com que Shokin fosse demitido, apenas para permitir a substituição por Yuri Lutsenko, que segundo todos os relatos foi um fracasso espetacularmente maior na batalha contra a corrupção em geral, e a de Zlochevsky em particular.”

Em suma: “É inquestionável que os processos contra a Burisma foram todos encerrados pelo sucessor de Shokin, escolhido em consulta com Joe Biden, cujo filho permaneceu no conselho da referida empresa por mais três anos, ganhando mais de 50.000 dólares por mês.”

Os fatos conhecidos publicamente, reforçados pelos recentes e-mails, mensagens de texto e outros relatos, sugerem uma séria atuação do filho de Joe Biden, Hunter, ao tentar vender sua influência com o vice-presidente para obter lucro.

Mas também levantam questões reais sobre se Joe Biden sabia e até mesmo se ele mesmo se envolveu em uma forma de corrupção legalizada.

Especificamente, essas informações recentemente reveladas sugerem que Biden estava usando seu poder para beneficiar os negócios de seu filho, sócios ucranianos, e permitindo que seu nome fosse negociado enquanto vice-presidente por seu filho e irmão em busca de oportunidades de negócios na China.

Essas são perguntas que uma imprensa minimamente saudável gostaria que fossem respondidas, não enterradas — independentemente de quantos escândalos semelhantes ou piores a família Trump tenha.

Mas o verdadeiro escândalo que foi comprovado não é a má conduta do ex-vice-presidente, mas de seus apoiadores e aliados na mídia dos EUA.

Como diz a manchete de Taibbi: “Com o Hunter Biden Exposé, a supressão é um escândalo maior do que a história real.”

A realidade é que a imprensa dos EUA está planejando este momento há quatro anos — inventando justificativas para se recusar a noticiar um material interessante que possa ajudar Donald Trump a ser reeleito.

Um fator importante é a verdade inegável de que jornalistas com veículos nacionais baseados em Nova York, Washington e cidades da Costa Oeste não apenas favorecem Joe Biden, mas estão desesperados para ver Donald Trump derrotado.

É preciso muita credulidade para acreditar que qualquer ser humano é capaz de separar uma preferência partidária tão intensa de seu julgamento jornalístico.

Muitos mal se dão ao trabalho de fingir: as críticas a Joe Biden costumam ser atacadas primeiro não por membros da campanha de Biden, mas por repórteres políticos em veículos de notícias nacionais que escondem sua ânsia de ajudar Biden a vencer.

Mas muito disso tem a ver com as consequências da eleição de 2016.

Durante essa campanha, veículos de notícias, incluindo o Intercept, fizeram seu trabalho como jornalistas, relatando o conteúdo de documentos autênticos e dignos de nota: a saber, os e-mails publicados pelo WikiLeaks nas caixas de entrada de John Podesta e do Comitê Nacional Democrata, que, entre outras coisas, revelavam corrupção, o que forçou a renúncia dos cinco principais funcionários do CND.

O fato de os materiais terem sido hackeados e as agências de inteligência sugerirem que a Rússia era a responsável não nega o valor jornalístico dos documentos, razão pela qual os meios de comunicação de todo o país relataram repetidamente sobre seus conteúdos.

No entanto, os jornalistas passaram quatro anos sendo atacados como facilitadores de Trump em seus círculos culturais predominantemente democratas e liberais: as cidades em que eles vivem são predominantemente democratas, e sua demografia — cidades grandes, profissionais com ensino superior — tem cada vez menos apoio de Trump.

Uma pesquisa do New York Times sobre os dados da campanha de segunda-feira conta apenas uma parte dessa história de insularidade e homogeneidade cultural:

Joe Biden superou o presidente Trump com base em alguns dos códigos postais mais ricos e educados dos Estados Unidos, aumentando a pontuação de arrecadação de fundos em cidades e subúrbios de forma tão retumbante que arrecadou mais dinheiro do que Trump em todos, exceto dois dias nos últimos dois meses … Não é apenas que grande parte do apoio mais forte de Biden venha esmagadoramente das duas costas, o que acontece … Sr. Trump, os republicanos sofreram uma hemorragia de apoio dos brancos eleitores com diploma universitário. Em códigos postais com uma renda familiar média de pelo menos U$ 100.000, Biden esmagou Trump na arrecadação de fundos, de US $ 486 milhões contra apenas US $ 167 milhões — respondendo por quase toda sua vantagem financeira … Um CEP do Upper West Side — 10024 — foi responsável por mais de U$ 8 milhões para o Sr. Biden, e a cidade de Nova York no total entregou U$ 85,6 milhões para ele — mais do que ele arrecadou em todos os estados exceto a Califórnia ….

A renda da família média nos Estados Unidos era de U$ 68.703 em 2019. Em códigos postais acima desse nível, Biden superou Trump em U$ 389,1 milhões. Abaixo desse nível, o Sr. Trump estava realmente à frente, por U$ 53,4 milhões.

Querendo evitar uma repetição do sentimento de desprezo e rejeição em seus próprios círculos extremamente pró-democratas e anti-Trump, os meios de comunicação nacionais passaram quatro anos inventando padrões de reportagem no ano eleitoral sobre materiais hackeados que nunca existiram e que são totalmente anátema para a função jornalística central.

O editor executivo do Washington Post, Marty Baron, por exemplo, emitiu um memorando cheio de advertências sobre como os repórteres do Post deveriam, ou não, discutir materiais hackeados, mesmo que sua autenticidade não fosse duvidosa.

Que um meio de comunicação deva até mesmo considerar se abster de reportar sobre materiais que eles sabem ser autênticos e de interesse público por causa de questões sobre sua procedência é o oposto de como o jornalismo tem sido praticado.

Nos dias que antecederam a eleição de 2016, por exemplo, o New York Times recebeu pelo correio um ano das declarações de impostos de Donald Trump e — apesar de não ter ideia de quem as enviou ou como essa pessoa as obteve: foi roubado ou hackeado por uma potência estrangeira? — o Times noticiou seu conteúdo.

Quando questionado pela NPR por que eles falariam de documentos sem saber a fonte, muito menos os motivos da fonte em fornecê-los, David Barstow, duas vezes vencedor do Prêmio Pulitzer, explicou convincentemente o que sempre foi o princípio básico do jornalismo: ou seja, um jornalista só se preocupa com duas questões — (1) os documentos são autênticos e (2) eles são do interesse público? — mas não se preocupa com os motivos de uma fonte ao fornecer os documentos ou como eles foram obtidos ao decidir se deve publicá-los.

A mídia dos Estados Unidos frequentemente lamenta que as pessoas tenham perdido a fé em seus pronunciamentos, que sejam cada vez mais vistas como não confiáveis ​​e que muitas pessoas acreditam que os sites de Fake News são mais confiáveis ​​do que os meios de comunicação estabelecidos.

Eles são bons ao reclamar disso, mas muito ruins em perguntar se alguma de suas próprias condutas é responsável por isso.

Um meio de comunicação que renuncia à sua função central — buscar respostas para perguntas relevantes sobre pessoas poderosas — é aquele que merece perder a fé e a confiança do público.

E é exatamente isso que a mídia norte-americana, com algumas exceções, tentou fazer com essa história: ela assumiu a liderança não ao investigar esses documentos, mas ao inventar desculpas para justificar escondê-los.

Como meu colega Lee Fang disse no domingo: “Os padrões duplos na mídia são incompreensíveis este ano, e grande parte da mídia independente supostamente de esquerda é tão covarde e conformista quanto a mídia corporativa convencional. Todo mundo está agindo por medo.”

Discutindo sua reportagem de domingo, Taibbi resumiu o ponto mais importante desta forma: “A questão toda é que a imprensa perde o rumo quando se preocupa mais com quem se beneficia com a informação do que se ela é verdadeira.”


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Comentários

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Zé Maria

A Postura Ética Profissional do Jornalista Glenn Greenwald
não se encaixa no Establishment Capitalista.
O Glenn não nasceu para PJ.

Zé Maria

A ‘Maior Democracia do Planeta’ Terra
entre um Nazi-Fascista e um Salafrário.
É o Grande Dilema do Terceiro Milênio.

    Zé Maria

    Será que o Grupo G.A.F.E.* vai publicar

    o Editorial ‘Uma Escolha Muito Difícil’ ?

    *G.A.F.E. = Globo, Abril, Folha, Estadão.

Um artigo de Azenha tentando explicar as razões de Glenn publicar esses textos nesse momento ajudaria bastante.

Zé Maria

Essa história comprova que, lá como cá,
a imprenÇa iZenta e imparSSial – conÇervadora ou liberáu –
tem lado.
E não é o da busca da verdade factual,
mas sim do Candidato de Ocasião
que financeiramente lhe convém.

    Zé Maria

    Não é demais lembrar que o New York Post, o Wall Street Jornal e a Fox Nesse TV pertencem à Mega-Corporação News Corp, do Anglo-Saxão Australiano Rupert Murdoch – a Raposa Velha que já foi invejada por Roberto Marinho – cujas empresas têm ações operadas na NASDAQ, a mesma Bolsa de Valores onde também transacional as Corporações Empresariais de Tecnologia da Informação do Vale do Silício como Facebook/WhatsApp/Instagram, Twitter, Google/Android, Apple ,,,

    Aliás, os três Veículos de Comunicação da News Corp estão sediados juntinhos na 1211 Avenue of the Americas (também conhecido como News Corp. Building), em Manhattan, New York, um Edifício que foi concluído em 1973 como parte da extensão do Rockefeller Center, que começou no final dos anos 1950 com o Prédio da Time-Life, Grupo de Comunicação dos EUA que por sinal financiou a instalação da TV Globo, no Rio de Janeiro, no início da Década de 1960.

    http://www.laiob.com/blog/as-11-maiores-aquisicoes-do-google/
    https://en.m.wikipedia.org/wiki/1211_Avenue_of_the_Americas
    https://pt.m.wikipedia.org/wiki/News_Corporation_(1980%E2%80%932013)
    https://pt.m.wikipedia.org/wiki/News_Corp_(2013%E2%80%93presente)
    https://memoriaglobo.globo.com/acusacoes-falsas/caso-time-life/

    Zé Maria

    É possível até que, há muito tempo, os tais e-mails do Filho do Biden estivessem guardados a sete chaves pelo Murdoch – um eleitor e cabo eleitoral de Trump – para serem publicados em momento oportuno, isto é, agora, às vésperas do dia das eleições presidenciais nos EUA.

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